Companhia Carris
Porto-Alegrense
Nota de Repúdio:
___ Se a administração
pública não consegue gerir uma empresa, que a iniciativa privada está esperando
ardentemente para adquirir, este mesmo Poder
Público também com certeza não tem competência para nos administrar nas
demandas do dia-a-dia desta grande e complexa capital, em sua gestão de
interesses e “prioridades”.
___ Estas administrações merecem nosso: Voto
de Desconfiança.
Vergonha
A Carris detinha 24 linhas. ___Destas:
17 são
transversais,
4 são circulares,
e
3 são radiais.
Da frota de 347
veículos, dos quais:
315 estão em
operação e
32 são da reserva.
Do total de coletivos:
89% têm
acessibilidade, e
82% são dotados de
ar condicionado.
Em
dias úteis, os veículos da Carris
conduzem aproximadamente 230 mil pessoas, percorrendo um total de 64 mil km em quase 4 mil viagens diárias.
Cerca
de 2 mil funcionários trabalham na
Companhia, entre motoristas, cobradores, mecânicos e outros profissionais.
Sociedade
de economia mista com o controle acionário da Prefeitura de Porto Alegre, que
detém mais de 99% das ações.
Em
1999, a Associação Nacional dos
Transportes Públicos concedeu à Carris
o prêmio de “melhor empresa de Ônibus
urbano” do país.
Em
2003, o Prêmio Nacional de Gestão
Pública do Governo Federal.
Todos
os anos, desde 2000, a pesquisa Top of
Mind da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos
porto-alegrenses.
Desde
que a categoria é pesquisada:A Carris sempre
aparece em primeiro lugar.
Sempre será a Primeira.
Ninguém
Pensa,
Ninguém
Planeja,
Ninguém
Projeta,
Ninguém
se Comunica,
Coloca
uma ideia na cabeça, e pronto, __é isto.
-
Falta visão, planejamento e continuidade.
Falta o
Charme! – Falta Glamour!
A Mais Antiga do Brasil
1872 – 2023 – 151 Anos
Maxambomba – Bonde – Jardineira – Ônibus – BRT – Serviços
Resistiremos
___Nesta de 05 de outubro de 2023, Brasil, Porto Alegre, a vergonha desta
administração do prefeito Sebastião Melo,
que pós a venda da Cia. Carris Porto-Alegrense depois de 151
anos de Glórias e História
da capital Porto Alegre, e a entregou a uma administração fora da capital, em
Viamão.
___A pior administração já
vista em Porto Alegre, somente interesses econômicos e políticos escusos ao
interesse público. ___ VERGONHA
___Deus é grande, e esta
administração vai passar. E uma nova gestão irá reabrir novamente a Cia.
Carris como empresa pública
como ela deve ser, e nunca deveria ter mudado.
Mobilidade é serviço
público, responsabilidade da administração pública.
Estou escrevendo, inconformado,
pela cara de pau destes, a omissão com a sociedade, e nós de mãos atadas sem
poder fazer nada, e reverter.
História da Carris
Respeitar a própria História
é reconhecer o valor dos Caminhos já percorridos e que nos trouxeram até aqui.
Respeito
Século XVI
Brazil Colônia
Terra dos Pampas
___Foi a Ferro
e Fogo que Porto Alegre
construiu a sua história.
A capital do Rio Grande de São Pedro dos Pampas e Coxilhas, como é conhecida a região de
fauna e flora características formada por extensas planícies que dominam a
paisagem do Sul do Brasil e parte da Argentina e do Uruguai.
___É nessa região que
nasceu o Gaúcho, figura histórica, dotada de bravura, aventura e espírito
guerreiro, resultado de lendárias batalhas e revoltas por disputas de
fronteiras entre os Reinos de Portugal e Espanha.
Século XVIII
A região é de Espanha
___ Porto Alegre, situada à margem do Estuário do Guaíba,
junto à Lagoa dos Patos, localizada em região de conflito de fronteiras entre Portugal e Espanha, pois a região pelo Tratado
de Tordesilhas (1494) pertencia ao “Reino de
Espanha”.
1737
Em 1737, Terras de Espanha, uma expedição oficial de
conquista, comandada por Silva Paes,
funda na barra do Rio Grande o Forte de Jesus, Maria, José.
___No local havia três sesmarias: São
José, Senhora de Sant’Ana e São Gonçalo.
1745
Câmara
Em 1745, a Câmara começou sua história na Villa
de Rio Grande, no Sul do Território, a primeira capital da capitania.
1752
Tratado de Madri
Em 19 de dezembro de 1752, Terras do Rio Grande, chegam 60 paulistas (pois a região era
administrada pela Capitania de São Paulo)
pertencentes à tropa do coronel Cristóvão
Pereira de Abreu, mobilizado para o trabalho de demarcação de limites
determinado pelo Tratado de Madri (1750).
1754
Guerras Guaraníticas
Entre 1754 e 1756, Rio Grande de São Pedro, após passarem
pelo Desterro (Florianópolis), São José/SC e Rio Grande/RS, chegam os imigrantes Açorianos (Ilha dos Açores), os quais tiveram de permanecer no
porto de desembarque em decorrência das Guerras
Guaraníticas.
Açorianos Ficam no Porto dos Casais
___Os açorianos foram impedidos de rumar para as Missões Jesuíticas localizadas a Noroeste da região, trazidos por
meio do Tratado de Madri (1750) que
estava sendo entregue ao governo português em troca da Colônia de Sacramento, nas margens do Rio da Prata.
___A demarcação dessas terras demorou e os açorianos permaneceram no
então chamado Porto de Viamão,
primeira denominação de Porto Alegre,
cerca de 60 casais, ficam a margem
do rio, pelas facilidades de água, junto a mata fechada e ao grande morro na
curva do rio, uma fortificação natural, com as bênçãos de São Francisco.
___Esse fato marca a origem do agrupamento urbano de Porto Alegre, pois anteriormente ali só existiam propriedades privadas (STIEL, 1984, p. 256).
- Outros casais seguem para a Villa
do Viamão (figura como sede da capitania até 1841), distante 30 km a dentro.
1766
Nova Capital Freguesia de Viamão
Em 16 de junho de 1766, três anos
após a invasão espanhola, a Câmara
já realizava sua primeira sessão em Viamão,
no Norte, no interior da região, a segunda capital.
1772
Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais
Em 26 de março de 1772, Freguesia de
São Francisco do Porto dos Casais/ Brazil, data oficial de fundação, com a
criação da Freguesia de São Francisco do
Porto dos Casais.
1773
Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre
Em 1773, Freguesia de São Francisco
do Porto dos Casais/ Brazil, o nome da freguesia é alterada para Nossa Senhora
da Madre de Deus de Porto Alegre.
Em 24 de julho de 1773, Nossa Senhora
da Madre de Deus de Porto Alegre/ Brazil, se tornou a capital da capitania, com
a instalação oficial do governo de José
Marcelino de Figueiredo.
A Câmara
___No Brasil
Colônia as Câmaras também são
chamadas de Conselhos, regiam a área
civil, criando códigos de postura que normatizavam a vida da população. Foram o
embrião das Assembléias Legislativas,
pois cuidavam de todas as povoações, especialmente da capital.
___Na Capitania, as Capitais
e a Câmara mudaram de sede de acordo
com as invasões inimigas.
Nova capital Freguesia de Porto Alegre
Em 1773, a Câmara se mudava para a Villa
de Porto Alegre, junto ao delta,
por motivo de defesa, a terceira capital.
___As duas últimas mudanças de sede foram por motivo de defesa, Viamão por ser mais próximo a Laguna e
ter difícil acesso, e Porto Alegre
por sua posição estratégica de defesa.
___As Câmaras eram presididas
por um “Juiz de Fora” ou “Juiz Ordinário”, que também exercia funções
judiciais para pequenas causas.
___Os “Camareiros” (vereador) eram
escolhidos de maneira indireta, para um mandato de 3 anos, pelo chamado “homens bons do
povo” (os de maiores posses).
Século XIX
Brazil Reino
- Os dois principais caminhos que farão a ligação entre este porto e a Villa de Viamão, conhecidos como a Estrada do Viamão ou da Azenha (av.
Bento Gonçalves), Caminho do Meio
(av. Protásio Alves).
Brazil Império
1822
Independência do Brasil
Em 1822, Brazil, as revoltas se
sucederam, mas foi o século XIX que marcou o seu povo, após uma longa guerra
por independência contra o Reino
Português.
Imigrantes
1824
Em 1824, chegam primeiro os
colonizadores alemães, que irão se instalar no Vale do rio dos Sinos, formando a Colônia São Leopoldo (atual município região metropolitana da
capital).
- Após passou a receber imigrantes de todo o Mundo, italianos, espanhóis,
africanos, poloneses, judeus e libaneses, fez de Porto Alegre um mosaico de
múltiplas expressões, variadas faces e origens étnicas, religiosas e linguísticas.
- Neste momento houve um aumento do comércio da cidade, o que é
associado à chegada de imigrantes vindos da Alemanha, oriundos de uma tradição
mais urbana.
- O principal caminho o da Serra
que liga esta colônia a Porto Alegre, (ira constituir a Estrada de Ferro e rodovia
BR-116).
Cidade Fortificada
___A construção do “muro e seus portões”, que delimitava os limites
físicos da Villa de Porto Alegre,
como uma “cidade medieval”, sobre um morro.
- Este muro foi construído com o objetivo de proteger e defender a villa
(cidade) durante a guerra que já se ensaiava, e ocupava apenas a área que
corresponde aproximadamente ao que hoje é o Centro Histórico (da cidade alta ao
porto).
Villa de Porto Alegre
___Sobre o aspecto e a vida na cidade neste período é dito:
"(...) Porto Alegre era a quarta cidade em população no Brasil.
Com 14 mil moradores na área
urbana, não possuía encanamento, e os esgotos corriam pelas sarjetas.
A iluminação era feita com óleo de tainha, trazido em lombo de mulas da Real Feitoria de Tramandey (atual
município de Tramandaí).
(...) Possivelmente um quarto da população era escrava.
Todos os dias, ás 22 horas, o
sino da Câmara era tocado,
anunciando o “toque de recolher”.
Os “portões da cidade” eram fechados,
sendo permitido apenas o trânsito de pessoas com autorização das forças
policiais, e de escravos que, vigiados pelos militares, limpavam as ruas
(...)".
___Um lugar bastante diferente da Porto Alegre em que vivemos no
século XXI.
1835
Revolução Farroupilha
A 20 de setembro de 1835, irrompe a Revolução Farroupilha, quando Bento Gonçalves, Onofre Pires e Gomes Jardim,
partem de Pedras Brancas (Guaíba) e iniciou
com um enfrentamento ocorrido na própria capital, nas proximidades do moinho na
ponte da Azenha, os Farrapos invadem Porto Alegre, declaram deposto o presidente da província, Fernandes Braga.
A 15 de julho de 1836, os
revolucionários estavam de posse da capital, quando uma reação dos homens leais
ao Império
depuseram e prenderam o presidente então eleito pelos Farroupilhas, Marciano
Ribeiro, foi aprisionado e deposto pelo Marques de Souza, futuro “Conde de
Porto Alegre”.
Independência do Rio Grande do Sul
___Mesmo sufocado, foi este conflito que gravou na história o Mito do Gaúcho
e é até hoje cantado em Hino,
comemorada em desfiles anuais e homenageada com nomes de ruas e parques.
Bombardeios
Os constantes “bombardeios dos Farroupilhas” durante a guerra fizeram com que muitos moradores da cidade se estabelecessem em chácaras distantes. Estas teriam sido os “embriões dos arraiais” (futuros bairros), e que se situavam, normalmente, em torno de capelas ou postos de gado.
___A cidade sofreu vários assédios, mas nunca chegaria a ser invadida
novamente, o que lhe valeu o título de “Cidade mui Leal e Valorosa”,
conferido por Lei
Imperial de
1841.
1848
Desenvolvimento
Desde 1848, com o fim da Guerra dos Farrapos, Porto Alegre retomou seu desenvolvimento e passou por uma forte reestruturação urbana nas últimas décadas do século XIX. A cidade segue em constante progresso, com obrigatoriedade de calçamento e asseio nos passeios.
___Mas ainda não era necessário um “sistema
de transporte público” para que a população pudesse se deslocar pela
cidade.
1861
Em 1861, e a criação da “Companhia Hidráulica Porto-Alegrense”, no Moinhos
de Vento.
Mobilidade
___O tempo urge, a cidade de espalha para os arrabaldes.
- Uma viagem de ida e volta dos arraiais mais distantes
até o Centro da Villa poderia levar
um dia inteiro.
Fonte
no capítulo do livro "Memória Carris: crônicas
de uma história partilhada com Porto Alegre", de 1992.
___Trata-se
do primeiro capítulo do livro, em qual são feitas observações sobre a cidade
após a Revolução Farroupilha (Guerra
dos Farrapos), inicia um processo de urbanização.
___O
texto inicia falando sobre os cinco anos antes do começo da guerra (período
entre 1830 e 1835).
___A Carris
sendo gerida pela história.
Bonde
Maxambomba
___O “transporte urbano de Porto Alegre”
teve uma de suas primeiras iniciativas em 1864.
1864
Bonde – Tração
Muar
Em 1864, Porto Alegre/
Brazil, dois comerciantes locais, o “honorável
cidadão” brasileiro Estácio Bitencourt,
junto ao francês chamado Emílio Gengebre
contratou a construção de uma linha de “carris de
ferro”, bondes de tração animal, puxados por mulas.
- Partindo da Estrada da Várzea alcançava a Azenha e a Estrada do Laboratório, subindo-a até os fundos da Capela do Menino Deus.
___A nova empresa adotou o sistema inglês da Bond and Share (origem da palavra “bonde” no Brasil).
Maxambomba
___O veículo recebeu a denominação de “maxambomba” pela população local, em alusão à locomotiva a vapor usada no Rio de Janeiro, mas aqui em Porto Alegre tem se a certeza que estes veículos utilizavam tração animal, como os Bondes que o sucederam.
Em 01 de novembro de 1864, Porto Alegre/ Brazil, foram
iniciadas as obras de colocação dos trilhos de madeira.
1865
Em 1865, Porto Alegre/ Brazil, foi inaugurado o serviço, a
qual foi aberta a linha entre a foz do Riacho junto ao Guaíba, próximo ao
Centro da cidade e o Arraial do Menino Deus, a “primeira
linha de Bondes”, as Maxambombas “tracionados por mulas” de Porto Alegre e a “segunda do Brasil”, depois do Rio de Janeiro (1859), capital neutra
(Imperial).
Na época, a pacata Cidade de Porto Alegre de apenas 34 mil habitantes, prestes a completar 100 anos de fundação.
Trajeto:
- Iniciava nas escadarias da Praça da Independência (Praça Argentina), percorria toda a atual Caminho da Várzea (João Pessoa), entrava na Azenha até a (Rua Botafogo), seguindo até chegar na Rua Santa Tereza (Getúlio Vargas), indo findar na Capela do Menino Deus.
- Os trilhos das Maxambombas eram
de “madeira” e assentados sobre um terreno
mal sedimentado.
Gondola:
- Um tipo de gondola, comportando até 20 passageiros por viagem, os veículos eram pesados demais, barulhentos, sem nenhum conforto.
___Descarrilhavam a todo o instante.
1866
Em 1866, em
Porto Alegre/ Brazil, na edição do jornal satírico "O Século" foi publicada a
charge da Maxambomba, no qual o chargista
Miguel de Verna satiriza dizendo
que:
"É preciso ser marinheiro de longo curso para não deitar carga ao mar", numa clara alusão aos sacolejos e ao desconforto que os passageiros eram submetidos durante as viagens naquele veículo.
A duração da companhia foi efêmera, pois Estácio Bitencourt, não suportando os prejuízos, não conseguiu manter
os serviços.
1872
Em 1872, Porto Alegre/Brasil, a linha das Maxambomba
foi encerrada, e os Bondes vendidos
à cidade de Rio Grande/RS.
Censo no
Brazil
Em 1872, Brazil, no primeiro Censo Demográfico realizado no Brasil, mostrou que Porto Alegre –
que estava completando 100 anos:
– Possuía 43.998
habitantes.
Centenário de Porto Alegre
___E foi justamente nas comemorações do seu “primeiro
centenário” que a cidade ganhou um “sistema
de transporte coletivo”.
- Uma cidade ainda jovem, mas que já contava com 6 mil moradias, com as pessoas circulando pelas ruas ainda precárias.
Em 27 de fevereiro de 1872, Porto Alegre/ Brazil, o contrato foi celebrado na data, entre Manoel Miranda e Castro (fundador da companhia), seus acionistas e o presidente da província Jerônimo Martiniano Figueira de Melo.
___Porto Alegre, neste momento, passava por um processo de urbanização e
reestruturação.
Decreto Imperial
No
dia 19 de junho de 1872, Rio de Janeiro/ Brazil, capital Imperial, um
decreto assinado por S.M.I. Dom Pedro II alteraria de forma significativa
o cotidiano da Villa
de Porto Alegre:
___É
concedida "à companhia – Carris
de Ferro Porto-Alegrense, – autorização para funcionar" (Decreto nº 4.985), então uma
empresa privada.
Decreto Imperial Nº 4985 - de
19 de Junho de 1872
___A Companhia Carris de Ferro Portoalegrense foi criada com o capital efetivo de 600:000$000, com fundos rio-grandense e carioca, que adquiriu Bondes novos de John Stephenson em Nova Iorque, EUA.
- Foram 7 meses de obras para instalação dos
trilhos, instalou novos trilhos de ferro
com medidas em metro ao longo do mesmo percurso da linha anterior com trilhos em madeira.
Carris – O
Nome
___Carris referia-se ao nome
dos “trilhos” de Bonde, “carril, no plural, carris”.
- Nome comum em dezenas de empresas no Brasil.
- A Companhia Carris
Portoalegrense, contudo, é a única que permanece no Brasil.
Carris – A
Cor
___A cor que é uma referência para a Cia. Carris Porto-Alegrense também é um dos símbolos da Cia. Carris de Ferros de Lisboa.
- Sabe-se que o “amarelo” foi uma das cores símbolo do Império, que tinha D. Pedro II como seu representante máximo.
- Acredita-se, portanto,
que as duas empresas têm o amarelo
como símbolo em homenagem ao antigo Imperador, responsável pela criação das
empresas de transporte de Porto Alegre e Lisboa.
Carris
Porto Alegre – Carris Lisboa
___As duas empresas co-irmãs, foram criadas em 1872, através de decretos assinados por D. Pedro II, Imperador do Brasil.
___No Brasil (Rio de Janeiro), um grupo de investidores brasileiros, fundou uma empresa com o objectivo de explorar os transportes na cidade de Lisboa (Portugal).
A 18 de setembro de 1872, Brazil, Rio de Janeiro, capital do
Império, cidade neutra, a Companhia
Carris de Ferro de Lisboa é fundada.
___A intenção era
implementar, em Lisboa, um sistema
de transporte do tipo americano, com carruagens movidas por tração animal que
se deslocavam sobre carris.
Carris – Autorização
A 14 de novembro de 1872, Porto Alegre/ Brasil, a implementação
foi autorizada pelo Império.
1873
Bonde – Solenidade em Porto Alegre
Em 04 de janeiro de 1873, Porto Alegre/ Brazil, inicia-se a operação de fato da Cia. Carris, é inaugurada a Linha Menino Deus, um Bonde puxado não por burros, mas como a ocasião pedia por uma garbosa “parelha de cavalos brancos” que conduziu autoridades civis, militares e religiosas.
Trajeto:
- Desde a Praça da Independência (Argentina),
junto ao Caminho da Várzea (Avenida
João Pessoa) no Centro, até o Arraial do
Menino Deus, junto a capela, que se ornamentou e as pessoas aplaudiram a
passagem do veículo e das autoridades.
Bonde – Inicia a Circulação
Em 05 de janeiro de 1873, Porto Alegre/ Brazil, circula o “primeiro Bonde” em linha comercial da Carris em Porto Alegre, na Linha Maragem (Menino Deus), a linha mais antiga de Porto Alegre.
As primeiras Linhas:
Maragem
(Menino Deus),
Caminho
Novo (Voluntários da Pátria),
Campo
(Praça D. Pedro II, atual Praça da Matriz), e
Azenha.
- Apesar do progresso que os Bondes
representavam, as dificuldades iniciais do projeto eram grandes.
Viação
Carril Vicinal – Portugal
A 23 de janeiro de 1873, Portugal, Lisboa, o escritor Luciano Cordeiro de Sousa e o seu irmão
Francisco, obtiveram os direitos
para a implantação de um sistema de transporte na cidade de Lisboa, denominado Viação Carril Vicinal e Urbana a Força Animal.
Carris – Vendida
Em
1873, Porto Alegre/ Brazil, a Companhia Carris de Ferro Portoalegrense é vendida para outro grupo
de empresários da cidade.
- Comandado por Eufrásio
Lopes Araújo Filho, este amplia sua atuação pela cidade e implanta nova
infraestrutura de apoio ao serviço.
- O transporte coletivo da cidade foi evoluindo, dinamizando o contexto urbano e alterando o aspecto das ruas e até mesmo dos “futuros bairros”.
Bonde
Tração Muares
Porto
Alegre – Bonde Tração Muares
Em
Porto Alegre/ Brazil, inicialmente, a Carris operou Bondes “tracionados por
mulas”.
- Embora fossem carros relativamente leves, abertos nas laterais, a
dupla de animais precisava de reforço nas subidas.
- Outra parelha ficava no “pé das ladeiras”,
ajudava a puxar o Bonde até o topo e
depois era levada de volta ao ponto de espera.
- Era comum, os passageiros descerem para ajudar os muares, condutores
mal preparados ou mulas teimosas.
- De vez em quando um Bonde
pulava da linha, juntava muita gente para ver o desastre. E dava um trabalhão
para manter os animais quietos, e colocar o bonde novamente nos trilhos.
- Nos dias de chuva, muitas vezes, os passageiros viam-se na
contingência de usar o muque para debaixo do aguaceiro ou do sol inclemente
repor nos trilhos os carros encrenqueiros.
Bonde – Vagabundo e o Guaíba
___Os Bondes tinham apelidos,
o sem toldo era o “Vagabundo”, outro era
o “Guaíba”, por ser grande.
- Bondes puxados a burro eram
operados por um “cocheiro e um condutor”.
Bonde – Cocheiro
___A função do cocheiro era apenas conduzir os animais, ou seja, colocar
em marcha, e parar o bonde.
Bonde – Condutor
___A função do condutor era prestar atenção as pessoas que na rua davam
sinal para tomar o veículo, ou se algum passageiro a bordo do Bonde dava o sinal para descer.
- Cabia ainda ao condutor cobrar a passagem dos passageiros, o condutor
efetuava a cobrança começando pelo primeiro banco, vindo pelo estribo
Bonde – O Apito
___Momento no qual o condutor soava um longo apito. Sinal de aviso para
o cocheiro parar o bonde. Quando os passageiros já haviam descido do Bonde, ou subido ao bonde, e se
sentado.
- O condutor dava outro apito
avisando o cocheiro para colocar o
veículo em marcha.
Bonde – Modelo Americano
___Os primeiros veículos, modelo “americano”,
eram leves e modernos. Depois de algum tempo, eles foram ampliados. Assim,
existiam veículos de diversos tamanhos, transportando de 25 a 40 passageiros
sentados. Os bancos eram inteiriços, com capacidade para cinco passageiros.
- Não havia cobrador e os passageiros compravam os Bonds (nome dado aos bilhetes de passagem) no escritório da
companhia, que se localizava num dos torreões do Mercado Público, no Largo do Paraízo.
___A iluminação dos veículos era feita com lampiões.
Depósito de
Bonds
Em 1873, Porto Alegre/ Brazil, é construído o famoso “depósito de Bondes” no Caminho da Várzea (avenida João Pessoa).
Primeiro depósito de bondes da Carris,
Construído em 1873, Estada da Azenha (av. João Pessoa)
O Nome ‘’Bonde’’– Ferro Carril no Brazil
___Veículos deste tipo podem ser encontrados em todas as médias e grandes cidades do Mundo.
Mas só no Brasil ele tem este nome:
- “Bonde”, em outros países a palavra que designa esse meio de
transporte significa “veículo”, como em:
·
Inglês: “Street-car”, e
· Espanhol: “Tranvia”.
Tal nome traz uma história singular:
- A primeira linha de
bondes estendida em nosso país pelo americano Charles B. Greenough obteve
os dinheiros necessários para a empreitada e fundou a Companhia Jardim
Botânico, garantindo o capital dos investidores mediante um tipo de papel
selado, comum na Inglaterra, conhecida por “Bond” (ação,
apólice), pois não conhecia outro termo.
- As pessoas compraram as “bonds”, o povo ligou o nome do documento ao veículo que o tornara possível.
___E, ainda, a todos
os veículos desse tipo que passaram a trafegar em todas as cidades do país, a
partir do início do século XX.
Porto
Alegre – Enchente
Em setembro de 1873, Porto Alegre/
Brazil, aconteceu uma das “maiores enchentes da
história” da cidade e interrompeu a linha de Bonde por meses.
Viação
Carril Vicinal – Portugal
A 17 de novembro de 1873, Portugal, Lisboa, foi inaugurada a
primeira linha de “Americanos”, carruagens movidas por tração
animal.
Carris – Vendida
Em
1873, Porto Alegre/ Brazil, a Companhia Carris de Ferro Portoalegrense é vendida para outro grupo
de empresários da cidade.
- Comandado por Eufrásio
Lopes Araújo Filho, este amplia sua atuação pela cidade e implanta nova
infraestrutura de apoio ao serviço.
- O transporte coletivo da cidade foi evoluindo,
dinamizando o contexto urbano e alterando o aspecto das ruas e até mesmo dos “futuros bairros”.
1874
Em 1874,
Brazil, Província do
Rio Grande de São Pedro, fim
da – Revolta dos Muckers – a Carris doa 100 mulas para Exército.
Em 1874, Porto Alegre/ Brasil, novos
percursos foram abertos, um saindo do Mercado Público e outro da Igreja da
Matriz, passando pela Várzea (atual Parque Farroupilha), neste ano ficaram
prontas as ligações:
__Linha Cemitério – Entre a
Várzea e o Cemitério da Azenha e
__Linha Caminho Novo – Entre o Mercado, via Caminho Novo até a atual Avenida Eduardo na Floresta.
Nota:
- A Linha Cemitério foi uma das mais antigas implantadas pela Companhia de Carris de Ferro Portoalegrense. O Bonde subia a Rua do Cemitério (Avenida Oscar Pereira) e chegava nas proximidades do Cemitério da Santa Casa.
___Nesta época eram transportados 40 mil passageiros por mês.
1875
Porto
Alegre –Aumento de Tarifa
Em 1875, Porto Alegre/ Brazil, os proprietários da empresa entraram em confronto com a autoridade municipal, exigindo “aumento de tarifa” acima do estabelecido.
___Mas perderam a briga.
1876
Em 1876, Porto Alegre/ Brazil, seria
construída a Usina do Gasômetro.
1888
Em 1888, Porto Alegre/ Brazil, observamos linhas operadas pela Companhia Carris de Ferro Portoalegrense.
Praça
da Alfandega
- Os Bondes saiam da Rua dos Andradas, em frente à Praça da Alfandega, faziam o contorno pela Rua Nova da Praia (Rua Sete de Setembro) passando em frente ao Mercado Público e seguiam para o Caminho Novo (Rua Voluntários da Pátria).
