sexta-feira, 1 de março de 2024


Patinação

Porto Alegre a teve Cedo

Introdução

___Patinação é um tipo de “recreação ou esporte” que consiste em locomover-se sobre “patins”, no gelo ou sobre pavimento liso. Tem como princípio fundamental o equilíbrio, adquirido com a prática constante.

Patins

___O patim é um calçado especial cuja sola é guarnecida:

·         De uma lâmina de aço, para deslizar sobre o gelo, ou

·         De 4 pequenas rodas, lado a lado ou em linha, para rolar sobre o pavimento.

Cronologia – Patins de Rodas


Idade Média

___A pessoas deslizavam sobre a neve em “trenós de madeira ou metal”, desde a Idade Média.


Século XVIII

O Duque Patinador

___Na Holanda, o príncipe Jaime, o Duque de York (que posteriormente se tornaria o rei Jaime II da Inglaterra) aprendeu a patinar sobre o gelo depois da Restauração.

O Clube

Em 1742, os escoceses também se entusiasmaram com o esporte e fundaram a primeira organização de patinação sobre o gelo, o Clube de Patinação de Edimburgo.


Patinação sobre Rodas

Em 1710, data em que os estudiosos dizem ter descoberto, em algumas crônicas, que o inventor do “patim” foi um inglês de nome Garcin.

___Somente neste século, quando um diligente holandês prendeu carretéis de linha de costura, de madeira, ao solado dos seus sapatos, que alguém patinou sobre rodas.

Primeiro Patim de Rodas em Linha

Entre 1750 ou 1760, (meados do século XVIII), o belga Joseph Merlin, inventor de objetos mecânicos e fabricante de instrumentos inventa o “primeiro Patim de Rodas” em Linha, sem possivelmente imaginar, que ao possibilitar a patinagem sobre rodas.

Em 1790, o belga Joseph Merlin, fez uma entrada triunfal num “baile de máscaras” em Londres, patinando com botas equipadas com rodas metálicas, enquanto tocava uma abertura de Mozart no violino!

___Infelizmente, Merlin não conseguiu fazer uma mágica quando chegou a hora de parar e entrou de cabeça num espelho que cobria toda a parede dos fundos do salão de bailes, estilhaçando-o.

Patins in-line

___As botas com um único par de rodas passariam a ser chamadas de “patins in-line”.


Século XIX

___Os “patins in-line” continuaram sendo fabricados na Europa no início do século, sob nomes exóticos como “Lê Petitbled”, volito e “Lê Prophete”, em versões feitas de madeira, metal e marfim.

Patins de 1 Roda

Em 1819, em França (Paris), aparecem os primeiros patins equipados apenas com 1 roda, que, embora de diâmetro menor, era do tipo “bicicleta”.

Patins de 3 Rodas

Em 1825, na Áustria (Viena), surgem os primeiros patins de rodas (com 3 rodas). 

Em 1840, na Alemanha, aparecem vestígios dos primeiros patins.

Pistas Públicas

Em 1857, na Inglaterra, são construídas, as duas primeiras pistas públicas de patinagem:

  • Covent Garden e
  • Strand.

Jogo Elástico

Em 1863, o americano James Plympton cria o "Jogo Elástico", conjunto composto pela ponte, eixo, rodas, almofada de borracha e parafuso de regulação do aperto; conjunto que era colocado no trem dos rodados.

___Muitas e lentas, haviam sido as tentativas, os trabalhos e o interesse em melhorar o patim de Joseph Merlin, que apenas permitia a patinagem em frente e a execução de uma pequena e larga curva.

___Com a invenção do "Jogo Elástico", as possibilidades, o desenvolvimento, o interesse e a beleza dada à patinagem foram indescritíveis.

Circular Running Roller Skate – 4 Rodas

Em 1863, James L. Plimptom, da Nova Inglaterra, foi o pioneiro na construção de patins chamados de tradicionais com 4 rodas, sendo 2 pares de rodas paralelas com um freio na frente dos patins, que ele chamou de “Circular Running Roller Skate”, feito com duas rodas de borracha da Índia.

___Esses foi o precursor dos patins de rodas modernos.

Em 1865, a partir desta data, nos Estados Unidos e dois anos mais tarde na Inglaterra, deu-se uma grande expansão da “Patinagem sobre Rodas”.

___As pista próprias para a prática da modalidade apareciam aos poucos por todo o lado.

Porto Alegre

“Rinque de Patinação”

Praça da Harmonia

Em 1860, no Brasil (Porto Alegre), a forca foi extinta e a então Praça do Arsenal ganhou um novo nome, se diz dado espontaneamente pelo povo e passou a chamar-se Praça da Harmonia, celebrando o fim da pena de morte.

___Apesar de ter ganho um novo nome, o local continuou sendo um terreno baldio e mal cuidado onde pequenos casebres serviam de moradia às pessoas mais pobres da cidade.

José Martins de Lima

Em 1865, no Brasil (Poro Alegre), o vereador José Martins de Lima assumiu com o povo o compromisso de “reabilitar a praça”. Começou com uma nova arborização, mandando plantar 94 árvores.

___Ao cabo de um ano a praça já apresentava novo aspecto. O coreto do tempo do Governador Ângelo Ferraz foi reconstruído e uma novidade incorporou-se aos novos divertimentos.

Rinque de Patinação

___Um rinque de patinação com “piso de madeira” foi construído, onde rapazes e moças deslizavam em patins de 4 rodas, mostrando suas habilidades e, no dizer de um cronista da época “aproveitando” os tombos para iniciar um namoro.

___As quedas eram pretextos para pegar na mão das mocinhas e ajuda-las a levantar-se.

Luis Terragno mostra a Praça da Harmonia por volta de 1865

Terragno foi o primeiro fotógrafo a utilizar a estereoscopia em Porto Alegre

Glamour em Porto Alegre

___Ao lado do ringue de patinação foi instalado um quiosque onde se bebia um chope geladinho, acompanhado de saborosos petiscos. Foi a época de ouro da Praça da Harmonia, reunindo ali, democraticamente, ricos, pobres e remediados.

Ponto Chique

___Era o ponto chique da capital da Província, Porto Alegre, um local de encontros e bate-papos nos tranqüilos fins-de-tarde, apreciando o “pôr-do-sol” do rio Guaíba. 

Praça dos Namorados

___Nesta época em Porto Alegre, a Praça da Harmonia, também foi conhecida como “Praça dos Namorados”, por ali os casais a passeio agradável, flertar e namorar, aos cuidados de olhos rígidos de pais e responsáveis, entre os patinadores e suas filhas.

Rinque de Patinagem

Em 1866, em Newport, Rhode Island, EUA, James L. Plimptom abriu o primeiro “Rinque de Patinagem”, para as “classes educadas e refinadas”.

A Rainha Patinadora

Em 1873, em Portugal, teriam aparecido os primeiros patins de rodas que pertenciam à Rainha D. Maria Pia, que em Mafra (são bem conhecidos e famosos os corredores do Convento de Mafra) se exibiu neles e se julga terem sido trazidos de Paris por Madame Daupiás.

O Príncipe Patinador

___Tem imensa curiosidade ver na sala dos troféus da F.P.P., um par de patins em madeira (a rodas), que dizem ter sido utilizados pelo Príncipe Luis Filipe de Bragança, filho de El-Rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia. Estes patins foram encontrados no Palácio Ducal de Vila Viçosa.

Em 1876, na Alemanha, aparece o primeiro “rinque de patinação”.

Em 1877, na Itália (Milão) surgem os primeiros patins de rodas.

Rinquemania

Por volta de 1880, na Inglaterra, a patinação se tornou uma atividade tão popular que cunhou um no termo “Rinquemania”.

Patins de 5 Rodas em Linha

Já no século XIX, surgiam patins com 5 rodas em linha.

Esferas nos Cubos

Em 1880, a Richardson Skate Company introduz as esferas nos cubos das rodas, o que permite aos patins velocidades nunca antes pensadas.

Em 1881, na Itália, por ocasião da Exposição de Milão, é construída a primeira “pista de patinação” (que era de madeira).

Patins Matador

Em 1890, aparecem no mercado alemão, os patins "Matador", de estrutura muito robusta, e que vieram a ter durante muitos anos enorme aceitação em Portugal, como posteriormente os "Polar Rex", e atualmente "Skate".

Cronologia – Patins no Gelo


Patinação sobre o Gelo

Século VIII

___Encontram-se frequentes alusões à prática da patinação desde este século, na literatura Escandinava.

Século XII

___Em obras literárias islandesas (Islândia) e inglesas (Inglaterra), além da representação em telas, cartões e selos, se encontram a prática de patinagem ou patinação.

­___Divertimento popular nos Países Baixos antes mesmo deste século.

Século XVIII

O Duque Patinador

___Na Holanda, o príncipe Jaime, o Duque de York (que posteriormente se tornaria o rei Jaime II da Inglaterra) aprendeu a patinar sobre o gelo depois da Restauração.

O Clube

Em 1742, na Escócia (Edimburgo), os escoceses também se entusiasmaram com o esporte e fundaram a primeira organização de patinação sobre o gelo, o Clube de Patinação de Edimburgo.

Primeira Corrida de Velocidade

Em 1814, na Inglaterra, as “corridas de patinação” tinham começado a despertar interesse,

___Neste ano ocorreu a “primeira corrida” de que se tem conhecimento.

Rinque Refrigerado

Em 1876, na Inglaterra (Londres), o “primeiro rinque refrigerado” mecanicamente foi construído.

Em 1879, nos Estados Unidos, o primeiro rinque artificial refrigerado foi instalado.

Campeonato Amador

Em 1880, na Inglaterra, as disputas de caráter nacional foram inauguradas com o Campeonato Amador de “corridas de patinação”.

U.I.P.

Em 1892, na Holanda, é fundada a União Internacional de Patinação.

Campeonato Mundial

Em 1893, na Inglaterra, aconteceu o primeiro Campeonato Mundial de “corridas de patinação”, e teve o holandês Jacop Eden como vencedor.   

Brasil

Por volta de 1900, no Brasil, chegou a patinação no gelo, época em que as famílias ricas iam passear na Europa e traziam algumas das novidades que encontravam por lá. Com a construção de alguns rinques de patinação, começou a tornar-se mais conhecido e esses lugares passava a ser o ponto de encontro da sociedade.

___Um esporte com características simples, pois consiste em equilibrar-se sobre os patins, fazendo acrobacias que se diferenciam pela ousadia dos esportistas.

___Pode ser praticado individualmente, em duplas ou mesmo em grupos.

Refrigeração Mecânica

___A invenção da refrigeração mecânica e a instalação dos rinques de gelo artificiais viabilizaram a patinação no gelo em qualquer clima e estação do ano.

___Assim, esse esporte se popularizou também no Brasil, como anteriormente ocorrera com seu congênere sobre rodas.

Século XX

No início do século, nos EUA, a patinação atingiu o impressionante número de 10.000 rinques instalados entre as modalidades em rodas e no gelo.

Em meados do século XX, já havia mais de 500 “rinques de patinação” no país.

___Distinguem-se duas formas de patinação no gelo:

  • A Patinação Artística e  
  • A Patinação Velocidade.

“Rinque de Patinação”

Jardim Zoológico Villa Diamela

Em 05 de janeiro de 1913, em Porto Alegre, com a inauguração no Menino Deus do Zoo, neste parque foi instalado um grande pavilhão com “Pista de Patinação”, em assoalho de madeira.

Em 1º de outubro de 1913, o jornal Correio do Povo, em sua edição, publicou a seguinte nota sobre o Zoológico de Porto Alegre, e a iluminação para o rinque de patinação:

“Foi, ante-hontem, extraordinariamente visitado, o Jardim Zoologico desta capital, tendo sido vendida duas mil e duzentas entradas. Para attender ao movimento de passageiros da linha do Menino Deus, a companhia Força e Luz fez circular mais alguns bondes com a lettra Z, que faziam viagens de 15 em 15 minutos da praça da Alfandega ao desvio fronteiro ao Jardim Zoologico.

Hoje, será retirado da Alfandega o material necessario ás installações electricas do jardim e do pavilhão do rinck.

Está sendo aberta uma avenida, que contornará o jardim para o passeio de carros e automoveis. A avenida, que terá começo na entrada do jardim, irá até a praia de Bellas, dahi voltando pelo lado opposto, até o ponto inicial.” (Grafia da época)

Na década de 1930, nos EUA, a “dança no gelo” foi o ramo mais popular da patinação.

Via Pública

___Atualmente os patins sobre rodas em via pública, são os mais praticados, os modelos mais usados são os patins “in line” (com rodas dispostas em Linha).

Estilos de Patinação

Patinação Artística no Gelo

___Modalidade importante dos “Jogos Olímpicos de Inverno”, a patinação artística requer habilidade, controle corporal e assiduidade na prática.

___Deve-se sua versão moderna ao americano Jackson Haines, “mestre de balé”, que em meados do século XIX imprimiu à patinação uma liberdade de movimentos inexistente antes dele.

___O atual estilo internacional originou-se de várias modalidades praticadas nas estações de inverno britânicas.

Equipamento

___O equipamento básico desse esporte consta de patins com l‚minas de quarenta centímetros de largura, talhadas com uma curvatura próxima à de um círculo com 1,80m de raio. As lâminas são côncavas, formando as bordas interna e externa dos patins.

Técnica

___A técnica obedece à seguinte classificação: - figuras de escola, patinação livre, dança, pares e quartetos.

Provas

___Nas competições, as provas individuais dividem-se em duas seções: - figuras de escola e patinação livre.

  • Figuras de Escola ___Os elementos das figuras de escola são voltas simples, feitas na direção do impulso do patim, e as chamadas voltas forçadas, feitas na direção contrária ao impulso.

___Há quatro direções que o patim pode seguir: - com a borda externa para a frente e para trás e com a borda interna também para a frente e para trás. As voltas simples são chamadas "figuras de 8" fundamentais.

___Outras figuras de escola são os "3", os "3 duplos", as lançadas, os parênteses, os contrários e os rockers. Conforme o estabelecido pela União Internacional de Patinação, há 69 combinações de figuras possíveis, com valor de 1 a 5, segundo a dificuldade.

  • Patinação Livre ___A patinação livre, em linhas gerais, consiste numa adaptação musicada das várias partes dos círculos e voltas das figuras de escola. Um programa de patinação livre deve ser variado e incluir figuras em espiral, passos de dança, movimentos interligados, saltos e rodopios.

___Já a dança é praticada segundo passos preestabelecidos que não podem sofrer variações. Como na patinação livre, esses passos são baseados em partes do círculo.

  • Patinação de Velocidade ___O esporte tornou-se popular nos Estados Unidos e no Canadá.

___A regras vigentes da patinação de velocidade foram criadas por escandinavos, noruegueses e finlandeses.

___A corrida de velocidade faz parte dos “Jogos Olímpicos de Inverno” em quatro provas com diferentes distancias: - 500, 1.500, 5.000 e 10.000 metros, disputadas de várias provas com 2 corredores em duas pistas contíguas, que se cruzam na segunda curva.

___A lâmina dos patins utilizados nas corridas ultrapassa a sola do sapato na frente e atrás, e é mais fina do que a de patinação artística. O comprimento dos patins é de 40 centímetros para rinques ao ar livre e de 38cm nos rinques fechados.

___Nessa modalidade de patinação, o vencedor é aquele que ganhar duas ou 3 provas. Quando isso não acontece, atribui-se um ponto por segundo para os 500m; um terço de ponto por segundo para os 1.500m; um décimo para os 5.000m e um vigésimo para os 10.000m. O vencedor é o que tem o menor número de pontos. 

___A pista tem 400m de comprimento, com setores de pelo menos 3 metros de largura, e cruzamentos de no mínimo 40 metros de extensão. 

Patinação sobre Rodas

___A patinação sobre rodas foi muito popular, como recreação e como esporte, nas primeiras décadas do século XX. 

___Em alguns países, como os Estados Unidos, organizaram-se competições regidas por regras semelhantes às da patinação no gelo.

___Os primeiros patins constavam de uma armação metálica ajustável, que se amarrava ao sapato e à qual se prendiam quatro rodas de madeira ou metal, alinhadas duas a duas. 

___Esse modelo evoluiu para uma bota completa, que permanece mais firme no pé e tornozelo, com 4 rodas fixas fabricadas em poliuretano.

Nos últimos anos do século XX, surgiram modelos em que as 4 rodas se encontravam dispostas em uma só Linha.


 


terça-feira, 19 de dezembro de 2023


Companhia Carris 

Porto-Alegrense

Nota de Repúdio:

___ Se a administração pública não consegue gerir uma empresa, que a iniciativa privada está esperando ardentemente para adquirir, este mesmo Poder Público também com certeza não tem competência para nos administrar nas demandas do dia-a-dia desta grande e complexa capital, em sua gestão de interesses e “prioridades”.

___ Estas administrações merecem nosso: Voto de Desconfiança.

     Vergonha

 A Carris detinha 24 linhas. ___Destas:

*      17 são transversais,

*      4 são circulares, e

*      3 são radiais.

Da frota de 347 veículos, dos quais:

*      315 estão em operação e

*      32 são da reserva.

Do total de coletivos:

*      89% têm acessibilidade, e

*      82% são dotados de ar condicionado. 

Em dias úteis, os veículos da Carris conduzem aproximadamente 230 mil pessoas, percorrendo um total de 64 mil km em quase 4 mil viagens diárias.

Cerca de 2 mil funcionários trabalham na Companhia, entre motoristas, cobradores, mecânicos e outros profissionais.

Sociedade de economia mista com o controle acionário da Prefeitura de Porto Alegre, que detém mais de 99% das ações.

Em 1999, a Associação Nacional dos Transportes Públicos concedeu à Carris o prêmio de “melhor empresa de Ônibus urbano” do país.

Em 2003, o Prêmio Nacional de Gestão Pública do Governo Federal.

Todos os anos, desde 2000, a pesquisa Top of Mind da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Desde que a categoria é pesquisada:A Carris sempre aparece em primeiro lugar.

Sempre será a Primeira.

Ninguém Pensa,

Ninguém Planeja,

Ninguém Projeta,

Ninguém se Comunica,

Coloca uma ideia na cabeça, e pronto, __é isto.

- Falta visão, planejamento e continuidade.

Falta o Charme! – Falta Glamour!

A Mais Antiga do Brasil

1872 – 2023 – 151 Anos

Maxambomba – Bonde – Jardineira – Ônibus – BRT – Serviços

Resistiremos

___Nesta de 05 de outubro de 2023, Brasil, Porto Alegre, a vergonha desta administração do prefeito Sebastião Melo, que pós a venda da Cia. Carris Porto-Alegrense depois de 151 anos de Glórias e História da capital Porto Alegre, e a entregou a uma administração fora da capital, em Viamão.

___A pior administração já vista em Porto Alegre, somente interesses econômicos e políticos escusos ao interesse público. ___ VERGONHA

___Deus é grande, e esta administração vai passar. E uma nova gestão irá reabrir novamente a Cia. Carris como empresa pública como ela deve ser, e nunca deveria ter mudado.

Mobilidade é serviço público, responsabilidade da administração pública.

Estou escrevendo, inconformado, pela cara de pau destes, a omissão com a sociedade, e nós de mãos atadas sem poder fazer nada, e reverter.

História da Carris

Respeitar a própria História é reconhecer o valor dos Caminhos já percorridos e que nos trouxeram até aqui.

Respeito

Século XVI

Brazil Colônia

Terra dos Pampas

___Foi a Ferro e Fogo que Porto Alegre construiu a sua história.

A capital do Rio Grande de São Pedro dos Pampas e Coxilhas, como é conhecida a região de fauna e flora características formada por extensas planícies que dominam a paisagem do Sul do Brasil e parte da Argentina e do Uruguai.

___É nessa região que nasceu o Gaúcho, figura histórica, dotada de bravura, aventura e espírito guerreiro, resultado de lendárias batalhas e revoltas por disputas de fronteiras entre os Reinos de Portugal e Espanha.

Século XVIII

A região é de Espanha

___ Porto Alegre, situada à margem do Estuário do Guaíba, junto à Lagoa dos Patos, localizada em região de conflito de fronteiras entre Portugal e Espanha, pois a região pelo Tratado de Tordesilhas (1494) pertencia ao “Reino de Espanha”.