Capela
do Divino
- Outro ponto era a parte fronteira à Capela do Divino ao lado da Igreja Matriz.
1889
Em 1889, Porto Alegre/ Brazil, 16 anos após a primeira viagem de Bonde, a Carris mantinha
3 linhas em funcionamento: ___Menino Deus, Caminho Novo e Parthenon.
Bonde – Cartão
Correspondência
___Em Porto Alegre, nessa época, existia um “sistema de bilhetagem” entre os itinerários do Menino Deus e do Parthenon.
- Era chamado Cartão Correspondência,
o papel que os passageiros recebiam quando entravam no veículo de uma das duas
linhas. Assim, podiam viajar no segundo Bonde
sem o “pagamento da passagem”.
Brasil República
1891
Em 1891, Porto Alegre/Brasil, uma terceira companhia foi criada, Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, instalou trilhos com medidas padrão de 1.435 mm e abriu novas rotas de Bonde em outras partes da cidade.
___A empresa iria fazer as linhas Parthenon,
Independência e Floresta.
1893
Companhia
de Bondes Carris Urbanos
Em 15 de janeiro de 1893, Porto Alegre/ Brazil, o presidente do estado (governador) Julio de Castilhos acompanhado do intendente (prefeito) José Montaury de Aguiar Leitão, inauguram as operações da Companhia de Bondes Carris Urbanos, a terceira companhia criada.
- Os Bondes eram menores que os da Carris de Ferro, os veículos dessa companhia ganharam o apelido de “Caixa de Fósforo”.
- Instalou trilhos com medidas padrão de
Moinhos
de Vento, Floresta, Parthenon (onde o Hospício São Pedro existia desde 1884), Bom Fim, Santana e São João.
1895
Companhia
de Loteamentos
___Porto Alegre/Brasil, muitas das
primeiras linhas atendiam “interesse dos
loteadores”, a associação entre a companhia de Bondes e os proprietários de terras não demorou a acontecer, tem o
caso de Manoel Py, então dirigente
da Companhia Carris de Ferro,
direcionava os trilhos para essas áreas, que logo se transformariam em
loteamentos.
Coronel Manoel Py
- Doava terras para a abertura de ruas, em seguida mobilizava recursos
para que fossem instalados os trilhos, assim foi com a Medianeira, Navegantes, Glória e São João.
- Manoel Py lucrou loteando
os terrenos ao longo de suas vias.
Eletricidade em Porto Alegre
Em 1895, Porto Alegre/ Brazil, ocorreram as primeiras experiências com a “eletricidade”.
___É inaugurada a usina termoelétrica da Companhia Fiat Lux.
1896
Em 1896, Porto Alegre/ Brazil, no mapa,
podemos observar o traçado das linhas das duas companhias e os locais onde
chegavam os Bondes de tração animal.
1899
Até 1899, Porto Alegre/ Brazil, novas
linhas foram instaladas para:
Glória,
e
Theresópolis.
Bonde – Jornada dos Muares
___Os animais de tração, normalmente muares, sofriam muito para puxar o
veículo. Eram comandados aos berros e chicotadas, mas só atendiam ao comando de
palavras conhecidas, e tinham de ser chamados por seus nomes. Caso contrário
não atendiam.
Jornada
___A jornada de trabalho dos animais começava as 06h00 horas da manhã e ia até as 21h00. Os animais tinham
suas peculiaridades e manias.
Teimosia
dos Muares
___Acostumados ao trabalho diário, só faziam força quando comandados por um condutor conhecido, teimavam e não aceitavam comando de desconhecidos, e não adiantava os chicotes, socos e os murros recebidos. Imagine as dificuldades dos novos condutores contratados.
___Empacavam no lugar e não se moviam.
Sota
___Quando das colisões sempre pulavam fora da linha, e nunca se machucavam. Nas rampas e ladeiras íngremes, era sempre
atrelado um animal extra para auxiliar na tração. Este animal recebia o nome de
"Sota", ficava em seu local
aguardando o Bonde, e se juntava
espontaneamente a este, quando este chegava. Quando terminada a tração extra,
descia a ladeira, e ficava novamente aguardando o outro Bonde chegar.
4 Viagens
por Murar
___Os animais normalmente faziam 4
viagens, e após isso eram substituídos por animais descansados. O interessante
é que concluídas as 4 viagens os
animais se recusavam a continuar o trabalho, eram então desatrelados e voltavam
sozinhos para as cocheiras, onde recebiam água e ração.
Século XX
___O transito era calmo e de ritmo vagaroso, nos princípios deste
século, nesta Leal
e Valorosa Cidade de Porto Alegre.
___Para os aristocratas da terra, havia as Caleças reluzentes e os "Coupes" acolchoados; aqueles que não podiam sustentar um cocheiro e uma parelha de raça; tinham a sua disposição, por preço bem razoável, os serviços dos “Carros de Praça”, estacionados no Largo do Paraízo ou Alfandega.
- Os notívagos encontravam sempre o Tílburi (carro de aluguel) amigo, que, sacolejando, salientando sobre as pedras do calçamento, os conduziam ao remanso do lar, depois das farras noturnas.
- Não havia pressa nem confusão, nem atropelos. E a vida toda da cidade
seguia a mesma cadência: ___os porto-alegrenses caminhavam devagar, dentro de
suas sobrecasacas solenes e de seus fraques pelintras, demoravam-se a mesa da Confeitaria Rocco (o ponto mais chic da cidade).
- A avenida, estacionavam para as longas palestras, ou para a embevecida contemplação de damas lindas e espartilhadas no “footing da tarde”.
- Mal adivinhavam a formidável energia renovadora que se formava dentro
de sua cidade e que irromperia de súbito, em obras, construções,
empreendimentos, acelerando-lhe o ritmo da vida e impelindo-a vitoriosamente
para o futuro.
- O aparecimento dos Bondes “elétricos” foi uma das primeiras manifestações
dessa energia transformadora que se ignorava a si mesma, ou, pelo menos não
conhecia a própria potencialidade.
1906
Companhia
Força e Luz Porto-Alegrense
Em 24 de janeiro de 1906, Porto
Alegre/ Brasil, a Companhia de Carris de
Ferro Porto-Alegrense - CFPA e a Companhia
de Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, se fundiram e formaram a nova Companhia Força e Luz Porto-Alegrense -
CFLPA, que mais tarde passou a operar todas as rotas de Bonde e serviços elétricos na cidade.
Papel de ação da Companhia Força e Luz, 1906,
data da fundação, surgiu da fusão entre a Carris de
Ferro e a Carris Urbanus
- A CFLPA começou a “eletrificação do sistema” de Bondes, estabelecendo medidas padrão de
Auto em
Porto Alegre
Em 15 de abril de 1906, Porto Alegre/
Brasil, o “primeiro automóvel” chega a capital
Porto Alegre, também chamado de Auto.
Era um De Dion Bauton, francês, com 1 cilindro e 10 cavalos de força.
"-Porto Alegre já tem um automóvel-"
- Com este título o jornal Correio
do Povo publicava, a chegada do primeiro auto nesta capital.
O industrial e proprietário do Cine Apolo, Januário Grecco havia adquirido, através da Argentina, um automóvel da marca de Dion Bouton, de construção francesa por cinco contos de réis. O automóvel era de 8-10 hp, com iluminação a querosene e movido à álcool.
- Os problemas começaram quando o mesmo foi desembarcado e levado para a Alfândega onde ficou parado, pois em Porto Alegre não havia ninguém que soubesse ligá-lo e muito menos pilotá-lo. A solução foi encontrada na Casa de Correção onde estava preso o italiano Marini Constanti e que conhecia o funcionamento de automóveis.
- Como o preso não podia sair da Casa
de Correção, a solução foi empurrar o carro até lá, onde Constanti deu explicações e instruções
para seu proprietário.
Bonde Elétrico
___O transporte de uma
cidade é também sua vitrine para o Mundo, representação de como “anda” o cidadão urbano. Assim, a
chegada dos elétricos representava a chegada da modernidade às ruas da capital.
___Porto Alegre podia
agora fazer parte da lista de grandes cidades do Mundo, estava em sintonia com
a modernidade e com o progresso. Além disso, os Bondes elétricos agora podiam subir com tranqüilidade as ladeiras
da capital, já que com as mulas a dificuldade era tamanha que, segundo os
cronistas, muitos desciam do Bonde e
ajudavam a empurrar, por “pena dos animais”.
Em 1906, Porto Alegre/ Brasil, se implantaria os Bondes elétricos na capital.
___Durante dois anos, é instalada a rede elétrica na cidade e são feitas demais adaptações nas antigas “linhas de Bondes tracionada a mula”.
___Segundo os cronistas, o cheiro das ruas era “semelhante
a um estábulo”. Mesmo assim, as pessoas costumavam se arrumar para pegar
o Bonde, pois era um evento. As
cores claras, principalmente o branco, eram as mais usadas.
Bonde –
Compra 37 unidades
Em 22 de agosto de 1906, Porto Alegre/ Brasil, foram adquiridos 37 unidades da United Electric Co., em Preston, Inglaterra. (United Electric foi renomeada em 1918 e se associou com a Dick, Kerr & Co.), sendo 2 de “dois andares”.
Em 22 de agosto de 1906, Porto
Alegre/ Brasil, foi encomendado 37 “bondes elétricos” da United Electric Co. em Preston, Inglaterra. (United Electric foi
renomeada em 1918 e se associou com a Dick,
Kerr & Co.), foram numerados de
Bonde – 2
Andares
___Os Bondes 36 e 37 eram de “dois andares”, com 8 bancos no primeiro andar e mais 7 colunas de assentos no teto.
___A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar “bondes de dois andares”, apelidados de “Imperiais”, também conhecido pela
população como “Chopp Duplo”. Eles
serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação, mas faziam
sucesso.
Bonde –
Oficinas
Em 04 de dezembro do ano de 1906, Porto Alegre/ Brasil, foram instaladas as “primeiras oficinas” nas garagens da Cia. Carris Porto-Alegrense. Naquela época a empresa ainda localizava-se na Avenida João Pessoa, perto do local onde hoje se encontra o Viaduto Loureiro da Silva.
- A construção das oficinas nas garagens da Carris foi resultado de um momento importante da história do transporte público em nossa cidade: ___a substituição dos Bondes movidos a “tração animal” pelos Bondes elétricos.
- Com os novos veículos passou também ser necessário um outro tipo de manutenção. Se antes o quadro de funcionários da Carris incluía “ferreiros e tratadores de animais”, a partir de 1906 passaram a ser necessários “mecânicos e eletricistas”.
- As oficinas da Carris
fizeram história em nossa cidade. Poucas pessoas sabem, mas muitos Bondes foram inteiramente construídos
nas garagens da João Pessoa.
1907
Porto
Alegre – O único Carro da Cidade
Em 25 de fevereiro de 1907, Porto
Alegre/ Brasil, o Automóvel de Januário Grecco foi usado pelo então
Presidente da Província Borges de
Medeiros para inaugurar obras no Caminho
Novo (atual rua Voluntários da Pátria).
- O carro foi isento de impostos, pelo prefeito José Montaury, por ser o “primeiro auto” da cidade.
___Nos dias seguintes o carro foi utilizado pelo Presidente do Estado e
o Prefeito em excursões para Viamão
e depois Gravataí, para fins
políticos.
1908
Grande
Dia de Inauguração
Porto
Alegre – Bonde Tração Elétrica
Em 10 de março de 1908, Porto Alegre/ Brasil, inaugura o Sistema Eletrificado Ferro Carril, os Bondes 36 e 37 de “dois andares”, inauguram a linha de “bondes elétricos” em Porto Alegre.
___A viagem inaugural do Imperial
foi no fim da tarde no Bonde 37
(Venâncio Aires) saiu do Caminho da
Várzea (Avenida João Pessoa) até a Rua
Luis de Camões no Parthenon.
Bonde – 2
Andares
___A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar bondes de dois andares, apelidados de “Imperiais”, também conhecido pela população como “Chopp Duplo”. Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação, mas faziam sucesso.
___Os Bondes “elétricos” de Porto Alegre tiveram boa acolhida por parte do público, pois diminuíram o tempo das viagens, e aumentou o número de viagens aos seus destinos.
As linhas iniciais eletrificadas, foram:
- Menino Deus, Parthenon, Glória e Theresópolis.
- Em matéria do jornal Correio do
Povo daquela data contendo informações sobre o funcionamento do novo
serviço:
"Hoje começarão a trafegar os primeiros bondes elétricos nesta capital. As linhas que começaram a serem servidas por essa tração são as do Menino Deus, Partenon, Glória e Teresópolis.
(...) Os bondes partirão da praça Senador Florêncio (Alfandega), não havendo alteração nos preços das passagens. Os novos veículos, além dos letreiros indicando os seus destinos, terão um serviço sistemático de luzes, adotando-se, neste particular, o que tem sido observado nos Bondes elétricos.
Também nos toldos dos Bondes acham-se colocadas grandes placas encarnadas com uma letra maiúscula indicando o ponto a que se destina o veículo. Assim, por exemplo, o Bonde do Menino Deus que tiver a letra V, quer dizer que vai pela Venâncio Aires; e a letra R, pela a rua da República; o Parthenon, com a letra E, vai pela Escola de Guerra, e com a letra R, pelo Campo da Redenção; G é Glória, T, de Theresópolis, e desse modo por diante.
Os Bondes
param em pontos determinados, nas embocaduras das ruas, o que equivale a dizer
que os passageiros só poderão apear-se ou embarcar nas esquinas das ruas, salvo
no inverno, ou em ocasiões de chuvas torrenciais, parando então, aquém ou além
das referidas embocaduras. Os Bondes
pararão em todas as esquinas independentemente do chamado, ou aviso (...)".
Porto
Alegre – Ruas Iluminadas
___A iluminação pública dos bairros passou também a ser fornecida pela Usina Elétrica Municipal.
___A eletricidade nas ruas do Centro, durante a noite, dava a sensação de “vida noturna intensa”, o que geralmente era característico nas grandes cidades. O próprio farol de Bonde durante a noite devia incitar o “ar de novidade”, já que antes o que iluminava o caminho dos Bondes a tração animal eram os antigos “lampiões a querosene”.
___A cidade crescia, novos trilhos
eram colocados, instalados os cabos
elétricos e os “velhos lampiões” eram lentamente apagados, abrindo o
caminho “aos agentes” do progresso.
Bonde – Altos
Custos
___Contudo, nem tudo era alegria na inauguração, o sistema de implantação da eletricidade consumiu investimento, mão de obra e tempo. A empresa, inclusive, afirmava nos Relatórios da Diretoria (anos de 1906 a 1915, disponíveis no arquivo público), serem altíssimos os custos de instalação do novo e revolucionário sistema.
Em 11 de março de 1908, Porto Alegre/ Brasil, no jornal A Federação lia-se, ano da inauguração dos Bondes:
(...) Em todo o percurso das linhas e esquinas havia gente á [sic] espera, não logrando tomar passagem. O povo da cidade, que tomava o Bonde na praça da Alfândega, ia ao fim das linhas e voltava no mesmo bonde. D’est’ate, os habitantes dos arrabaldes, quer para virem a cidade quer para regressarem a cidade, perderam tempo enorme, não conseguindo a maior parte servir-se dos electricos, vendo-se obrigados a tomar carros. (...) Demorado a princípio e com esperas nos desvios, de modo a gastar-se nos eléctricos tempo quase dobrado do que se despendia anteriormente (...)
___Os Bondes eram a modernidade nas ruas, por
outro lado, as dificuldades iniciais eram grandes. No entanto, não faltava o
entusiasmo frente à novidade, representado nas crônicas, poemas e músicas da
época.
Bonde –
Lotados
___Nos primeiros dias do
serviço dos elétricos, eram freqüentes as reclamações de “super-lotação” e de “atrasos em
horários”, ainda cheios
de curiosos, o que atrapalhava a vida dos moradores dos "arrabaldes" que dependiam do transporte para se
locomover até o Centro.
Engenheiro
Inglês Atropelado
Em 1908, Porto Alegre/ Brasil, o
engenheiro inglês que implantou o Bonde “elétrico” em Porto Alegre, no “sistema inglês”, por ironia do destino, conforme
o jornal A Federação, foi “atropelado” por um Bonde que ajudou a instalar.
1911
No final do mês de outubro de 1911, em
Porto Alegre/ Brasil, foram
concluídas as obras de construção do tradicional Chalé da Praça XV.
1912
Em 1912, Porto
Alegre/ Brasil, para que fosse possível a implantação
de um sistema eficiente de Bondes
“elétricos” foi
necessária a construção de uma usina de grande capacidade de geração que fosse
capaz de fornecer força motriz para que vários carros elétricos trafegassem
simultaneamente.
Nova
Usina de Energia – Porto Alegre
___A Companhia de Força e Luz construiu na Rua Voluntários da Pátria quase esquina com a Rua da Conceição (local da antiga loja Mesbla), que além de força motriz para o sistema de Bondes também fornecia energia elétrica para um bom número de indústrias da capital.
___Para tracionar os Bondes era necessária eletricidade de 550 volts corrente contínua. A Cia. fornecia energia elétrica do entardecer até a meia noite.
___A energia era gerada com enormes “motores a vapor” na usina localizada no Centro, onde geradores Ganz produziam uma tensão de 2000 volts, e em cada consumidor a Cia. instalava um transformador para rebaixar a tensão e fornecer 100 volts.
___Na época cada Bonde consumia 55 KW, ou
seja, 100 Ampéres.
1913
Transito de
Auto é Regulado – Porto Alegre
Em 1913, Porto Alegre/ Brasil, o intendente (prefeito), José Montaury, “regularizou o trânsito de automóveis”.
___A velocidade máxima não podia ultrapassar 10 quilômetros por hora no Centro e 15 quilômetros nos bairros.
___Nos cruzamentos, os “carros não poderiam trafegar mais rápido que uma pessoa caminhando”.
Em 08 de maio de 1913, Porto Alegre/
Brasil, trecho do jornal Independente:
(...) Com os aplausos da população, vai sendo regulada a viação urbana nesta capital. Providência utilíssima, precisa ser estendida a outras ruas como a João Alfredo, cujo trânsito já é enorme.
Os veículos que se dirigem da ponte do Menino Deus para a da Pedra, no Riacho, devem todos tomar o lado direito e os em sentido contrário ao lado esquerdo multando-se os condutores que deixarem seu lado com pressa de seguirem.
Outro ponto que reclama regulamentação é o dos condutores de carroça. Nas cidades populosas elas, são obrigados a guiarem os veículos a pé, indo ao lado dos animais e não encarapitados nas cargas.
Principalmente nos veículos tirados por um
único animal, impõem-se a providência, podendo-se autorizar a montaria do
condutor em um dos animais, quando o veículo seja tirado por dois ou mais
números de animais (...).
1914
Último Dia
Muares
Bonde – Tração
Animal
Em 1914, Porto Alegre/ Brasil,
circulou o último Bonde de “tração animal”, que atuavam desde o dia seguinte
à viagem inaugural, os “burros e as mulas” pegaram
no pesado, por mais de 60 anos.
Bonde – “Choro”
composto em um Bonde
Em 1917, Porto Alegre/ Brasil, o
músico Octavio Dutra (1884-1937)
embarcou em um Bonde da Cia. Carris, sentiu-se inspirado e
começou a rabiscar em uma folha de papel.
- Nascia o "Choro composto em um Bonde”.
- Músico exímio, compôs cerca de 500
canções, entre “valsas, choros, polcas” e
outros ritmos. - Recordista nacional de direitos autorais em gravações de
discos no ano de 1915, formou um grupo, o Terror
dos Facões, que é considerado um dos melhores da história do “choro brasileiro”.
1920
Bonde –
Gaiolas, Fechados e Dois Andares
Entre 1909 e 1920, Porto Alegre/
Brasil, a United Electric enviou
para CFLPA mais 2 Bondes de “dois andares”,
numerados 38 e 39, 8 Bondes pequenos e abertos, numerados de
Em 1920, Porto Alegre/ Brasil, as
linhas existentes eram:
- Menino Deus, Partenon, Glória, Teresópolis, Moinhos de Vento, Navegantes e São João.
Nos anos de 1920, Porto Alegre/
Brasil, os Bondes abertos foram
fechados e os 4 Bondes de “dois andares” foram
transformados em Bondes com um
andar.
Bonde – Reboques
Nos anos 1920, Porto Alegre/ Brasil, circularam
os “Bondes elétricos com reboque ou dois trucks”, os
reboques eram na verdade antigos “veículos de
tração animal” convertidos para esta nova função.
Bonde –
Operário ou Caradura
___Os reboques eram chamados de "Operários", por conta de sua tarifa mais baixa, mas o povo os apelidou de "Caradura".
- O período de hegemonia dos Bondes
foi até a década de 1920, quando começaram a circular os primeiros automóveis
movidos a gasolina, querosene ou óleo.
1921
Em 1921, Porto Alegre/ Brasil, aos 37 bondes elétricos com os quais começou a operar o transporte elétrico, a Carris acresceria sua frota, entre 1909 e 1920, 50 “veículos convencionais”, incluindo alguns “semi-conversíveis”.
___Muitos desses seriam reformados e fechados pela empresa com o passar
do tempo nas oficinas da Carris.
1922
Carris
50 Anos
Em 19 de junho de 1922, Porto Alegre/ Brasil, a Companhia Força e Luz, após novamente Companhia Carris Porto-Alegrense – CCPA, comemorou seus 50 Anos de serviços, desde o Decreto Imperial
em 1872.
1925
Em 1925, Porto Alegre/ Brasil, a CFLPA encomendou 10 Bondes fechados da Ateliers de Construction Energie em
Marcinelle, Bélgica: ___5 de
vagão único, numerados de
1926
Em 1926, Porto Alegre/ Brasil, já existiam quase uma centena de Bondes em circulação.
Em 1926, Porto Alegre/ Brasil, o Governo Brasileiro dissolveu a Companhia Força e Luz de Porto Alegre e formou duas companhias separadas para transporte e serviços:
__A nova operadora do serviço de transporte por Bondes era a Companhia Carris Porto-Alegrense – CCPA.
- No mesmo ano, por decisão de sua “assembleia geral”, a companhia de Bondes voltou a se denominar Companhia Carris Portoalegrense.
__A Cia Força e Luz
Porto-Alegrense vende suas usinas para a CEERG, criada em 1923.
Porto
Alegre – Ônibus
Em 1926, Porto Alegre/ Brasil, o “primeiro Ônibus” da cidade, propriedade de Amador dos Santos Fernandes e Manuel
Ramires, passou a oferecer transporte por Ônibus.
1927
Porto
Alegre – Mão-Inglesa
Em 1927, em Porto Alegre, decreto
do intendente Otavio Rocha,
decretava em seu artigo 3:
___
“Todo o veículo deve ser, quanto possível,
conduzido junto à guia do passeio esquerdo”.
1928
Porto
Alegre – Tráfego no Centro
Em 1928, Porto Alegre/ Brasil, a intensificação do tráfego de
veículos, levou a prefeitura a reduzir a superfície da Praça XV, “a fim de dar maior
amplitude às ruas laterais”,
conforme relatório do intendente (prefeito) Alberto Bins, emitido naquele ano.
Carris – Electric, Bond & Share
Em 13 de setembro de 1928, Porto
Alegre/ Brasil, Companhia Carris
passa a ser administrada pela empresa norte-americana Electric, Bond & Share, integrante do grupo liderado pela General Electric, iniciou-se um
programa de importação de Bondes.
Electric, Bond & Share
Em 13 de novembro de 1928, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA foi adquirida pelo conglomerado americano, Electric, Bond & Share, criando a Companhia Carris Porto-Alegrense/ Electric Bond & Share – CCPA/ EBS.
___A empresa prestadora do serviço, a Companhia de Carris Porto Alegrense/ Electric Bond & Share, iniciou um programa de modernização da
frota, com a aquisição, a partir de 1928, de veículos de diversos fabricantes.
Modelo
Brill
Em 31 de dezembro de 1928, Porto
Alegre/ Brasil, a nova CCPA/EBS
encomendou 20 Bondes de vagão de eixo duplo da J. G. Brill na Filadélfia, EUA, que foram numerados de
1929
Carris – Auto-Ômnibus
Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, o “primeiro Ônibus” da Carris
entra em circulação, modelo Yellow Coach,
passou também a oferecer o transporte por Ônibus
para as localidades onde as linhas de Bonde
não chegavam.
Abrigo de
Bondes
Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, o intendente (prefeito) Alberto Bins registrou: ___ “São frequentes as queixas do público a propósito da falta de abrigo coberto à Praça 15 de Novembro”, ponto de reversão dos Bondes que passam pela Avenida São Rafael (futura Alberto Bins).
___Com a próxima mudança de mão no tráfego urbano (mão-inglesa), será necessário remover a curva de ligação das rua Marechal Floriano e praça XV de Novembro. Nesta ocasião, poder-se-á aumentar o comprimento do refúgio existente nessa última rua, ao lado da praça, e bem assim dar-lhe mais um metro de largura, de modo a ficar com espaço suficiente para o “abrigo coberto” que a Cia. Carris imediatamente fará construir nesse local.
Nota:
- Foi criado, então, o “abrigo de Bondes” que dá fundos à Rua Dr. José Montaury. Algum tempo depois, a mesma construção, foi prolongada em sentido perpendicular à rua citada.
Depois de 1929, Porto Alegre/ Brasil,
conforme decisão municipal, devido às restrições de concorrência do Ônibus com o Bonde em Porto Alegre, Amador
dos Santos Fernandes fundou a Empresa
Amador para transportes entre Porto Alegre e São Leopoldo, empresa que deu origem à atual (Central Transportes), de São Leopoldo, foi concorrer com o Trem de Subúrbio.
Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA/EBS comprou 32 Bondes "Birney" de “segunda mão” da cidade de Baltimore, EUA, que
foram numerados de
Carris –
Primeiro Ônibus
Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, os “primeiros Ônibus” da Carris circularam pela capital.
Depois de 1929, São Leopoldo/ Brasil,
Amador dos Santos Fernandes fundou a
Empresa Amador para transportes
entre Porto Alegre e São Leopoldo, empresa que deu origem à
atual (Central Transportes), de São
Leopoldo.
1930
Carris – Lupicínio
Rodrigues
Em 1930, Porto Alegre/ Brasil, o
músico Lupicínio Rodrigues,
trabalhou na Companhia Carris
Portoalegrense como “aprendiz de mecânico”.
1931
Carris – Millers
No ano de 1931, Porto Alegre/ Brasil,
os primeiros modelos de Bondes
produzidos na Carris foram
apelidados de “Miller”.
___O nome foi escolhido em função do projetista e supervisor da
construção, chamado de C. W. Miller,
engenheiro chefe da Carris.
1933
Em 1933, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA/EBS construiu 10 carros "Birney"
por si própria, os chamou de Millers e
os numerou de
1934
Em 1934, Porto Alegre/ Brasil,
adquiriram 20 Bondes de “segunda mão” da Richmond Railways, em Staten Island,
Nova Iorque, EUA, que haviam sido construídos pela Osgood-Bradley em Massachusetts nos anos de 1920. Eles sofreram
bastantes reformas
1935
Mão Inglesa
– Porto Alegre
Em 1935, Porto Alegre/ Brasil, houve
a “mudança de mão de circulação”, pois os Bondes trafegavam na mão esquerda, por
conta da “influência dos ingleses”, que
implantaram o serviço de Bondes “elétricos”.
Bonde –
Abrigo Praça XV
Em 1935, Porto Alegre/ Brasil, em
relatório do intendente (prefeito)
Alberto Bins, consta a seguinte
explicação:
“Em consequência do novo traçado dos Bondes, que, descendo a nova Avenida Borges de Medeiros,
circundará a Praça Montevidéu, tornou-se necessário o prolongamento do abrigo da Praça XV de Novembro, a fim de
atender aos passageiros da linha a ser, em breves dias, inaugurada.
- O abrigo está sendo prolongado numa
extensão de 38 metros, com uma área
coberta de 364 m2. Apresentará
perfeita ligação com a parte construída, tendo sido demolida parte da
construção antiga, para poder ser satisfeita tal exigência.
___À parte central, está construído um “torreão de forma elítica”, que dá ao conjunto belo aspecto arquitetônico”.
1936
Em 1936, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA/EBS comprou mais 20 Bondes
da Eastern Massachusetts Street Railway,
construídos em 1923 pela Kuhlman,
que foram numerados de
1937
Bonde Texano
Em 1937, em Porto Alegre/ Brasil, eles
juntaram 14 Baltimore Birneys, foram construídos 7 Bondes de “lado curvo e eixo duplo”,
que foram apelidados de "Texanos"
e numerados de
___O número 47 é designado Dom Pedro II.
1939
Segunda
Guerra Mundial
Durante 1939-1944, Brasil, na Segunda Guerra Mundial, o pais passou por vários períodos de “racionamento de combustível”. Os veículos que
necessitavam de óleo e gasolina são obrigados a reduzir suas atividades. O
transporte de Bondes fica “sobrecarregado” e a Carris coloca 16 carros
reserva em funcionamento, aumentando a frota de 85 para 101 veículos.
Carris –
Mulheres
___É também durante o período da Segunda
Guerra que grande parte das tripulações da companhia é requisitada pelo
Exército. A Carris tenta então “contratar mulheres” para o serviço de condutor
(cobrança de passagem) mas a medida é vetada pelo Ministério do Trabalho do governo Getúlio Vargas.
1940
No ano de 1940, Porto Alegre/ Brasil,
trouxe consigo 4 Bondes grandes de
York, Pensilvânia, EUA. 3 unidades
principais construídos pela Brill
foram numeradas de
Em 1940, Porto Alegre/ Brasil, também
chegaram 12 Bondes de “12 janelas” da Perley Thomas Car Works em High Point, Carolina do Norte, EUA,
construiu para a cidade de Miami em 1925. Eles foram numerados de
Bonde –
Quebra do Monopólio
Em 1940, Porto Alegre/ Brasil, houve
a quebra do monopólio do “serviço de Ônibus” (quando ocorreu a
entrada de novas empresas que se dedicavam à exploração do transporte
coletivo), a falta de interesse de americanos e ingleses na fabricação de
veículos com “tração elétrica”, a injeção de
capital estrangeiro para a montagem de fábricas de automóveis, caminhões e Ônibus, fizeram o serviço de Ônibus prosperar.
1942
Ônibus à Diesel
Em 1942, São Leopoldo/ Brasil, a Central Transportes, adquire o “primeiro Ônibus a diesel” do Rio Grande do Sul da marca Büssing-Nag.
1945
Entre 1925 a 1946, Porto Alegre/
Brasil, a Carris desenvolveu um
programa de ampliação da frota comprando 161 Bondes “elétricos” de “dois trucks” – 151 dos Estados Unidos e o 10
da Bélgica.
1946
Em 1946, Porto Alegre/ Brasil, mais 25 Bondes de “eixo
duplo”, construídos pela Osgood-Bradley,
em 1927 para a Worcester Street Railway,
em Massachusetts, EUA, foram enviados para Porto Alegre.
- Sua nova numeração em Porto Alegre foi de
1950
Bondes Coca-Cola
Na década de 1950, Porto Alegre/
Brasil, se tornaram populares na cidade os Bondes
“Coca-Cola”, um modelo norte-americano
reformado na Carris e pintado de
vermelho e branco.
Em 1950, Porto Alegre/ Brasil, haviam
os veículos fechado do tipo de “dois trucks”,
que foi adquirido pela administração norte-americana com a finalidade de
modernização da frota.
Carris – Trolleybus
- Estudo
Ao longo da década de 1950, Porto
Alegre/ Brasil, foi projetado o serviço de Trólleybus
para auxiliar o serviço de Bondes,
porém somente foi iniciada a operação na década seguinte.
1952
Carris – Bond
& Share Abandonada
Em 1952, Porto Alegre/ Brasil, “sucessivas greves” e o evidente desinteresse dos
norte-americanos da Bond & Share
em manter o transporte por Bondes
levam a prefeitura de Porto Alegre a intervir na companhia.
1953
Bonde – Hino
do Grêmio
Em 1953, Porto Alegre/ Brasil, durante
uma greve no serviços de Bondes da Carris, o músico Lupicínio Rodrigues, inspira-se para compor o Hino do Grêmio Foot-Ball
Porto-Alegrense, cujos versos
iniciais se referem à falta do transporte para levar os torcedores até o
estádio que ficava no Moinhos de Vento:
"Até a pé nós iremos; para o
que der e vier;
Mas o certo é que nós
estaremos;
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver".
Carris –
Encampada
Em 29 de novembro de 1953, Porto
Alegre/ Brasil, foi aprovada na Câmara
Municipal a encampação pela Prefeitura
de Porto Alegre do controle acionário da empresa americana CCPA/ Electric Bond & Share, pela Lei 1069, que determina a encampação, é aprovada por 17 votos a 2 dos Vereadores.
Carris –
Empresa Pública
___A Cia. Carris, se tornou “empresa pública”,
uma sociedade de economia mista com
o controle acionário da Prefeitura de
Porto Alegre, que detinha 99,9%
das ações, durante o mandato do prefeito Ildo
Meneghetti.
Nota:
- Na época da empresa
norte-americana Bond & Share,
não tinha mais interesse no serviço de Bondes.
Assim, investimentos eram cortados visando seu “sucateamento”.
Carris –
Sucateamento
___Com o encampamento da empresa de Bondes
pela prefeitura, no momento em que a prefeitura assumiu a companhia havia um
imenso “cemitério” de Bondes, fruto do descaso com o transporte coletivo. Os mecânicos eram proibidos de consertarem
os veículos.
- Quando um Bonde estragava
ia direto para o depósito.
- Assim, quando o poder municipal assumiu, havia somente 70 veículos funcionando e cerca de 46 estavam prestes a virar sucata.
___Assumindo a Bond & Share/ Carris como interventor José Antônio Aranha, irmão do ministro Oswaldo Aranha.
- Logo que pôde chamou Sarubby
de São Paulo/SP –
especialista em renovação de carros - e em 03 meses toda frota já estava em
circulação. Nada teria sido feito, contudo, sem a atuação dos mecânicos.
Carris –
Reforma de Bondes
Na década de 1950, Porto Alegre/
Brasil, contrariando determinação dos “norte-americanos”
que controlavam a Carris,
alguns mecânicos reformavam os Bondes
para evitar o sucateamento deste meio de transporte.
Carris –
Mecânicos, Dia a Dia
__Na Carris, a data 25 de
julho, Dia do Mecânico é relembrada
todos os anos, os funcionários recebem homenagem e os parabéns que merecem, com
o tradicional churrasco e lembranças.
- No dia-a-dia dos rodoviários, os mecânicos
são as figuras menos vistas pela população. No entanto, são essenciais para o
bom andamento do trânsito e o funcionamento do transporte coletivo.
- A manutenção é um dos únicos setores da Carris que funciona 24 horas
por dia para que Bondes e Ônibus circulem nas ruas em perfeito
estado. São os trabalhadores por trás das cortinas, que trabalham todos os dias
para que o espetáculo seja perfeito. Historicamente os mecânicos estiveram presente em vários momentos na história da
Companhia.
- Frente ao sucateamento dos Bondes,
os mecânicos desempenharam um
importante papel na manutenção dos serviços prestados pela Carris.
- Não só no passado, mas atualmente os mecânicos continuam sendo indispensáveis para que os serviços
prestados aos passageiros se dêem em perfeita ordem.
1954
Entre 1928 e 1954, Porto Alegre/
Brasil, a Carris foi administrada
por uma empresa norte-americana, a Bond
& Share.
___Neste período começam a circular na cidade os primeiros “Auto Omnibus”, que posteriormente iriam concorrer
com os Bondes.
___Com suas finanças em bancarrota, a empresa pede sua encampação pela
Prefeitura.
Ônibus e
Bonde - Separados
Em 19 de fevereiro de 1954, Porto
Alegre/ Brasil, os americanos retornaram a operar no transporte da cidade, e os
“Ônibus transferidos” para a companhia DATC.
1956
Bonde – Motivo
da Crise
Entre 1947 e 1956, Porto Alegre/ Brasil, houve o
congelamento das passagens, este período faz a Carris mergulhar em profunda crise.
Neste momento, os Bondes
passam a ser enxergados como “veículos lentos,
velhos e barulhentos”. Além disso, os trilhos usados pelos Bondes impediam que as ruas fossem
pavimentadas com cimento ou asfalto, e os paralelepípedos causavam danos às “suspensões e molas dos automóveis”, já bastante
populares nesta época.
A concorrência com as “empresas de Ônibus particulares” e os
constantes problemas no fornecimento de energia elétrica (o que causava
interrupção nas viagens de Bondes)
fez com que paulatinamente a população fosse optando pelo transporte
rodoviário.
Era do Ônibus
Carris – DATC
Em 1956, Porto Alegre/ Brasil, a Carris encerra o serviço de transporte
por Ônibus, transferindo seus
veículos para o Departamento Autônomo de
Transportes Coletivos (DATC).
___Os Bondes seguiram
operando durante décadas, continuando a arcar com grande parte do transporte de
passageiros, que os Ônibus pouco a
pouco tomavam conta.
___Em Porto Alegre, assim como em outros estados, boa parte do tempo os Bondes foram fechados não “gaiola”.
Bonde – Ponto
de Parada
___No início dos elétricos na Capital, as “paradas
eram nas esquinas” o que causava evidentes transtornos.
Com o passar do tempo, foram colocadas paradas nos lugares apropriados.
No entanto, muitos continuavam descendo fora delas, mais perto de suas
residências.
Isso ocorria porque o Bonde,
especialmente no início, não era muito rápido (em torno de 15 km/h). Isso, evidentemente, não era aconselhável, pois os riscos
de acidentes eram vários, e muitos realmente ocorreram enquanto os veículos
andavam nos trilhos.
Bonde –
Carnaval
Na década de 1950 e 60, Porto Alegre/
Brasil, durante o período de Carnaval,
havia o Bonde do Carnaval, onde as
pessoas fantasiadas que se deslocavam para os desfiles ou bailes, começavam a
festa junto aos Bondes. – Bons Tempos!
Bonde –
Período Áureo
Décadas de 1950 e 60, Porto Alegre/ Brasil, a Cia. Carris chegou a possuir 229
carros – 130 norte-americanos, 89 ingleses e 10 belgas.
Com os 130 Bondes Americanos,
89 Ingleses e
10 Bélga,
e suas adaptações realizadas
nas Oficinas da Cia. Carris,
Porto Alegre se tornou o
maior Museu de Bondes em operação do
Mundo.
1961
Até o ano de 1961, Porto Alegre/
Brasil, o novo Departamento Autônomo de
Transportes Coletivos - DATC
informou que foram transportados 89
milhões de passageiros foram transportados pelos Bondes em 105 anos do
sistema, sendo utilizados para isso 103
Bondes.
Carris –
Serviços para Empregados
Nas décadas de 1950 e 60, Porto
Alegre/ Brasil, alguns serviços para os funcionários funcionavam na sede da Carris, então na Avenida João Pessoa.
Barbeiro:
- Uma boa apresentação era requisito para o padrão de atendimento, daí
os trabalhadores não dispensarem a ida ao barbeiro.
Serviço de Barbeiro
Décadas de 1950 e 60, sede da Carris, na avenida João Pessoa.
Sapateiro:
- Motorneiros de Bonde e
cobradores dispunham de calçados sempre bem aprumados graças ao trabalho de
dedicados sapateiros.
Carris – O
Transviário
Em março de 1961, Porto Alegre/ Brasil, o senhor Pedro Carneiro Rodrigues (que ingressou
na Carris em 1938 como motorneiro), conta da criação do jornal "O Transviário".
Atualmente o jornal "Volante",
que é produzido na Cia. Carris e
distribuído entre os funcionários. O Transviário é um antecessor do "Volante", com a diferença de que o
primeiro era produzido pelo Sindicato e não por um setor interno da Carris.
Trecho do material do senhor Pedro
em que ele conta como foi criado o jornal "O
Transviário":
"(...) Em março de 61, nasceu o jornal
"O Transviário", que
possuía a seguinte diretoria: Diretor: Martíner
de Araújo Lopes, Secretário: ___Rubens
Pereira de Frúas, Tesoureiro: Sérgio
Coimbra Duarte, Comissão de Propaganda: Antenor Borges Clavê, Pedro Carneiro Rodrigues, Mário Dias Ramos e
Leoni Leite. Conselho Fiscal: Waldomiro
Pereira Barth, Roque Piffero Marques e Marcino Ribeiro Netto.
Como membro da comissão de propaganda,
visitei várias casas comerciais em busca de patrocínio em troca de propaganda
no jornal. Junto com o senhor Gusmão
Souza, requisitado pelo Sindicato, datilografávamos as matérias para serem
publicadas.
Eu fazia a paginação e levava para a
tipografia imprimir as matérias. Quando saiu a primeira edição do jornal, fui
de madrugada para as estações de Bondes da Carris
para entregar os jornais aos assinantes e vendê-los aos não assinantes. Eu
fazia o meu serviço nas horas de folga.
O senhor Rubens Pereira de Freitas, Secretário do jornal, fazia a
distribuição do jornal aos deputados, vereadores e outros Sindicatos. Pelo
correio enviava o jornal ao Sindicato
dos Trabalhadores da Cia. Carris do Rio de
Janeiro e aos assinantes do interior do estado. Quando havia muito trabalho a
fazer, o Sindicato requisitava a minha ajuda (...)".
Carris – Uniforme
Completo
___O uniforme tradicional a “roupa caqui”,
calça, casaco, camisa, gravata e quepe, obrigatórios para Motorneiro
e Trocador, no trabalho diário de conduzirem
o Bonde, embarque e desembarques, e
ajudar no fim da linha, alterar o lado do comando do Bonde.
Carris –
Padrão Americano
___A Companhia Carris foi
famosa no tempo em que utilizava um “padrão
administrativo americano”. Disciplina e rigorismo eram essenciais em todo
e qualquer setor da empresa, o que denotava uma administração impecável. E
assim era também no quesito de treinamento.
O treinamento mais rigoroso envolvia candidatos a Motorneiro de Bonde,
nome dado ao profissional que conduzia o veículo.
Carris – Motorneiro
___O Motorneiro era, em
verdade, o "motorista do Bonde". O
treinamento não poderia ser superficial, visto que, no dia a dia, esses futuros
profissionais teriam muitas vidas humanas sob sua responsabilidade.
- Por vários dias, um Bonde devidamente
identificado com os dizeres "EM
TREINAMENTO", circulava pelas diversas linhas que constituíam a rede
ferroviária da Carris. No comando do
grupo de aprendizes, estava sempre um profissional experiente e conhecedor de
todos os meandros da arte de "pilotar" um
Bonde, que procurava intensificar,
na prática, os conhecimentos trazidos das aulas teóricas.
Bonde –
Freios
___O Bonde era considerado um
veículo seguro. Essa segurança era devida aos diversos sistemas de freio que
ele possuía. Todo Motorneiro era condicionado
a conhecer e saber usar os recursos que o veículo oferecia. Entre esses estava
o freio normal a vácuo, acionado por uma alavanca manual junto ao controle do Bonde; a reversão, recurso em uma chave
que, ao ser invertida na sua posição, fazia o Bonde “andar para trás”; uma
alavanca redonda, à direita dos controles, quando girada manualmente, acionava
o “freio mecânico”; um sistema que, em dias
de chuva, colocava areia sobre os trilhos para evitar derrapagem. Além desses,
havia mais outros recursos que poderiam ser acionados em emergências.
Bonde –
Aprendiz
- Os aprendizes portavam orgulhosos seu uniforme cáqui, tradicional da Carris, devidamente limpos, bem
passados e "engomados". O
fardamento impecável era parte de cobrança ao bom profissional.
Bonde – Seu
Eugenio – O Instrutor
___Um dos
artífices na formação de novos Motorneiros
era seu Eugênio. Figura
respeitadíssima por todo servidor que teve a graça de conviver com ele em
diversos momentos da Carris.
- Respeitado por seu rigorismo e por sua disciplina, que se refletiam
até no ritual que mantinha nos horários de início e fim dos intervalos para o
cafezinho, hábito mantido pela manhã e tarde no expediente da empresa.
- Segundo relato de velhos Motorneiros,
seu Eugênio postava-se na plataforma
dianteira, ao lado do aprendiz, e ali solicitava-lhe as tarefas para que só a
presença do instrutor ali era motivo de muita tensão.
- Para complementar o teste seu Eugênio
solicitava ao futuro Motorneiro:
___Me dê a sua túnica (casaco do uniforme).
- Ato contínuo, ordenava ao aprendiz: 'Agora
coloque oito pontos'.
- Oito pontos era a
velocidade máxima, possível de ser desenvolvida pelo Bonde e, normalmente, a pedida era feita uma grande reta. Quando o Bonde atingia a velocidade máxima, seu Eugênio jogava nos trilhos a túnica
impecável do aprendiz. Neste momento, ele se dividia em ações nos controles do Bonde, usando todos os seus recursos de
freio para preservar sua peça do uniforme. A partir daí duas coisas poderiam
acontecer: - o veículo era freado antes de atingir a túnica e o comentário era:
___Muito bem, se fosse uma pessoa
o senhor não a teria matado.
Caso contrário além de destruir a peça do seu uniforme, o comentário era
outro:
___O senhor está reprovado. - Se sua túnica fosse uma pessoa, ela agora
estaria morta.
O Bom Resultado: além de
perder o casaco, o candidato perderia também o emprego.
Carris –
Trocador
___O Cobrador, uniformizado
percorria o Bonde de um extremo ao
outro. Nas paradas, ele saía de um extremo e entrava pelo outro.
- As cédulas, ele dobrava no comprimento e colocava no vão entre dois
dedos de um das mãos. As moedas, muito comuns na época, eram acomodadas na
outra mão, com os dedos unidos, formando quase uma concha, como uma pilha.
- O cobrador andava, tendo que lembrar quem havia pagado e quem não, e
fazia um movimento com as moedas que tilintavam, avisando aos passageiros, que
ele estava chegando, para prepararem o dinheiro.
Carris – Linha
Menino Deus
___O Bonde iniciava a viagem
no “Abrigo de Bondes” da Praça XV, atrás da Casa Guaspari, nos fundos da Livraria Globo.
- O Bonde subia a Avenida Borges de Medeiros, passava sob
o viaduto da Rua Duque de Caxias,
dobrava à esquerda na Praça Gen. Daltro
Filho e seguia pela Rua José do
Patrocínio.
- Dobrava à direita na Rua da
República até a Rua João Alfredo,
pela qual chegava à Avenida Getúlio
Vargas, terminando seu percurso na Rua
José de Alencar, próximo da Avenida
Praia de Belas.
Vale
a pena Lembrar.
1962
Carris – A
Transviária
Em 1962, Porto Alegre/Brasil, foi
realizado o concurso a "Mais Bela
Transviária", com apoio do Sindicato.
- A “bela Transviária” em questão é a
senhora Maria Rosa Vecchio, que
trabalhou por várias décadas aqui na Cia.
Carris.
1963
Tróllebus
Carris – Trolleybus
No dia 07 de dezembro de 1963, Porto
Alegre/ Brasil, o DATC - Departamento
Autônomo de Transportes Coletivos, decidiu substituir o transporte sobre
trilhos por Ônibus – tracionados a motor elétrico (pois os Bondes eram considerados muito lentos).
___Similar aos Ônibus
convencionais, os Trolleybus
rodam por meio de pneu de borracha e não sobre trilhos, como o fazem a maioria
dos veículos elétricos (como trens ou Bondes).
___A energia chega através de hastes, denominadas tecnicamente como
alavancas que ficam sobre a carroceria, em permanente contato com a fiação
específica que acompanha o percurso. Os Trólebus
têm parte de sua estrutura elétrica baseada nos Bondes dos EUA.
___Foram adquiridos Trólebus equipados
com chassi FNM, carroceria Massari e componentes elétricos Villares, no total de 9 unidades:
4
trólebus do tipo Caio/Massari/FNM/Villares, e
5
veículos do tipo Massari/Villares.
___Planejava-se instalar 100,
mas foram comprados 9, sendo 4 usados. Entre os investimentos, era
necessário readaptar a voltagem das redes dos Bondes.
___Inaugurou 2 linhas Trolleybus, com 5 unidades, que se deslocaram entre o Gasômetro e o Menino Deus.
Em sua extensão máxima, o percurso dos Trólebus atingiu apenas 10
km de rede elétrica e em cinco anos de funcionamento, houve apenas 2 Linhas
de Trólebus:
Auxiliadora,
transportando em média 900
passageiros por dia, e
Menino
Deus, transportando em média 400 passageiros
por dia, segundo dados da companhia.
O sistema não teria funcionado a pleno devido a problemas de “adaptação da voltagem da rede elétrica” e também
porque os veículos tinham defeitos nos freios.
1966
Em 29 de setembro de 1966, Porto
Alegre/ Brasil, a Companhia Carris
retoma o transporte por Ônibus da DATC - Departamento Autônomo de Transportes Coletivos.
Bonde Gaiola
da Duque
___O Bonde “Duque”, geralmente “modelo
gaiola”, ligava a Rua Duque de Caxias ao Abrigo dos Bondes, em frente ao Mercado.
- Era uma linha curta, percorria a rua sem observar as paradas, o motorneiro parava em frente das casas
quando via moradores esperando.
Carris –
Decisão pelo Modal Ônibus
___A Carris amplia seu
serviço de Ônibus e decide abandonar
definitivamente o “serviço de Bondes”.
___Foram comprados 30 veículos Ônibus, modernos com
“motor a óleo diesel”.
Ônibus na
Linha Duque
Nesta data, Porto Alegre/ Brasil, 3 Bondes
da Linha Duque (que circulava pelo
Centro desde a década de 1910), na cidade
alta, são substituídos por Ônibus
a “diesel”.
Linha Circular
Carris –
Linha Circular Duque
___A nova linha de Ônibus
recebeu o nome de "Circular Duque",
era o início das linhas circulares em Porto Alegre.
___Foi o fim de uma era repleta de histórias do chacoalhar do Bonde gaiola
subindo ou descendo a rua Duque de
Caxias, iniciando o processo que culminaria com o fim dos Bondes elétricos.
1969
Trólebus –
Fim da Experiência
Em 19 de maio de 1969, Porto Alegre/
Brasil, circularam os últimos Trólebus,
a extensão do percurso atingiu apenas 10
km de rede elétrica.
- Em cinco anos de funcionamento, houve apenas duas linhas de trólebus: -Gasômetro e Menino Deus.
- Tendo 5 dos veículos ainda
em bom estado, sido vendidos para Araraquara/SP
e os quatro restantes como sucata.
___Supreendentemente, o serviço de Trólebus
fracassa, seja pela insuficiência de força da rede elétrica e seu custo, ou
pela campanha deflagrada pelo Sindicato
dos Rodoviários e imprensa, que viam o “transporte
de tração elétrica” como___ ineficiente
e um atraso para a cidade.
Nota:
- Alguns Trólebus que rodaram na cidade paulista de Araraquara pela CTA, pertenceram à Carris e rodaram até a década de 2000.
Em 1969, Porto Alegre/ Brasil, mais 90 Ônibus a “diesel” são
adquiridos pela Carris.
Carris –
Fim da Linha Assis Brasil
Em 05 de junho de 1969, Porto Alegre/
Brasil, os Bondes da Linha Assis Brasil, que circulavam até a Avenida Assis Brasil, são substituídos por Ônibus.
Carris –
Fim + 2 Linhas
Em 26 de outubro de 1969, Porto
Alegre/ Brasil, a Linhas Petrópolis
e Linha Gasômetro-Escola trocam o Bonde por Ônibus.
1970
Em 1970, em Porto Alegre/ Brasil, ainda
operavam os últimos Bondes “elétricos”, nas Linhas Theresópolis, Parthenon
e Glória.
Em 08 de março de 1970, Porto Alegre/
Brasil, corre o “último” Bonde na capital.
Dia
Triste
Bonde – Passeio
da Saudade
Em 08 de março de 1970, Porto Alegre,
capital do Rio Grande do Sul, 62 anos depois da inauguração do primeiro Bonde “elétrico”,
irá sair as últimas viagens.
___O Prefeito Telmo Thompson
Flores, jornalistas e convidados percorreram as linhas:
P - Parthenon,
G - Glória e
T - Theresópolis.
___Naquele dia, os “passageiros não pagaram
passagem”, o DATC utilizou o
último Bonde o número 113
em Porto Alegre.
Bonde – A
Última Viagem
___As 20h30, logo após a desativação do sistema de Bondes de Porto Alegre, se desloca para a garagem e oficinas da Companhia Carris Portoalegrense na
esquina da Sarmento Leite com João Pessoa.
Instalações da Carris
Avenida João Pessoa, esquina com
Rua Sarmento Leite. Começo dos anos 1970
Em 09 de março de 1970, Porto Alegre/
Brasil, começou o trabalho de retirada da rede, dos trilhos ou sua cobertura
com asfalto.
- Consultando o livro: "Memória Carris:
Crônicas de uma História Partilhada com Porto Alegre", temos a
seguinte descrição do ocorrido:
"(...) O bonde circulou pela última vez
em Porto Alegre, depois de 98 anos
de serviço prestado à comunidade, em 8 de março de 1970.
O dia foi um misto de luto, saudosismo e
euforia.
Trajando suas melhores roupas, pais, filhos,
curiosos, ricos, pobres e pessoas das cidades vizinhas se acotovelavam na
frente da sede da Carris, na Avenida
João Pessoa, e nas paradas esperando a última viagem de Bonde.
Houve solenidade de despedida, à qual
compareceram o Prefeito, o secretariado, autoridades civis, militares e
eclesiásticas.
O Sindicato
dos Metroviários hasteou as bandeira do pavilhão a meio-pau, em sinal de
luto.
Circularam pela cidade, neste triste dia, as
linhas G - Gasômetro, T - Teresópolis, e P - Partenon.
____Toda a população pode usufruir do serviço dos
elétricos gratuitamente.
___Às 20h30min, o último elétrico foi recolhido ao
depósito de Bondes. Alguns
motorneiros e tripulação choravam solitários na frente da sede da Carris (...)".
Bonde – Morte
Anunciada
___Foi uma morte anunciada, pois nos anos 1950, os Ônibus transportavam mais e mais passageiros. As distâncias ficaram
maiores com a expansão e desenvolvimento da cidade e os Bondes muito lentos, foram ficando para trás.