1737

Em 1737, Terras de Espanha, uma expedição oficial de conquista, comandada por Silva Paes, funda na barra do Rio Grande o Forte de Jesus, Maria, José.

___No local havia três sesmarias: São José, Senhora de Sant’Ana e São Gonçalo.

1745

Câmara  

Em 1745, a Câmara começou sua história na Villa de Rio Grande, no Sul do Território, a primeira capital da capitania.

1752

Tratado de Madri  

Em 19 de dezembro de 1752, Terras do Rio Grande, chegam 60 paulistas (pois a região era administrada pela Capitania de São Paulo) pertencentes à tropa do coronel Cristóvão Pereira de Abreu, mobilizado para o trabalho de demarcação de limites determinado pelo Tratado de Madri (1750).

1754

Guerras Guaraníticas

Entre 1754 e 1756, Rio Grande de São Pedro, após passarem pelo Desterro (Florianópolis), São José/SC e Rio Grande/RS, chegam os imigrantes Açorianos (Ilha dos Açores), os quais tiveram de permanecer no porto de desembarque em decorrência das Guerras Guaraníticas.

Açorianos Ficam no Porto dos Casais

___Os açorianos foram impedidos de rumar para as Missões Jesuíticas localizadas a Noroeste da região, trazidos por meio do Tratado de Madri (1750) que estava sendo entregue ao governo português em troca da Colônia de Sacramento, nas margens do Rio da Prata.

___A demarcação dessas terras demorou e os açorianos permaneceram no então chamado Porto de Viamão, primeira denominação de Porto Alegre, cerca de 60 casais, ficam a margem do rio, pelas facilidades de água, junto a mata fechada e ao grande morro na curva do rio, uma fortificação natural, com as bênçãos de São Francisco. 

___Esse fato marca a origem do agrupamento urbano de Porto Alegre, pois anteriormente ali só existiam propriedades privadas (STIEL, 1984, p. 256).

- Outros casais seguem para a Villa do Viamão (figura como sede da capitania até 1841), distante 30 km a dentro.

1766

Nova Capital Freguesia de Viamão

Em 16 de junho de 1766, três anos após a invasão espanhola, a Câmara já realizava sua primeira sessão em Viamão, no Norte, no interior da região, a segunda capital.

1772

Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais

Em 26 de março de 1772, Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais/ Brazil, data oficial de fundação, com a criação da Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais.

1773

Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre

Em 1773, Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais/ Brazil, o nome da freguesia é alterada para Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre.

Em 24 de julho de 1773, Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre/ Brazil, se tornou a capital da capitania, com a instalação oficial do governo de José Marcelino de Figueiredo.

A Câmara

___No Brasil Colônia as Câmaras também são chamadas de Conselhos, regiam a área civil, criando códigos de postura que normatizavam a vida da população. Foram o embrião das Assembléias Legislativas, pois cuidavam de todas as povoações, especialmente da capital.

___Na Capitania, as Capitais e a Câmara mudaram de sede de acordo com as invasões inimigas.

Nova capital Freguesia de Porto Alegre

Em 1773, a Câmara se mudava para a Villa de Porto Alegre, junto ao delta, por motivo de defesa, a terceira capital.

___As duas últimas mudanças de sede foram por motivo de defesa, Viamão por ser mais próximo a Laguna e ter difícil acesso, e Porto Alegre por sua posição estratégica de defesa.

___As Câmaras eram presididas por um “Juiz de Fora” ou “Juiz Ordinário”, que também exercia funções judiciais para pequenas causas.

___Os “Camareiros” (vereador) eram escolhidos de maneira indireta, para um mandato de 3 anos, pelo chamado “homens bons do povo” (os de maiores posses).

Século XIX

Brazil Reino

- Os dois principais caminhos que farão a ligação entre este porto e a Villa de Viamão, conhecidos como a Estrada do Viamão ou da Azenha (av. Bento Gonçalves), Caminho do Meio (av. Protásio Alves).

Brazil Império

1822

Independência do Brasil

Em 1822, Brazil, as revoltas se sucederam, mas foi o século XIX que marcou o seu povo, após uma longa guerra por independência contra o Reino Português.

Imigrantes

1824

Em 1824, chegam primeiro os colonizadores alemães, que irão se instalar no Vale do rio dos Sinos, formando a Colônia São Leopoldo (atual município região metropolitana da capital).

- Após passou a receber imigrantes de todo o Mundo, italianos, espanhóis, africanos, poloneses, judeus e libaneses, fez de Porto Alegre um mosaico de múltiplas expressões, variadas faces e origens étnicas, religiosas e linguísticas.

- Neste momento houve um aumento do comércio da cidade, o que é associado à chegada de imigrantes vindos da Alemanha, oriundos de uma tradição mais urbana.

- O principal caminho o da Serra que liga esta colônia a Porto Alegre, (ira constituir a Estrada de Ferro e rodovia BR-116).

Cidade Fortificada

___A construção do “muro e seus portões”, que delimitava os limites físicos da Villa de Porto Alegre, como uma “cidade medieval”, sobre um morro.

- Este muro foi construído com o objetivo de proteger e defender a villa (cidade) durante a guerra que já se ensaiava, e ocupava apenas a área que corresponde aproximadamente ao que hoje é o Centro Histórico (da cidade alta ao porto). 

Villa de Porto Alegre

___Sobre o aspecto e a vida na cidade neste período é dito:

"(...) Porto Alegre era a quarta cidade em população no Brasil.

Com 14 mil moradores na área urbana, não possuía encanamento, e os esgotos corriam pelas sarjetas.

A iluminação era feita com óleo de tainha, trazido em lombo de mulas da Real Feitoria de Tramandey (atual município de Tramandaí).

(...) Possivelmente um quarto da população era escrava.

Todos os dias, ás 22 horas, o sino da Câmara era tocado, anunciando o “toque de recolher”.

Os “portões da cidade” eram fechados, sendo permitido apenas o trânsito de pessoas com autorização das forças policiais, e de escravos que, vigiados pelos militares, limpavam as ruas (...)".

___Um lugar bastante diferente da Porto Alegre em que vivemos no século XXI.

1835

Revolução Farroupilha

A 20 de setembro de 1835, irrompe a Revolução Farroupilha, quando Bento Gonçalves, Onofre Pires e Gomes Jardim, partem de Pedras Brancas (Guaíba) e iniciou com um enfrentamento ocorrido na própria capital, nas proximidades do moinho na ponte da Azenha, os Farrapos invadem Porto Alegre, declaram deposto o presidente da província, Fernandes Braga.

A 15 de julho de 1836, os revolucionários estavam de posse da capital, quando uma reação dos homens leais ao Império depuseram e prenderam o presidente então eleito pelos Farroupilhas, Marciano Ribeiro, foi aprisionado e deposto pelo Marques de Souza, futuro “Conde de Porto Alegre”.

Independência do Rio Grande do Sul

___Mesmo sufocado, foi este conflito que gravou na história o Mito do Gaúcho e é até hoje cantado em Hino, comemorada em desfiles anuais e homenageada com nomes de ruas e parques.

Bombardeios

Os constantes “bombardeios dos Farroupilhas” durante a guerra fizeram com que muitos moradores da cidade se estabelecessem em chácaras distantes. Estas teriam sido os “embriões dos arraiais” (futuros bairros), e que se situavam, normalmente, em torno de capelas ou postos de gado.

___A cidade sofreu vários assédios, mas nunca chegaria a ser invadida novamente, o que lhe valeu o título de “Cidade mui Leal e Valorosa”, conferido por Lei Imperial de 1841.

1848

Desenvolvimento

Desde 1848, com o fim da Guerra dos Farrapos, Porto Alegre retomou seu desenvolvimento e passou por uma forte reestruturação urbana nas últimas décadas do século XIX. A cidade segue em constante progresso, com obrigatoriedade de calçamento e asseio nos passeios.

___Mas ainda não era necessário um “sistema de transporte público” para que a população pudesse se deslocar pela cidade.

1861

Em 1861, e a criação da “Companhia Hidráulica Porto-Alegrense”, no Moinhos de Vento.

Mobilidade

___O tempo urge, a cidade de espalha para os arrabaldes.

- Uma viagem de ida e volta dos arraiais mais distantes até o Centro da Villa poderia levar um dia inteiro.

Fonte no capítulo do livro "Memória Carris: crônicas de uma história partilhada com Porto Alegre", de 1992.

___Trata-se do primeiro capítulo do livro, em qual são feitas observações sobre a cidade após a Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), inicia um processo de urbanização.

___O texto inicia falando sobre os cinco anos antes do começo da guerra (período entre 1830 e 1835).

___A Carris sendo gerida pela história.

Bonde

Maxambomba

___O “transporte urbano de Porto Alegre” teve uma de suas primeiras iniciativas em 1864.

1864

Bonde – Tração Muar

Em 1864, Porto Alegre/ Brazil, dois comerciantes locais, o “honorável cidadão” brasileiro Estácio Bitencourt, junto ao francês chamado Emílio Gengebre contratou a construção de uma linha de “carris de ferro”, bondes de tração animal, puxados por mulas.

- Partindo da Estrada da Várzea alcançava a Azenha e a Estrada do Laboratório, subindo-a até os fundos da Capela do Menino Deus.

___A nova empresa adotou o sistema inglês da Bond and Share (origem da palavra “bonde” no Brasil).

Maxambomba

___O veículo recebeu a denominação de “maxambomba” pela população local, em alusão à locomotiva a vapor usada no Rio de Janeiro, mas aqui em Porto Alegre tem se a certeza que estes veículos utilizavam tração animal, como os Bondes que o sucederam.   

Em 01 de novembro de 1864, Porto Alegre/ Brazil, foram iniciadas as obras de colocação dos trilhos de madeira.

1865

Em 1865, Porto Alegre/ Brazil, foi inaugurado o serviço, a qual foi aberta a linha entre a foz do Riacho junto ao Guaíba, próximo ao Centro da cidade e o Arraial do Menino Deus, a “primeira linha de Bondes”, as Maxambombas “tracionados por mulas” de Porto Alegre e a “segunda do Brasil”, depois do Rio de Janeiro (1859), capital neutra (Imperial).

Na época, a pacata Cidade de Porto Alegre de apenas 34 mil habitantes, prestes a completar 100 anos de fundação.

Trajeto:

- Iniciava nas escadarias da Praça da Independência (Praça Argentina), percorria toda a atual Caminho da Várzea (João Pessoa), entrava na Azenha até a (Rua Botafogo), seguindo até chegar na Rua Santa Tereza (Getúlio Vargas), indo findar na Capela do Menino Deus.

- Os trilhos das Maxambombas eram de “madeira” e assentados sobre um terreno mal sedimentado.

Gondola:

- Um tipo de gondola, comportando até 20 passageiros por viagem, os veículos eram pesados demais, barulhentos, sem nenhum conforto.

___Descarrilhavam a todo o instante.

1866

Em 1866, em Porto Alegre/ Brazil, na edição do jornal satírico "O Século" foi publicada a charge da Maxambomba, no qual o chargista Miguel de Verna satiriza dizendo que:

"É preciso ser marinheiro de longo curso para não deitar carga ao mar", numa clara alusão aos sacolejos e ao desconforto que os passageiros eram submetidos durante as viagens naquele veículo.

A duração da companhia foi efêmera, pois Estácio Bitencourt, não suportando os prejuízos, não conseguiu manter os serviços.

1872

Em 1872, Porto Alegre/Brasil, a linha das Maxambomba foi encerrada, e os Bondes vendidos à cidade de Rio Grande/RS.

Censo no Brazil

Em 1872, Brazil, no primeiro Censo Demográfico realizado no Brasil, mostrou que Porto Alegre – que estava completando 100 anos:

*      – Possuía 43.998 habitantes.

Centenário de Porto Alegre

___E foi justamente nas comemorações do seu “primeiro centenário” que a cidade ganhou um “sistema de transporte coletivo”.

- Uma cidade ainda jovem, mas que já contava com 6 mil moradias, com as pessoas circulando pelas ruas ainda precárias.

Em 27 de fevereiro de 1872, Porto Alegre/ Brazil, o contrato foi celebrado na data, entre Manoel Miranda e Castro (fundador da companhia), seus acionistas e o presidente da província Jerônimo Martiniano Figueira de Melo.

___Porto Alegre, neste momento, passava por um processo de urbanização e reestruturação.

Decreto Imperial

No dia 19 de junho de 1872, Rio de Janeiro/ Brazil, capital Imperial, um decreto assinado por S.M.I. Dom Pedro II alteraria de forma significativa o cotidiano da Villa de Porto Alegre:

Imperador Dom Pedro II

___É concedida "à companhia – Carris de Ferro Porto-Alegrense, – autorização para funcionar" (Decreto nº 4.985), então uma empresa privada.  

Decreto Imperial Nº 4985 - de 19 de Junho de 1872

___A Companhia Carris de Ferro Portoalegrense foi criada com o capital efetivo de 600:000$000, com fundos rio-grandense e carioca, que adquiriu Bondes novos de John Stephenson em Nova Iorque, EUA.

- Foram 7 meses de obras para instalação dos trilhos, instalou novos trilhos de ferro com medidas em metro ao longo do mesmo percurso da linha anterior com trilhos em madeira.

Carris – O Nome

___Carris referia-se ao nome dos “trilhos” de Bonde, “carril, no plural, carris”.

- Nome comum em dezenas de empresas no Brasil.

- A Companhia Carris Portoalegrense, contudo, é a única que permanece no Brasil.

Carris – A Cor

___A cor que é uma referência para a Cia. Carris Porto-Alegrense também é um dos símbolos da Cia. Carris de Ferros de Lisboa.

- Sabe-se que o “amarelo” foi uma das cores símbolo do Império, que tinha D. Pedro II como seu representante máximo.

- Acredita-se, portanto, que as duas empresas têm o amarelo como símbolo em homenagem ao antigo Imperador, responsável pela criação das empresas de transporte de Porto Alegre e Lisboa.

Carris Porto Alegre – Carris Lisboa

___As duas empresas co-irmãs, foram criadas em 1872, através de decretos assinados por D. Pedro II, Imperador do Brasil.

___No Brasil (Rio de Janeiro), um grupo de investidores brasileiros, fundou uma empresa com o objectivo de explorar os transportes na cidade de Lisboa (Portugal).

A 18 de setembro de 1872, Brazil, Rio de Janeiro, capital do Império, cidade neutra, a Companhia Carris de Ferro de Lisboa é fundada.

 

___A intenção era implementar, em Lisboa, um sistema de transporte do tipo americano, com carruagens movidas por tração animal que se deslocavam sobre carris.

Carris – Autorização

A 14 de novembro de 1872, Porto Alegre/ Brasil, a implementação foi autorizada pelo Império.

1873

Bonde – Solenidade em Porto Alegre

Em 04 de janeiro de 1873, Porto Alegre/ Brazil, inicia-se a operação de fato da Cia. Carris, é inaugurada a Linha Menino Deus, um Bonde puxado não por burros, mas como a ocasião pedia por uma garbosa “parelha de cavalos brancos” que conduziu autoridades civis, militares e religiosas.

Trajeto:

- Desde a Praça da Independência (Argentina), junto ao Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa) no Centro, até o Arraial do Menino Deus, junto a capela, que se ornamentou e as pessoas aplaudiram a passagem do veículo e das autoridades.

Bonde – Inicia a Circulação

Em 05 de janeiro de 1873, Porto Alegre/ Brazil, circula o “primeiro Bonde” em linha comercial da Carris em Porto Alegre, na Linha Maragem (Menino Deus), a linha mais antiga de Porto Alegre.

As primeiras Linhas:

*      Maragem (Menino Deus),

*      Caminho Novo (Voluntários da Pátria),

*      Campo (Praça D. Pedro II, atual Praça da Matriz), e

*       Azenha.

- Apesar do progresso que os Bondes representavam, as dificuldades iniciais do projeto eram grandes.

Viação Carril Vicinal – Portugal

A 23 de janeiro de 1873, Portugal, Lisboa, o escritor Luciano Cordeiro de Sousa e o seu irmão Francisco, obtiveram os direitos para a implantação de um sistema de transporte na cidade de Lisboa, denominado Viação Carril Vicinal e Urbana a Força Animal.

Carris – Vendida

Em 1873, Porto Alegre/ Brazil, a Companhia Carris de Ferro Portoalegrense é vendida para outro grupo de empresários da cidade.

- Comandado por Eufrásio Lopes Araújo Filho, este amplia sua atuação pela cidade e implanta nova infraestrutura de apoio ao serviço.

- O transporte coletivo da cidade foi evoluindo, dinamizando o contexto urbano e alterando o aspecto das ruas e até mesmo dos “futuros bairros”.

Bonde

Tração Muares

Porto Alegre – Bonde Tração Muares

Em Porto Alegre/ Brazil, inicialmente, a Carris operou Bondes “tracionados por mulas”.

- Embora fossem carros relativamente leves, abertos nas laterais, a dupla de animais precisava de reforço nas subidas.

- Outra parelha ficava no “pé das ladeiras”, ajudava a puxar o Bonde até o topo e depois era levada de volta ao ponto de espera.

- Era comum, os passageiros descerem para ajudar os muares, condutores mal preparados ou mulas teimosas.

- De vez em quando um Bonde pulava da linha, juntava muita gente para ver o desastre. E dava um trabalhão para manter os animais quietos, e colocar o bonde novamente nos trilhos.

- Nos dias de chuva, muitas vezes, os passageiros viam-se na contingência de usar o muque para debaixo do aguaceiro ou do sol inclemente repor nos trilhos os carros encrenqueiros.

Bonde – Vagabundo e o Guaíba

___Os Bondes tinham apelidos, o sem toldo era o “Vagabundo”, outro era o “Guaíba”, por ser grande.

- Bondes puxados a burro eram operados por um “cocheiro e um condutor”.

Bonde – Cocheiro

___A função do cocheiro era apenas conduzir os animais, ou seja, colocar em marcha, e parar o bonde. 

Bonde – Condutor

___A função do condutor era prestar atenção as pessoas que na rua davam sinal para tomar o veículo, ou se algum passageiro a bordo do Bonde dava o sinal para descer.

- Cabia ainda ao condutor cobrar a passagem dos passageiros, o condutor efetuava a cobrança começando pelo primeiro banco, vindo pelo estribo

Bonde – O Apito

___Momento no qual o condutor soava um longo apito. Sinal de aviso para o cocheiro parar o bonde. Quando os passageiros já haviam descido do Bonde, ou subido ao bonde, e se sentado.

- O condutor dava outro apito avisando o cocheiro para colocar o veículo em marcha. 

Bonde – Modelo Americano

___Os primeiros veículos, modelo “americano”, eram leves e modernos. Depois de algum tempo, eles foram ampliados. Assim, existiam veículos de diversos tamanhos, transportando de 25 a 40 passageiros sentados. Os bancos eram inteiriços, com capacidade para cinco passageiros.

- Não havia cobrador e os passageiros compravam os Bonds (nome dado aos bilhetes de passagem) no escritório da companhia, que se localizava num dos torreões do Mercado Público, no Largo do Paraízo.

___A iluminação dos veículos era feita com lampiões.

Depósito de Bonds

Em 1873, Porto Alegre/ Brazil, é construído o famoso “depósito de Bondes” no Caminho da Várzea (avenida João Pessoa).

Primeiro depósito de bondes da Carris,

Construído em 1873, Estada da Azenha (av. João Pessoa) 

O Nome ‘’Bonde’’– Ferro Carril no Brazil

___Veículos deste tipo podem ser encontrados em todas as médias e grandes cidades do Mundo.

Mas só no Brasil ele tem este nome:

Bonde, em outros países a palavra que designa esse meio de transporte significa “veículo”, como em:

·         Inglês: “Street-car”, e

·         Espanhol: “Tranvia”.

Tal nome traz uma história singular:

- A primeira linha de bondes estendida em nosso país pelo americano Charles B. Greenough obteve os dinheiros necessários para a empreitada e fundou a Companhia Jardim Botânico, garantindo o capital dos investidores mediante um tipo de papel selado, comum na Inglaterra, conhecida por “Bond” (ação, apólice), pois não conhecia outro termo.