Bonde –
Agonia e Extinção
___Os Bondes elétricos povoam
as lembranças dos porto-alegrenses. Muitas vezes somos perguntados sobre os motivos
que levaram ao fim dos bondes em nossa cidade. No livro "Memória Carris: crônica de uma história partilhada com Porto
Alegre", de 1999, encontramos algumas informações que ajudam
entender esta decisão:
___Com este livro ficamos sabendo, por exemplo, que em 1956 a Carris passava por grandes problemas
financeiros, aliás, como sempre. (Gestão)
- Com a quebra do monopólio do serviço de Ônibus em 1940 (quando ocorreu a entrada de novas empresas que se
dedicavam à exploração do transporte coletivo), a falta de interesse de
americanos e ingleses na fabricação de veículos com tração elétrica, a injeção
de capital estrangeiro para a montagem de fábricas de automóveis, caminhões e Ônibus e o congelamento das passagens
(entre 1947 e 1956), fazem a Carris
mergulhar em profunda crise.
- Neste momento, os Bondes passam
a ser enxergados como veículos lentos, velhos e barulhentos. Além disso, os
trilhos usados pelos Bondes impediam
que as ruas fossem pavimentadas com cimento ou asfalto, e os paralelepípedos
causavam danos às suspensões e molas dos automóveis, já bastante populares
nesta época.
- Sabemos que a concorrência com as empresas de Ônibus particulares e os constantes problemas no fornecimento de
energia elétrica (o que causava interrupção nas viagens de Bondes) fez com que paulatinamente a população fosse optando pelo
transporte rodoviário.
Em setembro de 1966, a “administração
municipal, seguindo o restante do pais, que estava errado em sua decisão, e
interesses diversos”, a Carris
amplia seu serviço de Ônibus e
decide abandonar definitivamente o serviço de Bondes. Foram comprados 30
veículos modernos com motor a óleo diesel e, nesse mesmo ano, os Gaiolas da Linha Duque são substituídos.
Ainda em 1969, mais 90 carros
a diesel são adquiridos pela Carris,
e os elétricos substituídos por Ônibus:
Linha
Assis Brasil,
Linha
Petrópolis,
Linha
Gasômetro – Escola e
Os Trólleibus
da Linha Menino Deus.
- Era o golpe final no serviço de “tração
elétrica” (...) A população celebrou o dia com um misto de tristeza pelo
fim de um ciclo e euforia pelo início de um novo tempo, que logo já traria “problemas novamente”.
- A maior parte da frota de Bondes
foi destruída, mas o DATC guardou o
modelo Texano número 46 e vários modelos Brills, incluindo o 113 e o 123.
- Com o fim da operação dos últimos Bondes,
a Secretaria Municipal de Transportes
reconfigura as “linhas de transporte coletivo
urbano” de Porto Alegre, e a Carris
passa a operar “linhas de ônibus” com
trajetos semelhantes aos anteriormente percorridos pelos Bondes.
___Exceto pela cidade de Santos/
SP, em 1971, Porto Alegre foi o último grande sistema de Bondes a encerrar as atividades no Brasil.
Assim, Porto Alegre foi a segunda a
instalar o sistema de Bondes no
Brasil e a penúltima a encerrar a atividade.
Carris
100 Anos
1972
Em 19 de junho de 1972, Porto Alegre/
Brasil, a Companhia Carris
Portoalegrente completou 100 Anos
de serviços prestados e muito história.
Carris – Serviço
de Ônibus Diferenciado
Nesta década, em Porto Alegre/
Brasil, a Carris operou os “primeiros Ônibus com ar condicionado” da história
de Porto Alegre, os veículos operavam serviço seletivo que atendia a região do bairro
Bela Vista e eram equipados ainda
com “rodomoça, cafezinho e jornal” a bordo.
1973
Região
Metropolitana
Em 1973, Porto Alegre/ Brasil, é
criada a Região Metropolitana de Porto
Alegre, inicialmente formada por 14 municípios.
Carris –
Nova Sede
Em fevereiro de 1973, a Companhia Carris transfere sua sede
para a Rua Albion, no bairro Partenon, Zona Leste de Porto Alegre.
Sede Partenon
Carris –
Demolida Sede de 1873
___A sede tradicional na João Pessoa, esquina Sarmento Leite, seria
demolida para dar passagem a Primeira
Perimetral, na ânsia
desenvolvimento da administração municipal, tendo o estado todo, demoliram para
construir sobre.
1974
Carris –
Escola de Motoristas
Em 1974, Porto Alegre/ Brasil, foi
implantada na Carris uma Escola para Motoristas.
1975
Porto Alegre – METROPLAN
Em 1975, Porto Alegre/ Brasil, é
criada a Fundação de Planejamento
Metropolitano - METROPLAN, órgão vinculado ao Governo Estadual que executa a gestão do “serviço
de transporte intermunicipal metropolitano” da região Metropolitana.
No final desta mesma década, Porto
Alegre/ Brasil, com auxílio do Ministério
dos Transportes, desenvolve-se o Plano
Diretor de Transportes da Região Metropolitana de Porto Alegre -
PLANMET/PA.
- O plano visava à ampliação da produtividade do “transporte coletivo” através da priorização deste, segmentando
a “circulação de ônibus e carros”.
- Devido à inexistência de outro modal, uma vez que na época existia
apenas o “transporte ferroviário de carga” instalado
ao longo da BR-116, o plano
concentrava-se no “transporte rodoviário” para
a RMPA.
- Nesta época estavam operando em Porto Alegre a Carris mais 25 empresas
privadas de “transporte coletivo urbano”.
- E sob o gerenciamento do Departamento
Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), operavam 12 empresas de “transporte coletivo
intermunicipal” na Grande Porto Alegre - RS.
- Com a ampliação do “sistema de transporte
coletivo urbano” transportado por Ônibus,
foram sendo ampliadas as vias de circulação deste modal, com a criação dos “corredores de ônibus” nas principais avenidas que
ligam ao centro.
Carris –
Nova Logomarca
___Uma nova logomarca e fonte foi desenvolvida para o novo momento da Cia. Carris, mas não durou muito
tempo, pois a marca tradicional era querida e saudosa para a população.
1976
Em 1976, Porto Alegre/ Brasil, a
substituição dos Bondes por Ônibus não foi suficiente para salvar a
Companhia Carris Portoalegrense das “dificuldades financeiras”.
- Estas dificuldades só começariam a ser revertidas com a criação das Linhas Transversais, indo de um “bairro a bairro” da cidade utilizando somente um Ônibus, evitando a concentração de
veículos no Centro.
Ônibus Mercedes Bens, 181 – Nova pintura – Linha T1
Linhas
T
Carris – Linhas Transversais T1,
T2, T3, T4
Em 1976, Porto Alegre/ Brasil, visando
minimizar a característica radial da operação por Ônibus na capital gaúcha, são criadas as Linhas Transversais T1, T2, T3 e T4, sendo estas
operadas pela empresa pública Carris.
Corredores de Ônibus
Porto Alegre – Corredores Transporte Coletivo
De 1976-1979, Porto Alegre/ Brasil, implantação
dos “primeiros corredores” de Ônibus de Porto Alegre.
___O Sistema de Ônibus era basicamente radial, sendo que o mesmo ocorria
com o sistema metropolitano concentrando-se na BR-116, Avenidas Assis Brasil e Bento Gonçalves, o que tornava a
circulação quase que indisponível nas horas de pico nestes trechos.
Porto
Alegre –Empresas de Ônibus
___Nesta época estavam
operando em Porto Alegre a Carris
mais 25 empresas privadas. E sob o
gerenciamento do DAER/RS (Departamento
Autônomo de Estradas e Rodagem do Rio Grande do Sul) operavam 12 empresas de transporte coletivo
intermunicipal na Grande Porto Alegre.
1977
Taxi-Lotação
Em 1977, Porto Alegre/ Brasil, inicia-se
a operação do Sistema de Taxi-lotação
originalmente com veículos “Volkswagen Kombi”,
atualmente (2023) operando com micro-ônibus
em mais de 20 itinerários
diferentes.
Estudo do
Trem Suburbano
___Buscando consolidar o Plano
Integrado da Região Metropolitana - PDM, é elaborado o que vem a ser um dos
desdobramentos do PLANMET/PA, o Estudo de Trem Suburbano da Região
Metropolitana de Porto Alegre - TRENSURB, prevendo o transporte de massa ao
longo do eixo da BR-116 ligando os
municípios da capital até Novo Hamburgo.
Em 1977, Porto Alegre/ Brasil, implantação
da Linha Campus-Ipiranga, ligando o
recém-inaugurado Campus do Vale da UFRGS,
com o Centro da cidade, passando
também em frente da PUC, operada
pela Carris.
1980
Porto
Alegre – Tarifa Única
Em 13 de outubro de 1980, Porto
Alegre/ Brasil, implantada a “tarifa única no transporte
coletivo” em Porto Alegre, acabando com a tarifa diferenciada por quilometragem
(distancia).
___Linhas de Ônibus são
redistribuídas entre as operadoras do novo sistema.
1982
Aeromóvel
No dia 11 de abril de 1982, Porto
Alegre/ Brasil, o primeiro trecho de
Começou a transportar passageiros, em nível experimental pela Av.
Loureiro da Silva, contendo duas estações:
Partindo da Estação
Gasômetro até a
Estação Loureiro
da Silva junto ao prédio da Receita Federal, menos de 1 km de extensão.
Linhas C
Carris –
Linha Circular
Em 1982, Porto Alegre/ Brasil, inicia o tráfego de 2 “linhas circulares” no Centro,
Linha C1 e Linha C2, com Ônibus
menores para ter melhor circulação pelas ruas estreitas do Centro.
Carris –
Linhas C
- As linha circulares,
desde 1966, com a mudança da linha Duque para "Circular
Duque", era o início
das linhas circulares em Porto Alegre. Com pequenas variações, este itinerário
de Ônibus continua existindo, sendo
alterado pelo nome Linha C1.
- De certa forma, as “linhas circulares” da
Cia. Carris mantiveram um pouco da
atmosfera entre tripulação e passageiros dos antigos Bondes da empresa. Provavelmente por serem percursos mais curtos e
por atenderem principalmente moradores de uma mesma vizinhança, nas linhas C1, C2, e C3 Urca,
encontramos uma grande camaradagem entre cobradores,
motoristas e passageiros. Prova disso são os cartões e presentes que a
tripulação recebe em épocas festivas como Natal
e Páscoa.
1983
Ônibus – Corredores Exclusivos de Ônibus
Entre 1980 a 1983, Porto Alegre/
Brasil, mesmo com a criação dos Corredores Exclusivos de Ônibus,
executada no período do prefeito Guilherme
Socias Villela, verificou-se no Corredor Assis Brasil uma elevada “circulação de coletivos urbanos e metropolitanos”,
circulação esta que o corredor não comportou adequadamente.
Desdobraram-se os Ônibus
urbano passando uma parte a circular pela Avenida Sertório, que na época ainda
não contava com “corredor de ônibus”, e
outra manteve-se no Corredor Assis Brasil dividindo-o com os Ônibus metropolitanos.
Mesmo com a criação das linhas transversais que faziam a ligação com o
Corredor Bento Gonçalves, evitando que o trajeto percorrido pelos passageiros
com este destino tivesse que passar pelo centro da cidade, esta medida não teve
grande êxito. Pois havia uma grande resistência por parte dos operadores, uma
vez que a disputa por passageiros faziam com que estes se recusassem a operar
pela Avenida Sertório, uma vez que esta não oferecia expressiva demanda de
passageiros.
Fez-se necessário diminuir o número de Ônibus operando no Corredor Assis Brasil, pois o tempo de viagem
ampliava-se com os congestionamentos, em detrimento da receita que apresenta
índices negativos.
Fez com que a ideia da formação de Consórcios
Operacionais ganhasse força, pois existia informalmente este modelo adotado
pelas empresas Sopal e Nortran.
1985
Trensurb
até Sapucaia
Em 04 de março de 1985, Porto Alegre/
Brasil, os primeiros
___As medidas são de
São 6 estações
Estação Central Mercado,
Estação Rodoviária,
Estação São Pedro,
Estação Farrapos,
Estação Aeroporto,
Estação Anchieta.
1987
Em 1987, Porto Alegre/ Brasil, as
maiores aquisições de Ônibus da Carris, quando vieram mais de 50 novos veículos monobloco e com
carrocerias Marcopolo e Thamco, equipados com mecânica Mercedes-Benz.
Bonde, após a restauração, passou a abrigar o SACC, década de 1980
1989
Carris –
Linha T5
Em 1989, Porto Alegre/ Brasil, foi
criada a Linha T5, com Ônibus que anunciavam “via sistema de som interno, informando o roteiro, ponto
de parada e avisos”, como no sistema em Curitiba/PR.
___Neste ano é criada a Sala da
Memória Carris, na sede da Companhia.
Carris – Museu
Itinerante
Em 1989, Porto Alegre/ Brasil, criado
o Museu Itinerante Memória Carris,
abriga a história da Cia. Carris, o
projeto abrigado em um Ônibus modelo
Monobloco da Mercedes Benz de 1984,
modernizado como se fosse uma exposição, contém peças, fotos e etc.
- O Ônibus é levado para “escolas e eventos da cidade”, mostrando suas
memórias, assim como a sua relação com o desenvolvimento urbano da capital
gaúcha.
Em 1989, Porto Alegre/ Brasil, o Partido dos Trabalhadores, se opunha
aos Consórcios Operacionais, durante
o governo do prefeito Olívio Dutra.
1990
Carris –
Linha T6
Em 1990, Porto Alegre/ Brasil, entra
em operação a Linha T6, operada pela
Carris.
1991
Em 1991, Porto Alegre/ Brasil, durante
o governo do prefeito Olívio Dutra,
interveio no sistema de transporte coletivo.
1993
Em 1993, Porto Alegre/ Brasil, a formação
de Consórcios Operacionais
consolida-se, ainda sob a administração do Partido
dos Trabalhadores.
- Ao término da intervenção da prefeitura, a empresa Sopal (Sociedade de Ônibus
Portoalegrense Ltda), encontrava-se dividida em duas operadoras, a Fênix e a Vianorte, sendo que ambas as empresas passavam por difícil
situação.
Em março de 1993, Porto Alegre/
Brasil, cria-se a Vianorte Serviços,
um modelo de administração consorciada entre as empresas Fênix, Vianorte e Nortran, sendo todas as empresas
operadoras da área Norte da capital gaúcha.
Porto
Alegre – Bonde 123
___O Bonde 123 foi levado da Garagem da Carris, para o Largo Glênio
Peres onde permaneceu por um período.
- Sabemos que ele foi retirado de lá e trazido novamente para a Cia. Carris em função das depredações
que estava sofrendo.
Bonde 123, Julho de 1994.
Um pedaço do trilho permaneceu, mas a fiação aérea foi retirada há
muito tempo atrás.
“Bondes Abandonados”
___Estão espalhados, em
vários locais da cidade e pelo estado, os ainda resistentes Bondes ignorados em Porto Alegre.
1995
Carris –
Linha T1 Direta
Em 1995, Porto Alegre/ Brasil, é
implantada a Linha T1 Direta, via
Av. Ipiranga, com parada em determinados pontos.
Em 1995, Porto Alegre/ Brasil, estrutura-se
com base na Vianorte Serviços o Conorte, que atualmente roda cerca de 2.480.000 km/mês divididos em 148.000 viagens, transportando 5.650.000 passageiros, através de mais
de 80 linhas diferentes operantes na
área Norte da capital gaúcha, utilizando uma frota de mais de 400 veículos.
Os consórcios UNIBUS e STS se equivalem ao Conorte em rodagem mensal.
A Carris roda aproximadamente
1.760.000 km/mês, ou seja, 700.000 km/mês a menos, portanto também
constitui a menor frota operante, variando em torno de 370 veículos.
O modelo de “consórcios operacionais” visa
prioritariamente eliminar a concorrência entre os permissionários de “transporte coletivo” e “sobreposição
de oferta de ônibus”, que oneram o sistema, racionalizando-o através da
economia de escala, remunerando pela quantidade e qualidade do serviço
prestado.
Uma vez que as permissões eram concedidas por empresa e linha,
reservando a este, está um “mercado cativo por
bairro” onde iriam operar, sendo que a competição entre os operadores de
empresas privadas dava-se ao longo das radiais.
___A operação nas “rotas transversais” era
unicamente realizada pela empresa pública Carris.
Os “consórcios operacionais” atendiam
também a uma das referências do PLANMET/PA,
que cita a necessidade da redução da competição nos “corredores
de ônibus”, fazendo com que apenas uma operadora por este corredor
circulasse.
1997
Carris –
Linha T2A
Em 1997, Porto Alegre/ Brasil, começa
a circular a Linha T2A, operada pela
Carris.
Em 20 de outubro de 1997, Porto
Alegre/ Brasil, o Consórcio União da
Bacia Urbana Sudeste-Leste, surgiu da união de 6 empresas permissionárias do transporte coletivo urbano de Porto
Alegre, sendo o último consórcio a ser formado na Capital.
Tresnsurb
até São Leopoldo
Em 09 de dezembro de 1997, São Leopoldo/ Brasil, a Trensurb passa a operar partindo
de Porto Alegre até São Leopoldo somando 17 estações, 33,8 km de extensão de itinerário, com capacidade de transporte
para 21.600 passageiros/ hora/ sentido,
segundo dados do site da empresa.
- É uma empresa pública de economia mista, vinculada ao Ministério das Cidades sendo que mais
de 99% das ações pertencem ao Governo Federal.
1998
Carris –
Linha T7
Em 1998, Porto Alegre/ Brasil, inicia tráfego da Linha T7, operada pela Carris.
Em 1998, Porto Alegre/ Brasil, foi
formalizado o modelo de “organização consorciada” em
Bacias Operacionais, iniciado no
início da década, o qual organizou o “transporte
coletivo urbano por ônibus” em 4
Consórcios Operacionais.
__Sistema Transportador Sul (STS),
o
__Consórcio Operacional Zona
Norte (CONORTE), o
__Consórcio União da Bacia Urbana
Sudeste-Leste (UNIBUS), sendo estes três compostos por empresas privadas e
a
__Companhia Carris, que é
pública.
1999
Carris –
Linha T8
Em 1999, Porto Alegre/ Brasil, é
criada a Linha T8, operada pela Carris.
Carris – Melhor
Empresa do País
Em 1999, Brasil, a Associação Nacional dos Transportes
Públicos concedeu à Carris o
prêmio de Melhor Empresa de Ônibus
Urbano do país.
Bondes Mortuários
Em novembro de 1999, Palhoça/ Santa
Catarina/ Brasil, em texto publicado no jornal "Jangada
Brasil", do município de Palhoça,
são contados fatos sobre os Bondes mortuários, que sabemos que também existiram em Porto Alegre:
"(...) Havia Bondes mortuários com formatos especiais, preços
tabelados conforme a classe, com o fim exclusivo de levar caixões de defunto
para o Cemitério.
__Os cheios de cortinas e safenas, plumas e tapetes, eram para “os
ricos”.
__Para “os pobres” existia o
franguinho d'água quase nu de adornos com umas modestas safenas, que voavam
quando o veículo corria os trilhos.
O Bonde-misto, conduzindo ao
mesmo tempo o “defunto e os acompanhantes” era
ainda mais modesto. Para os remediados contava-se com um discretamente
decorado, com laços e cortinas pretas que lhe dava um aspecto sinistro de
morcego (...)".
Século XXI
2000
Na década de 2000, Porto Alegre/
Brasil, foram criadas mais Linhas Transversais,
inclusive ligando a Zona Sul da cidade a pontos estratégicos como o Aeroporto Salgado Filho, o Câmpus do Vale da UFRGS e o Câmpus da PUCRS, além de mais linhas percorrendo a 3ª Perimetral, que conta com corredor exclusivo.
Carris –
Linhas T9, T9-IPA, T10
Em 2000, em Porto Alegre/ Brasil, são
inauguradas as linhas: T9, T9 IPA e T10.
Corredores de Ônibus existentes
em Porto Alegre:
Avenida Farrapos
Avenidas Benjamin Constant (parte), Assis Brasil e Baltazar de Oliveira
Garcia
Avenidas João Pessoa e Bento Gonçalves
Avenidas Osvaldo Aranha e Protásio Alves
Avenidas Aureliano de Figueiredo Pinto e Érico Veríssimo (Cascatinha)
Avenidas Dom Pedro II, Augusto Meyer, Carlos Gomes, Sen. Tarso Dutra,
Dr. Salvador França, Cel. Aparício Borges e Teresópolis (parte) (3ª Perimetral)
Avenida Sertório
Avenida Padre Cacique
Avenidas Borges de Medeiros e Praia de Belas, sendo cada uma operando em
um sentido, constituindo um binário.
Pistas exclusivas para ônibus e lotação:
Avenida Cristóvão Colombo
Avenida Independência
Avenida Azenha
Avenidas Teresópolis, Nonoai e Cavalhada
Avenida Bento Gonçalves (entre o limite com Viamão e a Avenida João de
Oliveira Remião).
2001
Em 2001, Porto Alegre/ Brasil, com o
crescimento auxiliado pelo processo migratório e as emancipações fizeram com
que a Região Metropolitana de Porto
Alegre chegasse ao total de 31
municípios.
2003
Linha
Turismo
Em 2003, Porto Alegre/ Brasil, é
criado a Linha Turismo, com roteiro
pelo Centro Histórico, operado pela Carris.
- São Ônibus de 2 andares, com cobertura conversível.
- O ponto de partida é em frente a EPATUR
(Empresa Portoalegrense de Turismo), na Praça Zumbi dos Palmares na Cidade
Baixa.
Bonde Histórico
Em maio de 2003, Porto Alegre/
Brasil, a TRENSURB, o Ministério das Cidades, a Prefeitura de Porto Alegre, a Carris, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e a Associação Cultural Amigos do Bonde firmaram
convênio visando realizar estudos e projetos para viabilizar a implantação do
Projeto “Bonde Histórico de Porto Alegre”.
- Projeto Bonde Histórico – a
Trensurb trabalha para trazer de
volta o charme dos bondes para a capital dos gaúchos.
- Encampado pelo Projeto
Monumenta, que prevê uma série de ações para revitalizar o centro cultural
da capital gaúcha, a ação propõe reintroduzir o tradicional veículo, desativado
em 1970, com uma rota que vai do Mercado
Público até a Usina do Gasômetro,
valorizando, assim, uma região de grande potencial turístico da cidade.
- Para captar estes recursos, a Associação
Cultural Amigos do Bonde irá encaminhar uma solicitação de Apoio a Projetos, na modalidade de mecenato, junto
ao Ministério da Cultura, assim que
o projeto de engenharia e operacional estiver concluído pela Trensurb.
- Definindo os custos exatos do mesmo, à Trensurb, caberá a gestão do projeto.
2005
Carris – Reconhecimento
Nacional
Em 2005, Porto Alegre/ Brasil, a Cia. Carris é a
única instituição municipal a conquistar o Prêmio
Nacional de Gestão Pública do Governo Federal.
Em 2005, Porto Alegre/ Brasil, a Carris
obteve o “primeiro lugar” na
categoria Empresa Pública Eficiente
da Pesquisa Top of Mind, realizada
em Porto Alegre.
2006
3ª
Perimetral
Em 2006, Porto Alegre/ Brasil, são
concluídas as obras da 3ª Perimetral,
com 12,3 km de corredor exclusivo
para Ônibus.
Em 2006, Porto Alegre/ Brasil, com a
chegada na Carris de 62 novos Ônibus Neobus Mega 2006,
Mercedes-Benz OF-1722M.
Em 14 de novembro de 2006, Porto
Alegre/ Brasil, a Carris começa a
operar a Linha T11 3ª Perimetral,
que cruza toda a extensão da mais importante obra viária de Porto Alegre, do
Aeroporto Salgado Filho, na Zona Norte, até o Bairro Teresópolis, na Zona Sul
da cidade.
Ônibus – Corredor Baltazar
Entre 2006 e 2009, Porto Alegre/
Brasil, a Avenida Baltazar de Oliveira
Garcia, na zona Norte da cidade, esteve em obras, para também receber um “corredor de Ônibus”.
- Esse corredor constitui um prolongamento da pista exclusiva da Avenida Assis Brasil, facilitando o
fluxo dos Ônibus que atendem a
região do bairro Rubem Berta e o
município de Alvorada.
2007
Carris – Biodiesel
Em 09 de agosto de 2007, Porto
Alegre/ Brasil, os Ônibus da Carris começaram a circular abastecidos
por Biodiesel, um combustível menos
poluente.
Porto
Alegre – Bilhetagem Eletrônica
Em 2007, Porto Alegre/ Brasil, iniciou-se
a implantação do sistema de bilhetagem
eletrônica nos Ônibus de Porto
Alegre, denominado TRI.
- O sistema é constituído da instalação de equipamentos eletrônicos,
denominados validadores, dentro de cada coletivo, junto à catraca. Foram
criados cartões para uso dos usuários no sistema de transporte, que devem ser
aproximados dos validadores a fim de ser liberada a passagem.
- Os cartões chegaram para substituir as antigas carteiras de isenção
para idosos e para portadores de necessidades especiais e também substituir as
antigas fichas de vale-transporte e de passagem escolar, que eram facilmente
revendidas no comércio informal.
- Todos os cartões possuem nome e CPF
(ou nome da empresa e CNPJ, no caso
dos cartões empresariais) e a maioria deles possui foto do usuário.
Cobradores
Mantidos
___Os “cobradores” foram mantidos em
seus postos, para que possam liberar a passagem de isentos e estudantes (com
meia tarifa) pela catraca, além de receber valores da passagem paga em
dinheiro.
Modelos de cartões de bilhetagem
eletrônica:
·
Cartão TRI Idoso
— para cidadãos a partir dos 60 anos.
·
Cartão TRI Vale-Transporte
— para trabalhadores em geral que possuem o benefício do vale-transporte.
·
Cartão TRI Passe
Antecipado — funciona da mesma forma que o TRI Vale-transporte.
·
Cartão TRI Escolar — para estudantes.
·
Cartão TRI Especial
— para portadores de doenças ou necessidades especiais.
·
Cartão de Acompanhante
de Especial — para o familiar ou cônjuge do usuário portador do TRI Especial.
·
Cartão TRI Rodoviário
— para trabalhadores das empresas de Ônibus
de Porto Alegre.
·
Cartão TRI Empresarial
— para empresas disponibilizarem cartões corporativos de transporte urbano.
·
Cartão TRI Fiscalização
EPTC — para agentes de fiscalização.
·
Cartão TRI Assistencial
— para usuários abrigados em instituições de assistência social.
·
Cartão TRI Vou
à Escola — para estudantes.
2008
Durante
todo o ano de 2008, Porto Alegre/ Brasil, entraram 76 novos
Ônibus, dentre eles Mega 2006 Low Entry com chassi Agrale; Millennium II e Viale,
ambos chassi Volkswagen 17-260 EOT; juntos de Urbanuss Pluss Articulado Volvo.
Em 21 de junho de 2008, Porto Alegre/
Brasil, foi feita a entrega oficial da Sede
de Funcionários da Carris.
2009
Em 2009, Porto Alegre/ Brasil, a Linha Social foi criada para “escolares e entidades sociais”.
Carris – TV
à Bordo
Em 19 de abri de 2009, Porto Alegre/
Brasil, inicia a instalação das “primeiras
televisões” nos Ônibus da Carris.