- As pessoas compraram as “bonds”, o povo ligou o nome do documento ao veículo que o tornara possível.

___E, ainda, a todos os veículos desse tipo que passaram a trafegar em todas as cidades do país, a partir do início do século XX.

Porto Alegre – Enchente

Em setembro de 1873, Porto Alegre/ Brazil, aconteceu uma das “maiores enchentes da história” da cidade e interrompeu a linha de Bonde por meses.

Viação Carril Vicinal – Portugal

A 17 de novembro de 1873, Portugal, Lisboa, foi inaugurada a primeira linha de “Americanos”, carruagens movidas por tração animal.

Carris – Vendida

Em 1873, Porto Alegre/ Brazil, a Companhia Carris de Ferro Portoalegrense é vendida para outro grupo de empresários da cidade.

- Comandado por Eufrásio Lopes Araújo Filho, este amplia sua atuação pela cidade e implanta nova infraestrutura de apoio ao serviço.

- O transporte coletivo da cidade foi evoluindo, dinamizando o contexto urbano e alterando o aspecto das ruas e até mesmo dos “futuros bairros”.

1874

Em 1874, Brazil, Província do Rio Grande de São Pedro, fim da Revolta dos Muckers – a Carris doa 100 mulas para Exército.

Em 1874, Porto Alegre/ Brasil, novos percursos foram abertos, um saindo do Mercado Público e outro da Igreja da Matriz, passando pela Várzea (atual Parque Farroupilha), neste ano ficaram prontas as ligações:

__Linha Cemitério – Entre a Várzea e o Cemitério da Azenha e

__Linha Caminho Novo – Entre o Mercado, via Caminho Novo até a atual Avenida Eduardo na Floresta.

Nota:

- A Linha Cemitério foi uma das mais antigas implantadas pela Companhia de Carris de Ferro Portoalegrense. O Bonde subia a Rua do Cemitério (Avenida Oscar Pereira) e chegava nas proximidades do Cemitério da Santa Casa.

___Nesta época eram transportados 40 mil passageiros por mês.

1875

Porto Alegre –Aumento de Tarifa

Em 1875, Porto Alegre/ Brazil, os proprietários da empresa entraram em confronto com a autoridade municipal, exigindo “aumento de tarifa” acima do estabelecido.

___Mas perderam a briga.

1876

Em 1876, Porto Alegre/ Brazil, seria construída a Usina do Gasômetro.

1888

Em 1888, Porto Alegre/ Brazil, observamos linhas operadas pela Companhia Carris de Ferro Portoalegrense.

*    Praça da Alfandega

- Os Bondes saiam da Rua dos Andradas, em frente à Praça da Alfandega, faziam o contorno pela Rua Nova da Praia (Rua Sete de Setembro) passando em frente ao Mercado Público e seguiam para o Caminho Novo (Rua Voluntários da Pátria).

*    Capela do Divino

- Outro ponto era a parte fronteira à Capela do Divino ao lado da Igreja Matriz.

1889

Em 1889, Porto Alegre/ Brazil, 16 anos após a primeira viagem de Bonde, a Carris mantinha 3 linhas em funcionamento: ___Menino Deus, Caminho Novo e Parthenon.

Bonde – Cartão Correspondência

___Em Porto Alegre, nessa época, existia um “sistema de bilhetagem” entre os itinerários do Menino Deus e do Parthenon.

- Era chamado Cartão Correspondência, o papel que os passageiros recebiam quando entravam no veículo de uma das duas linhas. Assim, podiam viajar no segundo Bonde sem o “pagamento da passagem”.

Brasil República

1891

Em 1891, Porto Alegre/Brasil, uma terceira companhia foi criada, Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, instalou trilhos com medidas padrão de 1.435 mm e abriu novas rotas de Bonde em outras partes da cidade.

___A empresa iria fazer as linhas Parthenon, Independência e Floresta.

1893

Companhia de Bondes Carris Urbanos

Em 15 de janeiro de 1893, Porto Alegre/ Brazil, o presidente do estado (governador) Julio de Castilhos acompanhado do intendente (prefeito) José Montaury de Aguiar Leitão, inauguram as operações da Companhia de Bondes Carris Urbanos, a terceira companhia criada.

- Os Bondes eram menores que os da Carris de Ferro, os veículos dessa companhia ganharam o apelido de “Caixa de Fósforo”.

- Instalou trilhos com medidas padrão de 1.435 mm e abriu novas rotas de Bonde em outras partes da cidade, a concorrência se instalou, com a instalação da CUPA, quem ganhou foi a cidade, abriram-se várias linhas novas, que serviram os atuais:

*      Moinhos de Vento, Floresta, Parthenon (onde o Hospício São Pedro existia desde 1884), Bom Fim, Santana e São João.

1895

Companhia de Loteamentos

___Porto Alegre/Brasil, muitas das primeiras linhas atendiam “interesse dos loteadores”, a associação entre a companhia de Bondes e os proprietários de terras não demorou a acontecer, tem o caso de Manoel Py, então dirigente da Companhia Carris de Ferro, direcionava os trilhos para essas áreas, que logo se transformariam em loteamentos.

Coronel Manoel Py

- Doava terras para a abertura de ruas, em seguida mobilizava recursos para que fossem instalados os trilhos, assim foi com a Medianeira, Navegantes, Glória e São João.

- Manoel Py lucrou loteando os terrenos ao longo de suas vias.

Eletricidade em Porto Alegre

Em 1895, Porto Alegre/ Brazil, ocorreram as primeiras experiências com a “eletricidade”.

___É inaugurada a usina termoelétrica da Companhia Fiat Lux.

1896

Em 1896, Porto Alegre/ Brazil, no mapa, podemos observar o traçado das linhas das duas companhias e os locais onde chegavam os Bondes de tração animal.

1899

Até 1899, Porto Alegre/ Brazil, novas linhas foram instaladas para:

*      Glória, e

*      Theresópolis.

Bonde – Jornada dos Muares

___Os animais de tração, normalmente muares, sofriam muito para puxar o veículo. Eram comandados aos berros e chicotadas, mas só atendiam ao comando de palavras conhecidas, e tinham de ser chamados por seus nomes. Caso contrário não atendiam.

Jornada

___A jornada de trabalho dos animais começava as 06h00 horas da manhã e ia até as 21h00.  Os animais tinham suas peculiaridades e manias.

Teimosia dos Muares

___Acostumados ao trabalho diário, só faziam força quando comandados por um condutor conhecido, teimavam e não aceitavam comando de desconhecidos, e não adiantava os chicotes, socos e os murros recebidos. Imagine as dificuldades dos novos condutores contratados.

___Empacavam no lugar e não se moviam.

Sota

___Quando das colisões sempre pulavam fora da linha, e nunca se machucavam.  Nas rampas e ladeiras íngremes, era sempre atrelado um animal extra para auxiliar na tração. Este animal recebia o nome de "Sota", ficava em seu local aguardando o Bonde, e se juntava espontaneamente a este, quando este chegava. Quando terminada a tração extra, descia a ladeira, e ficava novamente aguardando o outro Bonde chegar.

4 Viagens por Murar

___Os animais normalmente faziam 4 viagens, e após isso eram substituídos por animais descansados. O interessante é que concluídas as 4 viagens os animais se recusavam a continuar o trabalho, eram então desatrelados e voltavam sozinhos para as cocheiras, onde recebiam água e ração.

Século XX

___O transito era calmo e de ritmo vagaroso, nos princípios deste século, nesta Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre.

___Para os aristocratas da terra, havia as Caleças reluzentes e os "Coupes" acolchoados; aqueles que não podiam sustentar um cocheiro e uma parelha de raça; tinham a sua disposição, por preço bem razoável, os serviços dos “Carros de Praça”, estacionados no Largo do Paraízo ou Alfandega.

- Os notívagos encontravam sempre o Tílburi (carro de aluguel) amigo, que, sacolejando, salientando sobre as pedras do calçamento, os conduziam ao remanso do lar, depois das farras noturnas.

- Não havia pressa nem confusão, nem atropelos. E a vida toda da cidade seguia a mesma cadência: ___os porto-alegrenses caminhavam devagar, dentro de suas sobrecasacas solenes e de seus fraques pelintras, demoravam-se a mesa da Confeitaria Rocco (o ponto mais chic da cidade).

- A avenida, estacionavam para as longas palestras, ou para a embevecida contemplação de damas lindas e espartilhadas no “footing da tarde”.

- Mal adivinhavam a formidável energia renovadora que se formava dentro de sua cidade e que irromperia de súbito, em obras, construções, empreendimentos, acelerando-lhe o ritmo da vida e impelindo-a vitoriosamente para o futuro.

 

- O aparecimento dos Bondes “elétricos” foi uma das primeiras manifestações dessa energia transformadora que se ignorava a si mesma, ou, pelo menos não conhecia a própria potencialidade.

1906

Companhia Força e Luz Porto-Alegrense

Em 24 de janeiro de 1906, Porto Alegre/ Brasil, a Companhia de Carris de Ferro Porto-Alegrense - CFPA e a Companhia de Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, se fundiram e formaram a nova Companhia Força e Luz Porto-Alegrense - CFLPA, que mais tarde passou a operar todas as rotas de Bonde e serviços elétricos na cidade.

Papel de ação da Companhia Força e Luz, 1906,

data da fundação, surgiu da fusão entre a Carris de

Ferro e a Carris Urbanus 

- A CFLPA começou a “eletrificação do sistema” de Bondes, estabelecendo medidas padrão de 1.435 mm, bitola.

Auto em Porto Alegre

Em 15 de abril de 1906, Porto Alegre/ Brasil, o “primeiro automóvel” chega a capital Porto Alegre, também chamado de Auto. Era um De Dion Bauton, francês, com 1 cilindro e 10 cavalos de força.

"-Porto Alegre já tem um automóvel-"

- Com este título o jornal Correio do Povo publicava, a chegada do primeiro auto nesta capital.

O industrial e proprietário do Cine Apolo, Januário Grecco havia adquirido, através da Argentina, um automóvel da marca de Dion Bouton, de construção francesa por cinco contos de réis. O automóvel era de 8-10 hp, com iluminação a querosene e movido à álcool.

- Os problemas começaram quando o mesmo foi desembarcado e levado para a Alfândega onde ficou parado, pois em Porto Alegre não havia ninguém que soubesse ligá-lo e muito menos pilotá-lo. A solução foi encontrada na Casa de Correção onde estava preso o italiano Marini Constanti e que conhecia o funcionamento de automóveis.

- Como o preso não podia sair da Casa de Correção, a solução foi empurrar o carro até lá, onde Constanti deu explicações e instruções para seu proprietário.

Bonde Elétrico

___O transporte de uma cidade é também sua vitrine para o Mundo, representação de como “anda” o cidadão urbano. Assim, a chegada dos elétricos representava a chegada da modernidade às ruas da capital.

___Porto Alegre podia agora fazer parte da lista de grandes cidades do Mundo, estava em sintonia com a modernidade e com o progresso. Além disso, os Bondes elétricos agora podiam subir com tranqüilidade as ladeiras da capital, já que com as mulas a dificuldade era tamanha que, segundo os cronistas, muitos desciam do Bonde e ajudavam a empurrar, por “pena dos animais”.

Em 1906, Porto Alegre/ Brasil, se implantaria os Bondes elétricos na capital.

___Durante dois anos, é instalada a rede elétrica na cidade e são feitas demais adaptações nas antigas “linhas de Bondes tracionada a mula”.

___Segundo os cronistas, o cheiro das ruas era “semelhante a um estábulo”. Mesmo assim, as pessoas costumavam se arrumar para pegar o Bonde, pois era um evento. As cores claras, principalmente o branco, eram as mais usadas.

Bonde – Compra 37 unidades

Em 22 de agosto de 1906, Porto Alegre/ Brasil, foram adquiridos 37 unidades da United Electric Co., em Preston, Inglaterra. (United Electric foi renomeada em 1918 e se associou com a Dick, Kerr & Co.), sendo 2 de “dois andares”.

Em 22 de agosto de 1906, Porto Alegre/ Brasil, foi encomendado 37 “bondes elétricos” da United Electric Co. em Preston, Inglaterra. (United Electric foi renomeada em 1918 e se associou com a Dick, Kerr & Co.), foram numerados de 1 a 37.

Bonde – 2 Andares

___Os Bondes 36 e 37 eram de “dois andares”, com 8 bancos no primeiro andar e mais 7 colunas de assentos no teto.

___A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar “bondes de dois andares”, apelidados de “Imperiais”, também conhecido pela população como “Chopp Duplo”. Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação, mas faziam sucesso.

Bonde – Oficinas

Em 04 de dezembro do ano de 1906, Porto Alegre/ Brasil, foram instaladas as “primeiras oficinas” nas garagens da Cia. Carris Porto-Alegrense. Naquela época a empresa ainda localizava-se na Avenida João Pessoa, perto do local onde hoje se encontra o Viaduto Loureiro da Silva. 

- A construção das oficinas nas garagens da Carris foi resultado de um momento importante da história do transporte público em nossa cidade: ___a substituição dos Bondes movidos a “tração animal” pelos Bondes elétricos.

- Com os novos veículos passou também ser necessário um outro tipo de manutenção. Se antes o quadro de funcionários da Carris incluía “ferreiros e tratadores de animais”, a partir de 1906 passaram a ser necessários “mecânicos e eletricistas”.

- As oficinas da Carris fizeram história em nossa cidade. Poucas pessoas sabem, mas muitos Bondes foram inteiramente construídos nas garagens da João Pessoa.

1907

Porto Alegre – O único Carro da Cidade

Em 25 de fevereiro de 1907, Porto Alegre/ Brasil, o Automóvel de Januário Grecco foi usado pelo então Presidente da Província Borges de Medeiros para inaugurar obras no Caminho Novo (atual rua Voluntários da Pátria).

- O carro foi isento de impostos, pelo prefeito José Montaury, por ser o “primeiro auto” da cidade.

___Nos dias seguintes o carro foi utilizado pelo Presidente do Estado e o Prefeito em excursões para Viamão e depois Gravataí, para fins políticos.

1908

Grande Dia de Inauguração

Porto Alegre – Bonde Tração Elétrica

Em 10 de março de 1908, Porto Alegre/ Brasil, inaugura o Sistema Eletrificado Ferro Carril, os Bondes 36 e 37 de “dois andares”, inauguram a linha de “bondes elétricos” em Porto Alegre.

___A viagem inaugural do Imperial foi no fim da tarde no Bonde 37 (Venâncio Aires) saiu do Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa) até a Rua Luis de Camões no Parthenon.

Bonde – 2 Andares

___A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar bondes de dois andares, apelidados de “Imperiais”, também conhecido pela população como “Chopp Duplo”. Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação, mas faziam sucesso.

___Os Bondes “elétricos” de Porto Alegre tiveram boa acolhida por parte do público, pois diminuíram o tempo das viagens, e aumentou o número de viagens aos seus destinos.

As linhas iniciais eletrificadas, foram:

- Menino Deus, Parthenon, Glória e Theresópolis.

- Em matéria do jornal Correio do Povo daquela data contendo informações sobre o funcionamento do novo serviço:

"Hoje começarão a trafegar os primeiros bondes elétricos nesta capital. As linhas que começaram a serem servidas por essa tração são as do Menino Deus, Partenon, Glória e Teresópolis.

(...) Os bondes partirão da praça Senador Florêncio (Alfandega), não havendo alteração nos preços das passagens. Os novos veículos, além dos letreiros indicando os seus destinos, terão um serviço sistemático de luzes, adotando-se, neste particular, o que tem sido observado nos Bondes elétricos.

Também nos toldos dos Bondes acham-se colocadas grandes placas encarnadas com uma letra maiúscula indicando o ponto a que se destina o veículo. Assim, por exemplo, o Bonde do Menino Deus que tiver a letra V, quer dizer que vai pela Venâncio Aires; e a letra R, pela a rua da República; o Parthenon, com a letra E, vai pela Escola de Guerra, e com a letra R, pelo Campo da Redenção; G é Glória, T, de Theresópolis, e desse modo por diante.

Os Bondes param em pontos determinados, nas embocaduras das ruas, o que equivale a dizer que os passageiros só poderão apear-se ou embarcar nas esquinas das ruas, salvo no inverno, ou em ocasiões de chuvas torrenciais, parando então, aquém ou além das referidas embocaduras. Os Bondes pararão em todas as esquinas independentemente do chamado, ou aviso (...)".

Porto Alegre – Ruas Iluminadas

___A iluminação pública dos bairros passou também a ser fornecida pela Usina Elétrica Municipal.

___A eletricidade nas ruas do Centro, durante a noite, dava a sensação de “vida noturna intensa”, o que geralmente era característico nas grandes cidades. O próprio farol de Bonde durante a noite devia incitar o “ar de novidade”, já que antes o que iluminava o caminho dos Bondes a tração animal eram os antigos “lampiões a querosene”.

___A cidade crescia, novos trilhos eram colocados, instalados os cabos elétricos e os “velhos lampiões” eram lentamente apagados, abrindo o caminho “aos agentes” do progresso.

Bonde – Altos Custos

___Contudo, nem tudo era alegria na inauguração, o sistema de implantação da eletricidade consumiu investimento, mão de obra e tempo. A empresa, inclusive, afirmava nos Relatórios da Diretoria (anos de 1906 a 1915, disponíveis no arquivo público), serem altíssimos os custos de instalação do novo e revolucionário sistema.

Em 11 de março de 1908, Porto Alegre/ Brasil, no jornal A Federação lia-se, ano da inauguração dos Bondes:

(...) Em todo o percurso das linhas e esquinas havia gente á [sic] espera, não logrando tomar passagem. O povo da cidade, que tomava o Bonde na praça da Alfândega, ia ao fim das linhas e voltava no mesmo bonde. D’est’ate, os habitantes dos arrabaldes, quer para virem a cidade quer para regressarem a cidade, perderam tempo enorme, não conseguindo a maior parte servir-se dos electricos, vendo-se obrigados a tomar carros. (...) Demorado a princípio e com esperas nos desvios, de modo a gastar-se nos eléctricos tempo quase dobrado do que se despendia anteriormente (...)

___Os Bondes eram a modernidade nas ruas, por outro lado, as dificuldades iniciais eram grandes. No entanto, não faltava o entusiasmo frente à novidade, representado nas crônicas, poemas e músicas da época.

Bonde – Lotados

___Nos primeiros dias do serviço dos elétricos, eram freqüentes as reclamações de “super-lotação” e de “atrasos em horários”, ainda cheios de curiosos, o que atrapalhava a vida dos moradores dos "arrabaldes" que dependiam do transporte para se locomover até o Centro.

Engenheiro Inglês Atropelado

Em 1908, Porto Alegre/ Brasil, o engenheiro inglês que implantou o Bonde “elétrico” em Porto Alegre, no “sistema inglês”, por ironia do destino, conforme o jornal A Federação, foi “atropelado” por um Bonde que ajudou a instalar.

1911

No final do mês de outubro de 1911, em Porto Alegre/ Brasil, foram concluídas as obras de construção do tradicional Chalé da Praça XV.

1912

Em 1912, Porto Alegre/ Brasil, para que fosse possível a implantação de um sistema eficiente de Bondes “elétricos” foi necessária a construção de uma usina de grande capacidade de geração que fosse capaz de fornecer força motriz para que vários carros elétricos trafegassem simultaneamente.

Nova Usina de Energia – Porto Alegre

___A Companhia de Força e Luz construiu na Rua Voluntários da Pátria quase esquina com a Rua da Conceição (local da antiga loja Mesbla), que além de força motriz para o sistema de Bondes também fornecia energia elétrica para um bom número de indústrias da capital.

___Para tracionar os Bondes era necessária eletricidade de 550 volts corrente contínua. A Cia. fornecia energia elétrica do entardecer até a meia noite.

___A energia era gerada com enormes “motores a vapor” na usina localizada no Centro, onde geradores Ganz produziam uma tensão de 2000 volts, e em cada consumidor a Cia. instalava um transformador para rebaixar a tensão e fornecer 100 volts.