2010
Em 2010, Porto Alegre/ Brasil, houve
a aquisição de 82 veículos novos,
como Neobus Mega 2006 Articulado Mercedes-Benz O500MA (7 veículos) e Gran Viale Low Entry Volvo e Mercedes-Benz
(75 veículos com Ar condicionado).
Em 2010, Porto Alegre/ Brasil, foi
criada a Linha Territórios Negros,
operada pela Carris. A linha realiza
roteiro histórico sobre pontos da cidade representativos da cultura
afro-brasileira.
___Criação de duas linhas sociais para atender grupos escolares e
entidades sociais, “adesivados com a linha do
tempo” da Carris.
Em 2010, Porto Alegre/ Brasil, foi
criada a Linha Bicho Amigo, para “animais” de famílias carentes, operada pela Carris. Através de parceria com a
Secretaria Especial dos Direitos dos Animais.
___O veículo funciona como “clínica
itinerante” para esterilizações.
2011
Em 11 de abril de 2011, Porto Alegre/
Brasil, institucionalização da Unidade
de Documentação e Memória da Carris (UDM).
Carris –
Linha C4
Em 16 de dezembro de 2011, Porto
Alegre/ Brasil, entra em operação Balada
Segura da Linha C4, operada pela
Carris, projeto em parceria com a EPTC – (Empresa Pública de Transporte e
Circulação) que presta atendimento de transporte para a população frequentadora
das noites na capital, zelando pela segurança e contribuindo para a diminuição
de acidentes ocorridos pela mistura álcool e direção.
- Criada como uma alternativa de transporte para os frequentadores das
regiões boêmias da cidade.
- A linha só circula a noite, terminando o seu percurso já durante a
madrugada. O projeto de sua criação está integrado às várias iniciativas que
surgiram relacionadas a "Balada Segura".
Em 2011, Porto Alegre/ Brasil, entrega
de mais 01 veículo para a Linha Bicho Amigo.
- O Ônibus transporta animais
de famílias em vulnerabilidade social.
Carris – Ônibus Híbrido
Em 2011, Porto Alegre/ Brasil, a Carris em caráter teste teve a presença
do Ônibus Híbrido durante um curto
período. Este Ônibus tem como
prioridade a “redução de gás Carbônico” no
ar, gerando menos consumo de combustível.
2012
Carris –
Enredo de Escola de Samba
Em março de 2012, Porto Alegre/
Brasil, a Carris foi tema no Carnaval 2012 com a homenagem da
sociedade carnavalesca Samba Puro no
Carnaval de Porto Alegre.
Carris – Linha
T11A
Em 03 de setembro de 2012, Porto
Alegre/ Brasil, foi criada a linha derivada T11A, que reforça o atendimento aos passageiros da Linha T11.
- Também nesta década foram realizados investimentos em “renovação da frota, segurança e conforto dos passageiros
e qualificação dos funcionários”.
Em 2012, Porto Alegre/ Brasil, a Carris está presente no Fórum Social Temático, no Acampamento da Juventude promovendo a
integração com o público de seus serviços prestados e divulgando a Linha C4 Balada Segura.
2013
Ônibus – Faixa Exclusiva
Em 2013, Porto Alegre/ Brasil, foi
implantada uma Faixa Exclusiva para Ônibus e Lotações nas avenidas Theresópolis,
Nonoai e Cavalhada, à “direita da pista de
rolamento” das vias.
Carris – Ônibus Articulados
Em 11 de janeiro de 2013, Porto
Alegre/ Brasil, a Carris entrega 13 novos Ônibus “articulados” à
comunidade.
Carris – Corrupção
Em 2013, Porto Alegre/ Brasil, uma
sindicância interna denunciou a existência de desvios de quase “um milhão de reais” da Carris por meio de “fraude na
bilhetagem eletrônica”.
Em 26 de setembro de 2013, Porto
Alegre/ Brasil, a Cia. Carris
investe na “qualidade de trabalho de seus
funcionários”.
2014
Em 2014, Porto Alegre/ Brasil, a Carris foi certificada como Empresa Cidadã pelo Conselho Regional de Contabilidade do
Estado do Rio de Janeiro.
Carris – Câmeras
em Ônibus
Em 22 de agosto de 2014, Porto
Alegre/ Brasil, a Carris reforça “segurança” nos Ônibus com a instalação de 1.484
câmeras.
Em 26 de novembro de 2014, Porto
Alegre/ Brasil, a Companhia Carris
Porto-alegrense recebe a certificação de Empresa Cidadã, do Conselho
Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro.
2015
Carris –
Aquisição de Ônibus
Em 09 de março de 2015, Porto Alegre/
Brasil, a Carris entrega 50 novos Ônibus (35 convencionais
e 15 articulados) à população de
Porto Alegre.
2016
Finalidades
da Corrupção
Em 2016, Porto Alegre/ Brasil, sobre a corrupção na Carris (2013), o dinheiro
serviu, entre outras finalidades, para realizar doações eleitorais, em nome do
falecido, para campanhas de candidatos do MDB,
incluindo a do governador José Ivo
Sartori e a do candidato a prefeito de Porto Alegre em 2016, Sebastião Melo, partido ao qual o
denunciado era filiado.
Linhas T12,
T12A, T13
Em 22 de fevereiro de 2016, Porto
Alegre/ Brasil, com a implantação do “novo sistema
de transporte” de Porto Alegre, a Companhia
Carris passou a operar as novas linhas transversais:
T12 –
Restinga / Cairú,
T12A –
Restinga / PUC,
T12.1
- Pitinga / Cairú,
T13 –
Triângulo / PUC.
Linhas T12
__As Linhas T12 e suas derivadas substituíram os
prefixos 314 - Restinga PUC (e suas
extensões), que interligam a região da Restinga e Lomba do Pinheiro à PUCR e à
Terceira Perimetral.
Linhas T13
__A Linha T13 substituiu a 5201 - Triângulo/24 de outubro/PUC, circulando nas zonas Norte e
Leste da cidade.
Linhas Transversais até 2023:
- 1976: T1,
T2, T3 e T4
- 1989: T5
- 1990: T6
- 1995: T1 Direta
- 1997: T2A
- 1998: T7
- 1999: T8
- 2000: T9
e T10
- 2006: T11
Terceira Perimetral
- 2012: T11A
- 2016: T12,
T12.1, T12A e T13
144 Anos
Carris –
Pequeno Resumo
Em 19 de junho de 2016, Porto Alegre, Brasil, no último domingo, a Cia.
Carris Porto-Alegrense completou 144
anos de existência.
Nota:
- Em 19 de junho de 1872, através de um Decreto Imperial, o Imperador D. Pedro II autorizou a Cia. a explorar o transporte coletivo em
Porto Alegre.
Poucas pessoas sabem, mas
a Cia. Carris foi a segunda empresa
de Porto Alegre responsável pelo transporte coletivo. A primeira experiência da
capital com transporte público remonta à 1865, quando começaram a circular em
nossa cidade as chamadas Maxambombas.
____A principal diferença entre estes veículos e os da Cia. Carris é que os trilhos usados
para locomoção dos “vagões puxados à tração
animal” eram de madeira,
o que dificultava a locomoção, tornando o transporte mais lento e barulhento.
____Em 1872, Manoel
de Miranda e Castro comprou as antigas Maxambombas e com a autorização dada
pelo decreto de D. Pedro II, criou a
Cia. Carris Porto-Alegrense. A
partir deste momento, os trilhos de madeira começaram a ser trocados por de
metal.
____Foram necessários sete meses até o fim das reformas.
____Em 04 de janeiro de 1873, o primeiro Bonde a burro da Cia. Carris, importado da Stephenson de Nova Iorque, transitou
pelas ruas de Porto Alegre.
____A população da cidade compareceu para prestigiar a
inauguração da nova empresa de transporte.
____Neste primeiro dia, foram usados dois cavalos brancos
na tração dos veículos, no dia seguinte, entretanto, os muares reassumiram seus
postos no transporte coletivo da época.
2017
145 Anos
Em 19 de junho de 2017, Porto Alegre
/ Brasil, a Carris completa 145 anos!
___Hoje é uma data muito importante para todos os amigos que acompanham
as atividades do nosso setor. A Carris
está completando 145 anos!
___São quase um século e meio acompanhando o desenvolvimento de Porto
Alegre.
- Em todo esse tempo ocorreram inúmeras transformações na empresa, na
cidade e no Mundo!
Criada em 1872, nossa empresa atravessou todo o século XX, um período
marcado por grandes transformações tecnológicas e sociais.
- O transporte urbano, segmento que se insere no cotidiano das pessoas,
acompanhou estas mudanças alterando suas tecnologias e buscando adaptar-se a um
público que tem cada vez mais pressa.
- Se no início da Carris, lá
no século XIX, era aceitável que os bondes puxados por burros levassem horas
entre o Menino Deus e o Centro, hoje a mesma distância pode ser feita em apenas
alguns minutos. Porto Alegre cresceu assim como a complexidade da Vida.
- Temos que nos locomover por distâncias cada vez maiores e em um tempo
cada vez menor. Buscando dar conta desta nova realidade, a Carris também se transformou, se adaptando as necessidades trazidas
pelo passar do tempo.
- Assim como as transformações, as permanências também fazem parte de
uma história de 145 anos.
___O amarelo da Cia. Carris, por exemplo, manteve-se sempre
presente na identidade visual dos veículos da empresa.
Carris –
Comemoração
___Sabe-se que uma empresa que tem 145
anos interruptos de atividade tem muita história para contar, assim como
existem muitas formas de contar estas histórias.
- Para comemorar este 19 de junho, o setor de Memória da Carris pensou em apresentar as modificações ocorridas em
objetos que são corriqueiros em uma empresa de transporte público.
- Para tanto, foi produzida uma exposição contendo quatro linhas do
tempo diferentes: uma da identidade visual da empresa, uma dos letreiros dos
seus veículos, uma dos bancos de passageiros e outra das diferentes formas de
se cobrar a passagem praticadas ao longo da “história
da Carris”.
Carris – Exposição
___Esta exposição ficará fixa na sede da Carris entre os dias 19 e 23 de junho. Após este período, ela irá
itinerar pelos diferentes terminais da Carris.
As datas e os horários em que a exposição estiver em cada terminal serão
divulgadas em nossas redes sociais!
Em junho de 2017, Porto Alegre/
Brasil, o prefeito Marchezan Júnior afirmou
que a Carris poderia, ser
privatizada.
No mês seguinte, Porto Alegre/
Brasil, o prefeito Marchezan Júnior
voltou a sustentar que a empresa Carris
deveria ser privatizada ou que deveria licitar linhas.
Carris – Patrimônio Histórico
Em 12 de dezembro de 2017, Porto Alegre/ Brasil, considerando seu histórico em 145 anos, a Cia. Carris é um dos mais importantes patrimônios históricos da
cidade.
___E
o mais importante: ___segue Viva
como uma “empresa pública de qualidade, superando
crises, superando governos, inovando na tecnologia e na qualidade do transporte
coletivo de passageiros” desafiando o Tempo.
___Não
há como imaginar Porto Alegre sem a Carris
– Companhia Carris Porto-Alegrense.
A Carris faz parte da nossa história
e é de toda a população da nossa cidade.
___Rogamos
pela aprovação desta Proposição.
Câmara de Vereados de Porto Alegre, Sala das Sessões, 12 de dezembro de
2017, vereador Aldacir Oliboni.
PROJETO DE LEI
Tomba como patrimônio histórico imaterial e material do Município de
Porto Alegre a Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua
Albion, 385, sua sede.
Art. 1º Ficam tombadas como
patrimônio histórico imaterial e material do Município de Porto Alegre a
Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua Albion, 385, sua
sede.
Art. 2º Esta Lei entra em
vigor na data de sua publicação.
2018
Em 2018, Porto Alegre/ Brasil, sobre a corrupção na Carris (2013), o Ministério Público divulgou denúncia de
que Ivsem Gonçalves, que ocupara
cargo comissionado na empresa, desviara 1,7
milhão de reais da empresa através de indenizações pagas indevidamente a um
homem falecido.
Em 2018, Porto Alegre/ Brasil, conforme
os balanços financeiros divulgados pela empresa, a Carris registrou déficit de R$ 74,2
milhões em 2016, valor diminuído para R$ 43
milhões no ano seguinte e R$ 19,2
milhões em 2018.
Em junho de 2018, Porto Alegre/
Brasil, a prefeitura contratou uma consultoria para analisar a Carris e o prefeito Marchezan Júnior novamente defendeu que
a privatização era uma das opções para a companhia.
2019
Em janeiro de 2019, Porto Alegre/
Brasil, 83 veículos da Carris completaram 13 anos
e não poderiam mais circular, de acordo com lei municipal alterada no ano
anterior, que aumentou de 10 anos
para 12 anos a vida útil dos
coletivos.
- A empresa lançou edital para e renovação da frota em março, medida
seguida de um decreto assinado em maio por Marchezan
Júnior para aumentar a vida útil dos Ônibus
de 12 para 14 anos.
- Apesar da promessa de que Ônibus
novos estariam circulando em outubro, a dificuldade em obter financiamento
atrasou a compra.
Em novembro de 2019, Porto Alegre/
Brasil, a Câmara Municipal autorizou
a empresa a contratar quase quarenta e um milhões de reais de crédito para a
compra de 87 Ônibus e administração municipal prometeu que os coletivos iriam
para as ruas em fevereiro do ano seguinte.
Carris –
Lucro Líquido
Em 2019, Porto Alegre/ Brasil, a Carris “registrou
lucro líquido” pela primeira vez desde 2012, foram R$ 124 mil, melhor resultado monetário em 7 anos.
- A empresa, que chegou a apresentar um déficit de R$ 74,2 milhões em 2016, teve esse
prejuízo reduzido em 74%, em 2018.
2020
Carris –
Edital de Compra Ônibus
Em fevereiro de 2020, Porto Alegre/
Brasil, um novo edital foi lançado, no momento em que a legislação obrigava a
troca de 97 coletivos.
- O investimento acontece após o “choque de
gestão” que vem recuperando o equilíbrio financeiro da Carris desde o início da atual
administração.
- A aquisição da nova frota está de acordo com o pregão eletrônico
realizado no dia 2 de fevereiro e homologado em 11 de março. A assinatura dos
contratos com as empresas Mercedes-Benz
e Mascarello, fornecedoras,
respectivamente, de chassis e carrocerias, foi concluída em 25 de março.
Carris -
Renovação da Frota
Em 24 de junho de 2020, Porto Alegre/
Brasil, o prefeito Nelson Marchezan
Júnior acompanhou nesta quarta-feira, na sede da Carris, a última etapa da “vistoria
técnica” de renovação dos Ônibus
da maior aquisição de frota de transporte coletivo já realizada pela Companhia.
O valor total da negociação é de R$ 45,1
milhões. Do montante, 90% provêm de
uma operação de crédito realizada entre a Carris e a Caixa Econômica Federal,
de acordo com a Lei Municipal 12.637,
de 28 de novembro de 2019.
- O valor equivalente aos 10%
complementares foi investido pela Carris.
A aprovação do modelo confeccionado pelas fabricantes Mercedes-Benz e Mascarello
foi anunciada pelo prefeito durante a vistoria ao Ônibus número 0001.
- Os novos 98 Ônibus “vão qualificar a prestação de serviço do
transporte coletivo na cidade de Porto Alegre e eles chegam num momento
importante pois vão diminuir a manutenção dos mais antigos, beneficiando os
usuários. Nesse momento onde a pandemia afeta todos, seja no serviço públicos
ou privados, estamos nos preparando para o pós pandemia, garantindo um legado
de melhores serviços aos porto-alegrenses”, disse o prefeito.
- O protótipo é o primeiro Ônibus
que integra uma série de novos coletivos adquiridos pela Carris. Todos serão modelo
2020, equipados com acessibilidade, ar-condicionado, Sistema TRI com GPS e “reconhecimento facial”. A partir da aprovação da
vistoria do Ônibus, os novos
veículos começam a ser produzidos pela montadora. As entregas serão em lotes
diários, com previsão de conclusão de todos os coletivos até o final do mês de
julho.
- Com a renovação da frota, a redução estimada de custo de manutenção é
de R$ 3,5 milhões, já no primeiro
ano. Os 98 Ônibus novos, substituirão coletivos adquiridos entre 2006 e 2007,
que estão em operação, mas serão impedidos de circular este ano por atingirem a
vida útil máxima permitida pelo sistema de transporte público de Porto Alegre.
Carris – O
número 1
___O novo Ônibus número 1 marca os novos rumos da Carris, assumidos como um compromisso
pela nova gestão. Queremos que essa série da nova frota seja reconhecida como
símbolo de “conforto e qualidade no dia a dia dos
nossos clientes”, diz o diretor-presidente em exercício da Carris, Gustavo Cochlar.
Em agosto de 2020, Porto Alegre/
Brasil, os novos Ônibus começaram a
rodar, cerca de “um ano e meio depois” do
prometido pela administração municipal, com a maior aquisição das últimas cinco
décadas ocorreu, com a chegada dos 98
Ônibus Mascarello Gran Via Midi, com chassi Mercedes-Benz.
Mascarello GranVia BRS
Companhia Carris Portoalegrense
Sucateamento Provocado
Carris – do
Lucro ao Déficit
___A empresa pública de Ônibus
de Porto Alegre vem apresentando uma queda vertiginosa. Prejuízos enormes e
crescentes, diminuição na qualidade do serviço e “graves
problemas de gestão”, chegando a ter mais de 100 Ônibus parados por
falta de peça.
Até 2010, a Carris dava
lucro. Os balanços eram positivos e a empresa recebia prêmios pela qualidade do
serviço.
- Nos anos anteriores, chegou a ser escolhida duas vezes a melhor empresa
de transporte público do Brasil, em 1999 e 2001.
- Foi no início da gestão de José
Fortunati na prefeitura que a empresa começou a apresentar prejuízos.
Em 2011, o prejuízo foi de quase R$ 6
milhões.
Em 2012, um salto negativo: mais de R$ 21 milhões negativos.
- O déficit nas contas da empresa chegaram a mais de R$ 50 milhões em 2015 e 2016.
- Funcionários já falaram publicamente que há um processo de “sucateamento provocado”. Reclamam também de
assédio e falta de diálogo, por parte da nova direção.
- Desde o início de ano da administração de Nelson Marchezan Júnior, um diretor-presidente recém nomeado, Luís Fernando Ferreira, em fevereiro, e
uma procuradora, Jaqueline Simões,
em julho, pediram demissão da Carris.
- Ao longo de quase onze meses de governo, a atual gestão não apresentou
um plano de recuperação para a empresa.
- Periodicamente, o prefeito Nelson
Marchezan Júnior cita a Carris
como um problema em suas entrevistas.
- Agora, Marchezan subiu o
tom. Afirmou que a empresa não é mais viável e está com seus dias contados.
- Mais de 100 Ônibus parados
- A Carris deixa de realizar
até 300 viagens por dia devido a
problemas em veículos. O prejuízo mensal com a falta dessa arrecadação chega a
R$ 2 milhões por mês/ Ricardo
Stricher/ JÁ
- Com 145 Anos de serviços
prestados, levando e trazendo a população de Porto Alegre, de Bonde ou de Ônibus, a Carris vê no
horizonte o fim da linha. Pelo menos é o que se desenha, na gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior, para o modelo
de empresa pública de transporte de passageiros.
- Se ao longo da “campanha eleitoral”, a
possibilidade de venda da empresa era negada pelo então candidato Marchezan, desde que assumiu o Paço Municipal, o prefeito volta e meia
dá o recado.
- Recentemente, Marchezan foi
taxativo: “a
Carris está com os dias contados.”
- O prefeito já apresentou as 3
possibilidades:
Privatização,
Venda ou
Extinção.
- Um mar de ônibus parados, na garagem da empresa, é o retrato da “grave crise de gestão”. Um terço da frota da Carris
não vai para a rua, garante funcionários da empresa.
Ao longo do semestre, o número varia entre 100 e 120 carros
parados, a maioria por falta de peças. Dos 347
carros da frota, 112 não tiveram
condições de sair.
“Considerando que já passamos muito do
número da frota reserva (32 Ônibus),
todos os dias são cerca de 80
Ônibus que
não andam pela cidade, cerca de 300
viagens que deixam de serem realizadas. É a
realidade atual”, lamenta o “delegado
sindical” da Carris, Felipe Suteles. - Segundo o
sindicalista, a situação, que vem piorando gradualmente na última década,
piorou de vez nos últimos meses.
- Quase metade dos carros são da Volvo
e a reposição de peças depende de um contrato com a montadora. Assim, veículos
novos, com falta de peças simples, dividem o espaço com carcaças que já foram
descartadas. “Há ônibus parados por falta de
parafusos de poucos reais”, lamenta.
A falta de entendimento entre os funcionários,
direção e o prefeito também tem se tornado uma rotina. Na mais recente
controvérsia, Marchezan declarou em
entrevista que o alto índice de roubo de peças é uma das causas da situação
precária da empresa. Os funcionários responderam com indicativo de greve,
mensagens pela internet e panfletos distribuídos para a população. “Já houve alguns furtos de peças, sim, mas justificar a
precariedade atual com isso é criminoso”, classifica Suteles.
Marchezan –
Tudo é Motivo,
Menos a sua
Gestão
___Em entrevista recente, Marchezan
afirmou que o índice de furto de peças na empresa é muito alto. Funcionários
reagiram, afirmando que a intenção do prefeito é desmoralizar os servidores.
- Um procedimento interno está apurando a denúncia. Funcionários da
empresa ainda se queixam de uma rotina de assédio por parte da direção. “Foram revistar o meu carro na saída, eu disse ‘pode
revistar, se tiver roubo não é aqui, é lá dentro”, afirmou um servidor
da Companhia que não quis ser identificado.
Tribunal de
Contas
Auditoria Especial
não é necessária
___O caso da Carris chegou ao
judiciário. Vereadores do PT pediram providências ao procurador
geral do Ministério Público de Contas
(MPC), Geraldo Da Camino.
Em junho, o MPC solicitou à
presidência da Companhia Carris um
relação da frota constando quantos veículos estavam em circulação e quantos
estavam parados.
- Também foram questionados se a frota atual era suficiente para atender
a demanda exigida e se a empresa cumpria os horários e itinerários.
- A Carris respondeu que
haviam 47 veículos retirados por
problemas mecânicos aguardando manutenção, um número bem abaixo do denunciado
por funcionários da empresa.
Em agosto, Da Camino pediu ao
Tribunal de Contas (TCE) uma
auditoria na Carris em razão de um
possível “sucateamento proposital da frota”,
além dos prejuízos acumulados nos últimos exercícios.
Em outubro, uma nova manifestação do MPC foi entregue ao Tribunal
de Contas. Nela, o procurador pediu “que seja
elaborado diagnóstico atualizado da gestão operacional da Carris”. - Da Camino também pediu que a apuração tivesse
caráter obrigatório.
- O TCE não realizará uma
auditoria especial como quer o Procurador.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal,
a área técnica do órgão analisou o pedido do MPC e avaliou não ser necessária a auditoria especial, visto que o TCE avaliará os mesmos itens e pontos
questionados por Da Camino no Relatório 2017-2018 da empresa.
Carris – Do
Sucateamento ao Déficit
___Desde o ano passado, as empresas privadas de Ônibus da Capital gaúcha vem reclamando de prejuízos na prestação
do serviço, “mas nenhuma empresa entregou a concessão
ou vendeu a participação, então não é tão ruim”.
- Nenhum dos consórcios consegue cumprir a tabela, gerando centenas de
multas emitidas pela EPTC.
- As gratuidades e a redução na quantidade de passageiros do sistema
então entre as causas apontadas. Entretanto, o problema da Carris é anterior.
- Em duas ocasiões foi eleita a melhor empresa de transporte público do
Brasil pela ANTP (Associação Nacional
dos Transportes Públicos), em 1999 e em 2001. É também a empresa de transporte
público mais lembrada pelos porto-alegrenses, com 17 prêmios Top of Mind,
promovido pela revista Amanhã.
- Em seis anos, a companhia passou de referência no transporte público
do país a empresa deficitária a caminho da privatização.
Até 2010, os balanços eram positivos.
Em 2011, começaram os crescentes prejuízos.
Em 2019, a projeção é de que os cofres do Município precisem colocar
aproximadamente R$ 60 milhões para
zerar as contas.
Ao longo deste período, foram abertos procedimentos para apurar
irregularidades.
Em 2016, o ex-diretor-presidente, Sérgio
Zimmermann, foi condenado a devolver R$ 317 mil.
- O diretor nomeado por Marchezan
para criar um plano de salvação da empresa, Luis Fernando Ferreira, durou apenas 20 dias no cargo e pediu demissão. A vaga foi ocupada quase dois
meses depois por Helen Machado, que
assumiu afirmando não se tratar de um problema para ser resolvido “em dois ou seis meses”. E não foi anunciado nenhum
plano de recuperação para a Carris.
___O que dizia a direção:
- Ao longo de uma semana, o JÁ tentou
entrevistar a direção da Carris.
Na tarde de sexta-feira, 17, a empresa enviou uma resposta por email ao
jornal. A Carris afirma que o
contrato com a Volvo foi retomado e 50 Ônibus
voltaram a circular na primeira quinzena de novembro.
- A frota total é de 347 Ônibus, sendo 32 destinados à reserva.
No dia 17, eram apenas 33 carros
retidos, segundo a direção. A empresa ainda coloca que está implementando
projetos de manutenção preventiva dos veículos, o que não era feito
anteriormente.
- Parte do depósito é um ferro velho a céu aberto. Uso de peças de
carros velhos, prática adotada para tentar minimizar falta de peças, foi
proibida pela nova direção.
Ricardo Stricher/ JÁ
Carris do Sucesso ao
Sucateamento
Nem
tudo são Flores
__É a mais antiga empresa de transporte coletivo do país em atividade, e
nasceu graças à autorização do imperador Dom
Pedro II, via decreto, publicado em 19 de junho de 1872.
__A Companhia Carris
Porto-Alegrense (conhecida por Carris)
é uma das empresas operadoras do transporte coletivo de Porto Alegre, que
inclui também os consórcios Viva Sul,
Mob, Via Leste e Consórcio Mais.
Frota
- A frota da Carris é
composta por 347 Ônibus e atende grande parte da cidade,
com cerca de 30 Linhas.
Melhor
Empresa
__A Carris foi considerada
pela Associação Nacional dos Transportes
Públicos como a melhor empresa de Ônibus
urbano do Brasil em 1999 e 2001.
Acessibilidade
__Foi a primeira empresa
de Porto Alegre a utilizar veículos que facilitavam o acesso às pessoas
portadoras de deficiência, inicialmente com elevadores hidráulicos.
___O sucessor de Marchezan Junior, o prefeito Sebastião Melo, deu continuidade ao projeto de privatização da Carris.
2021
Em 08 de setembro de 2021, Porto
Alegre/ Brasil, em meio a muitos protestos de funcionários e comunidade, a
privatização da Companhia
Carris Porto Alegrense, foi aprovada pelos vereadores, autorizando a prefeitura a alienar seu patrimônio e
conceder as linhas para privados.
___As 8 emendas, todas da Oposição, foram rejeitadas.
A prefeitura poderá:
"ceder, no todo ou em parte, sua
participação na sociedade, o controle de ações na bolsa de valores, seu poder
de decidir em nome dela e de escolher quem vai comandar a empresa, transformar,
fundir, dividir, fatiar, incorporar, liquidar, dissolver, extinguir ou
desativar a companhia. Tem o direito, inclusive, de aceitar ser substituída, na
hora de gozar de algum benefício ou receber algum crédito proveniente de algum
financiamento".