___Na época cada Bonde consumia 55 KW, ou seja, 100 Ampéres.

1913

Transito de Auto é Regulado – Porto Alegre

Em 1913, Porto Alegre/ Brasil, o intendente (prefeito), José Montaury, “regularizou o trânsito de automóveis”.

___A velocidade máxima não podia ultrapassar 10 quilômetros por hora no Centro e 15 quilômetros nos bairros.

___Nos cruzamentos, os “carros não poderiam trafegar mais rápido que uma pessoa caminhando”.

Em 08 de maio de 1913, Porto Alegre/ Brasil, trecho do jornal Independente:

(...) Com os aplausos da população, vai sendo regulada a viação urbana nesta capital. Providência utilíssima, precisa ser estendida a outras ruas como a João Alfredo, cujo trânsito já é enorme.

Os veículos que se dirigem da ponte do Menino Deus para a da Pedra, no Riacho, devem todos tomar o lado direito e os em sentido contrário ao lado esquerdo multando-se os condutores que deixarem seu lado com pressa de seguirem.

Outro ponto que reclama regulamentação é o dos condutores de carroça. Nas cidades populosas elas, são obrigados a guiarem os veículos a pé, indo ao lado dos animais e não encarapitados nas cargas.

Principalmente nos veículos tirados por um único animal, impõem-se a providência, podendo-se autorizar a montaria do condutor em um dos animais, quando o veículo seja tirado por dois ou mais números de animais (...).

1914

Último Dia

Muares

Bonde – Tração Animal

Em 1914, Porto Alegre/ Brasil, circulou o último Bonde de “tração animal”, que atuavam desde o dia seguinte à viagem inaugural, os “burros e as mulas” pegaram no pesado, por mais de 60 anos.

Bonde – “Choro” composto em um Bonde

Em 1917, Porto Alegre/ Brasil, o músico Octavio Dutra (1884-1937) embarcou em um Bonde da Cia. Carris, sentiu-se inspirado e começou a rabiscar em uma folha de papel.

- Nascia o "Choro composto em um Bonde”.

- Músico exímio, compôs cerca de 500 canções, entre “valsas, choros, polcas” e outros ritmos. - Recordista nacional de direitos autorais em gravações de discos no ano de 1915, formou um grupo, o Terror dos Facões, que é considerado um dos melhores da história do “choro brasileiro”.

1920

Bonde – Gaiolas, Fechados e Dois Andares

Entre 1909 e 1920, Porto Alegre/ Brasil, a United Electric enviou para CFLPA mais 2 Bondes de “dois andares”, numerados 38 e 39, 8 Bondes pequenos e abertos, numerados de 40 a 47, e 40 Bondes fechados, numerados de 48 a 87.

Em 1920, Porto Alegre/ Brasil, as linhas existentes eram:

- Menino Deus, Partenon, Glória, Teresópolis, Moinhos de Vento, Navegantes e São João.

Nos anos de 1920, Porto Alegre/ Brasil, os Bondes abertos foram fechados e os 4 Bondes de “dois andares” foram transformados em Bondes com um andar.

Bonde – Reboques

Nos anos 1920, Porto Alegre/ Brasil, circularam os Bondes elétricos com reboque ou dois trucks”, os reboques eram na verdade antigos “veículos de tração animal” convertidos para esta nova função.

Bonde – Operário ou Caradura

___Os reboques eram chamados de "Operários", por conta de sua tarifa mais baixa, mas o povo os apelidou de "Caradura".

- O período de hegemonia dos Bondes foi até a década de 1920, quando começaram a circular os primeiros automóveis movidos a gasolina, querosene ou óleo.

1921

Em 1921, Porto Alegre/ Brasil, aos 37 bondes elétricos com os quais começou a operar o transporte elétrico, a Carris acresceria sua frota, entre 1909 e 1920, 50 “veículos convencionais”, incluindo alguns “semi-conversíveis”.

___Muitos desses seriam reformados e fechados pela empresa com o passar do tempo nas oficinas da Carris.

1922

Carris

50 Anos

Em 19 de junho de 1922, Porto Alegre/ Brasil, a Companhia Força e Luz, após novamente Companhia Carris Porto-Alegrense – CCPA, comemorou seus 50 Anos de serviços, desde o Decreto Imperial em 1872.

1925

Em 1925, Porto Alegre/ Brasil, a CFLPA encomendou 10 Bondes fechados da Ateliers de Construction Energie em Marcinelle, Bélgica: ___5 de vagão único, numerados de 88 a 92, e 5 de vagão duplo, numerados de 101 a 105.

1926

Em 1926, Porto Alegre/ Brasil, já existiam quase uma centena de Bondes em circulação.

Em 1926, Porto Alegre/ Brasil, o Governo Brasileiro dissolveu a Companhia Força e Luz de Porto Alegre e formou duas companhias separadas para transporte e serviços:

__A nova operadora do serviço de transporte por Bondes era a Companhia Carris Porto-Alegrense – CCPA.

- No mesmo ano, por decisão de sua “assembleia geral”, a companhia de Bondes voltou a se denominar Companhia Carris Portoalegrense.

__A Cia Força e Luz Porto-Alegrense vende suas usinas para a CEERG, criada em 1923.

Porto Alegre – Ônibus

Em 1926, Porto Alegre/ Brasil, o “primeiro Ônibusda cidade, propriedade de Amador dos Santos Fernandes e Manuel Ramires, passou a oferecer transporte por Ônibus.

1927

Porto Alegre – Mão-Inglesa

Em 1927, em Porto Alegre, decreto do intendente Otavio Rocha, decretava em seu artigo 3:

___ “Todo o veículo deve ser, quanto possível, conduzido junto à guia do passeio esquerdo”.

1928

Porto Alegre – Tráfego no Centro

Em 1928, Porto Alegre/ Brasil, a intensificação do tráfego de veículos, levou a prefeitura a reduzir a superfície da Praça XV, “a fim de dar maior amplitude às ruas laterais”, conforme relatório do intendente (prefeito) Alberto Bins, emitido naquele ano.

Carris – Electric, Bond & Share

Em 13 de setembro de 1928, Porto Alegre/ Brasil, Companhia Carris passa a ser administrada pela empresa norte-americana Electric, Bond & Share, integrante do grupo liderado pela General Electric, iniciou-se um programa de importação de Bondes.

Electric, Bond & Share

Em 13 de novembro de 1928, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA foi adquirida pelo conglomerado americano, Electric, Bond & Share, criando a Companhia Carris Porto-Alegrense/ Electric Bond & Share – CCPA/ EBS.

___A empresa prestadora do serviço, a Companhia de Carris Porto Alegrense/ Electric Bond & Share, iniciou um programa de modernização da frota, com a aquisição, a partir de 1928, de veículos de diversos fabricantes.

Modelo Brill

Em 31 de dezembro de 1928, Porto Alegre/ Brasil, a nova CCPA/EBS encomendou 20 Bondes de vagão de eixo duplo da J. G. Brill na Filadélfia, EUA, que foram numerados de 106 a 125 em Porto Alegre.

1929

Carris – Auto-Ômnibus

Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, o “primeiro Ônibusda Carris entra em circulação, modelo Yellow Coach, passou também a oferecer o transporte por Ônibus para as localidades onde as linhas de Bonde não chegavam.

Abrigo de Bondes

Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, o intendente (prefeito) Alberto Bins registrou: ___ “São frequentes as queixas do público a propósito da falta de abrigo coberto à Praça 15 de Novembro”, ponto de reversão dos Bondes que passam pela Avenida São Rafael (futura Alberto Bins).

___Com a próxima mudança de mão no tráfego urbano (mão-inglesa), será necessário remover a curva de ligação das rua Marechal Floriano e praça XV de Novembro. Nesta ocasião, poder-se-á aumentar o comprimento do refúgio existente nessa última rua, ao lado da praça, e bem assim dar-lhe mais um metro de largura, de modo a ficar com espaço suficiente para o “abrigo coberto” que a Cia. Carris imediatamente fará construir nesse local.

Nota:

- Foi criado, então, o “abrigo de Bondesque dá fundos à Rua Dr. José Montaury. Algum tempo depois, a mesma construção, foi prolongada em sentido perpendicular à rua citada.

Depois de 1929, Porto Alegre/ Brasil, conforme decisão municipal, devido às restrições de concorrência do Ônibus com o Bonde em Porto Alegre, Amador dos Santos Fernandes fundou a Empresa Amador para transportes entre Porto Alegre e São Leopoldo, empresa que deu origem à atual (Central Transportes), de São Leopoldo, foi concorrer com o Trem de Subúrbio.

Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA/EBS comprou 32 Bondes "Birney" de “segunda mão” da cidade de Baltimore, EUA, que foram numerados de 126 a 157, e 8 do mesmo tipo da Eastern Massachusetts Street Railway, perto de Boston, EUA, que foram numerados de 158 a 165. Todos haviam sido construídos pela Brill no início dos anos de 1920.

Carris – Primeiro Ônibus

Em 1929, Porto Alegre/ Brasil, os “primeiros Ônibus” da Carris circularam pela capital.

Depois de 1929, São Leopoldo/ Brasil, Amador dos Santos Fernandes fundou a Empresa Amador para transportes entre Porto Alegre e São Leopoldo, empresa que deu origem à atual (Central Transportes), de São Leopoldo.

1930

Carris – Lupicínio Rodrigues

Em 1930, Porto Alegre/ Brasil, o músico Lupicínio Rodrigues, trabalhou na Companhia Carris Portoalegrense como “aprendiz de mecânico”.

1931

Carris – Millers

No ano de 1931, Porto Alegre/ Brasil, os primeiros modelos de Bondes produzidos na Carris foram apelidados de “Miller”.

 

___O nome foi escolhido em função do projetista e supervisor da construção, chamado de C. W. Miller, engenheiro chefe da Carris.

1933

Em 1933, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA/EBS construiu 10 carros "Birney" por si própria, os chamou de Millers e os numerou de 166 a 175.

1934

Em 1934, Porto Alegre/ Brasil, adquiriram 20 Bondes de “segunda mão” da Richmond Railways, em Staten Island, Nova Iorque, EUA, que haviam sido construídos pela Osgood-Bradley em Massachusetts nos anos de 1920. Eles sofreram bastantes reformas em Porto Alegre e foram numerados em uma nova série de 1 a 20, para substituição.

1935

Mão Inglesa – Porto Alegre

Em 1935, Porto Alegre/ Brasil, houve a “mudança de mão de circulação”, pois os Bondes trafegavam na mão esquerda, por conta da “influência dos ingleses”, que implantaram o serviço de Bondes “elétricos”.

Bonde – Abrigo Praça XV

Em 1935, Porto Alegre/ Brasil, em relatório do intendente (prefeito) Alberto Bins, consta a seguinte explicação:

 

“Em consequência do novo traçado dos Bondes, que, descendo a nova Avenida Borges de Medeiros, circundará a Praça Montevidéu, tornou-se necessário o prolongamento do abrigo da Praça XV de Novembro, a fim de atender aos passageiros da linha a ser, em breves dias, inaugurada.

 

- O abrigo está sendo prolongado numa extensão de 38 metros, com uma área coberta de 364 m2. Apresentará perfeita ligação com a parte construída, tendo sido demolida parte da construção antiga, para poder ser satisfeita tal exigência.

 

___À parte central, está construído um “torreão de forma elítica”, que dá ao conjunto belo aspecto arquitetônico”.

1936

Em 1936, Porto Alegre/ Brasil, a CCPA/EBS comprou mais 20 Bondes da Eastern Massachusetts Street Railway, construídos em 1923 pela Kuhlman, que foram numerados de 21 a 40.

1937

Bonde Texano

Em 1937, em Porto Alegre/ Brasil, eles juntaram 14 Baltimore Birneys, foram construídos 7 Bondes de “lado curvo e eixo duplo”, que foram apelidados de "Texanos" e numerados de 41 a 47.

___O número 47 é designado Dom Pedro II.

1939

Segunda Guerra Mundial

Durante 1939-1944, Brasil, na Segunda Guerra Mundial, o pais passou por vários períodos de “racionamento de combustível”. Os veículos que necessitavam de óleo e gasolina são obrigados a reduzir suas atividades. O transporte de Bondes fica “sobrecarregado” e a Carris coloca 16 carros reserva em funcionamento, aumentando a frota de 85 para 101 veículos.

Carris – Mulheres

___É também durante o período da Segunda Guerra que grande parte das tripulações da companhia é requisitada pelo Exército. A Carris tenta então “contratar mulheres” para o serviço de condutor (cobrança de passagem) mas a medida é vetada pelo Ministério do Trabalho do governo Getúlio Vargas.

1940

No ano de 1940, Porto Alegre/ Brasil, trouxe consigo 4 Bondes grandes de York, Pensilvânia, EUA. 3 unidades principais construídos pela Brill foram numeradas de 176 a 178, depois de 101 a 103; um "Eletromóvel" construído Osgood-Bradley foi numerado 179, e depois 100.

Em 1940, Porto Alegre/ Brasil, também chegaram 12 Bondes de “12 janelas” da Perley Thomas Car Works em High Point, Carolina do Norte, EUA, construiu para a cidade de Miami em 1925. Eles foram numerados de 180 a 191 em Porto Alegre, e depois renumerados de 88 a 99.

Bonde – Quebra do Monopólio

Em 1940, Porto Alegre/ Brasil, houve a quebra do monopólio do “serviço de Ônibus(quando ocorreu a entrada de novas empresas que se dedicavam à exploração do transporte coletivo), a falta de interesse de americanos e ingleses na fabricação de veículos com “tração elétrica”, a injeção de capital estrangeiro para a montagem de fábricas de automóveis, caminhões e Ônibus, fizeram o serviço de Ônibus prosperar.

 

 

 

1942

Ônibus à Diesel

Em 1942, São Leopoldo/ Brasil, a Central Transportes, adquire o “primeiro Ônibus a diesel” do Rio Grande do Sul da marca Büssing-Nag.

1945

Entre 1925 a 1946, Porto Alegre/ Brasil, a Carris desenvolveu um programa de ampliação da frota comprando 161 Bondes “elétricos” de “dois trucks”151 dos Estados Unidos e o 10 da Bélgica.

1946

Em 1946, Porto Alegre/ Brasil, mais 25 Bondes de “eixo duplo”, construídos pela Osgood-Bradley, em 1927 para a Worcester Street Railway, em Massachusetts, EUA, foram enviados para Porto Alegre.

- Sua nova numeração em Porto Alegre foi de 126 a 150.

1950

Bondes Coca-Cola

Na década de 1950, Porto Alegre/ Brasil, se tornaram populares na cidade os Bondes “Coca-Cola”, um modelo norte-americano reformado na Carris e pintado de vermelho e branco.

 

Em 1950, Porto Alegre/ Brasil, haviam os veículos fechado do tipo de “dois trucks”, que foi adquirido pela administração norte-americana com a finalidade de modernização da frota.

Carris – Trolleybus - Estudo

Ao longo da década de 1950, Porto Alegre/ Brasil, foi projetado o serviço de Trólleybus para auxiliar o serviço de Bondes, porém somente foi iniciada a operação na década seguinte.

1952

Carris – Bond & Share Abandonada

Em 1952, Porto Alegre/ Brasil, “sucessivas greves” e o evidente desinteresse dos norte-americanos da Bond & Share em manter o transporte por Bondes levam a prefeitura de Porto Alegre a intervir na companhia.

1953

Bonde – Hino do Grêmio

Em 1953, Porto Alegre/ Brasil, durante uma greve no serviços de Bondes da Carris, o músico Lupicínio Rodrigues, inspira-se para compor o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, cujos versos iniciais se referem à falta do transporte para levar os torcedores até o estádio que ficava no Moinhos de Vento:

"Até a pé nós iremos; para o que der e vier;

Mas o certo é que nós estaremos;

Com o Grêmio onde o Grêmio estiver".

Carris – Encampada

Em 29 de novembro de 1953, Porto Alegre/ Brasil, foi aprovada na Câmara Municipal a encampação pela Prefeitura de Porto Alegre do controle acionário da empresa americana CCPA/ Electric Bond & Share, pela Lei 1069, que determina a encampação, é aprovada por 17 votos a 2 dos Vereadores.

Carris – Empresa Pública

___A Cia. Carris, se tornou “empresa pública”, uma sociedade de economia mista com o controle acionário da Prefeitura de Porto Alegre, que detinha 99,9% das ações, durante o mandato do prefeito Ildo Meneghetti.

 

Nota:

- Na época da empresa norte-americana Bond & Share, não tinha mais interesse no serviço de Bondes. Assim, investimentos eram cortados visando seu “sucateamento”.

Carris – Sucateamento  

___Com o encampamento da empresa de Bondes pela prefeitura, no momento em que a prefeitura assumiu a companhia havia um imenso “cemitério” de Bondes, fruto do descaso com o transporte coletivo. Os mecânicos eram proibidos de consertarem os veículos.

- Quando um Bonde estragava ia direto para o depósito.

- Assim, quando o poder municipal assumiu, havia somente 70 veículos funcionando e cerca de 46 estavam prestes a virar sucata.

___Assumindo a Bond & Share/ Carris como interventor José Antônio Aranha, irmão do ministro Oswaldo Aranha.

- Logo que pôde chamou Sarubby de São Paulo/SP especialista em renovação de carros - e em 03 meses toda frota já estava em circulação. Nada teria sido feito, contudo, sem a atuação dos mecânicos.

Carris – Reforma de Bondes

Na década de 1950, Porto Alegre/ Brasil, contrariando determinação dos “norte-americanos” que controlavam a Carris, alguns mecânicos reformavam os Bondes para evitar o sucateamento deste meio de transporte.

Carris – Mecânicos, Dia a Dia

__Na Carris, a data 25 de julho, Dia do Mecânico é relembrada todos os anos, os funcionários recebem homenagem e os parabéns que merecem, com o tradicional churrasco e lembranças.

- No dia-a-dia dos rodoviários, os mecânicos são as figuras menos vistas pela população. No entanto, são essenciais para o bom andamento do trânsito e o funcionamento do transporte coletivo.

- A manutenção é um dos únicos setores da Carris que funciona 24 horas por dia para que Bondes e Ônibus circulem nas ruas em perfeito estado. São os trabalhadores por trás das cortinas, que trabalham todos os dias para que o espetáculo seja perfeito. Historicamente os mecânicos estiveram presente em vários momentos na história da Companhia.

- Frente ao sucateamento dos Bondes, os mecânicos desempenharam um importante papel na manutenção dos serviços prestados pela Carris.

- Não só no passado, mas atualmente os mecânicos continuam sendo indispensáveis para que os serviços prestados aos passageiros se dêem em perfeita ordem.

1954

Entre 1928 e 1954, Porto Alegre/ Brasil, a Carris foi administrada por uma empresa norte-americana, a Bond & Share.

___Neste período começam a circular na cidade os primeiros “Auto Omnibus”, que posteriormente iriam concorrer com os Bondes.

___Com suas finanças em bancarrota, a empresa pede sua encampação pela Prefeitura.

Ônibus e Bonde - Separados

Em 19 de fevereiro de 1954, Porto Alegre/ Brasil, os americanos retornaram a operar no transporte da cidade, e os Ônibus transferidos” para a companhia DATC.

1956

Bonde – Motivo da Crise

Entre 1947 e 1956, Porto Alegre/ Brasil, houve o congelamento das passagens, este período faz a Carris mergulhar em profunda crise.

 

Neste momento, os Bondes passam a ser enxergados como “veículos lentos, velhos e barulhentos”. Além disso, os trilhos usados pelos Bondes impediam que as ruas fossem pavimentadas com cimento ou asfalto, e os paralelepípedos causavam danos às “suspensões e molas dos automóveis”, já bastante populares nesta época.

 

A concorrência com as “empresas de Ônibus particulares” e os constantes problemas no fornecimento de energia elétrica (o que causava interrupção nas viagens de Bondes) fez com que paulatinamente a população fosse optando pelo transporte rodoviário.

Era do Ônibus

Carris – DATC

Em 1956, Porto Alegre/ Brasil, a Carris encerra o serviço de transporte por Ônibus, transferindo seus veículos para o Departamento Autônomo de Transportes Coletivos (DATC).

 

___Os Bondes seguiram operando durante décadas, continuando a arcar com grande parte do transporte de passageiros, que os Ônibus pouco a pouco tomavam conta.