___O principal argumento foi que a “empresa
era deficitária e ultrapassada”, não tendo conseguido se adaptar às
novas demandas contemporâneas.
___A prefeitura
alegou que teria de injetar meio bilhão
de reais em 2022, para “cobrir as dívidas” acumuladas.
Foi a primeira empresa de Porto Alegre a
utilizar veículos que facilitavam o acesso às pessoas portadoras de
deficiência, inicialmente com elevadores hidráulicos.
___Mesmo antes de efetivada a privatização, a proposta já vinha
recebendo numerosas críticas, uma greve foi organizada pelos funcionários em
protesto, circulou um abaixo-assinado, e 16
entidades e sindicatos se reuniram numa Frente
Ampla em Defesa da Carris e do Transporte
de Qualidade, mas era uma opinião corrente que o transporte público estava
com grandes problemas, com envelhecimento da frota, redução acentuada do número
de usuários, passagens caras.
A prefeitura insistiu na privatização como a única saída possível, e
garantiu que a população seguirá sendo atendida sem nenhum prejuízo, mas a Frente Ampla ofereceu diversas “alternativas de gestão para reverter a crise” e
manter a empresa como pública. Os críticos ainda têm muitas incertezas sobre a
qualidade e acessibilidade dos serviços nessa nova etapa.
A Carris opera 22 linhas e atende 25,3% dos 423 mil
usuários de Ônibus de Porto Alegre,
segundo dados de 2021.
2022
Carris
150 Anos
Em 19 de junho de 2022, Porto Alegre/
Brasil, seria esperado que, junto com o Aniversário de 250 de Porto Alegre,
a Prefeitura da cidade organizasse também as comemorações dos 150 anos de “transporte
coletivo” na Capital. Ainda mais por essa história ter como protagonista
uma empresa que hoje é patrimônio público a Companhia Carris Portoalegrense.
Em 1954, a Cia. Carris foi encampada pela prefeitura, sob administração do
prefeito Ildo Meneghetti. Como
estatal, a Carris passou a ter
destaque não apenas aqui, mas em todo país, principalmente após as melhorias na
gestão ocorridas na década de 1990.
Em 1999 e em 2001, ela foi escolhida
a “melhor empresa de transporte coletivo do Brasil”
pela ANTP e, em 2003, foi a primeira instituição municipal a conquistar o Prêmio Nacional de Gestão Pública.
Em 2021, a Carris é a empresa de transporte coletivo mais antiga do Brasil.
Mas, infelizmente, nos últimos anos as sucessivas gestões neoliberais na
Prefeitura de Porto Alegre promoveram o seu “Sucateamento”.
___A qualidade caiu, mas mesmo assim continuou acima das concorrentes.
Em 2021, a idade média da frota da Carris era de 5,2 anos, contra 7,7
anos das empresas privadas (acima do permitido pela legislação). Além disso, 94% dos Ônibus da Carris possuíam
ar condicionado, contra 41% nas
privadas (a licitação de 2015 previa que 100%
da frota deveria ter ar condicionado).
Também foi a Carris que salvou
o “sistema de ônibus durante a pandemia de Covid”,
quando as empresas privadas descumpriram os contratos e começaram a abandonar
as linhas mais deficitárias. Para garantir o direito ao transporte, previsto na
Constituição, a Carris assumiu essas linhas – num subsídio indireto às suas
concorrentes, que puderam operar apenas as linhas lucrativas. Isso fez o
prejuízo da Carris aumentar, o que
foi usado de argumento pelo prefeito Sebastião
Melo para acabar com a Carris.
É bom lembrar que a Carris
era uma empresa lucrativa até pouco mais de uma década atrás. Foi apenas no
governo José Fortunati que ela
passou a dar prejuízo. Não que dar lucro seja algo necessariamente bom numa
instituição pública. Seria aceitável a Carris
abrir mão do seu lucro para oferecer um serviço mais barato (ou até mesmo
gratuito) para a população porto-alegrense, mas não foi o que aconteceu. Os
prejuízos surgiram depois de José Fortunati
entregar a gestão da Carris para o PMDB, partido do seu vice, Sebastião Melo. Entre outros
escândalos, houve desvios de mais de um milhão e meio de reais pelo coordenador
financeiro da companhia, que depois fez diversas doações para campanhas do seu
partido, incluindo do próprio Sebastião
Melo.
Quando virou prefeito, Sebastião
Melo usou o prejuízo iniciado na sua gestão como vice-prefeito para
defender que a Carris não podia mais
ser pública. Enviou então um projeto de lei à Câmara Municipal pedindo não a privatização, mas uma carta branca
para fazer o que quisesse para destruir a Carris.
O PL, aprovado durante a
pandemia sem discussões com a sociedade, autorizou o prefeito a “alienar ou transferir, total ou parcialmente, a
sociedade, os seus ativos, a participação societária, direta ou indireta,
inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar,
liquidar, dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente, a Companhia
Carris Porto-Alegrense”.
Ou seja, os vereadores decidiram que o prefeito podia destruir a Carris da forma como desejasse, sem
nenhuma explicação sobre o que aconteceria com o patrimônio da empresa e, ainda
pior, com as linhas de Ônibus que
ela oferece.
Não se sabe se essas linhas serão assumidas por outras empresas ou
simplesmente extintas. E, caso sejam assumidas, se haverá uma nova licitação ou
elas serão distribuídas entre as empresas privadas que já atuam na cidade.
A prefeitura fez questão de propagandear que não tinha planos de como
efetivar essa autorização vaga.
Em reunião com vereadores para tentar convencê-los a votar a favor do PL, em
agosto de 2021, o presidente da Carris,
Maurício Cunha, disse que “não há uma definição hoje, não está definido o que será
feito” e que o caminho
para desestatizar a Carris “começa aqui, mas ninguém sabe direito onde ele vai
parar”.
É comum no discurso neoliberal essa defesa da privatização sem
planejamento. O poder público não precisa saber “onde
vai parar” o resultado da privatização, já que a mão invisível do
mercado se responsabilizaria por levar tudo ao lugar certo. Por trás desse
discurso contra o planejamento, entretanto, há um forte planejamento por parte
do mercado. E o poder público também não é omisso, como tenta parecer, mas atua
de mãos dadas com o mercado, para garantir o resultado desse planejamento.
A própria Carris, antes da estatização,
nos dá exemplos de como funciona um transporte urbano “sem
planejamento estatal”.
No início do século XX, a maior
empresa de loteamentos da cidade era a Companhia
Territorial Porto-Alegrense. Seus donos se tornaram sócios da Carris e da Cia. Hidráulica Porto Alegrense, que explorou os serviços de água
encanada entre 1866 e 1944 (o DMAE só foi criado em 1961). O objetivo era direcionar a ampliação
dos serviços de transporte, luz e água para as regiões da cidade onde a Companhia Territorial Porto-Alegrense
possuía terras e planejava novos loteamentos, valorizando essas áreas.
O transporte tem uma grande influência no valor da terra. Facilitar o
acesso da população a uma determinada região – ou até mesmo impedir o acesso de alguns – pode trazer perdas e
ganhos para os proprietários dos terrenos, dos imóveis e dos negócios
existentes nos arredores. Esse é um aspecto pouco discutido sobre mobilidade
urbana, mas que às vezes acaba se revelando no debate público.
Entre muitos exemplos que podem ser citados na nossa cidade nos últimos
anos, um dos que teve mais repercussão foi uma declaração do então Secretário Municipal de Indústria e
Comércio, Valter Nagelstein (que
semana passada foi condenado a dois anos de prisão por racismo por seus
comentários sobre os vereadores negros de POA), defendendo a transformação do Largo Glênio Peres em estacionamento. O
argumento dele era que facilitar o acesso de carros ao entorno do Mercado Público garantiria um “público mais qualificado”, aumentando o
faturamento do comércio.
O Largo Glênio Peres fica ao
lado de um dos maiores terminais de ônibus da cidade, mas os milhares de
porto-alegrenses que circulam por ali todos os dias não têm a renda que a
prefeitura considerava ideal para os frequentadores do Mercado. Para isso, era necessário reduzir o espaço dos pedestres e
do transporte público e dar mais espaço ao automóvel, esse sim o meio de
transporte adequado para o projeto de valorização imobiliária do Centro.
Mais recentemente, a prefeitura anunciou o “Programa
de Reabilitação do Centro Histórico”, permitindo a construção de prédios
de até 200 metros de altura. O
objetivo seria dobrar a população do bairro.
Perguntado por um jornalista se a habitação popular estava incluída
nesse objetivo, o secretário de Planejamento
e Assuntos Estratégicos, Cezar
Schirmer, respondeu que “por óbvio, não adianta
trazer um morador para o Centro que não possa pagar o condomínio”. Ou
seja, esse aumento da população previsto não é para trazer para o centro os
moradores das áreas mais periféricas, o que reduziria a necessidade de
transporte na cidade. O foco é a população de maior renda, que anda de carro e
tem capacidade de valorizar os imóveis.
A privatização da Carris e
dos demais serviços urbanos (Sebastião Melo
já anunciou a intenção de privatizar o DMAE
em breve) faz parte desse projeto. Assim como acontecia um século atrás,
transporte e saneamento devem servir não para atender às necessidades da
população, mas para garantir os lucros dos prestadores desses serviços e ainda
ajudar na valorização da terra urbana. Não é, portanto, uma ausência do Estado,
mas uma forte atuação estatal para construir uma cidade que gere lucro para
determinados setores.
Se alguém tem dúvidas sobre quem são os beneficiados dessa política de
valorização imobiliária, basta olhar os dados de financiamento de campanha
divulgados pelo TSE.
Entre os maiores doadores da campanha de Sebastião Melo em 2020 estão
sócios de empresas como Goldztein, Cyrela, Melnick, CFL, Multiplan e Arado Empreendimentos.
___É para estes que se governa em Porto Alegre, seja na política de
transportes, de saneamento ou nas mudanças no plano diretor.
___A Carris de Lisboa, bem
como a Cia. Carris Porto-Alegrense
fazem parte de nosso passado e presente, são narrativas construídas no do dia a
dia do cidadão em suas cidades.
- Embora em Porto Alegre os Bondes tenham deixado de circular em
março de 1970, em Lisboa eles
continuam em pleno funcionamento.
- Tanto os antigos, pequenos e construídos em madeira, como os modelos
novos, modernos e sofisticados. Seja sobre os trilhos ou sobre o asfalto a
história dessas companhias continua sendo escrita nos dois lados do oceano,
através da participação de seus usuários e colaboradores.
Carris Desestatização
O que pode acontecer se o projeto
da Prefeitura for aprovado.
Futuro da Cia. Carris passa
pela Câmara de Porto Alegre.
PL 013/2021, que autoriza a
privatização ou extinção da maior empresa de transporte público de Porto
Alegre, gerou protestos, greve e reunião com prefeito
Setor essencial para o projeto de reformas da Prefeitura de Porto
Alegre, o transporte público deve ter dias decisivos pela frente. Isso porque o
plano de desestatização da Carris já
passou por todas as etapas necessárias e pode ser votado na próxima semana. A
proposta quase chegou ao plenário do Legislativo na última segunda, quando
servidores da companhia se mobilizaram e chegaram a realizar uma paralisação. O
ato gerou uma reunião com o prefeito Sebastião
Melo (MDB), que deu dez dias de
prazo para o texto voltar a ser analisado, abrindo espaço para negociações
entre as partes.
Uma reunião nesta quinta-feira entre o secretário municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Luiz Fernando Záchia, a EPTC, a Carris e os rodoviários foi o capítulo mais recente deste debate.
No encontro, o Stetpoa (Sindicato dos
Rodoviários de Porto Alegre), voltou a sugerir um prazo de seis meses para
que as questões financeiras da empresa sejam discutidas. A reivindicação será
levada a Melo, que deve responder
nesta sexta.
Ao fim de uma semana de negociações, os funcionários seguem em estado de
greve, espécie de advertência em relação a uma nova paralisação, que pode ser
retomada na próxima segunda.
Nesta matéria, o Matinal aborda pontos de vista sobre a situação atual e
o possível destino desta icônica empresa pública de Porto Alegre, que pode
estar passando por seu crepúsculo após quase um século e meio circulando pelas
ruas da cidade, seja com “carros puxados por mulas,
bondes elétricos ou, finalmente, ônibus”.
Plano de desestatização da Carris
faz parte de bloco de mudanças no transporte público desejado pela
Prefeitura
Enquanto espera para dar prosseguimento a dois outros projetos, o de
extinção dos cobradores e o de redução das isenções tarifárias, o governo
municipal foca no plano de desestatização da Carris, maior e mais antiga empresa de transporte público da
capital gaúcha, fundada em 1872 por D. Pedro II e responsável pelo
transporte de 25,3% dos passageiros
de Porto Alegre. O projeto de lei pede autorização da Câmara de Vereadores para que o Executivo possa se desfazer da empresa, seja por privatização,
associação a outra empresa ou extinção. A tendência é de que a última opção
prospere.
Apresentado pelo Executivo em
junho, o texto já foi debatido em audiência pública e aprovado na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), concluindo todas as etapas necessárias para que seja votado em plenário.
Mesmo prestes a ser deliberado, o projeto ainda gera dúvidas, expressas por
vereadores de oposição, sindicalistas e usuários de Ônibus, no que diz respeito ao valor da tarifa e à abrangência do
serviço das linhas operadas pela Carris.
Na segunda-feira, após serem informados de que Ônibus das linhas 343, T5
e T2A circulariam sem cobradores e
com preço da passagem reduzido a R$ 4,
como um teste para o possível futuro modelo, o Stetpoa declarou greve, que durou pela manhã e tarde daquele dia e
fez com que as Linhas T1, T4, T6, T11,
T12 e 343 tivessem que ser
atendidas por outros consórcios.
Ainda que mantenham o estado de greve, os trabalhadores da Carris voltaram às atividades na tarde
de segunda após a promessa de reunião com o prefeito, que foi realizada nesta
quinta-feira.
“Independente do modelo de desestatização, a
população seguirá sendo atendida sem nenhum prejuízo. Em qualquer dos casos de
desestatização, as linhas que atualmente são atendidas pela Carris serão licitadas e atendidas pelo
futuro concessionário”, garantiu a secretária de Parcerias Estratégicas da Prefeitura de Porto Alegre, Ana Pellini, em entrevista ao Matinal.
Presente na maioria dos bairros,
empresa transporta um a cada quatro passageiros
O projeto pode ser votado na próxima semana, após um acordo de adiamento
feito entre o prefeito e o Sindicato dos
Rodoviários nesta segunda-feira, e vai definir o futuro de uma empresa que
está prestes a completar 150 anos.
Mais do que um elemento central na história de Porto Alegre, a Carris é figura essencial na rotina de
grande parte da população da cidade.
Atualmente, os 184 veículos
da empresa transportam diariamente cerca de 107 mil passageiros, que representam 25,3% dos 423 mil
usuários de Ônibus de Porto Alegre,
de acordo com a média de agosto de 2021.
A Carris opera 22 linhas das 224 linhas ativas em Porto Alegre durante dias úteis, o que
corresponde a menos de 10% do total.
Elas trafegam, no entanto, por pelo menos 50
dos 81 bairros da capital gaúcha, de
acordo com a Empresa Pública de
Transporte e Circulação (EPTC). Os números são semelhantes aos dados
pré-pandemia, quando a Carris
transportava cerca de 193 mil
passageiros, de uma média de 836 mil
pessoas transportadas diariamente em 2019. A pandemia não prejudicou apenas o
número de passageiros da Carris, mas
de todo o sistema rodoviário da Capital, que perdeu quase 50% de seus usuários em relação a 2019.
Desde o começo da pandemia, a empresa também tem preenchido lacunas
deixadas por outras concessionárias, como no caso das linhas M10 (Restinga Nova Via Velha Noturna),
M68 (Noturna Belém Novo) e M70, que
passam pela Vila Cruzeiro, pelo Hospital Divina Providência e pelo Lami.
O que mudou drasticamente nos últimos 10 anos foi o faturamento da Carris:
___se até 2010 a empresa dava lucro, a partir de 2011 os balanços da empresa
passaram a apresentar resultados negativos. Naquele ano, o primeiro da gestão José Fortunati (PDT, à época) após a
renúncia de José Fogaça (MDB, à
época) para concorrer a governador, a empresa anunciou déficit de R$ 5,92 milhões, de acordo com reportagem
do Jornal do Comércio.
A partir daí, o grau de prejuízo aumentou ano a ano até 2016, quando a
empresa registrou resultado negativo de R$ 74,2
milhões. Em 2020, o déficit da Carris
foi de R$ 40,2 milhões.
No projeto de lei enviado à Câmara,
a Prefeitura apresenta alguns
fatores que teriam contribuído para este cenário: “A
lógica de financiamento do sistema municipal é baseada na repartição dos custos
entre usuários. Entretanto, observa-se nos anos recentes uma queda acentuada no
número de passageiros”. Diz que o aumento da idade média da população
porto-alegrense e a ascensão dos aplicativos de transporte agravaram a crise.
“Essa empresa não tem condições de continuar”,
disse o prefeito Sebastião Melo
(MDB) em entrevista à Rádio Gaúcha na
última segunda-feira, ao abordar o tema. “Estou
convencido de que a desestatização vai melhorar o serviço e baixar o preço da
passagem”, afirmou na mesma entrevista.
Os diferentes futuros que a
Carris pode ter
Um estudo encomendado pela Prefeitura à Consultoria Valor & Foco e disponibilizado no site da Secretaria de Parcerias Estratégicas,
que faz uma análise abrangente dos gastos e das operações da Carris, aponta basicamente três possíveis
caminhos para a desestatização da empresa: privatização, extinção ou redução
das operações.
Caso fosse privatizada, a empresa seria vendida e administrada pela
iniciativa privada, através de licitação, e o município seria responsável
apenas pela regulação do transporte coletivo. De acordo com o relatório, neste
cenário o Executivo “assumiria alguns passivos existentes, como pensões
judiciais por acidentes e processos trabalhistas” e arcaria com possíveis
“riscos jurídicos dos funcionários públicos não serem absorvidos pelo novo
proprietário”.
Já no caso da redução das atividades, a Carris diminuiria de tamanho e operaria menos linhas. “As linhas selecionadas para serem relicitadas seriam
aquelas que apresentarem índices operacionais abaixo da média da empresa e, por
consequência, é analisada a hipótese da redução dos aportes necessários por
parte da prefeitura”, diz o relatório. Neste caso, seriam incentivadas
ações como um plano de demissão voluntária e parcerias público-privadas em
setores específicos da companhia.
Se a decisão for pela extinção, as linhas operadas pela Carris “seriam
relicitadas em um bloco único e a empresa passaria por um processo de
dissolução, liquidação e, por fim, seria extinta”. “Ainda nesta proposta, o Executivo poderia vender,
transferir ou absorver os bens patrimoniais, documentos e acervo da empresa”,
completa o relatório, que também aborda a possibilidade de absorção dos
funcionários por parte da prefeitura.
Relator do projeto na CCJ admite
risco de diminuição das linhas
A extinção parece ser a alternativa mais viável, opina o vereador Felipe Camozzato (NOVO), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
da Câmara e relator do projeto de
lei de desestatização da Carris. “Hoje, o mais
factível é fazer liquidação da empresa, repassar os ativos e fazer a
transferência de linhas”, projetou o vereador.
“Os caminhos estão abertos. Eu gosto do
projeto, sou favorável. Não me parece haver risco de aumentar preço, mas a
questão das linhas pode ser problemática. Nosso edital de 2015 é muito ruim,
estamos escravos de um contrato péssimo que precisaria ser revisto. A
prefeitura recorreu ao poder judiciário para mediar essa situação. É um
problema, porque as próprias empresas dos consórcios não têm interesse em
revisar o contrato”, completou o parlamentar.
A Secretária de Parcerias
Estratégicas da Prefeitura, Ana
Pellini, garante que o risco foi mensurado: “Qualquer
empresa que absorver as linhas deverá chegar aos mesmos pontos do município que
a Carris opera. Em relação ao custo
da passagem, os custos mais baixos de operação de uma operadora privada são
incorporados nas revisões tarifárias anuais, logo, os efeitos de transferência
das linhas para a operação privada afetam a tarifa do ano seguinte. Importante
destacar que não há sobra ou excesso de receita no sistema, sempre ocorrendo a
devida compensação no reajuste tarifário do ano seguinte”, apontou a
secretária.
Pellini salientou as
possíveis economias da prefeitura caso o projeto seja aprovado: “Ao longo dos últimos dez anos, foram injetados na Carris cerca de meio bilhão de reais.
Neste ano, a estimativa da prefeitura é de um repasse mensal de R$ 6 milhões ao longo de 2021”.
Vereadora cobra estudos mais
aprofundados
Ainda que o estudo feito pela prefeitura esteja disponível, a vereadora Karen Santos (PSOL) vem solicitando ao Paço mais dados que respaldem o
benefício social e os possíveis ganhos financeiros da desestatização da Carris. Em junho, ela fez um pedido
formal ao gabinete do prefeito acerca de um “estudo
técnico sobre a privatização da Carris”.
Segundo a parlamentar, é importante averiguar a situação financeira da empresa
e os indícios de irregularidades antes de avançar no debate.
É insuficiente para a gente conseguir entender qual é o benefício para a
população. Em março, nossa primeira Comissão
de Transporte e Habitação (Cuthab) do ano foi sobre este tema, convocamos o
governo para compor o debate e, desde então, estamos solicitando esse estudo de
impacto financeiro. Na audiência pública, isso novamente não foi encaminhado.
Tivemos acesso a isso pelo Jornal Já, mas não foi anexado ao projeto e não está
disponível para os vereadores, disse Karen,
referindo-se a uma reportagem de junho. A matéria aborda uma auditoria fiscal
contratada pelo então prefeito Nelson
Marchezan (PSDB), que constatou que R$ 41
milhões referentes ao serviço de bilhetagem não chegaram ao caixa da companhia.
Nelson Marchezan aprova modelo de
novos ônibus da maior renovação de frota da história da Carris
Por Mobilidade Porto Alegre -24 de junho de 2020612
Carris Interior
O prefeito Nelson Marchezan
Júnior acompanhou nesta quarta-feira, dia 24 de junho de 2020, na sede da Carris, em Porto Alegre, a última etapa
da vistoria técnica de renovação dos ônibus da maior aquisição de frota de
transporte coletivo já realizada pela Companhia.
https://twitter.com/marchezan_/status/1275882730828509185
O valor total da negociação é de R$ 45,1
milhões. Do montante, 90% provêm de
uma operação de crédito realizada entre a Carris
e a Caixa Econômica Federal, de
acordo com a Lei Municipal 12.637, de 28 de novembro de 2019.
O valor equivalente aos 10%
complementares foi investido pela Carris.
A aprovação do modelo confeccionado pelas fabricantes Mercedes-Benz e Mascarello
foi anunciada pelo prefeito durante a vistoria ao ônibus número 0001.
“Os novos 98 Ônibus vão qualificar a prestação de
serviço do transporte coletivo na cidade de Porto Alegre e eles chegam num
momento importante pois vão diminuir a manutenção dos mais antigos,
beneficiando os usuários. Nesse momento onde a pandemia afeta todos, seja no
serviço públicos ou privados, estamos nos preparando para o pós pandemia,
garantindo um legado de melhores serviços aos porto-alegrenses” , disse o
prefeito.
O protótipo é o primeiro Ônibus
que integra uma série de 98 novos
coletivos adquiridos pela Carris.
Todos serão modelo 2020, equipados com acessibilidade, ar-condicionado, sistema TRI com GPS e reconhecimento facial. A partir da aprovação da vistoria do Ônibus, os novos veículos começam a ser
produzidos pela montadora. As entregas serão em lotes diários, com previsão de
conclusão de todos os coletivos até o final do mês de julho.
https://twitter.com/Prefeitura_POA/status/1275920240057225219
“O número 1 marca os novos rumos da Carris, assumidos como um compromisso pela nova gestão.
Queremos que essa série da nova frota seja reconhecida como símbolo de conforto
e qualidade no dia a dia dos nossos clientes”, diz o diretor-presidente
em exercício da Carris, Gustavo Cochlar.
Com a renovação da frota, a redução estimada de custo de manutenção é de
R$ 3,5 milhões, já no primeiro ano.
Os 98 Ônibus novos Ônibus
substituirão coletivos adquiridos entre 2006 e 2007, que estão em operação, mas
serão impedidos de circular este ano por atingirem a vida útil máxima permitida
pelo sistema de transporte público
de Porto Alegre.
Carris Elevador
Foto: Jefferson Bernardes/Prefeitura de Porto Alegre
O investimento acontece após o choque de gestão que vem recuperando o
equilíbrio financeiro da Carris
desde o início da atual administração. A empresa, que chegou a apresentar um
déficit de R$ 74,2 milhões em 2016,
teve esse prejuízo reduzido em 74%,
em 2018. Em setembro de 2019, a Carris apresentou lucro líquido de R$ 124 mil, melhor resultado monetário em
sete anos.
A aquisição da nova frota está de acordo com o pregão eletrônico
realizado no dia 2 de fevereiro e homologado em 11 de março. A assinatura dos
contratos com as empresas Mercedes-Benz e
Mascarello, fornecedoras,
respectivamente, de chassis e carrocerias, foi concluída em 25 de março.
Centenária
A Companhia Carris
Porto-Alegrense completou 148
anos no dia 19 de junho. Atualmente, a frota tem 347 veículos. A mais recente aquisição de ônibus novos pela empresa
havia ocorrido em 2014, quando foram comprados 50 veículos.
Carris: do lucro a um déficit
anual de 50 milhões, em sete anos
Desde o começo da década, a empresa pública de Ônibus de Porto Alegre vem apresentando uma queda vertiginosa.
Prejuízos enormes e crescentes, diminuição na qualidade do serviço e graves
problemas de gestão, chegando a ter mais de cem ônibus parados por falta de
peça.
Até 2010, a Carris dava
lucro. Os balanços eram positivos e a empresa recebia prêmios pela qualidade do
serviço. Nos anos anteriores, chegou a ser escolhida duas vezes a melhor
empresa de transporte público do Brasil, em 1999 e 2001.
Foi no início da gestão de José
Fortunati na prefeitura que a empresa começou a apresentar prejuízos. Em
2011, o prejuízo foi de quase R$ 6
milhões. Em 2012, um salto negativo: mais de R$ 21 milhões negativos. O déficit nas contas da empresa chegaram a
mais de R$ 50 milhões em 2015 e
2016. Para este ano, a previsão é de resultados ainda piores.
Funcionários já falaram publicamente que há um processo de sucateamento
provocado. Reclamam também de assédio e falta de diálogo, por parte da nova
direção. Desde o início de ano, um diretor-presidente recém nomeado, Luís Fernando Ferreira, em fevereiro, e
uma procuradora, Jaqueline Simões, em julho, pediram demissão da Carris.
Ao longo de quase onze meses de governo, a atual gestão não apresentou
um plano de recuperação para a empresa. Periodicamente, o prefeito Nelson Marchezan Júnior cita a Carris como um problema em suas
entrevistas. Agora, Marchezan subiu
o tom. Afirmou que a empresa não é mais viável e está com seus dias contados.
Mais de cem ônibus parados
Carris deixa de realizar até 300 viagens por dia devido a problemas
em veículos. O prejuízo mensal com a falta dessa arrecadação chega a R$ 2 milhões por mês / Ricardo Stricher / JÁ
Com cento e quarenta e cinco anos de serviços prestados, levando e
trazendo a população de Porto Alegre, de “Bonde ou
de Ônibus”, a Carris vê no
horizonte o fim da linha. Pelo menos é o que se desenha, na gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior, para o modelo
de empresa pública de transporte de passageiros.
Se ao longo da campanha eleitoral, a possibilidade de venda da empresa
era negada pelo então candidato Marchezan,
desde que assumiu o Paço, o prefeito volta e meia dá o recado. Recentemente, Marchezan foi taxativo: “a Carris está com os dias contados.” O prefeito
já apresentou as três possibilidades: ___privatização, venda ou extinção.
Um mar de ônibus parados, na garagem da empresa, é o retrato da grave
crise de gestão. Um terço da frota da Carris
não vai para a rua, garante funcionários da empresa. Ao longo deste semestre, o
número varia entre 100 e 120 automóveis parados, a maioria por
falta de peças. No dia 14, dos 347 carros
da frota, 112 não tiveram condições
de sair.
“Considerando que já passamos muito do
número da frota reserva (32), todos os dias são cerca de 80 ônibus que não andam pela cidade, cerca de 300 viagens que deixam de serem realizadas. É a realidade atual”,
lamenta o delegado sindical da Carris,
Felipe Suteles. Segundo o
sindicalista, a situação, que vem piorando gradualmente na última década,
piorou de vez nos últimos meses.
Quase metade dos automóveis são da Volvo
e a reposição de peças depende de um contrato com a montadora. Assim, veículos
novos, com falta de peças simples, dividem o espaço com carcaças que já foram
descartadas. “Há Ônibus parados por falta de
parafusos de poucos reais”, lamenta.
A falta de entendimento entre os funcionários, direção e o prefeito
também tem se tornado uma rotina. Na mais recente controvérsia, Marchezan declarou em entrevista que o
alto índice de roubo de peças é uma das causas da situação precária da empresa.
Os funcionários responderam com indicativo de greve, mensagens pela internet e
panfletos distribuídos para a população. “Já houve
alguns furtos de peças, sim, mas justificar a precariedade atual com isso é
criminoso”, classifica Suteles.
Em entrevista recente, Marchezan
afirmou que o índice de furto de peças na empresa é muito alto. Funcionários
reagiram, afirmando que a intenção do prefeito é desmoralizar os servidores. Um
procedimento interno está apurando a denúncia. Funcionários da empresa ainda se
queixam de uma rotina de assédio por parte da direção. “Foram
revistar o meu carro na saída, eu disse ‘pode revistar, se tiver roubo não é
aqui, é lá dentro”, afirmou um servidor da companhia que não quis ser
identificado.
Tribunal de Contas: auditoria
especial não é necessária
O caso da Carris chegou ao
judiciário. Vereadores do PT pediram
providências ao procurador geral do Ministério
Público de Contas (MPC), Geraldo Da
Camino. Em junho, o MPC
solicitou à presidência da companhia um relação da frota constando quantos
veículos estavam em circulação e quantos estavam parados.
Também foram questionados se a frota atual era suficiente para atender a
demanda exigida e se a empresa cumpria os horários e itinerários. A Carris respondeu que haviam 47 veículos retirados por problemas
mecânicos aguardando manutenção, um número bem abaixo do denunciado por
funcionários da empresa.
Em agosto, Da Camino pediu ao
Tribunal de Contas (TCE) uma
auditoria na Carris em razão de um
possível sucateamento da frota, além dos prejuízos acumulados nos últimos
exercícios. Em outubro, uma nova manifestação do MPC foi entregue ao Tribunal de Contas. Nela, o
procurador pediu “que seja elaborado diagnóstico
atualizado da gestão operacional da Carris”.
Da Camino também pediu que a
apuração tivesse caráter obrigatório.
O TCE não realizará uma
auditoria especial como quer o procurador. Segundo a assessoria de imprensa do
Tribunal, a área técnica do órgão analisou o pedido do MPC e avaliou não ser necessária a auditoria especial, visto que o TCE avaliará os mesmos itens e pontos
questionados por Da Camino no
relatório 2017-2018 da empresa.
Do sucateamento ao déficit
Desde o ano passado, as empresas privadas de Ônibus da Capital gaúcha vem reclamando de prejuízos na prestação
do serviço. Atualmente, nenhum dos consórcios consegue cumprir a tabela,
gerando centenas de multas emitidas pela EPTC.
As gratuidades e a redução na quantidade de passageiros do sistema então entre
as causas apontadas. Entretanto, o problema da Carris é anterior.
Em duas ocasiões foi eleita a melhor empresa de transporte público do
Brasil pela ANTP (Associação
Nacional dos Transportes Públicos), em 1999 e em 2001. É também a empresa de
transporte público mais lembrada pelos porto-alegrenses, com 17 prêmios Top of Mind, promovido pela revista Amanhã.
Em seis anos, a companhia passou de referência no transporte público do
país a empresa deficitária a caminho da privatização. Até 2010, os balanços
eram positivos. Em 2011, começaram os crescentes prejuízos. Para este ano, a
projeção é de que os cofres do Município precisem colocar aproximadamente R$ 60 milhões para zerar as contas.
Ao longo deste período, foram abertos procedimentos para apurar
irregularidades. Em 2016, o ex-diretor-presidente, Sérgio Zimmermann, foi condenado a devolver R$ 317 mil.
O diretor nomeado por Marchezan
para criar um plano de salvação da empresa, Luis Fernando Ferreira, durou apenas 20 dias no cargo e pediu demissão. A vaga foi ocupada quase dois
meses depois por Helen Machado, que
assumiu afirmando não se tratar de um problema para ser resolvido “em dois ou seis meses”. Até o momento, não foi
anunciado nenhum plano de recuperação para a Carris.
O que diz a direção
Ao longo de uma semana, o JÁ tentou entrevistar a direção da Carris. Na tarde de sexta-feira, 17, a empresa enviou uma resposta por
email ao jornal. A Carris afirma que
o contrato com a Volvo foi retomado e 50
Ônibus voltaram a circular na primeira quinzena de novembro.
A frota total é de 347
ônibus, sendo 32 destinados à
reserva. No dia 17, eram apenas 33
carros retidos, segundo a direção. A empresa ainda coloca que está
implementando projetos de manutenção preventiva dos veículos. o que não era
feito anteriormente.
Parte do depósito é um ferro
velho a céu aberto. Uso de peças de carros velhos, prática adotada para tentar
minimizar falta de peças, foi proibida pela nova direção / Ricardo Stricher / JÁ
O sistema de transporte por
trólebus foi inaugurado na cidade de Porto Alegre - RS em 1963, sendo
adquiridos 4 Trólebus do tipo Caio/Massari/FNM/Villares e 5 veículos do tipo Massari/Villares.
A extensão do percurso atingiu apenas 10 km de rede elétrica. Em cinco anos de funcionamento, houve
apenas duas linhas de Trólebus: ___Gasômetro
e Menino Deus, transportando em média, respectivamente, 900 e 400 passageiros
por dia, segundo dados da companhia.
Sua desativação ocorreu em 1969. Grande parte dos equipamentos, assim
como os Trólebus Massari/Villares foram adquiridos e
recuperados pelo sistema de Araraquara.
Memória Carris
Companhia Carris Portoalegrense
Imagens – Picasa
___A Carris, mantem uma
página no site PicasaWeb, onde
disponibiliza, fotos, documentos. Você pode acessá-lo aqui: - Acesse Memória Virtual Carris
___Antes da pandemia de Covid-19,
que reduziu passageiros em todo o Mundo, atendia cerca de 193 mil passageiros. É de ressaltar que alguns problemas derivam em
parte de contextos mais amplos, como a “pandemia e
a crise econômica global”, mas também foi apontada má administração.
Os críticos alegam que os governos recentes têm adotado uma prática de
sucateamento deliberado dos serviços públicos para justificar sua concessão à
iniciativa privada, organizando um grande programa de desestatizações.
O Sindicato dos Trabalhadores do
Judiciário Federal e do Ministério
Público da União no Rio Grande do Sul publicou nota alegando que as
justificativas oficiais são mentirosas e parte de um processo "que faz ressonância ao desmonte promovido no âmbito
federal” pelo governo de Jair
Bolsonaro (2019-2022).
A Carris é "um patrimônio da cidade e fundamental para a busca
pela democratização do transporte". Fabrício Loguércio, diretor do
sindicato, disse que "a luta em defesa da Carris pública é, na verdade, uma luta em defesa do transporte
público. A Carris, fundada em 1872,
já foi exemplo de transporte público.
Ganhou prêmios de melhor empresa de
transporte coletivo do Brasil. Sempre serviu pra regular o sistema em Porto
Alegre. Porém, após uma sequência de gestões desastrosas, com vários escândalos
de corrupção (segundo a mídia), foi sendo sucateada. Apesar de tudo isso, ainda
é a melhor de Porto Alegre". Para André Augustin, do Observatório das Metrópoles,
Infelizmente, nos últimos anos as sucessivas gestões neoliberais na Prefeitura de Porto Alegre promoveram o
seu sucateamento. A qualidade caiu, mas mesmo assim continuou acima das
concorrentes.
Em 2021, em Porto Alegre/ Brasil, a
idade média da frota da Carris era
de 5,2 anos, contra 7,7 anos das empresas privadas (acima
do permitido pela legislação). Além disso, 94%
dos Ônibus da Carris possuíam ar condicionado, contra 41% nas privadas.
Também foi a Carris que
salvou o sistema de Ônibus durante a
pandemia, quando as empresas privadas descumpriram os contratos e começaram a
abandonar as linhas mais deficitárias.
Para garantir o direito ao transporte, previsto na Constituição, a Carris assumiu essas linhas – num
subsídio indireto às suas concorrentes, que puderam operar apenas as linhas
lucrativas. Isso fez o prejuízo da Carris
aumentar, o que foi usado de argumento pelo prefeito Sebastião Melo para acabar com a Carris.
Os prejuízos surgiram depois de Fortunati
entregar a gestão da Carris para
o PMDB, partido do seu vice, Sebastião Melo. Entre outros
escândalos, houve desvios de mais de um milhão e meio de reais pelo coordenador
financeiro da companhia, que depois fez diversas doações para campanhas do seu
partido, incluindo do próprio Sebastião
Melo.
Quando virou prefeito, Sebastião Melo
usou o prejuízo iniciado na sua gestão como vice-prefeito para defender que a Carris não podia mais ser pública.
Enviou então um “projeto de lei” à Câmara Municipal pedindo não a
privatização, mas uma Carta Branca
para fazer o que quisesse para destruir a Carris.
[...]"Assim como acontecia um século
atrás, transporte e saneamento devem servir não para atender às necessidades da
população, mas para garantir os lucros dos prestadores desses serviços e ainda
ajudar na valorização da terra urbana. Não é, portanto, uma ausência do Estado,
mas uma forte atuação estatal para construir uma cidade que gere lucro para
determinados setores".
Carris – Presidentes
___Os presidentes da Carris
responsáveis pela crise da companhia, são nomeados pelo prefeito de Porto
Alegre.
Ano Presidente Prefeito
1999 - 2002 Maria Cristina
Utzig Piovesan Tarso Genro e João Verle
(PT)
2005 - 2010 Antônio Lorenzi José Fogaça (PPS
e PMDB)
2010 - 2011 João Pancinha José Fortunati
(PDT)
2011 - 2016 Sérgio
Zimmermann
2017 Luis Fernando Ferreira Nelson Marchezan Júnior (PSDB)
2017 - 2019 Helen Machado
2019 - César Griguc
___A nossa Companhia Carris
tem uma co-irmã, no outro lado do Atlântico, a Carris de Lisboa, em Portugal. Ambas foram criadas em 1872, a Carris
de Lisboa foi fundada em 18 de setembro, e a
de Porto Alegre, em 19 de junho.
Os primeiros “carros elétricos”
começaram a circular na capital portuguesa em 1901, enquanto, por aqui, os
bondes puxados por mulas começaram a ser substituídos em 1908.
Na década de 1940, foi inaugurado o serviço de Ônibus nas terras de “além mar”,
na capital gaúcha esses veículos já funcionavam desde 1929.
Embora existam pequenas diferenças na cronologia das duas empresas, as
duas tiveram papel fundamental no desenvolvimento urbano, bem como grande
importância para a mobilidade dos cidadãos porto-alegrenses e lisboetas, até os
dias atuais.
2019
Top of Mind 2019
Carris conquista pela 20º vez a distinção pela Revista Amanhã, por ser a
empresa de transporte mais lembrada.
2018
Top of Mind 2018
Carris conquista pela 19º vez a distinção pela Revista Amanhã, por ser a
empresa de transporte mais lembrada.
Marcas de Quem Decide
Carris consagra-se entre as cinco marcas mais lembradas e preferidas no
prêmio anual Marcas de Quem Decide, do Jornal do Comércio, em duas categorias:
Empresa Pública Gaúcha e Empresa de Ônibus.
2017
Top of Mind 2017
Carris conquista distinção pela Revista Amanhã pela 18ª vez.
2016
Top of Mind 2016
Carris conquista distinção pela Revista Amanhã pela 17ª vez.
Homenagem pelos mais de 100 anos de contribuição ao desenvolvimento gaúcho
Placa de homenagem entregue pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul
no evento em parceria com Farsul, Fiergs e Federasul.
2015
Top of Mind 2015
Pela 16ª vez, Companhia conquista distinção pela Revista Amanhã.
2014
Top of Mind 2014
Mais uma vez, Carris é a empresa de ônibus mais lembrada da capital na
premiação Top of Mind da Revista Amanhã.
2013
Top of Mind 2013
Carris é, pela 14ª vez seguida, a empresa de ônibus mais lembrada da
capital na premiação Top of Mind da Revista Amanhã.
2012
Top of Mind 2012
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais
lembrada pelos porto-alegrenses.
Medalha Responsabilidade Social
2012
Concedida pela Assembléia Legislativa. Conquista também do Diploma
Mérito Social e do Certificado de Responsabilidade Social.
Revista Maiores do Transporte
& Melhores do Transporte 2012
Homenagem no evento de 25 anos de premiação da revista Maiores do
Transporte & Melhores do Transporte.
2011
Top of Mind 2011
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais
lembrada pelos porto-alegrenses.
Prêmio Responsabilidade Social
2011
Concedido pela Assembléia Legislativa.
Marcas de quem decide
Empresa de ônibus mais lembrada. Com o reconhecimento, a empresa
continua ocupando um lugar entre as cinco melhores na lembrança e preferência
do público.
Marcas de Quem Decide
Prêmio concedido pelo Jornal do Comércio. Carris foi a empresa de ônibus
mais lembrada e uma das cinco primeiras na lembrança e preferência do público.
Prêmio Pesquisa de Gestão Sustentável
e Gestão de Excelência
Destaque entre as 112 maiores empresas da região Sul do país no Fórum de
Gestão Sustentável, pelo pioneirismo do uso de Biodiesel em sua frota.
2010
Top of Mind 2010
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais
lembrada pelos porto-alegrenses.
2009
Top of Mind 2009
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais
lembrada pelos porto-alegrenses.
Prêmio Responsabilidade Social
2006
Concedido pela Assembléia Legislativa.
Empresa Parceira do Pão dos
Pobres
Concedido pela Fundação Pão dos Pobres.
Prêmio Qualidade RS
Troféu Prata em prêmio promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e
Produtividade, certificação que reconhece a excelência de empresas públicas e
privadas de todos os segmentos.
Recertificação ISO 9001/versão
2008
Conquistada pela Carris em julho de 2009.
2008
Top of Mind 2008
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais
lembrada pelos porto-alegrenses.
Destaque em Responsabilidade
Social
Cerificação no tema “Comunidade” da Revista Expressão divulgada no
Anuário Gestão Social.
Prêmio Qualidade RS
Troféu Prata em prêmio promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e
Produtividade, certificação que reconhece a excelência de empresas públicas e
privadas de todos os segmentos.
Prêmio Excelência em Gestão
Realizado pela Editora Expressão e a Civitas Responsabilidade Social, a
pesquisa mostra um panorama do nível de consciência socioambiental das empresas
sulinas.
2007
Top of Mind 2007
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos
porto-alegrenses.
Excelência em Gestão Social
Nível máximo de excelência em gestão de responsabilidade social na
pesquisa da Revista Expressão
divulgada no Anuário Gestão Social.
Grandes Líderes
Maior empresa de transporte urbano do Sul do país, de acordo com lista
publicada pela Revista Amanhã.
Troféu Ouro do Sesi
Prêmio pela obtenção da recertificação do programa de prevenção ao uso
de álcool e drogas.
Programa Motivação e Incentivo
(PMI)
Prêmio Marcas Líderes
Em pesquisa realizada pela Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra), Carris foi
uma das empresas mais lembradas pela população de Canoas (RS).
Prêmio Qualidade RS
Troféu Bronze na premiação promovida pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).
Top Consumidor
Certificação da Revista
Consumidor Teste para as empresas gaúchas com nível de excelência no
atendimento e respeito ao consumidor.
2006
Top of Mind 2006
Pesquisa da Revista Amanhã
aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos
porto-alegrenses.
Top Plus 2006
Considerada pelos porto-alegrenses na pesquisa da Revista Amanhã a marca à qual mais demonstram lealdade, entre todas
as marcas de todos os segmentos.
Grandes Líderes
Maior empresa de transporte urbano do Sul do país, de acordo com lista
publicada pela Revista Amanhã.
Destaque em Responsabilidade
Social
Certificação no tema “Comunidade” da
Revista Expressão divulgada no Anuário
Gestão Social. Entre os 47
destaques dos sete principais temas de responsabilidade social, a Carris foi a única empresa de
transporte coletivo do país a figurar na lista.
Diploma Mérito Social
Concedido pela Assembléia
Legislativa para funcionários da Carris.
2005
Top of Mind 2005
Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris
como a empresa de Ônibus mais
lembrada pelos porto-alegrenses.
Empresa Amiga da Criança
Selo concedido pela Fundação
Abrinq ao conjunto de ações das quais se destacam os cursos
profissionalizantes gratuitos para crianças e adolescentes.
Prêmio "Marcas de Quem
Decide"
Prêmio concedido pelo Jornal do
Comércio.
Grandes Líderes
Maior empresa de transporte urbano do Sul do país, de acordo com lista
publicada pela Revista Amanhã.
2004
Top of Mind 2004
Pesquisa da Revista Amanhã aponta
a Carris como a empresa de ônibus
mais lembrada pelos porto-alegrenses.
Maiores e Melhores do Transporte
e Logística
Apontada como a maior e melhor empresa de transporte urbano do país pela
Revista Transporte Moderno.
Prêmio Responsabilidade Social
Concedido pela Assembléia Legislativa.
Bienal de Marketing ANTP
Vencedora do evento promovido pela Associação
Nacional de Transportes Públicos com os projetos da Universidade Carris e Sistema
Interno de Melhorias Carris.
2003
Top of Mind 2003
Pesquisa da Revista Amanhã
aponta a Carris como a empresa de Ônibus
mais lembrada pelos porto-alegrenses.
Selo Sesi "Aqui se Pratica
Prevenção"
Pelo programa de prevenção ao uso de álcool e drogas.
Prêmio Nacional de Gestão Pública
Primeira instituição municipal a conquistar o prêmio oferecido pelo
governo federal aos órgãos públicos que se destacam pela administração de
qualidade. Distinção na Faixa Ouro.
2002
Top of Mind 2002
Pesquisa da Revista Amanhã
aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos
porto-alegrenses.
Top Cidadania
Concedido pela Associação
Brasileira de Recursos Humanos para o projeto Carris Amigos da Vida.
Empresa Amiga da Criança
Selo concedido pela Fundação
Abrinq ao conjunto de ações das quais se destacam os cursos
profissionalizantes gratuitos para crianças e adolescentes.
2001
Top of Mind 2001
Pesquisa da Revista Amanhã
aponta a Carris como a empresa de
ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.
Melhor empresa de transporte
coletivo do Brasil
Associação Nacional dos
Transportes Públicos (ANTP).
Top Ser Humano
Concedido pela Associação
Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS) para o conjunto de ações visando à
valorização e treinamento do grupo funcional.
2000
Top of Mind 2000
Pesquisa da Revista Amanhã
aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos
porto-alegrenses.
Top de Marketing ADVB
Concedido pela Associação dos
Dirigentes de Vendas do Brasil, pelo projeto de lançamento da Linha T9.
1999
Melhor empresa de transporte
coletivo do Brasil
Prêmio concedido pela Associação
Nacional dos Transportes Públicos (ANTP).
Sindicato
dos Trabalhadores da Cia. Carris
123
___História de um Bonde
Em 31 de dezembro de 1928, a Companhia Carris Porto Alegrense
comprou 20 veículos com eixo duplo
da J. G. Brill, fabricante que se
localizava na Filadélphia, Estados
Unidos.
___Os novos veículos adquiridos foram numerados de 106 a 125 em Porto
Alegre.
___Começava a história da circulação do modelo Brill entre os Bondes
porto-alegrenses.
Entre estes estava o Bonde 123, personagem principal da nossa história
de hoje. Sabemos que no interior das oficinas da Cia. Carris os bondes eram praticamente reconstruídos ao longo do
tempo. Geralmente quando estes veículos chegavam em Porto Alegre, eles já
tinham circulado por um período em outras cidades. Assim sendo, muitos já
chegavam na cidade com um certo desgaste.
Juntando o período em que serviam ao transporte público de nossa
capital, é de se imaginar que a realização de reparos tornava-se fundamental.
Temos informações que muitos destes veículos acabavam perdendo algumas de suas
características originais em função da quantidade grande de reformas por que
passavam nas garagens da Carris.
O Bonde
123 circulou nas ruas de Porto Alegre
até o ano de 1970, quando os bondes "saíram de
cena" em nossa cidade. Portanto, este bonde teve quarenta anos "de serviços prestados" ao transporte
público da capital.
A partir de 1970, após o fim da
circulação dos Bondes, iniciou-se o
processo de distribuição e leilão destes veículos, muitos foram entregues para
escolas públicas, outros foram leiloados e distribuídos pelos mais diferentes
lugares.
O 123
continuou no pátio da Carris,
acompanhado por outros dois veículos. Infelizmente temos poucas informações
sobre estes outros dois bondes. De acordo com o depoimento de uma antiga
funcionária do administrativo da Carris,
um dos bondes ficava na parte do atual pátio da empresa que na época pertencia
ao DETRAN, e o outro, próximo ao
pátio do Carrefour.
Sabemos, entretanto, que o Brill 123 serviu
como escritório da Gerência de
Manutenção até a década de 1990, quando
foi reformado para ser instalado no Centro da cidade como parte das
comemorações dos 120 anos da Cia Carris.
Temos os depoimentos e algumas informações dadas pelos colegas que
participaram desta grande reforma. Alguns deles continuam trabalhando ainda
hoje na Cia. Carris, como o Sr. Osvaldo, que trabalha no setor de Manutenção Predial como marceneiro.
O Bonde 123
foi levado para o Largo Glênio Peres
onde permaneceu por um período. Sabemos que ele foi retirado de lá e trazido
novamente para a Cia. Carris em
função das depredações que estava sofrendo.
Ainda na década de 1990, o 123 foi
novamente reformado (desta vez foi contratado um escritório de arquitetura) e
passou a funcionar como escritório do Serviço
de Atendimento Cliente Carris (SACC), função que exerce até 2022.
Carris
Porto Alegrense (RS) – CMTC (SP)
Em 1993, a CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo,
cooperava uma frota de cerca de 2.250
Ônibus e 480 Trólebus e, como
monopolista do transporte coletivo em São Paulo, contratava 47 empresas privadas para operar outros
7.250 Ônibus.
Por Francisco Christovam –
Assessor especial do Sindicato das
Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo –
SPUrbanuss
Em 19 de junho de 1872, graças a uma
autorização do imperador Dom Pedro II, a companhia Carris de Ferro
Porto-Alegrense foi autorizada a funcionar. Inicialmente, a empresa operava
bondes puxados a burro.
Em 1908, inaugurou o serviço de
bondes elétricos, que seria desativado em 1970.
Em 1930, a empresa passou a oferecer
também o transporte por ônibus, principalmente, para as localidades onde as
linhas de bonde não chegavam.
Em 1954, a Carris foi encampada pela prefeitura. A Companhia Carris Porto-Alegrense é a mais antiga empresa de
transporte coletivo em atividade, no país.
Em meados do último mês de junho, o
prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo,
enviou o PL Nº 013/2021 para a Câmara de
Vereadores. O projeto de lei autoriza a prefeitura a “alienar ou transferir, total ou parcialmente, a
sociedade, os seus ativos, a participação societária, direta ou indireta,
inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar,
dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente, a Companhia Carris
Porto-Alegrense (Carris), por quaisquer das formas de desestatização
estabelecidas na legislação pátria …”.
A iniciativa do prefeito de Porto Alegre nos remete a uma decisão
emanada da Prefeitura de São Paulo, em 1993, que culminou com a “privatização” da Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC, sociedade de
economia mista, criada em 1947, com o
propósito de assumir os serviços de transporte realizados por 730 bondes, operados pela “The São Paulo Tramway, Light and Power Company”,
bem como operar uma frota de 770
ônibus, a maioria proveniente de empresas privadas que foram encampadas.
Quando a CMTC passou a
operar, em julho de 1947, o seu quadro de
pessoal era de 7.362 empregados e, em 31 de dezembro daquele mesmo ano, esse número
já tinha subido para 7.987
empregados.
Ao longo de mais de 45 anos,
à semelhança do que aconteceu com a Carris,
a empresa passou por bons e maus momentos, muito em função da orientação
política dos prefeitos, da disposição de reajustar tarifas para cobrir os
custos de produção dos serviços e da disponibilidade de recursos financeiros
para a aquisição de novos veículos, manutenção da frota existente e para a
conservação das instalações fixas (garagens, oficinas, abrigos, pontos de
parada e redes elétricas).
Em 1993, a CMTC operava uma frota de cerca de 2.250 ônibus e 480
trólebus e, como monopolista do transporte coletivo em São Paulo, contratava 47 empresas privadas para operar outros
7.250 ônibus. A sua frota própria
era distribuída em 11 garagens
localizadas, na sua maioria, bem próximas da região central da cidade. A
empresa possuía um quadro de pessoal da ordem de 27.300 empregados, que haviam acumulado, ao longo dos anos, vários
benefícios e vantagens trabalhistas.
Para cobrir a diferença entre o volume de recursos necessários para
manter a companhia funcionando e a receita auferida com a operação da sua frota
de ônibus e trólebus, a Prefeitura precisava transferir para a empresa,
mensalmente, cerca de U$ 41 milhões,
a título de subvenção. Vale registrar que nenhum centavo desse montante se
destinava a subsidiar os passageiros do sistema de ônibus que operava à época.
Assim, com uma frota envelhecida e composta por 28 modelos de ônibus e trólebus, estoque de reposição com cerca de 28 mil itens cadastrados, garagens mal
localizadas, do ponto de vista operacional, e um quadro de pessoal inchado,
gerando um déficit orçamentário diário de cerca de U$ 1,4 milhão, tornou-se mais do que necessário adotar alguma
providência, a curtíssimo prazo, para reorientar o modelo de negócio e reduzir
a enorme dependência financeira que a empresa tinha de recursos públicos.