 

___Em Porto Alegre, assim como em outros estados, boa parte do tempo os Bondes foram fechados não “gaiola”.

Bonde – Ponto de Parada

___No início dos elétricos na Capital, as “paradas eram nas esquinas” o que causava evidentes transtornos.

 

Com o passar do tempo, foram colocadas paradas nos lugares apropriados. No entanto, muitos continuavam descendo fora delas, mais perto de suas residências.

 

Isso ocorria porque o Bonde, especialmente no início, não era muito rápido (em torno de 15 km/h). Isso, evidentemente, não era aconselhável, pois os riscos de acidentes eram vários, e muitos realmente ocorreram enquanto os veículos andavam nos trilhos.

Bonde – Carnaval

Na década de 1950 e 60, Porto Alegre/ Brasil, durante o período de Carnaval, havia o Bonde do Carnaval, onde as pessoas fantasiadas que se deslocavam para os desfiles ou bailes, começavam a festa junto aos Bondes. – Bons Tempos!

 

Bonde – Período Áureo

Décadas de 1950 e 60, Porto Alegre/ Brasil, a Cia. Carris chegou a possuir 229 carros – 130 norte-americanos, 89 ingleses e 10 belgas.

Com os 130 Bondes Americanos,

89 Ingleses e

10 Bélga,

e suas adaptações realizadas nas Oficinas da Cia. Carris,

Porto Alegre se tornou o maior Museu de Bondes em operação do Mundo.

1961

Até o ano de 1961, Porto Alegre/ Brasil, o novo Departamento Autônomo de Transportes Coletivos - DATC informou que foram transportados 89 milhões de passageiros foram transportados pelos Bondes em 105 anos do sistema, sendo utilizados para isso 103 Bondes.

Carris – Serviços para Empregados

Nas décadas de 1950 e 60, Porto Alegre/ Brasil, alguns serviços para os funcionários funcionavam na sede da Carris, então na Avenida João Pessoa.

Barbeiro:

- Uma boa apresentação era requisito para o padrão de atendimento, daí os trabalhadores não dispensarem a ida ao barbeiro.

Serviço de Barbeiro

Décadas de 1950 e 60, sede da Carris, na avenida João Pessoa.

 

Sapateiro:

- Motorneiros de Bonde e cobradores dispunham de calçados sempre bem aprumados graças ao trabalho de dedicados sapateiros.

Carris – O Transviário

Em março de 1961, Porto Alegre/ Brasil, o senhor Pedro Carneiro Rodrigues (que ingressou na Carris em 1938 como motorneiro), conta da criação do jornal "O Transviário".

 

Atualmente o jornal "Volante", que é produzido na Cia. Carris e distribuído entre os funcionários.  O Transviário é um antecessor do "Volante", com a diferença de que o primeiro era produzido pelo Sindicato e não por um setor interno da Carris.

 

Trecho do material do senhor Pedro em que ele conta como foi criado o jornal "O Transviário":

"(...) Em março de 61, nasceu o jornal "O Transviário", que possuía a seguinte diretoria: Diretor: Martíner de Araújo Lopes, Secretário: ___Rubens Pereira de Frúas, Tesoureiro: Sérgio Coimbra Duarte, Comissão de Propaganda: Antenor Borges Clavê, Pedro Carneiro Rodrigues, Mário Dias Ramos e Leoni Leite. Conselho Fiscal: Waldomiro Pereira Barth, Roque Piffero Marques e Marcino Ribeiro Netto.

 

Como membro da comissão de propaganda, visitei várias casas comerciais em busca de patrocínio em troca de propaganda no jornal. Junto com o senhor Gusmão Souza, requisitado pelo Sindicato, datilografávamos as matérias para serem publicadas.

 

Eu fazia a paginação e levava para a tipografia imprimir as matérias. Quando saiu a primeira edição do jornal, fui de madrugada para as estações de Bondes da Carris para entregar os jornais aos assinantes e vendê-los aos não assinantes. Eu fazia o meu serviço nas horas de folga.

 

O senhor Rubens Pereira de Freitas, Secretário do jornal, fazia a distribuição do jornal aos deputados, vereadores e outros Sindicatos. Pelo correio enviava o jornal ao Sindicato dos Trabalhadores da Cia. Carris do Rio de Janeiro e aos assinantes do interior do estado. Quando havia muito trabalho a fazer, o Sindicato requisitava a minha ajuda (...)".

Carris – Uniforme Completo

___O uniforme tradicional a “roupa caqui”, calça, casaco, camisa, gravata e quepe, obrigatórios para Motorneiro e Trocador, no trabalho diário de conduzirem o Bonde, embarque e desembarques, e ajudar no fim da linha, alterar o lado do comando do Bonde.

Carris – Padrão Americano

___A Companhia Carris foi famosa no tempo em que utilizava um “padrão administrativo americano”. Disciplina e rigorismo eram essenciais em todo e qualquer setor da empresa, o que denotava uma administração impecável. E assim era também no quesito de treinamento.

O treinamento mais rigoroso envolvia candidatos a Motorneiro de Bonde, nome dado ao profissional que conduzia o veículo.

Carris – Motorneiro

___O Motorneiro era, em verdade, o "motorista do Bonde". O treinamento não poderia ser superficial, visto que, no dia a dia, esses futuros profissionais teriam muitas vidas humanas sob sua responsabilidade.

- Por vários dias, um Bonde devidamente identificado com os dizeres "EM TREINAMENTO", circulava pelas diversas linhas que constituíam a rede ferroviária da Carris. No comando do grupo de aprendizes, estava sempre um profissional experiente e conhecedor de todos os meandros da arte de "pilotar" um Bonde, que procurava intensificar, na prática, os conhecimentos trazidos das aulas teóricas.

Bonde – Freios

___O Bonde era considerado um veículo seguro. Essa segurança era devida aos diversos sistemas de freio que ele possuía. Todo Motorneiro era condicionado a conhecer e saber usar os recursos que o veículo oferecia. Entre esses estava o freio normal a vácuo, acionado por uma alavanca manual junto ao controle do Bonde; a reversão, recurso em uma chave que, ao ser invertida na sua posição, fazia o Bonde “andar para trás”; uma alavanca redonda, à direita dos controles, quando girada manualmente, acionava o “freio mecânico”; um sistema que, em dias de chuva, colocava areia sobre os trilhos para evitar derrapagem. Além desses, havia mais outros recursos que poderiam ser acionados em emergências.

Bonde – Aprendiz

- Os aprendizes portavam orgulhosos seu uniforme cáqui, tradicional da Carris, devidamente limpos, bem passados e "engomados". O fardamento impecável era parte de cobrança ao bom profissional.

Bonde – Seu Eugenio – O Instrutor

___Um dos artífices na formação de novos Motorneiros era seu Eugênio. Figura respeitadíssima por todo servidor que teve a graça de conviver com ele em diversos momentos da Carris.

- Respeitado por seu rigorismo e por sua disciplina, que se refletiam até no ritual que mantinha nos horários de início e fim dos intervalos para o cafezinho, hábito mantido pela manhã e tarde no expediente da empresa.

- Segundo relato de velhos Motorneiros, seu Eugênio postava-se na plataforma dianteira, ao lado do aprendiz, e ali solicitava-lhe as tarefas para que só a presença do instrutor ali era motivo de muita tensão.

- Para complementar o teste seu Eugênio solicitava ao futuro Motorneiro:

___Me dê a sua túnica (casaco do uniforme).

- Ato contínuo, ordenava ao aprendiz: 'Agora coloque oito pontos'.

- Oito pontos era a velocidade máxima, possível de ser desenvolvida pelo Bonde e, normalmente, a pedida era feita uma grande reta. Quando o Bonde atingia a velocidade máxima, seu Eugênio jogava nos trilhos a túnica impecável do aprendiz. Neste momento, ele se dividia em ações nos controles do Bonde, usando todos os seus recursos de freio para preservar sua peça do uniforme. A partir daí duas coisas poderiam acontecer: - o veículo era freado antes de atingir a túnica e o comentário era:

___Muito bem, se fosse uma pessoa o senhor não a teria matado.

Caso contrário além de destruir a peça do seu uniforme, o comentário era outro:

___O senhor está reprovado. - Se sua túnica fosse uma pessoa, ela agora estaria morta.

O Bom Resultado: além de perder o casaco, o candidato perderia também o emprego.

Carris – Trocador

___O Cobrador, uniformizado percorria o Bonde de um extremo ao outro. Nas paradas, ele saía de um extremo e entrava pelo outro.

- As cédulas, ele dobrava no comprimento e colocava no vão entre dois dedos de um das mãos. As moedas, muito comuns na época, eram acomodadas na outra mão, com os dedos unidos, formando quase uma concha, como uma pilha.

- O cobrador andava, tendo que lembrar quem havia pagado e quem não, e fazia um movimento com as moedas que tilintavam, avisando aos passageiros, que ele estava chegando, para prepararem o dinheiro.

Carris – Linha Menino Deus

___O Bonde iniciava a viagem no “Abrigo de Bondes” da Praça XV, atrás da Casa Guaspari, nos fundos da Livraria Globo.

- O Bonde subia a Avenida Borges de Medeiros, passava sob o viaduto da Rua Duque de Caxias, dobrava à esquerda na Praça Gen. Daltro Filho e seguia pela Rua José do Patrocínio.

- Dobrava à direita na Rua da República até a Rua João Alfredo, pela qual chegava à Avenida Getúlio Vargas, terminando seu percurso na Rua José de Alencar, próximo da Avenida Praia de Belas.

Vale a pena Lembrar.

1962

Carris – A Transviária

Em 1962, Porto Alegre/Brasil, foi realizado o concurso a "Mais Bela Transviária", com apoio do Sindicato.

- A “bela Transviária” em questão é a senhora Maria Rosa Vecchio, que trabalhou por várias décadas aqui na Cia. Carris.

1963

Tróllebus

Carris – Trolleybus

No dia 07 de dezembro de 1963, Porto Alegre/ Brasil, o DATC - Departamento Autônomo de Transportes Coletivos, decidiu substituir o transporte sobre trilhos por Ônibus tracionados a motor elétrico (pois os Bondes eram considerados muito lentos).

 

___Similar aos Ônibus convencionais, os Trolleybus rodam por meio de pneu de borracha e não sobre trilhos, como o fazem a maioria dos veículos elétricos (como trens ou Bondes).

 

___A energia chega através de hastes, denominadas tecnicamente como alavancas que ficam sobre a carroceria, em permanente contato com a fiação específica que acompanha o percurso. Os Trólebus têm parte de sua estrutura elétrica baseada nos Bondes dos EUA.

 

___Foram adquiridos Trólebus equipados com chassi FNM, carroceria Massari e componentes elétricos Villares, no total de 9 unidades:

*      4 trólebus do tipo Caio/Massari/FNM/Villares, e

*      5 veículos do tipo Massari/Villares.

 

___Planejava-se instalar 100, mas foram comprados 9, sendo 4 usados. Entre os investimentos, era necessário readaptar a voltagem das redes dos Bondes.

 

___Inaugurou 2 linhas Trolleybus, com 5 unidades, que se deslocaram entre o Gasômetro e o Menino Deus.

 

Em sua extensão máxima, o percurso dos Trólebus atingiu apenas 10 km de rede elétrica e em cinco anos de funcionamento, houve apenas 2 Linhas de Trólebus:

*      Auxiliadora, transportando em média 900 passageiros por dia, e

*      Menino Deus, transportando em média 400 passageiros por dia, segundo dados da companhia.

 

O sistema não teria funcionado a pleno devido a problemas de “adaptação da voltagem da rede elétrica” e também porque os veículos tinham defeitos nos freios.

1966

Em 29 de setembro de 1966, Porto Alegre/ Brasil, a Companhia Carris retoma o transporte por Ônibus da DATC - Departamento Autônomo de Transportes Coletivos.

Bonde Gaiola da Duque

___O Bonde “Duque”, geralmente “modelo gaiola”, ligava a Rua Duque de Caxias ao Abrigo dos Bondes, em frente ao Mercado.

- Era uma linha curta, percorria a rua sem observar as paradas, o motorneiro parava em frente das casas quando via moradores esperando.

Carris – Decisão pelo Modal Ônibus

___A Carris amplia seu serviço de Ônibus e decide abandonar definitivamente o “serviço de Bondes.

___Foram comprados 30 veículos Ônibus, modernos com “motor a óleo diesel”.

Ônibus na Linha Duque

Nesta data, Porto Alegre/ Brasil, 3 Bondes da Linha Duque (que circulava pelo Centro desde a década de 1910), na cidade alta, são substituídos por Ônibus a “diesel”.

Linha Circular

Carris – Linha Circular Duque

___A nova linha de Ônibus recebeu o nome de "Circular Duque", era o início das linhas circulares em Porto Alegre.

___Foi o fim de uma era repleta de histórias do chacoalhar do Bonde gaiola subindo ou descendo a rua Duque de Caxias, iniciando o processo que culminaria com o fim dos Bondes elétricos.

1969

Trólebus – Fim da Experiência 

Em 19 de maio de 1969, Porto Alegre/ Brasil, circularam os últimos Trólebus, a extensão do percurso atingiu apenas 10 km de rede elétrica.

- Em cinco anos de funcionamento, houve apenas duas linhas de trólebus: -Gasômetro e Menino Deus.

- Tendo 5 dos veículos ainda em bom estado, sido vendidos para Araraquara/SP e os quatro restantes como sucata.

___Supreendentemente, o serviço de Trólebus fracassa, seja pela insuficiência de força da rede elétrica e seu custo, ou pela campanha deflagrada pelo Sindicato dos Rodoviários e imprensa, que viam o “transporte de tração elétrica” como___ ineficiente e um atraso para a cidade.

 

Nota:

- Alguns Trólebus que rodaram na cidade paulista de Araraquara pela CTA, pertenceram à Carris e rodaram até a década de 2000.

Em 1969, Porto Alegre/ Brasil, mais 90 Ônibus a “diesel” são adquiridos pela Carris.

Carris – Fim da Linha Assis Brasil

Em 05 de junho de 1969, Porto Alegre/ Brasil, os Bondes da Linha Assis Brasil, que circulavam até a Avenida Assis Brasil, são substituídos por Ônibus.

Carris – Fim + 2 Linhas

Em 26 de outubro de 1969, Porto Alegre/ Brasil, a Linhas Petrópolis e Linha Gasômetro-Escola trocam o Bonde por Ônibus.

1970

Em 1970, em Porto Alegre/ Brasil, ainda operavam os últimos Bondes “elétricos”, nas Linhas Theresópolis, Parthenon e Glória.

 

Em 08 de março de 1970, Porto Alegre/ Brasil, corre o “último” Bonde na capital.

Dia Triste

Bonde – Passeio da Saudade

Em 08 de março de 1970, Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, 62 anos depois da inauguração do primeiro Bonde “elétrico”, irá sair as últimas viagens.

 

___O Prefeito Telmo Thompson Flores, jornalistas e convidados percorreram as linhas:

*      P - Parthenon,

*      G - Glória e

*      T - Theresópolis.

 

___Naquele dia, os “passageiros não pagaram passagem”, o DATC utilizou o último Bonde o número 113 em Porto Alegre.

Bonde – A Última Viagem

___As 20h30, logo após a desativação do sistema de Bondes de Porto Alegre, se desloca para a garagem e oficinas da Companhia Carris Portoalegrense na esquina da Sarmento Leite com João Pessoa.

Instalações da Carris

Avenida João Pessoa, esquina com

Rua Sarmento Leite. Começo dos anos 1970

 

Em 09 de março de 1970, Porto Alegre/ Brasil, começou o trabalho de retirada da rede, dos trilhos ou sua cobertura com asfalto.

 

- Consultando o livro: "Memória Carris: Crônicas de uma História Partilhada com Porto Alegre", temos a seguinte descrição do ocorrido:

"(...) O bonde circulou pela última vez em Porto Alegre, depois de 98 anos de serviço prestado à comunidade, em 8 de março de 1970.

 

O dia foi um misto de luto, saudosismo e euforia.

Trajando suas melhores roupas, pais, filhos, curiosos, ricos, pobres e pessoas das cidades vizinhas se acotovelavam na frente da sede da Carris, na Avenida João Pessoa, e nas paradas esperando a última viagem de Bonde.

Houve solenidade de despedida, à qual compareceram o Prefeito, o secretariado, autoridades civis, militares e eclesiásticas.

O Sindicato dos Metroviários hasteou as bandeira do pavilhão a meio-pau, em sinal de luto.

Circularam pela cidade, neste triste dia, as linhas G - Gasômetro, T - Teresópolis, e P - Partenon.

 

____Toda a população pode usufruir do serviço dos elétricos gratuitamente.

___Às 20h30min, o último elétrico foi recolhido ao depósito de Bondes. Alguns motorneiros e tripulação choravam solitários na frente da sede da Carris (...)".

Bonde – Morte Anunciada

___Foi uma morte anunciada, pois nos anos 1950, os Ônibus transportavam mais e mais passageiros. As distâncias ficaram maiores com a expansão e desenvolvimento da cidade e os Bondes muito lentos, foram ficando para trás.

Bonde – Agonia e Extinção

___Os Bondes elétricos povoam as lembranças dos porto-alegrenses. Muitas vezes somos perguntados sobre os motivos que levaram ao fim dos bondes em nossa cidade. No livro "Memória Carris: crônica de uma história partilhada com Porto Alegre", de 1999, encontramos algumas informações que ajudam entender esta decisão:

___Com este livro ficamos sabendo, por exemplo, que em 1956 a Carris passava por grandes problemas financeiros, aliás, como sempre. (Gestão)

- Com a quebra do monopólio do serviço de Ônibus em 1940 (quando ocorreu a entrada de novas empresas que se dedicavam à exploração do transporte coletivo), a falta de interesse de americanos e ingleses na fabricação de veículos com tração elétrica, a injeção de capital estrangeiro para a montagem de fábricas de automóveis, caminhões e Ônibus e o congelamento das passagens (entre 1947 e 1956), fazem a Carris mergulhar em profunda crise.

- Neste momento, os Bondes passam a ser enxergados como veículos lentos, velhos e barulhentos. Além disso, os trilhos usados pelos Bondes impediam que as ruas fossem pavimentadas com cimento ou asfalto, e os paralelepípedos causavam danos às suspensões e molas dos automóveis, já bastante populares nesta época.

- Sabemos que a concorrência com as empresas de Ônibus particulares e os constantes problemas no fornecimento de energia elétrica (o que causava interrupção nas viagens de Bondes) fez com que paulatinamente a população fosse optando pelo transporte rodoviário.

Em setembro de 1966, a “administração municipal, seguindo o restante do pais, que estava errado em sua decisão, e interesses diversos”, a Carris amplia seu serviço de Ônibus e decide abandonar definitivamente o serviço de Bondes. Foram comprados 30 veículos modernos com motor a óleo diesel e, nesse mesmo ano, os Gaiolas da Linha Duque são substituídos.

Ainda em 1969, mais 90 carros a diesel são adquiridos pela Carris, e os elétricos substituídos por Ônibus:

*      Linha Assis Brasil,

*      Linha Petrópolis,

*      Linha Gasômetro – Escola e

*      Os Trólleibus da Linha Menino Deus.

- Era o golpe final no serviço de “tração elétrica” (...) A população celebrou o dia com um misto de tristeza pelo fim de um ciclo e euforia pelo início de um novo tempo, que logo já traria “problemas novamente”.

- A maior parte da frota de Bondes foi destruída, mas o DATC guardou o modelo Texano número 46 e vários modelos Brills, incluindo o 113 e o 123.

- Com o fim da operação dos últimos Bondes, a Secretaria Municipal de Transportes reconfigura as “linhas de transporte coletivo urbano” de Porto Alegre, e a Carris passa a operar “linhas de ônibus” com trajetos semelhantes aos anteriormente percorridos pelos Bondes.

 

___Exceto pela cidade de Santos/ SP, em 1971, Porto Alegre foi o último grande sistema de Bondes a encerrar as atividades no Brasil.

Assim, Porto Alegre foi a segunda a instalar o sistema de Bondes no Brasil e a penúltima a encerrar a atividade.

Carris

100 Anos

1972

Em 19 de junho de 1972, Porto Alegre/ Brasil, a Companhia Carris Portoalegrente completou 100 Anos de serviços prestados e muito história.

Carris – Serviço de Ônibus Diferenciado

Nesta década, em Porto Alegre/ Brasil, a Carris operou os “primeiros Ônibus com ar condicionado” da história de Porto Alegre, os veículos operavam serviço seletivo que atendia a região do bairro Bela Vista e eram equipados ainda com “rodomoça, cafezinho e jornal” a bordo.

1973

Região

Metropolitana

Em 1973, Porto Alegre/ Brasil, é criada a Região Metropolitana de Porto Alegre, inicialmente formada por 14 municípios.

Carris – Nova Sede

Em fevereiro de 1973, a Companhia Carris transfere sua sede para a Rua Albion, no bairro Partenon, Zona Leste de Porto Alegre.

Sede Partenon

 

Carris – Demolida Sede de 1873

___A sede tradicional na João Pessoa, esquina Sarmento Leite, seria demolida para dar passagem a Primeira Perimetral, na ânsia desenvolvimento da administração municipal, tendo o estado todo, demoliram para construir sobre.

1974

Carris – Escola de Motoristas

Em 1974, Porto Alegre/ Brasil, foi implantada na Carris uma Escola para Motoristas.

1975

Porto Alegre METROPLAN

Em 1975, Porto Alegre/ Brasil, é criada a Fundação de Planejamento Metropolitano - METROPLAN, órgão vinculado ao Governo Estadual que executa a gestão do “serviço de transporte intermunicipal metropolitano” da região Metropolitana.

 

No final desta mesma década, Porto Alegre/ Brasil, com auxílio do Ministério dos Transportes, desenvolve-se o Plano Diretor de Transportes da Região Metropolitana de Porto Alegre - PLANMET/PA.

- O plano visava à ampliação da produtividade do “transporte coletivo” através da priorização deste, segmentando a “circulação de ônibus e carros”.

 

- Devido à inexistência de outro modal, uma vez que na época existia apenas o “transporte ferroviário de carga” instalado ao longo da BR-116, o plano concentrava-se no “transporte rodoviário” para a RMPA.

 

- Nesta época estavam operando em Porto Alegre a Carris mais 25 empresas privadas de “transporte coletivo urbano”.

 

- E sob o gerenciamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), operavam 12 empresas de “transporte coletivo intermunicipal” na Grande Porto Alegre - RS.

 

- Com a ampliação do “sistema de transporte coletivo urbano” transportado por Ônibus, foram sendo ampliadas as vias de circulação deste modal, com a criação dos “corredores de ônibus” nas principais avenidas que ligam ao centro.

Carris – Nova Logomarca

___Uma nova logomarca e fonte foi desenvolvida para o novo momento da Cia. Carris, mas não durou muito tempo, pois a marca tradicional era querida e saudosa para a população.

1976

Em 1976, Porto Alegre/ Brasil, a substituição dos Bondes por Ônibus não foi suficiente para salvar a Companhia Carris Portoalegrense das “dificuldades financeiras”.

- Estas dificuldades só começariam a ser revertidas com a criação das Linhas Transversais, indo de um “bairro a bairro” da cidade utilizando somente um Ônibus, evitando a concentração de veículos no Centro.

Ônibus Mercedes Bens, 181 – Nova pintura – Linha T1

Linhas T

Carris – Linhas Transversais T1, T2, T3, T4

Em 1976, Porto Alegre/ Brasil, visando minimizar a característica radial da operação por Ônibus na capital gaúcha, são criadas as Linhas Transversais T1, T2, T3 e T4, sendo estas operadas pela empresa pública Carris.

Corredores de Ônibus

Porto Alegre – Corredores Transporte Coletivo 

De 1976-1979, Porto Alegre/ Brasil, implantação dos “primeiros corredores” de Ônibus de Porto Alegre.

 

___O Sistema de Ônibus era basicamente radial, sendo que o mesmo ocorria com o sistema metropolitano concentrando-se na BR-116, Avenidas Assis Brasil e Bento Gonçalves, o que tornava a circulação quase que indisponível nas horas de pico nestes trechos.

Porto Alegre –Empresas de Ônibus

___Nesta época estavam operando em Porto Alegre a Carris mais 25 empresas privadas. E sob o gerenciamento do DAER/RS (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem do Rio Grande do Sul) operavam 12 empresas de transporte coletivo intermunicipal na Grande Porto Alegre.

1977

Taxi-Lotação

Em 1977, Porto Alegre/ Brasil, inicia-se a operação do Sistema de Taxi-lotação originalmente com veículos “Volkswagen Kombi”, atualmente (2023) operando com micro-ônibus em mais de 20 itinerários diferentes.

Estudo do Trem Suburbano

___Buscando consolidar o Plano Integrado da Região Metropolitana - PDM, é elaborado o que vem a ser um dos desdobramentos do PLANMET/PA, o Estudo de Trem Suburbano da Região Metropolitana de Porto Alegre - TRENSURB, prevendo o transporte de massa ao longo do eixo da BR-116 ligando os municípios da capital até Novo Hamburgo.

 

Em 1977, Porto Alegre/ Brasil, implantação da Linha Campus-Ipiranga, ligando o recém-inaugurado Campus do Vale da UFRGS, com o Centro da cidade, passando também em frente da PUC, operada pela Carris.

1980

Porto Alegre – Tarifa Única

Em 13 de outubro de 1980, Porto Alegre/ Brasil, implantada a “tarifa única no transporte coletivo” em Porto Alegre, acabando com a tarifa diferenciada por quilometragem (distancia).

 

___Linhas de Ônibus são redistribuídas entre as operadoras do novo sistema.

1982

Aeromóvel

No dia 11 de abril de 1982, Porto Alegre/ Brasil, o primeiro trecho de 0.6 km em estrutura elevada, do nada convencional Aeromóvel de Porto Alegre (tipo de VLT), operado pela Coester, que saiu de sua pista de teste na Serraria.

 

Começou a transportar passageiros, em nível experimental pela Av. Loureiro da Silva, contendo duas estações:

*      Partindo da Estação Gasômetro até a

*      Estação Loureiro da Silva junto ao prédio da Receita Federal, menos de 1 km de extensão.

Linhas C

Carris – Linha Circular

Em 1982, Porto Alegre/ Brasil, inicia o tráfego de 2 “linhas circulares” no Centro, Linha C1 e Linha C2, com Ônibus menores para ter melhor circulação pelas ruas estreitas do Centro.

Carris – Linhas C

- As linha circulares, desde 1966, com a mudança da linha Duque para "Circular Duque", era o início das linhas circulares em Porto Alegre. Com pequenas variações, este itinerário de Ônibus continua existindo, sendo alterado pelo nome Linha C1.

- De certa forma, as “linhas circulares” da Cia. Carris mantiveram um pouco da atmosfera entre tripulação e passageiros dos antigos Bondes da empresa. Provavelmente por serem percursos mais curtos e por atenderem principalmente moradores de uma mesma vizinhança, nas linhas C1, C2, e C3 Urca, encontramos uma grande camaradagem entre cobradores, motoristas e passageiros. Prova disso são os cartões e presentes que a tripulação recebe em épocas festivas como Natal e Páscoa.

1983

Ônibus – Corredores Exclusivos de Ônibus

Entre 1980 a 1983, Porto Alegre/ Brasil, mesmo com a criação dos Corredores Exclusivos de Ônibus, executada no período do prefeito Guilherme Socias Villela, verificou-se no Corredor Assis Brasil uma elevada “circulação de coletivos urbanos e metropolitanos”, circulação esta que o corredor não comportou adequadamente.

 

Desdobraram-se os Ônibus urbano passando uma parte a circular pela Avenida Sertório, que na época ainda não contava com “corredor de ônibus”, e outra manteve-se no Corredor Assis Brasil dividindo-o com os Ônibus metropolitanos.

 

Mesmo com a criação das linhas transversais que faziam a ligação com o Corredor Bento Gonçalves, evitando que o trajeto percorrido pelos passageiros com este destino tivesse que passar pelo centro da cidade, esta medida não teve grande êxito. Pois havia uma grande resistência por parte dos operadores, uma vez que a disputa por passageiros faziam com que estes se recusassem a operar pela Avenida Sertório, uma vez que esta não oferecia expressiva demanda de passageiros.

 

Fez-se necessário diminuir o número de Ônibus operando no Corredor Assis Brasil, pois o tempo de viagem ampliava-se com os congestionamentos, em detrimento da receita que apresenta índices negativos.

 

Fez com que a ideia da formação de Consórcios Operacionais ganhasse força, pois existia informalmente este modelo adotado pelas empresas Sopal e Nortran.

1985

Trensurb até Sapucaia

Em 04 de março de 1985, Porto Alegre/ Brasil, os primeiros 27 km do Metrô de superfície, operado pela Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. - Trensurb, foram inaugurados.

 

___As medidas são de 1.600 mm e os trens foram construídos pela Nippon Sharyo, no Japão.

São 6 estações em Porto Alegre:

Estação Central Mercado,

Estação Rodoviária,

Estação São Pedro,

Estação Farrapos,

Estação Aeroporto,

Estação Anchieta.

1987

Em 1987, Porto Alegre/ Brasil, as maiores aquisições de Ônibus da Carris, quando vieram mais de 50 novos veículos monobloco e com carrocerias Marcopolo e Thamco, equipados com mecânica Mercedes-Benz.

 

Bonde, após a restauração, passou a abrigar o SACC, década de 1980

 

1989

Carris – Linha T5

Em 1989, Porto Alegre/ Brasil, foi criada a Linha T5, com Ônibus que anunciavam “via sistema de som interno, informando o roteiro, ponto de parada e avisos”, como no sistema em Curitiba/PR.

 

___Neste ano é criada a Sala da Memória Carris, na sede da Companhia.

Carris – Museu Itinerante

Em 1989, Porto Alegre/ Brasil, criado o Museu Itinerante Memória Carris, abriga a história da Cia. Carris, o projeto abrigado em um Ônibus modelo Monobloco da Mercedes Benz de 1984, modernizado como se fosse uma exposição, contém peças, fotos e etc.

 

- O Ônibus é levado para “escolas e eventos da cidade”, mostrando suas memórias, assim como a sua relação com o desenvolvimento urbano da capital gaúcha.

 

Em 1989, Porto Alegre/ Brasil, o Partido dos Trabalhadores, se opunha aos Consórcios Operacionais, durante o governo do prefeito Olívio Dutra.

1990

Carris – Linha T6

Em 1990, Porto Alegre/ Brasil, entra em operação a Linha T6, operada pela Carris.

1991

Em 1991, Porto Alegre/ Brasil, durante o governo do prefeito Olívio Dutra, interveio no sistema de transporte coletivo.

1993

Em 1993, Porto Alegre/ Brasil, a formação de Consórcios Operacionais consolida-se, ainda sob a administração do Partido dos Trabalhadores.

 

- Ao término da intervenção da prefeitura, a empresa Sopal (Sociedade de Ônibus Portoalegrense Ltda), encontrava-se dividida em duas operadoras, a Fênix e a Vianorte, sendo que ambas as empresas passavam por difícil situação.

 

Em março de 1993, Porto Alegre/ Brasil, cria-se a Vianorte Serviços, um modelo de administração consorciada entre as empresas Fênix, Vianorte e Nortran, sendo todas as empresas operadoras da área Norte da capital gaúcha.

Porto Alegre – Bonde 123

___O Bonde 123 foi levado da Garagem da Carris, para o Largo Glênio Peres onde permaneceu por um período.

- Sabemos que ele foi retirado de lá e trazido novamente para a Cia. Carris em função das depredações que estava sofrendo.

Bonde 123, Julho de 1994.

Um pedaço do trilho permaneceu, mas a fiação aérea foi retirada há muito tempo atrás.

“Bondes Abandonados”

 

___Estão espalhados, em vários locais da cidade e pelo estado, os ainda resistentes Bondes ignorados em Porto Alegre.

1995

Carris – Linha T1 Direta

Em 1995, Porto Alegre/ Brasil, é implantada a Linha T1 Direta, via Av. Ipiranga, com parada em determinados pontos.

 

Em 1995, Porto Alegre/ Brasil, estrutura-se com base na Vianorte Serviços o Conorte, que atualmente roda cerca de 2.480.000 km/mês divididos em 148.000 viagens, transportando 5.650.000 passageiros, através de mais de 80 linhas diferentes operantes na área Norte da capital gaúcha, utilizando uma frota de mais de 400 veículos.

 

Os consórcios UNIBUS e STS se equivalem ao Conorte em rodagem mensal.

 

A Carris roda aproximadamente 1.760.000 km/mês, ou seja, 700.000 km/mês a menos, portanto também constitui a menor frota operante, variando em torno de 370 veículos.

 

O modelo de “consórcios operacionais” visa prioritariamente eliminar a concorrência entre os permissionários de “transporte coletivo” e “sobreposição de oferta de ônibus”, que oneram o sistema, racionalizando-o através da economia de escala, remunerando pela quantidade e qualidade do serviço prestado.

 

Uma vez que as permissões eram concedidas por empresa e linha, reservando a este, está um “mercado cativo por bairro” onde iriam operar, sendo que a competição entre os operadores de empresas privadas dava-se ao longo das radiais.

 

___A operação nas “rotas transversais” era unicamente realizada pela empresa pública Carris.

 

Os “consórcios operacionais” atendiam também a uma das referências do PLANMET/PA, que cita a necessidade da redução da competição nos “corredores de ônibus”, fazendo com que apenas uma operadora por este corredor circulasse.

1997

Carris – Linha T2A

Em 1997, Porto Alegre/ Brasil, começa a circular a Linha T2A, operada pela Carris.

 

Em 20 de outubro de 1997, Porto Alegre/ Brasil, o Consórcio União da Bacia Urbana Sudeste-Leste, surgiu da união de 6 empresas permissionárias do transporte coletivo urbano de Porto Alegre, sendo o último consórcio a ser formado na Capital.

Tresnsurb até São Leopoldo

Em 09 de dezembro de 1997, São Leopoldo/ Brasil, a Trensurb passa a operar partindo de Porto Alegre até São Leopoldo somando 17 estações, 33,8 km de extensão de itinerário, com capacidade de transporte para 21.600 passageiros/ hora/ sentido, segundo dados do site da empresa.

- É uma empresa pública de economia mista, vinculada ao Ministério das Cidades sendo que mais de 99% das ações pertencem ao Governo Federal.

1998

Carris – Linha T7

Em 1998, Porto Alegre/ Brasil, inicia tráfego da Linha T7, operada pela Carris.

 

Em 1998, Porto Alegre/ Brasil, foi formalizado o modelo de “organização consorciada” em Bacias Operacionais, iniciado no início da década, o qual organizou o “transporte coletivo urbano por ônibus” em 4 Consórcios Operacionais.

 

__Sistema Transportador Sul (STS), o

__Consórcio Operacional Zona Norte (CONORTE), o

__Consórcio União da Bacia Urbana Sudeste-Leste (UNIBUS), sendo estes três compostos por empresas privadas e a

__Companhia Carris, que é pública.

1999

Carris – Linha T8

Em 1999, Porto Alegre/ Brasil, é criada a Linha T8, operada pela Carris.

Carris – Melhor Empresa do País

Em 1999, Brasil, a Associação Nacional dos Transportes Públicos concedeu à Carris o prêmio de Melhor Empresa de Ônibus Urbano do país.

Bondes Mortuários

Em novembro de 1999, Palhoça/ Santa Catarina/ Brasil, em texto publicado no jornal "Jangada Brasil", do município de Palhoça, são contados fatos sobre os Bondes mortuários, que sabemos que também existiram em Porto Alegre:

"(...) Havia Bondes mortuários com formatos especiais, preços tabelados conforme a classe, com o fim exclusivo de levar caixões de defunto para o Cemitério.

 

__Os cheios de cortinas e safenas, plumas e tapetes, eram para “os ricos”.

__Para “os pobres” existia o franguinho d'água quase nu de adornos com umas modestas safenas, que voavam quando o veículo corria os trilhos.

 

O Bonde-misto, conduzindo ao mesmo tempo o “defunto e os acompanhantes” era ainda mais modesto. Para os remediados contava-se com um discretamente decorado, com laços e cortinas pretas que lhe dava um aspecto sinistro de morcego (...)".

Século XXI

2000

Na década de 2000, Porto Alegre/ Brasil, foram criadas mais Linhas Transversais, inclusive ligando a Zona Sul da cidade a pontos estratégicos como o Aeroporto Salgado Filho, o Câmpus do Vale da UFRGS e o Câmpus da PUCRS, além de mais linhas percorrendo a 3ª Perimetral, que conta com corredor exclusivo.

Carris – Linhas T9, T9-IPA, T10

Em 2000, em Porto Alegre/ Brasil, são inauguradas as linhas: T9, T9 IPA e T10.

 

Corredores de Ônibus existentes em Porto Alegre:

Avenida Farrapos

Avenidas Benjamin Constant (parte), Assis Brasil e Baltazar de Oliveira Garcia

Avenidas João Pessoa e Bento Gonçalves

Avenidas Osvaldo Aranha e Protásio Alves

Avenidas Aureliano de Figueiredo Pinto e Érico Veríssimo (Cascatinha)

Avenidas Dom Pedro II, Augusto Meyer, Carlos Gomes, Sen. Tarso Dutra, Dr. Salvador França, Cel. Aparício Borges e Teresópolis (parte) (3ª Perimetral)

Avenida Sertório

Avenida Padre Cacique

Avenidas Borges de Medeiros e Praia de Belas, sendo cada uma operando em um sentido, constituindo um binário.

Pistas exclusivas para ônibus e lotação:

Avenida Cristóvão Colombo

Avenida Independência

Avenida Azenha

Avenidas Teresópolis, Nonoai e Cavalhada

Avenida Bento Gonçalves (entre o limite com Viamão e a Avenida João de Oliveira Remião).

2001

Em 2001, Porto Alegre/ Brasil, com o crescimento auxiliado pelo processo migratório e as emancipações fizeram com que a Região Metropolitana de Porto Alegre chegasse ao total de 31 municípios.

2003

Linha Turismo

Em 2003, Porto Alegre/ Brasil, é criado a Linha Turismo, com roteiro pelo Centro Histórico, operado pela Carris.

- São Ônibus de 2 andares, com cobertura conversível.

- O ponto de partida é em frente a EPATUR (Empresa Portoalegrense de Turismo), na Praça Zumbi dos Palmares na Cidade Baixa.

Bonde Histórico

Em maio de 2003, Porto Alegre/ Brasil, a TRENSURB, o Ministério das Cidades, a Prefeitura de Porto Alegre, a Carris, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e a Associação Cultural Amigos do Bonde firmaram convênio visando realizar estudos e projetos para viabilizar a implantação do Projeto “Bonde Histórico de Porto Alegre”.

 

- Projeto Bonde Histórico – a Trensurb trabalha para trazer de volta o charme dos bondes para a capital dos gaúchos.

 

- Encampado pelo Projeto Monumenta, que prevê uma série de ações para revitalizar o centro cultural da capital gaúcha, a ação propõe reintroduzir o tradicional veículo, desativado em 1970, com uma rota que vai do Mercado Público até a Usina do Gasômetro, valorizando, assim, uma região de grande potencial turístico da cidade.

 

- Para captar estes recursos, a Associação Cultural Amigos do Bonde irá encaminhar uma solicitação de Apoio a Projetos, na modalidade de mecenato, junto ao Ministério da Cultura, assim que o projeto de engenharia e operacional estiver concluído pela Trensurb.

- Definindo os custos exatos do mesmo, à Trensurb, caberá a gestão do projeto.

2005

Carris – Reconhecimento Nacional

Em 2005, Porto Alegre/ Brasil, a Cia. Carris é a única instituição municipal a conquistar o Prêmio Nacional de Gestão Pública do Governo Federal.

 

Em 2005, Porto Alegre/ Brasil, a Carris obteve o “primeiro lugar” na categoria Empresa Pública Eficiente da Pesquisa Top of Mind, realizada em Porto Alegre.

2006

3ª Perimetral

Em 2006, Porto Alegre/ Brasil, são concluídas as obras da 3ª Perimetral, com 12,3 km de corredor exclusivo para Ônibus.