Na tentativa de salvar a CMTC,
foi realizado um estudo detalhado de reengenharia, cujo objetivo era analisar
as possibilidades de manutenção das suas atividades, fossem elas do ponto de
vista institucional, empresarial ou operacional. Dentre as várias opções
apresentadas para melhorar o desempenho da empresa, analisou-se a possibilidade
da operação de linhas troncais em corredores segregados, a operação exclusiva
de linhas alimentadoras de terminais de integração e até uma operação seletiva,
utilizando somente veículos elétricos ou de grande porte.
Como nenhuma hipótese mostrou ser viável, passível de ser implantada num
prazo razoável e capaz de reduzir, drasticamente, o prejuízo gerado aos cofres
públicos, na condição de acionista majoritária, a Prefeitura determinou o
encerramento das atividades da companhia.
Considerando as questões jurídico-administrativas, a situação
econômico-financeira e o passivo trabalhista da empresa, optou-se por um
processo diferenciado de privatização. Assim, para atingir o resultado
esperado, decidiu-se transferir para a iniciativa privada, via processo
licitatório, a operação das garagens, das linhas e da frota e não o controle
acionário da empresa.
Para realizar a transferência da operação das linhas, nos moldes da
legislação vigente à época – Lei
Municipal Nº 11.037/91 –, o
processo licitatório foi dividido em três etapas. Na primeira, foram abertas
vinte concorrências públicas, para a contratação de empresas privadas para a
operação das linhas de ônibus, com novos veículos, pertencentes às empresas
vencedoras do certame licitatório. Após a assinatura dos contratos com as 17 empresas vencedoras da licitação,
cerca de mil novos ônibus foram introduzidos no sistema, substituindo veículos
velhos da CMTC, que foram
desativados e leiloados como sucata.
Numa segunda etapa, foram realizadas outras quatro concorrências
públicas, cujo objeto foi a operação das linhas de ônibus; porém, utilizando
cerca de 1.500 ônibus ainda de
propriedade da CMTC. Quando algum
veículo dessa frota atingia o limite da sua vida útil ou perdia as condições de
operacionalidade era, então, substituído por ônibus novos, de propriedade da
empresa privada.
Numa terceira etapa, foram realizadas mais três concorrências públicas,
para a transferência da operação das linhas das três garagens que operavam
veículos elétricos, do tipo trólebus. Nesse caso, adotou-se o conceito de
operação de frota pública, ou seja, a empresa privada deveria operar as linhas
com veículos pertencentes à empresa pública, pagando aluguel pela utilização da
frota e das instalações fixas – garagem, pátio e oficinas – que continuaram de
propriedade da CMTC.
A operação da frota própria das empresas privadas, dos ônibus de
propriedade da empresa pública, com posterior substituição por veículos novos,
e dos veículos da frota pública só foi possível porque a remuneração dos
serviços contratados se dava com base no custo efetivo de produção dos
serviços, acrescido de uma taxa de administração, nos termos da citada Lei Municipal Nº 11.037/91.
No processo de terceirização das atividades operacionais, especial
atenção foi dada aos empregados da CMTC,
que foram sendo desligados, à medida em que as empresas privadas assumiam os
serviços, antes realizados pela empresa pública. Todos os empregados demitidos
tiveram seus direitos trabalhistas respeitados, suas verbas rescisórias
devidamente pagas e boa parte deles foi admitida pelas empresas vencedoras dos
certames licitatórios. Houve, ainda, uma parte significativa do pessoal
demitido que frequentou cursos ministrados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE,
para aprender a gerir os seus próprios negócios, quando deixassem a empresa
pública.
Assim que encerradas as atividades da Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC, em 8 de março de 1995, nascia a São Paulo Transporte S/A – SPTrans que,
com um pouco mais de mil empregados, todos oriundos da extinta CMTC, se propunha a ser uma empresa de
inteligência na sua área de atuação.
Para que a SPTrans pudesse
cumprir a sua missão e realizar os seus objetivos estratégicos era preciso que
a nova empresa abdicasse da sua longa experiência adquirida na operação e na
manutenção de ônibus. Os novos desafios, agora, deveriam estar concentrados no
planejamento dos sistemas de transporte, no aperfeiçoamento dos sistemas de
gestão, no desenvolvimento de novas tecnologias e no aprimoramento da qualidade
dos serviços prestados à população.
Como era de se esperar, essa transformação envolvia não apenas a
alteração do seu escopo de trabalho; mas, principalmente, uma nova compreensão
do seu papel institucional e uma drástica mudança no comportamento dos
técnicos, dos especialistas e até do pessoal de direção da empresa.
O prazo para a execução de todo o processo de privatização, com a
transferência da operação de todas as linhas da CMTC e dos veículos ainda em condições de uso às empresas privadas,
bem como o completo encerramento das atividades operacionais da companhia não
durou mais do que 20 meses.
Wolfgang Franz Josef Sauer,
CEO da Volkswagen do Brasil e da
Autolatina (“joint venture”, criada com a
fusão da Volkswagen do Brasil e da Ford do Brasil, que perdurou de 1987 a 1996)
e último presidente do Conselho de
Administração da CMTC disse:
“Com orgulho acompanhamos o processo de
privatização das atividades operacionais da CMTC, desenvolvido dentro das mais
modernas regras da administração pública. A privatização permitiu uma
substancial economia de recursos municipais, antes gastos na subvenção da
empresa pública, que, agora, deverão ser aplicados em obras sociais.”
• BYD ebus (Teste)
• Busscar Urbanus 1994
• Busscar Urbanuss
• Busscar Urbanuss
Pluss Articulado
• Busscar Ubranuss
Pluss Tour
• Caio Apache S21
• Caio Apache Vip II
(Teste)
• Caio Alpha Articulado
• Caio Millennium I
• Caio Millennium II
• Caio Millennium III
(Teste)
• Caio Millennium BRT
Articulado
• Caio Mondego LA
(Teste)
• Comil Svelto 1995
• Comil Svelto 1996
• Comil Svelto 2000
(Teste)
• Ciferal Padron
Alvorada
• Mascarello GranMentro
Articulado 2012
• Mascarello GranVia
BRS 2012
• Mascarello GranVia
Midi 2014
• Maxibus Urbano
• Marcopolo Gran Viale
• Marcopolo Gran Viale
Articulado
• Marcopolo Torino 1983
• Marcopolo Torino 1989
• Marcopolo Torino GV
• Marcopolo Torino GV
Articulado
• Marcopolo Torino 1999
Articulado
• Marcopolo Torino 2014
(Teste)
• Marcopolo Viale
• Marcopolo Viale BRT
• Marcopolo Viale BRS
(Teste)
• Marcopolo Viale HI
(Teste)
• Marcopolo Viale DD
Sunny 2003
• Mercedes-Benz
Monobloco O-352
• Mercedes-Benz
Monobloco O-362
• Mercedes-Benz
Monobloco O-364
• Neobus Mega 2000
• Neobus Mega 2006
• Neobus Mega 2006
Articulado
• Incasel Minuano
• Irisbus Citelis Line
(Teste)
• Volvo 7700 (Teste)
Chassi:
• Agrale MT 12.0 LE CA
• Cummins ISBe Hybrid
(Teste)
• Eletra Híbrido
(Teste)
• Mercedes-Benz OF-1618
• Mercedes-Benz OF-1620
• Mercedes-Benz
OF-1722M
• Mercedes-Benz
OF-1722M 6x2
• Mercedes-Benz
OF-1721L BlueTec 5
• Mercedes-Benz OH-1315
• Mercedes-Benz OH-1517
• Mercedes-Benz OH-1520
• Mercedes-Benz
OH-1621L
• Mercedes-Benz O-352
• Mercedes-Benz O-362
• Mercedes-Benz O-364
• Mercedes-Benz O-500M
• Mercedes-Benz O-500M
BlueTec 5
• Mercedes-Benz O-500MA
• Mercedes-Benz O-500U
• Mercedes-Benz
O-500UDA BlueTec 5
• Scania BR116
• Scania L94UB
• Scania K310IA 6x2
(Teste)
• Spartan K2 (Teste)
• HVR Diesel
• Iveco Citelis Line
(Teste)
• Volkswagen 16.180 CO
• Volkswagen 17.230 EOD
• Volkswagen 17.230 OD
Euro V (Teste)
• Volkswagen 17.240 EOT
• Volkswagen 17.260 EOT
• Volkswagen 17.280 OT
Euro V (Teste)
• Volvo B5L Híbrido
(Teste)
• Volvo B7RLE
• Volvo B7R
• Volvo B270F (Teste)
• Volvo B215RH (Teste)
• Volvo B215LH (Teste)
• Volvo B9SALF (Teste)
• Volvo B290R
• Volvo B10M
• Volvo B12M
• Volvo B340M
Íntegra da EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
do PLL na Câmara dos Vereadores de Porto Alegre
Processo 3441/17
PLL 363/17
Um dos grandes debates da sociedade é a preservação do patrimônio
histórico, cultural e ambiental das cidades. Seja ele material ou imaterial, a
história de um povo não pode e não deve ser suprimida pelo tempo. Caso
contrário, estaríamos passando por cima da própria construção identitária de
uma cidade ou de uma população.
Nesse sentido, é preciso afirmar: a Carris é um dos mais importantes
patrimônios da história de Porto Alegre. É, também, a mais antiga empresa
pública de transporte coletivo em funcionamento no Brasil.
Fundada em 19 de junho de 1872, poucos dias após nossa cidade completar
100 anos, a Carris de Ferro Porto-Alegrense representou uma grande inovação
para uma Porto Alegre de 44 mil habitantes que tinha como principal meio de
transporte coletivo da população as “maxabombas”, espécie de gôndola pela qual
a população poderia demorar um dia inteiro para chegar ao centro. A autorização
de funcionamento da Carris pelo então imperador possibilitou a operação de um
novo meio de transporte: os bondes tracionados por mulas.
A primeira linha regular da Carris entrou em operação em 5 de janeiro de
1873, praticamente sete meses após sua criação. A inauguração da primeira
linha, a Menino Deus, foi motivo de festa para a cidade. Aos poucos, uma
segunda empresa, a Carris Urbanus, fundada em 1893, acresceu ao sistema de
transporte as linhas Moinhos, Floresta e Partenon. A cidade se desenvolvia num
contexto em que o transporte coletivo era um dos fatores de sua organização e
expansão.
Com o advento da eletricidade, cujas experiências na cidade iniciaram em
1895 a partir da usina termoelétrica, uma nova evolução estaria por vir. Em
1906, com a junção da Carris de Ferro e da Carris Urbanus, surgia a Companhia
Força e Luz Porto-Alegrense. Tal empresa passou a ser a responsável tanto pelo
fornecimento de energia quanto pela administração do transporte, agora
elétrico, na cidade. Dois anos após, em 10 de março de 1908, começaram a operar
as primeiras linhas de bonde elétrico de Porto Alegre. 1914 ficou marcado por
ser o ano no qual o último bonde puxado por mulas circulou na cidade.
Em 1926, a Cia. Força e Luz vendeu suas usinas para um dos grandes
grupos exploradores de energia norte-americanos: o Electric Bond & Share,
operado pela General Eletric. Em 13 de agosto de 1928, a operação de transporte
elétrico da antiga empresa também passou para a administração do grupo
estrangeiro. Nesse período, a empresa ganhou a denominação atual: Companhia
Carris Porto-Alegrense. Foi em 1929 que o primeiro auto-ônibus da Carris entrou
em circulação.
Durante a segunda grande guerra, entre 1939 e 1944, o racionamento de
combustíveis no Brasil fez com que o uso do automóvel fosse cada vez menor e
provocou o colapso dos sistemas de transporte coletivo em todo o país. Aqui em
Porto Alegre, se não houvesse a Carris, é possível que as dificuldades
enfrentadas pela população fossem ainda maiores. Com a sobrecarga no transporte
de passageiros, a empresa aumentou de 85 para 101 o número de veículos que
atendiam a cidade.
A administração por uma empresa privada estrangeira não rendeu bons
frutos para a Carris. O descaso do grupo norte-americano e o sucessivo
desrespeito aos direitos dos trabalhadores levou a uma série de greves no
período posterior, fato que levou a Prefeitura de Porto Alegre a intervir na
empresa em 1952 e, em 1953, a encampar o seu controle acionário a partir da
decisão do então prefeito Ildo Meneghetti e da aprovação, por 17 votos a 2, da
Lei nº 1.069 pela Câmara Municipal de Porto Alegre.
Cumpre lembrar que, em 1953, as constantes greves levaram um
ex-funcionário da Cia. a eternizar esses momentos numa das músicas imortais
sobre Porto Alegre. As frases iniciais do Hino Oficial do Grêmio FootBall
Porto-Alegrense, um dos dois principais clubes da cidade, inspiraram Lupicínio Rodrigues
na criação de sua composição.
Na segunda metade da década de 1950 e durante toda a décadas de 1960,
uma série de transformações ocorreram no transporte coletivo em Porto Alegre. A
Carris transferiu a responsabilidade de transporte por ônibus por um período
para um departamento estatal, voltando a operar tal sistema alguns anos depois,
vieram os ônibus elétricos e, após, os ônibus movidos a diesel. Em 8 de março
de 1970, circularam as últimas linhas regulares de bondes na cidade. Às
20h30min, toda a população pôde andar gratuitamente nos bondes Partenon, Glória
e Teresópolis para se despedir.
O período era de dificuldades financeiras enormes para a empresa
pública. Fato que foi superado não por meio de sua venda para o capital privado
e tampouco a partir de sua desativação. Tais dificuldades foram superadas ao
longo da década de 1970 a partir da maior oferta de serviços à população e da
instituição da Carris como modeladora e reguladora da qualidade do transporte
coletivo na cidade. Localizada em uma nova sede, a partir de 1973, na Rua
Albion, e a partir da criação da Escola de Motoristas, em 1974, a empresa
passou a qualificar esse modal de transporte na cidade.
Em 1976, na gestão do prefeito Guilherme Socias Villela, começou a
operar as Linhas Transversais, atuando onde talvez nenhuma empresa privada, na
época, gostaria de operar. Ligou as zonas sul, norte e leste por meio desse
conceito e demonstrou que a inovação que sempre lhe caracterizou, era
fundamental para a superação de quaisquer crises. Nesse ano, surgiram as linhas
T1, T2, T3 e T4. Um ano após, a gestão acertada da empresa implementou a linha
Campus-Ipiranga que até hoje está na ativa num percurso do Centro Histórico até
o Campus Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, passando pelo
Campus Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Em 1980, houve a instituição da tarifa única e a redistribuição das
linhas de ônibus. Na medida em que a cidade crescia, o sistema estabeleceu a
justiça tarifária ao prever que um trabalhador de bairros populares mais
distantes com poder aquisitivo menor pagaria o mesmo que um trabalhador de
bairros mais próximos, estes geralmente com poder aquisitivo maior. Dois anos
após, a Carris passou a operar também as linhas Circulares do Centro Histórico.
Se, por um lado, a empresa pública evoluía, por outro, a qualidade do
transporte estava em xeque no final da década de 1980. Os concessionários
privados do transporte coletivo desrespeitavam horários estabelecidos para a
circulação de linhas, os ônibus eram antigos e com frequência estragavam por
falta de manutenção, o valor da tarifa era alto e o sistema de transporte
desorganizado.
Numa medida necessária, em 1989, o prefeito Olívio Dutra interviu no
transporte coletivo da cidade buscando estabelecer maior qualidade e tarifas
reduzidas para a população. Durante um boicote empresarial, a Carris foi
fundamental para a manutenção dos ônibus circulando e a consequente
transformação do sistema. O fato permitiu a reorganização do transporte por
ônibus na cidade. Talvez, se a ação definida na época não fosse realizada, nos
dias de hoje os problemas ainda persistiriam.
Em 1989, a Carris passou a operar a linha T5, ligando a zona sul da
cidade ao aeroporto. Após 117 anos de existência da empresa, foi, também em
1989, criado o projeto Memória Carris, pelo qual a população pode conhecer a
história da empresa e do transporte coletivo em Porto Alegre.
O fortalecimento da Carris foi além da simples operação de linhas. Ela
passou a ser uma empresa pública reguladora da qualidade do transporte por
ônibus.
De lá para cá, outras linhas também foram implementadas: em 1990, a
linha T6; em 1995, a linha T1 Direta; em 1997, a linha T2A; em 1998, a linha
T7; em 1999, a linha T8; em 2000, as linhas T9, T9 IPA e T10; em 2006, a linha
T11 3ª Perimetral, e a C4 Balada Segura; e em 2012, a linha T11A. Em 2016,
foram implementadas as linhas T12, T12.1, T12A e T13. Além das linhas
regulares, a empresa é responsável pelas Linhas Turismo, por duas linhas sociais
que atendem grupos escolares e entidades sociais, pela linha social Territórios
Negros e pela linha social Bicho Amigo.
A Carris foi, também, a primeira empresa de transporte de Porto Alegre a
implementar o biodiesel, demonstrando o compromisso com o desenvolvimento
sustentável, a aderir ao sistema de Bilhetagem Eletrônica, a implementar
ar-condicionado, televisões e garantir acessibilidade universal e a possuir
câmeras de segurança em praticamente toda a sua frota.
Atualmente, são 24 linhas regulares operadas pela empresa pública em
nossa cidade.
O reconhecimento dessa história que, em 2017, completou 145 anos, é
nacional. Além de ser considerada pela Revista Amanhã por 17 anos consecutivos
desde 2000 como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses, a
Carris conquistou os seguintes prêmios: Melhor empresa de Transporte Coletivo
do Brasil (1999-2001); Top de Marketing da ADVB (2000); Top Ser Humano (2001);
Top Cidadania (2002); Empresa Amiga da Criança (2002-2005); Selo SESI “Aqui se
Pratica Prevenção” (2003); Prêmio Nacional de Gestão Pública (2003); Maiores e
Melhores Empresas de Logística (2004); Prêmio Responsabilidade Social
(2004-2006-2009-2011); Bienal de Marketing ANTP (2004); Grandes Líderes
(2005-2006-2007); Prêmio “Marcas de Quem Decide” (2005-2010); Diploma Mérito
Social (2006); Destaque em Responsabilidade Social (2006-2008); Top Plus
(2006); Top Consumidor (2007); Prêmio Qualidade RS (2007-2008-2009); Prêmio
Marcas Líderes (2007); Programa Motivação e Incentivo (2007); Excelência em
Gestão Social (2007); Prêmio Excelência em Gestão (2008); Empresa Parceira do
Pão dos Pobres (2009); Recertificação ISO 9001 (2009); Prêmio Pesquisa de
Gestão Sustentável e Gestão de Excelência (2010); Revista Maiores e Melhores do
Transporte (2012); Medalha de Responsabilidade Social (2012); e Homenagem pelos
mais de 100 anos de contribuição ao desenvolvimento gaúcho (2016).
Portanto, considerando o histórico acima, é possível concluir: a Carris
é um dos mais importantes patrimônios históricos da nossa cidade. E o mais
importante: segue viva como uma empresa pública de qualidade, superando crises,
superando governos, inovando na tecnologia e na qualidade do transporte
coletivo de passageiros e, sobretudo, desafiando o tempo.
Não há como imaginar Porto Alegre sem a Companhia Carris
Porto-Alegrense. A Carris faz parte da nossa história e é de toda a população
da nossa cidade. Rogamos pela aprovação desta Proposição.
Sala das Sessões, 12 de dezembro de 2017.
VEREADOR ALDACIR OLIBONI
PROJETO DE LEI
Tomba como patrimônio histórico imaterial e material do Município de
Porto Alegre a Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua
Albion, 385, sua sede.
Art. 1º Ficam tombadas como
patrimônio histórico imaterial e material do Município de Porto Alegre a
Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua Albion, 385, sua
sede.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor
na data de sua publicação.
Companhia Carris
Porto-Alegrense
151 Anos
1872/2023
Resistindo
Sempre
Mesmo contra os Interesses
Rua Albion, 385
Bairro São José (clique aqui para ver localização no Google Maps)
CEP: 91530-010
CGC: 92.675.255/0001-72
Inscrição Estadual: 096/0650962
Fone: (51) 3289-2100
Atendimento ao Cliente: 0800-9799855
Email: sacc.carris@carris.com.br
ANDRÉ, Alberto. "Breve História dos Bondes a Burro e
Elétricos da Cidade" em Correio do Povo (Porto Alegre), 1980/ 9/21, 33. O
último (e melhor) artigo de uma série. O autor publicou outros artigos
ilustrados no Correio do Povo em 25/9/1966 e 18/6/1972.
AUGUSTIN, André Coutinho.
"Os 150 anos de transporte público que não serão comemorados nos 250 anos
de Porto Alegre". Observatório das Metrópoles, 24/03/2022
CRUZ, Mauri (org.).
Estratégias para o Transporte Público de Porto Alegre 2022-2030. Frente Ampla
em Defesa da Carris e do Transporte de Qualidade, 2022
DEGROOTE, Ray. Companhia Carris
Porto Alegrense, Porto Alegre, Brazil. Mapa de entusiasta das linhas de bonde
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ILHA, Flávio.
"Transporte público de Porto Alegre à beira do caos". Jornal
Extra-Classe, 10/06/2022
FORTINI, Archymedes. Porto
Alegre Através dos Tempos. Porto Alegre, 1962. O capítulo "Da Maxambomba
ao Elétrico," pp. 111-12, relata a história dos bondes da cidade.
FOSTER, Gustavo.
"Desestatização da Carris: o que pode acontecer se o projeto da Prefeitura
for aprovado". Matinal Jornalismo, 27/08/2021
JAQUES, André Porto; BUENO,
Celso Jovane de Vargas. Pesquisa de Determinação do Valor de Tarifa Adequado
para as Linhas Alimentadoras do Bairro Lomba do Pinheiro em Porto Alegre-RS.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS, 2008.
MEDIA, Alright (6 de dezembro
de 2019). «Carris troca de presidente ainda em dezembro».
MIOTTO, MARIO HELVIO |
Ex-morador do Bom Fim, secretário municipal de Trânsito e Transportes de
Piracicaba (SP)
MORRISON, Allen. The Tramways of
Brazil: a 130-Year Survey. Nova York, 1989. Meu capítulo Rio Grande do Sul
(texto em inglês) apresenta mais dados sobre os bondes de Porto Alegre.
OTTEN, Odilo. Planta da Cidade de Porto Alegre. Porto Alegre,
1942. Mapa na escala de 1:20,500 mostra as linhas de bonde.
OVADIA, Mauricio. Cento e Onze Anos de Transporte: Do Bonde de
Mulas ao Transporte Seletivo. Porto Alegre, 1980. Este texto de 167 páginas,
escrito pelo diretor da companhia de ônibus, fala sobretudo das finanças. Há
mapas nas páginas 94 e 95 que mostram a circulação dos bondes à esquerda –
estilo inglês.
PEREIRA, A. F. S. "Os Bondes"
em Correio do Povo (Porto Alegre), 17/5/1970, p. 1. O último bonde da cidade.
PIOVESAN, Maria Cristina
Utzig. Escavador.
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novembro de 2013). «Prejuízo com a fraude na Carris é de quase R$ 1 milhão».
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Arquivos
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Por Allen Morrison – Capítulos sem nome em
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Descrição detalhada dos novos bondes Brill. Três fotografias.
"A Construção de Bondes em Porto Alegre" em
Revista das Estradas de Ferro (Rio de Janeiro), 15/51933, p. 133. Os carros
"Miller".
Asociación Uruguaya Amigos del Riel. Red Tranviaria de
Porto Alegre: Cia Carris Porto Alegrense, 1946. Montevideu, 1977. Grande mapa
das linhas (68 x 114 cm) producido pelo grupo de entusiastas. Escala 1:10,000.
"Gaúchos voltam a usar bondes no trânsito" em
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com o carro Brill 113.
Companhia Carris Porto-Alegrense. Blog do Museu Memória
Carris. História, informações, fotografias do transporte público em Porto
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"Trecho com bonde histórico será implantado no centro
de Porto Alegre" em Portoimagem, janeiro de 2007. Novo projeto de linha
turística.
J. A. Moraes de Oliveira no site Coletiva.net
Títulos e Conquistas da Cia. Carris, Revista Amanhã
"Sintrajufe/RS participa de ações contra privatização da Carris;
entidades divulgam nota em defesa da Carris pública". Sindicato dos
Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio
Grande do Sul, 08/09/2021
"Melo sanciona lei que privatiza a Carris de Porto Alegre".
Diário do Transporte, 03/12/2021
http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/02/geral/483137-passagem-de-onibus-sobe-hoje-para-r-3-75.html
Relatório de Gestão mostra avanço da Carris do déficit para o alcance de
lucro | Prefeitura de Porto Alegre. prefeitura.poa.br.
Ex-funcionário é suspeito de usar nome de criança morta para desviar
dinheiro da Carris | Gaúcha ZH. GZH. 9 de maio de 2018.
Repasses de dinheiro feitos por ex-funcionário da Carris podem levar a
outros envolvidos na fraude | Gaúcha ZH. GZH. 11 de maio de 2018.
https://docs.google.com/spreadsheet/pub?key=0Ar-rBrQm0ei-dGs2b3k4ODdnVWRRckFmYVNJSUJBeFE&output=html
Mais de 80 ônibus da Carris são mais velhos do que o permitido pela lei
municipal - Notícias». Diário Gaúcho.
Prometidos para outubro, ônibus novos da Carris ficam para fevereiro -
Notícia. Diário Gaúcho.
Decreto aumenta vida útil de ônibus de Porto Alegre para 14 anos e
autoriza desligamento de ar-condicionado em estrada de terra. Diário do Transporte.
1 de maio de 2019.
Alegre, Prefeitura Municipal de Porto. «Carris». www.carris.com.br.
Prometidos para fevereiro, ônibus novos da Carris ficam para junho, mas
número cresce - Notícias. Diário Gaúcho.
Depois de um ano e meio do anúncio, Carris apresenta seus novos ônibus -
Notícias. Diário Gaúcho.
Em campanha, Marchezan disse que não iria acabar com 2ª passagem | Gaúcha
ZH. GZH. 28 de julho de 2017.
Marchezan diz que, sem um "plano viável nos próximos meses",
Carris pode ser privatizada | Gaúcha ZH. GZH. 20 de junho de 2017.
Guaíba, Ananda Muller / Rádio. «Marchezan reforça que "Carris não é
viável" e que precisa privatizar ou licitar linhas». Correio do Povo.
Comércio, Jornal do. «Privatização da Carris pode sair após análise de
consultoria». Jornal do Comércio.
"Aprovada a privatização da Carris". Assessoria CMPA,
08/09/2021
Carris gastou R$ 1 milhão em sede social restrita a pagantes e locada a
terceiros | Gaúcha ZH. GZH. 3 de junho de 2019.
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Carris». carris.com.br.
Gestão da Carris investigada pelo MP foi a que mais pagou indenizações
por acidentes | Gaúcha ZH. GZH. 15 de maio de 2018.
Presidente da Carris renúncia 20 dias após assumir cargo | Gaúcha ZH.
GZH. 20 de fevereiro de 2017.
www.portoalegre.rs.gov.br e livro Memória Carris - Crônica de uma
História Partilhada com Porto Alegre, organizado por CINARA SANTOS DA SILVA e JOÃO
TIMOTHEO ESMERIO MACHADO (1999)
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