 

Em 2006, Porto Alegre/ Brasil, com a chegada na Carris de 62 novos Ônibus Neobus Mega 2006, Mercedes-Benz OF-1722M.

 

Em 14 de novembro de 2006, Porto Alegre/ Brasil, a Carris começa a operar a Linha T11 3ª Perimetral, que cruza toda a extensão da mais importante obra viária de Porto Alegre, do Aeroporto Salgado Filho, na Zona Norte, até o Bairro Teresópolis, na Zona Sul da cidade.

Ônibus – Corredor Baltazar

Entre 2006 e 2009, Porto Alegre/ Brasil, a Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, na zona Norte da cidade, esteve em obras, para também receber um “corredor de Ônibus.

 

- Esse corredor constitui um prolongamento da pista exclusiva da Avenida Assis Brasil, facilitando o fluxo dos Ônibus que atendem a região do bairro Rubem Berta e o município de Alvorada.

2007

Carris – Biodiesel

Em 09 de agosto de 2007, Porto Alegre/ Brasil, os Ônibus da Carris começaram a circular abastecidos por Biodiesel, um combustível menos poluente.

Porto Alegre – Bilhetagem Eletrônica

Em 2007, Porto Alegre/ Brasil, iniciou-se a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica nos Ônibus de Porto Alegre, denominado TRI.

 

- O sistema é constituído da instalação de equipamentos eletrônicos, denominados validadores, dentro de cada coletivo, junto à catraca. Foram criados cartões para uso dos usuários no sistema de transporte, que devem ser aproximados dos validadores a fim de ser liberada a passagem.

 

- Os cartões chegaram para substituir as antigas carteiras de isenção para idosos e para portadores de necessidades especiais e também substituir as antigas fichas de vale-transporte e de passagem escolar, que eram facilmente revendidas no comércio informal.

 

- Todos os cartões possuem nome e CPF (ou nome da empresa e CNPJ, no caso dos cartões empresariais) e a maioria deles possui foto do usuário.

Cobradores Mantidos

___Os “cobradores” foram mantidos em seus postos, para que possam liberar a passagem de isentos e estudantes (com meia tarifa) pela catraca, além de receber valores da passagem paga em dinheiro.

 

Modelos de cartões de bilhetagem eletrônica:

·         Cartão TRI Idoso — para cidadãos a partir dos 60 anos.

·         Cartão TRI Vale-Transporte — para trabalhadores em geral que possuem o benefício do vale-transporte.

·         Cartão TRI Passe Antecipado — funciona da mesma forma que o TRI Vale-transporte.

·         Cartão TRI Escolar — para estudantes.

·         Cartão TRI Especial — para portadores de doenças ou necessidades especiais.

·         Cartão de Acompanhante de Especial — para o familiar ou cônjuge do usuário portador do TRI Especial.

·         Cartão TRI Rodoviário — para trabalhadores das empresas de Ônibus de Porto Alegre.

·         Cartão TRI Empresarial — para empresas disponibilizarem cartões corporativos de transporte urbano.

·         Cartão TRI Fiscalização EPTC — para agentes de fiscalização.

·         Cartão TRI Assistencial — para usuários abrigados em instituições de assistência social.

·         Cartão TRI Vou à Escola — para estudantes.

2008

Durante todo o ano de 2008, Porto Alegre/ Brasil, entraram 76 novos Ônibus, dentre eles Mega 2006 Low Entry com chassi Agrale; Millennium II e Viale, ambos chassi Volkswagen 17-260 EOT; juntos de Urbanuss Pluss Articulado Volvo.

 

Em 21 de junho de 2008, Porto Alegre/ Brasil, foi feita a entrega oficial da Sede de Funcionários da Carris.

2009

Em 2009, Porto Alegre/ Brasil, a Linha Social foi criada para “escolares e entidades sociais”.

Carris – TV à Bordo

Em 19 de abri de 2009, Porto Alegre/ Brasil, inicia a instalação das “primeiras televisões” nos Ônibus da Carris.

2010

Em 2010, Porto Alegre/ Brasil, houve a aquisição de 82 veículos novos, como Neobus Mega 2006 Articulado Mercedes-Benz O500MA (7 veículos) e Gran Viale Low Entry Volvo e Mercedes-Benz (75 veículos com Ar condicionado).

 

Em 2010, Porto Alegre/ Brasil, foi criada a Linha Territórios Negros, operada pela Carris. A linha realiza roteiro histórico sobre pontos da cidade representativos da cultura afro-brasileira.

 

___Criação de duas linhas sociais para atender grupos escolares e entidades sociais, “adesivados com a linha do tempo” da Carris.

 

Em 2010, Porto Alegre/ Brasil, foi criada a Linha Bicho Amigo, para “animais” de famílias carentes, operada pela Carris. Através de parceria com a Secretaria Especial dos Direitos dos Animais.

 

___O veículo funciona como “clínica itinerante” para esterilizações.

2011

Em 11 de abril de 2011, Porto Alegre/ Brasil, institucionalização da Unidade de Documentação e Memória da Carris (UDM).

Carris – Linha C4

Em 16 de dezembro de 2011, Porto Alegre/ Brasil, entra em operação Balada Segura da Linha C4, operada pela Carris, projeto em parceria com a EPTC – (Empresa Pública de Transporte e Circulação) que presta atendimento de transporte para a população frequentadora das noites na capital, zelando pela segurança e contribuindo para a diminuição de acidentes ocorridos pela mistura álcool e direção.

- Criada como uma alternativa de transporte para os frequentadores das regiões boêmias da cidade.

- A linha só circula a noite, terminando o seu percurso já durante a madrugada. O projeto de sua criação está integrado às várias iniciativas que surgiram relacionadas a "Balada Segura".

Em 2011, Porto Alegre/ Brasil, entrega de mais 01 veículo para a Linha Bicho Amigo.

- O Ônibus transporta animais de famílias em vulnerabilidade social.

Carris – Ônibus Híbrido

Em 2011, Porto Alegre/ Brasil, a Carris em caráter teste teve a presença do Ônibus Híbrido durante um curto período. Este Ônibus tem como prioridade a “redução de gás Carbônico” no ar, gerando menos consumo de combustível.

2012

Carris – Enredo de Escola de Samba

Em março de 2012, Porto Alegre/ Brasil, a Carris foi tema no Carnaval 2012 com a homenagem da sociedade carnavalesca Samba Puro no Carnaval de Porto Alegre.

Carris – Linha T11A

Em 03 de setembro de 2012, Porto Alegre/ Brasil, foi criada a linha derivada T11A, que reforça o atendimento aos passageiros da Linha T11.

 

- Também nesta década foram realizados investimentos em “renovação da frota, segurança e conforto dos passageiros e qualificação dos funcionários”.

 

Em 2012, Porto Alegre/ Brasil, a Carris está presente no Fórum Social Temático, no Acampamento da Juventude promovendo a integração com o público de seus serviços prestados e divulgando a Linha C4 Balada Segura.

2013

Ônibus – Faixa Exclusiva

Em 2013, Porto Alegre/ Brasil, foi implantada uma Faixa Exclusiva para Ônibus e Lotações nas avenidas Theresópolis, Nonoai e Cavalhada, à “direita da pista de rolamento” das vias.

Carris – Ônibus Articulados

Em 11 de janeiro de 2013, Porto Alegre/ Brasil, a Carris entrega 13 novos Ônibus “articulados” à comunidade.

Carris – Corrupção

Em 2013, Porto Alegre/ Brasil, uma sindicância interna denunciou a existência de desvios de quase “um milhão de reais” da Carris por meio de “fraude na bilhetagem eletrônica”.

 

Em 26 de setembro de 2013, Porto Alegre/ Brasil, a Cia. Carris investe na “qualidade de trabalho de seus funcionários”.

2014

Em 2014, Porto Alegre/ Brasil, a Carris foi certificada como Empresa Cidadã pelo Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro.

Carris – Câmeras em Ônibus 

Em 22 de agosto de 2014, Porto Alegre/ Brasil, a Carris reforça “segurança” nos Ônibus com a instalação de 1.484 câmeras.

 

Em 26 de novembro de 2014, Porto Alegre/ Brasil, a Companhia Carris Porto-alegrense recebe a certificação de Empresa Cidadã, do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro.

2015

Carris – Aquisição de Ônibus

Em 09 de março de 2015, Porto Alegre/ Brasil, a Carris entrega 50 novos Ônibus (35 convencionais e 15 articulados) à população de Porto Alegre.

2016

Finalidades da Corrupção

Em 2016, Porto Alegre/ Brasil, sobre a corrupção na Carris (2013), o dinheiro serviu, entre outras finalidades, para realizar doações eleitorais, em nome do falecido, para campanhas de candidatos do MDB, incluindo a do governador José Ivo Sartori e a do candidato a prefeito de Porto Alegre em 2016, Sebastião Melo, partido ao qual o denunciado era filiado.

Linhas T12, T12A, T13

Em 22 de fevereiro de 2016, Porto Alegre/ Brasil, com a implantação do “novo sistema de transporte” de Porto Alegre, a Companhia Carris passou a operar as novas linhas transversais:

*      T12 – Restinga / Cairú,

*      T12A – Restinga / PUC,

*      T12.1 - Pitinga / Cairú,

*      T13 – Triângulo / PUC.

Linhas T12

__As Linhas T12 e suas derivadas substituíram os prefixos 314 - Restinga PUC (e suas extensões), que interligam a região da Restinga e Lomba do Pinheiro à PUCR e à Terceira Perimetral.

Linhas T13

__A Linha T13 substituiu a 5201 - Triângulo/24 de outubro/PUC, circulando nas zonas Norte e Leste da cidade.

 

Linhas Transversais até 2023:

*      - 1976: T1, T2, T3 e T4

*      - 1989: T5

*      - 1990: T6

*      - 1995: T1 Direta

*      - 1997: T2A

*      - 1998: T7

*      - 1999: T8

*      - 2000: T9 e T10

*      - 2006: T11 Terceira Perimetral

*      - 2012: T11A

*      - 2016: T12, T12.1, T12A e T13

144 Anos

Carris – Pequeno Resumo

Em 19 de junho de 2016, Porto Alegre, Brasil, no último domingo, a Cia. Carris Porto-Alegrense completou 144 anos de existência. 

 

Nota:

- Em 19 de junho de 1872, através de um Decreto Imperial, o Imperador D. Pedro II autorizou a Cia. a explorar o transporte coletivo em Porto Alegre.

 

Poucas pessoas sabem, mas a Cia. Carris foi a segunda empresa de Porto Alegre responsável pelo transporte coletivo. A primeira experiência da capital com transporte público remonta à 1865, quando começaram a circular em nossa cidade as chamadas Maxambombas.

 

____A principal diferença entre estes veículos e os da Cia. Carris é que os trilhos usados para locomoção dos “vagões puxados à tração animal” eram de madeira, o que dificultava a locomoção, tornando o transporte mais lento e barulhento.

 

____Em 1872, Manoel de Miranda e Castro comprou as antigas Maxambombas e com a autorização dada pelo decreto de D. Pedro II, criou a Cia. Carris Porto-Alegrense. A partir deste momento, os trilhos de madeira começaram a ser trocados por de metal.

 

____Foram necessários sete meses até o fim das reformas.

 

____Em 04 de janeiro de 1873, o primeiro Bonde a burro da Cia. Carris, importado da Stephenson de Nova Iorque, transitou pelas ruas de Porto Alegre.

 

____A população da cidade compareceu para prestigiar a inauguração da nova empresa de transporte.

 

____Neste primeiro dia, foram usados dois cavalos brancos na tração dos veículos, no dia seguinte, entretanto, os muares reassumiram seus postos no transporte coletivo da época.

2017

145 Anos

Em 19 de junho de 2017, Porto Alegre / Brasil, a Carris completa 145 anos!

___Hoje é uma data muito importante para todos os amigos que acompanham as atividades do nosso setor. A Carris está completando 145 anos!

___São quase um século e meio acompanhando o desenvolvimento de Porto Alegre.

- Em todo esse tempo ocorreram inúmeras transformações na empresa, na cidade e no Mundo!

Criada em 1872, nossa empresa atravessou todo o século XX, um período marcado por grandes transformações tecnológicas e sociais.

- O transporte urbano, segmento que se insere no cotidiano das pessoas, acompanhou estas mudanças alterando suas tecnologias e buscando adaptar-se a um público que tem cada vez mais pressa.

- Se no início da Carris, lá no século XIX, era aceitável que os bondes puxados por burros levassem horas entre o Menino Deus e o Centro, hoje a mesma distância pode ser feita em apenas alguns minutos. Porto Alegre cresceu assim como a complexidade da Vida.

- Temos que nos locomover por distâncias cada vez maiores e em um tempo cada vez menor. Buscando dar conta desta nova realidade, a Carris também se transformou, se adaptando as necessidades trazidas pelo passar do tempo.

- Assim como as transformações, as permanências também fazem parte de uma história de 145 anos.

___O amarelo da Cia. Carris, por exemplo, manteve-se sempre presente na identidade visual dos veículos da empresa.

Carris – Comemoração

___Sabe-se que uma empresa que tem 145 anos interruptos de atividade tem muita história para contar, assim como existem muitas formas de contar estas histórias.

- Para comemorar este 19 de junho, o setor de Memória da Carris pensou em apresentar as modificações ocorridas em objetos que são corriqueiros em uma empresa de transporte público.

- Para tanto, foi produzida uma exposição contendo quatro linhas do tempo diferentes: uma da identidade visual da empresa, uma dos letreiros dos seus veículos, uma dos bancos de passageiros e outra das diferentes formas de se cobrar a passagem praticadas ao longo da “história da Carris.

Carris – Exposição

___Esta exposição ficará fixa na sede da Carris entre os dias 19 e 23 de junho. Após este período, ela irá itinerar pelos diferentes terminais da Carris. As datas e os horários em que a exposição estiver em cada terminal serão divulgadas em nossas redes sociais!

Em junho de 2017, Porto Alegre/ Brasil, o prefeito Marchezan Júnior afirmou que a Carris poderia, ser privatizada.

No mês seguinte, Porto Alegre/ Brasil, o prefeito Marchezan Júnior voltou a sustentar que a empresa Carris deveria ser privatizada ou que deveria licitar linhas.

Carris – Patrimônio Histórico

Em 12 de dezembro de 2017, Porto Alegre/ Brasil, considerando seu histórico em 145 anos, a Cia. Carris é um dos mais importantes patrimônios históricos da cidade.

 

___E o mais importante: ___segue Viva como uma “empresa pública de qualidade, superando crises, superando governos, inovando na tecnologia e na qualidade do transporte coletivo de passageiros” desafiando o Tempo.

 

___Não há como imaginar Porto Alegre sem a CarrisCompanhia Carris Porto-Alegrense. A Carris faz parte da nossa história e é de toda a população da nossa cidade.

 

___Rogamos pela aprovação desta Proposição.

Câmara de Vereados de Porto Alegre, Sala das Sessões, 12 de dezembro de 2017, vereador Aldacir Oliboni.

PROJETO DE LEI

Tomba como patrimônio histórico imaterial e material do Município de Porto Alegre a Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua Albion, 385, sua sede.

 

Art. 1º  Ficam tombadas como patrimônio histórico imaterial e material do Município de Porto Alegre a Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua Albion, 385, sua sede.

 

Art. 2º  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

 

2018

Em 2018, Porto Alegre/ Brasil, sobre a corrupção na Carris (2013), o Ministério Público divulgou denúncia de que Ivsem Gonçalves, que ocupara cargo comissionado na empresa, desviara 1,7 milhão de reais da empresa através de indenizações pagas indevidamente a um homem falecido.

 

Em 2018, Porto Alegre/ Brasil, conforme os balanços financeiros divulgados pela empresa, a Carris registrou déficit de R$ 74,2 milhões em 2016, valor diminuído para R$ 43 milhões no ano seguinte e R$ 19,2 milhões em 2018.

 

Em junho de 2018, Porto Alegre/ Brasil, a prefeitura contratou uma consultoria para analisar a Carris e o prefeito Marchezan Júnior novamente defendeu que a privatização era uma das opções para a companhia.

2019

Em janeiro de 2019, Porto Alegre/ Brasil, 83 veículos da Carris completaram 13 anos e não poderiam mais circular, de acordo com lei municipal alterada no ano anterior, que aumentou de 10 anos para 12 anos a vida útil dos coletivos.

 

- A empresa lançou edital para e renovação da frota em março, medida seguida de um decreto assinado em maio por Marchezan Júnior para aumentar a vida útil dos Ônibus de 12 para 14 anos.

 

- Apesar da promessa de que Ônibus novos estariam circulando em outubro, a dificuldade em obter financiamento atrasou a compra.

 

Em novembro de 2019, Porto Alegre/ Brasil, a Câmara Municipal autorizou a empresa a contratar quase quarenta e um milhões de reais de crédito para a compra de 87 Ônibus e administração municipal prometeu que os coletivos iriam para as ruas em fevereiro do ano seguinte.

Carris – Lucro Líquido

Em 2019, Porto Alegre/ Brasil, a Carris “registrou lucro líquido” pela primeira vez desde 2012, foram R$ 124 mil, melhor resultado monetário em 7 anos.

- A empresa, que chegou a apresentar um déficit de R$ 74,2 milhões em 2016, teve esse prejuízo reduzido em 74%, em 2018.

2020

Carris – Edital de Compra Ônibus

Em fevereiro de 2020, Porto Alegre/ Brasil, um novo edital foi lançado, no momento em que a legislação obrigava a troca de 97 coletivos.

- O investimento acontece após o “choque de gestão” que vem recuperando o equilíbrio financeiro da Carris desde o início da atual administração.

- A aquisição da nova frota está de acordo com o pregão eletrônico realizado no dia 2 de fevereiro e homologado em 11 de março. A assinatura dos contratos com as empresas Mercedes-Benz e Mascarello, fornecedoras, respectivamente, de chassis e carrocerias, foi concluída em 25 de março.

Carris - Renovação da Frota

Em 24 de junho de 2020, Porto Alegre/ Brasil, o prefeito Nelson Marchezan Júnior acompanhou nesta quarta-feira, na sede da Carris, a última etapa da “vistoria técnica” de renovação dos Ônibus da maior aquisição de frota de transporte coletivo já realizada pela Companhia.

O valor total da negociação é de R$ 45,1 milhões. Do montante, 90% provêm de uma operação de crédito realizada entre a Carris e a Caixa Econômica Federal, de acordo com a Lei Municipal 12.637, de 28 de novembro de 2019.

- O valor equivalente aos 10% complementares foi investido pela Carris. A aprovação do modelo confeccionado pelas fabricantes Mercedes-Benz e Mascarello foi anunciada pelo prefeito durante a vistoria ao Ônibus número 0001.

 

- Os novos 98 Ônibus “vão qualificar a prestação de serviço do transporte coletivo na cidade de Porto Alegre e eles chegam num momento importante pois vão diminuir a manutenção dos mais antigos, beneficiando os usuários. Nesse momento onde a pandemia afeta todos, seja no serviço públicos ou privados, estamos nos preparando para o pós pandemia, garantindo um legado de melhores serviços aos porto-alegrenses”, disse o prefeito.

 

- O protótipo é o primeiro Ônibus que integra uma série de novos coletivos adquiridos pela Carris. Todos serão modelo 2020, equipados com acessibilidade, ar-condicionado, Sistema TRI com GPS e “reconhecimento facial”. A partir da aprovação da vistoria do Ônibus, os novos veículos começam a ser produzidos pela montadora. As entregas serão em lotes diários, com previsão de conclusão de todos os coletivos até o final do mês de julho.

- Com a renovação da frota, a redução estimada de custo de manutenção é de R$ 3,5 milhões, já no primeiro ano. Os 98 Ônibus novos, substituirão coletivos adquiridos entre 2006 e 2007, que estão em operação, mas serão impedidos de circular este ano por atingirem a vida útil máxima permitida pelo sistema de transporte público de Porto Alegre.

Carris – O número 1

___O novo Ônibus número 1 marca os novos rumos da Carris, assumidos como um compromisso pela nova gestão. Queremos que essa série da nova frota seja reconhecida como símbolo de “conforto e qualidade no dia a dia dos nossos clientes”, diz o diretor-presidente em exercício da Carris, Gustavo Cochlar.

Em agosto de 2020, Porto Alegre/ Brasil, os novos Ônibus começaram a rodar, cerca de “um ano e meio depois” do prometido pela administração municipal, com a maior aquisição das últimas cinco décadas ocorreu, com a chegada dos 98 Ônibus Mascarello Gran Via Midi, com chassi Mercedes-Benz.

Mascarello GranVia BRS

 

Companhia Carris Portoalegrense

Sucateamento Provocado

Carris – do Lucro ao Déficit

___A empresa pública de Ônibus de Porto Alegre vem apresentando uma queda vertiginosa. Prejuízos enormes e crescentes, diminuição na qualidade do serviço e “graves problemas de gestão”, chegando a ter mais de 100 Ônibus parados por falta de peça.

Até 2010, a Carris dava lucro. Os balanços eram positivos e a empresa recebia prêmios pela qualidade do serviço.

- Nos anos anteriores, chegou a ser escolhida duas vezes a melhor empresa de transporte público do Brasil, em 1999 e 2001.

- Foi no início da gestão de José Fortunati na prefeitura que a empresa começou a apresentar prejuízos.

Em 2011, o prejuízo foi de quase R$ 6 milhões.

Em 2012, um salto negativo: mais de R$ 21 milhões negativos.

- O déficit nas contas da empresa chegaram a mais de R$ 50 milhões em 2015 e 2016.

- Funcionários já falaram publicamente que há um processo de “sucateamento provocado”. Reclamam também de assédio e falta de diálogo, por parte da nova direção.

- Desde o início de ano da administração de Nelson Marchezan Júnior, um diretor-presidente recém nomeado, Luís Fernando Ferreira, em fevereiro, e uma procuradora, Jaqueline Simões, em julho, pediram demissão da Carris.

- Ao longo de quase onze meses de governo, a atual gestão não apresentou um plano de recuperação para a empresa.

- Periodicamente, o prefeito Nelson Marchezan Júnior cita a Carris como um problema em suas entrevistas.

- Agora, Marchezan subiu o tom. Afirmou que a empresa não é mais viável e está com seus dias contados.

- Mais de 100 Ônibus parados

- A Carris deixa de realizar até 300 viagens por dia devido a problemas em veículos. O prejuízo mensal com a falta dessa arrecadação chega a R$ 2 milhões por mês/ Ricardo Stricher/ JÁ

- Com 145 Anos de serviços prestados, levando e trazendo a população de Porto Alegre, de Bonde ou de Ônibus, a Carris vê no horizonte o fim da linha. Pelo menos é o que se desenha, na gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior, para o modelo de empresa pública de transporte de passageiros.

- Se ao longo da “campanha eleitoral”, a possibilidade de venda da empresa era negada pelo então candidato Marchezan, desde que assumiu o Paço Municipal, o prefeito volta e meia dá o recado.

- Recentemente, Marchezan foi taxativo: “a Carris está com os dias contados.

- O prefeito já apresentou as 3 possibilidades:

*      Privatização,

*      Venda ou

*      Extinção.

- Um mar de ônibus parados, na garagem da empresa, é o retrato da “grave crise de gestão”. Um terço da frota da Carris não vai para a rua, garante funcionários da empresa.

Ao longo do semestre, o número varia entre 100 e 120 carros parados, a maioria por falta de peças. Dos 347 carros da frota, 112 não tiveram condições de sair.

“Considerando que já passamos muito do número da frota reserva (32 Ônibus), todos os dias são cerca de 80 Ônibus que não andam pela cidade, cerca de 300 viagens que deixam de serem realizadas. É a realidade atual”, lamenta o “delegado sindical” da Carris, Felipe Suteles. - Segundo o sindicalista, a situação, que vem piorando gradualmente na última década, piorou de vez nos últimos meses.

- Quase metade dos carros são da Volvo e a reposição de peças depende de um contrato com a montadora. Assim, veículos novos, com falta de peças simples, dividem o espaço com carcaças que já foram descartadas. “Há ônibus parados por falta de parafusos de poucos reais”, lamenta.

A falta de entendimento entre os funcionários, direção e o prefeito também tem se tornado uma rotina. Na mais recente controvérsia, Marchezan declarou em entrevista que o alto índice de roubo de peças é uma das causas da situação precária da empresa. Os funcionários responderam com indicativo de greve, mensagens pela internet e panfletos distribuídos para a população. “Já houve alguns furtos de peças, sim, mas justificar a precariedade atual com isso é criminoso”, classifica Suteles.

Marchezan – Tudo é Motivo,

Menos a sua Gestão

___Em entrevista recente, Marchezan afirmou que o índice de furto de peças na empresa é muito alto. Funcionários reagiram, afirmando que a intenção do prefeito é desmoralizar os servidores.

- Um procedimento interno está apurando a denúncia. Funcionários da empresa ainda se queixam de uma rotina de assédio por parte da direção. “Foram revistar o meu carro na saída, eu disse ‘pode revistar, se tiver roubo não é aqui, é lá dentro”, afirmou um servidor da Companhia que não quis ser identificado.

Tribunal de Contas

Auditoria Especial não é necessária

___O caso da Carris chegou ao judiciário. Vereadores do PT pediram providências ao procurador geral do Ministério Público de Contas (MPC), Geraldo Da Camino.

Em junho, o MPC solicitou à presidência da Companhia Carris um relação da frota constando quantos veículos estavam em circulação e quantos estavam parados.

- Também foram questionados se a frota atual era suficiente para atender a demanda exigida e se a empresa cumpria os horários e itinerários.

- A Carris respondeu que haviam 47 veículos retirados por problemas mecânicos aguardando manutenção, um número bem abaixo do denunciado por funcionários da empresa.

Em agosto, Da Camino pediu ao Tribunal de Contas (TCE) uma auditoria na Carris em razão de um possível “sucateamento proposital da frota”, além dos prejuízos acumulados nos últimos exercícios.

Em outubro, uma nova manifestação do MPC foi entregue ao Tribunal de Contas. Nela, o procurador pediu “que seja elaborado diagnóstico atualizado da gestão operacional da Carris. - Da Camino também pediu que a apuração tivesse caráter obrigatório.

- O TCE não realizará uma auditoria especial como quer o Procurador. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, a área técnica do órgão analisou o pedido do MPC e avaliou não ser necessária a auditoria especial, visto que o TCE avaliará os mesmos itens e pontos questionados por Da Camino no Relatório 2017-2018 da empresa.

Carris – Do Sucateamento ao Déficit

___Desde o ano passado, as empresas privadas de Ônibus da Capital gaúcha vem reclamando de prejuízos na prestação do serviço, “mas nenhuma empresa entregou a concessão ou vendeu a participação, então não é tão ruim”.

- Nenhum dos consórcios consegue cumprir a tabela, gerando centenas de multas emitidas pela EPTC.

- As gratuidades e a redução na quantidade de passageiros do sistema então entre as causas apontadas. Entretanto, o problema da Carris é anterior.

- Em duas ocasiões foi eleita a melhor empresa de transporte público do Brasil pela ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), em 1999 e em 2001. É também a empresa de transporte público mais lembrada pelos porto-alegrenses, com 17 prêmios Top of Mind, promovido pela revista Amanhã.

- Em seis anos, a companhia passou de referência no transporte público do país a empresa deficitária a caminho da privatização.

Até 2010, os balanços eram positivos.

Em 2011, começaram os crescentes prejuízos.

Em 2019, a projeção é de que os cofres do Município precisem colocar aproximadamente R$ 60 milhões para zerar as contas.

Ao longo deste período, foram abertos procedimentos para apurar irregularidades.

Em 2016, o ex-diretor-presidente, Sérgio Zimmermann, foi condenado a devolver R$ 317 mil.

- O diretor nomeado por Marchezan para criar um plano de salvação da empresa, Luis Fernando Ferreira, durou apenas 20 dias no cargo e pediu demissão. A vaga foi ocupada quase dois meses depois por Helen Machado, que assumiu afirmando não se tratar de um problema para ser resolvido “em dois ou seis meses”. E não foi anunciado nenhum plano de recuperação para a Carris.

___O que dizia a direção:

- Ao longo de uma semana, o tentou entrevistar a direção da Carris.

Na tarde de sexta-feira, 17, a empresa enviou uma resposta por email ao jornal. A Carris afirma que o contrato com a Volvo foi retomado e 50 Ônibus voltaram a circular na primeira quinzena de novembro.

- A frota total é de 347 Ônibus, sendo 32 destinados à reserva.

No dia 17, eram apenas 33 carros retidos, segundo a direção. A empresa ainda coloca que está implementando projetos de manutenção preventiva dos veículos, o que não era feito anteriormente.

- Parte do depósito é um ferro velho a céu aberto. Uso de peças de carros velhos, prática adotada para tentar minimizar falta de peças, foi proibida pela nova direção.

Ricardo Stricher/

Carris do Sucesso ao Sucateamento

Nem tudo são Flores

Companhia Carris Porto-Alegrense

__É a mais antiga empresa de transporte coletivo do país em atividade, e nasceu graças à autorização do imperador Dom Pedro II, via decreto, publicado em 19 de junho de 1872.

__A Companhia Carris Porto-Alegrense (conhecida por Carris) é uma das empresas operadoras do transporte coletivo de Porto Alegre, que inclui também os consórcios Viva Sul, Mob, Via Leste e Consórcio Mais.

Frota

- A frota da Carris é composta por 347 Ônibus e atende grande parte da cidade, com cerca de 30 Linhas.

Melhor Empresa

__A Carris foi considerada pela Associação Nacional dos Transportes Públicos como a melhor empresa de Ônibus urbano do Brasil em 1999 e 2001.

Acessibilidade

__Foi a primeira empresa de Porto Alegre a utilizar veículos que facilitavam o acesso às pessoas portadoras de deficiência, inicialmente com elevadores hidráulicos.

Carris – Privatização

___O sucessor de Marchezan Junior, o prefeito Sebastião Melo, deu continuidade ao projeto de privatização da Carris.

2021

Em 08 de setembro de 2021, Porto Alegre/ Brasil, em meio a muitos protestos de funcionários e comunidade, a privatização da Companhia Carris Porto Alegrense, foi aprovada pelos vereadores, autorizando a prefeitura a alienar seu patrimônio e conceder as linhas para privados.

 

___As 8 emendas, todas da Oposição, foram rejeitadas.

 

A prefeitura poderá:

"ceder, no todo ou em parte, sua participação na sociedade, o controle de ações na bolsa de valores, seu poder de decidir em nome dela e de escolher quem vai comandar a empresa, transformar, fundir, dividir, fatiar, incorporar, liquidar, dissolver, extinguir ou desativar a companhia. Tem o direito, inclusive, de aceitar ser substituída, na hora de gozar de algum benefício ou receber algum crédito proveniente de algum financiamento".

 

___O principal argumento foi que a “empresa era deficitária e ultrapassada”, não tendo conseguido se adaptar às novas demandas contemporâneas.

 

___A prefeitura alegou que teria de injetar meio bilhão de reais em 2022, para “cobrir as dívidas” acumuladas.

 

Foi a primeira empresa de Porto Alegre a utilizar veículos que facilitavam o acesso às pessoas portadoras de deficiência, inicialmente com elevadores hidráulicos.

Carris – Frente Ampla

___Mesmo antes de efetivada a privatização, a proposta já vinha recebendo numerosas críticas, uma greve foi organizada pelos funcionários em protesto, circulou um abaixo-assinado, e 16 entidades e sindicatos se reuniram numa Frente Ampla em Defesa da Carris e do Transporte de Qualidade, mas era uma opinião corrente que o transporte público estava com grandes problemas, com envelhecimento da frota, redução acentuada do número de usuários, passagens caras.

 

A prefeitura insistiu na privatização como a única saída possível, e garantiu que a população seguirá sendo atendida sem nenhum prejuízo, mas a Frente Ampla ofereceu diversas “alternativas de gestão para reverter a crise” e manter a empresa como pública. Os críticos ainda têm muitas incertezas sobre a qualidade e acessibilidade dos serviços nessa nova etapa.

 

A Carris opera 22 linhas e atende 25,3% dos 423 mil usuários de Ônibus de Porto Alegre, segundo dados de 2021.

2022

Carris

150 Anos

Cia. Carris – 150 Anos

Em 19 de junho de 2022, Porto Alegre/ Brasil, seria esperado que, junto com o Aniversário de 250 de Porto Alegre, a Prefeitura da cidade organizasse também as comemorações dos 150 anos de “transporte coletivo” na Capital. Ainda mais por essa história ter como protagonista uma empresa que hoje é patrimônio público a Companhia Carris Portoalegrense.

Em 1954, a Cia. Carris foi encampada pela prefeitura, sob administração do prefeito Ildo Meneghetti. Como estatal, a Carris passou a ter destaque não apenas aqui, mas em todo país, principalmente após as melhorias na gestão ocorridas na década de 1990.

 

Em 1999 e em 2001, ela foi escolhida a “melhor empresa de transporte coletivo do Brasil” pela ANTP e, em 2003, foi a primeira instituição municipal a conquistar o Prêmio Nacional de Gestão Pública.

 

Em 2021, a Carris é a empresa de transporte coletivo mais antiga do Brasil. Mas, infelizmente, nos últimos anos as sucessivas gestões neoliberais na Prefeitura de Porto Alegre promoveram o seu “Sucateamento”.

 

___A qualidade caiu, mas mesmo assim continuou acima das concorrentes.

 

Em 2021, a idade média da frota da Carris era de 5,2 anos, contra 7,7 anos das empresas privadas (acima do permitido pela legislação). Além disso, 94% dos Ônibus da Carris possuíam ar condicionado, contra 41% nas privadas (a licitação de 2015 previa que 100% da frota deveria ter ar condicionado).

 

Também foi a Carris que salvou o “sistema de ônibus durante a pandemia de Covid”, quando as empresas privadas descumpriram os contratos e começaram a abandonar as linhas mais deficitárias. Para garantir o direito ao transporte, previsto na Constituição, a Carris assumiu essas linhas – num subsídio indireto às suas concorrentes, que puderam operar apenas as linhas lucrativas. Isso fez o prejuízo da Carris aumentar, o que foi usado de argumento pelo prefeito Sebastião Melo para acabar com a Carris.

 

É bom lembrar que a Carris era uma empresa lucrativa até pouco mais de uma década atrás. Foi apenas no governo José Fortunati que ela passou a dar prejuízo. Não que dar lucro seja algo necessariamente bom numa instituição pública. Seria aceitável a Carris abrir mão do seu lucro para oferecer um serviço mais barato (ou até mesmo gratuito) para a população porto-alegrense, mas não foi o que aconteceu. Os prejuízos surgiram depois de José Fortunati entregar a gestão da Carris para o PMDB, partido do seu vice, Sebastião Melo. Entre outros escândalos, houve desvios de mais de um milhão e meio de reais pelo coordenador financeiro da companhia, que depois fez diversas doações para campanhas do seu partido, incluindo do próprio Sebastião Melo.

 

Quando virou prefeito, Sebastião Melo usou o prejuízo iniciado na sua gestão como vice-prefeito para defender que a Carris não podia mais ser pública. Enviou então um projeto de lei à Câmara Municipal pedindo não a privatização, mas uma carta branca para fazer o que quisesse para destruir a Carris.

 

O PL, aprovado durante a pandemia sem discussões com a sociedade, autorizou o prefeito a “alienar ou transferir, total ou parcialmente, a sociedade, os seus ativos, a participação societária, direta ou indireta, inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar, liquidar, dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente, a Companhia Carris Porto-Alegrense”.

 

Ou seja, os vereadores decidiram que o prefeito podia destruir a Carris da forma como desejasse, sem nenhuma explicação sobre o que aconteceria com o patrimônio da empresa e, ainda pior, com as linhas de Ônibus que ela oferece.

 

Não se sabe se essas linhas serão assumidas por outras empresas ou simplesmente extintas. E, caso sejam assumidas, se haverá uma nova licitação ou elas serão distribuídas entre as empresas privadas que já atuam na cidade.

 

A prefeitura fez questão de propagandear que não tinha planos de como efetivar essa autorização vaga.

 

Em reunião com vereadores para tentar convencê-los a votar a favor do PL, em agosto de 2021, o presidente da Carris, Maurício Cunha, disse que “não há uma definição hoje, não está definido o que será feito” e que o caminho para desestatizar a Carris “começa aqui, mas ninguém sabe direito onde ele vai parar”.

 

É comum no discurso neoliberal essa defesa da privatização sem planejamento. O poder público não precisa saber “onde vai parar” o resultado da privatização, já que a mão invisível do mercado se responsabilizaria por levar tudo ao lugar certo. Por trás desse discurso contra o planejamento, entretanto, há um forte planejamento por parte do mercado. E o poder público também não é omisso, como tenta parecer, mas atua de mãos dadas com o mercado, para garantir o resultado desse planejamento.

 

A própria Carris, antes da estatização, nos dá exemplos de como funciona um transporte urbano “sem planejamento estatal”.

 

No início do século XX, a maior empresa de loteamentos da cidade era a Companhia Territorial Porto-Alegrense. Seus donos se tornaram sócios da Carris e da Cia. Hidráulica Porto Alegrense, que explorou os serviços de água encanada entre 1866 e 1944 (o DMAE só foi criado em 1961). O objetivo era direcionar a ampliação dos serviços de transporte, luz e água para as regiões da cidade onde a Companhia Territorial Porto-Alegrense possuía terras e planejava novos loteamentos, valorizando essas áreas.

 

O transporte tem uma grande influência no valor da terra. Facilitar o acesso da população a uma determinada região – ou até mesmo impedir o acesso de alguns – pode trazer perdas e ganhos para os proprietários dos terrenos, dos imóveis e dos negócios existentes nos arredores. Esse é um aspecto pouco discutido sobre mobilidade urbana, mas que às vezes acaba se revelando no debate público.

 

Entre muitos exemplos que podem ser citados na nossa cidade nos últimos anos, um dos que teve mais repercussão foi uma declaração do então Secretário Municipal de Indústria e Comércio, Valter Nagelstein (que semana passada foi condenado a dois anos de prisão por racismo por seus comentários sobre os vereadores negros de POA), defendendo a transformação do Largo Glênio Peres em estacionamento. O argumento dele era que facilitar o acesso de carros ao entorno do Mercado Público garantiria um “público mais qualificado”, aumentando o faturamento do comércio.

 

O Largo Glênio Peres fica ao lado de um dos maiores terminais de ônibus da cidade, mas os milhares de porto-alegrenses que circulam por ali todos os dias não têm a renda que a prefeitura considerava ideal para os frequentadores do Mercado. Para isso, era necessário reduzir o espaço dos pedestres e do transporte público e dar mais espaço ao automóvel, esse sim o meio de transporte adequado para o projeto de valorização imobiliária do Centro.

 

Mais recentemente, a prefeitura anunciou o “Programa de Reabilitação do Centro Histórico”, permitindo a construção de prédios de até 200 metros de altura. O objetivo seria dobrar a população do bairro.

 

Perguntado por um jornalista se a habitação popular estava incluída nesse objetivo, o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, respondeu que “por óbvio, não adianta trazer um morador para o Centro que não possa pagar o condomínio”. Ou seja, esse aumento da população previsto não é para trazer para o centro os moradores das áreas mais periféricas, o que reduziria a necessidade de transporte na cidade. O foco é a população de maior renda, que anda de carro e tem capacidade de valorizar os imóveis.

 

A privatização da Carris e dos demais serviços urbanos (Sebastião Melo já anunciou a intenção de privatizar o DMAE em breve) faz parte desse projeto. Assim como acontecia um século atrás, transporte e saneamento devem servir não para atender às necessidades da população, mas para garantir os lucros dos prestadores desses serviços e ainda ajudar na valorização da terra urbana. Não é, portanto, uma ausência do Estado, mas uma forte atuação estatal para construir uma cidade que gere lucro para determinados setores.

 

Se alguém tem dúvidas sobre quem são os beneficiados dessa política de valorização imobiliária, basta olhar os dados de financiamento de campanha divulgados pelo TSE.

 

Entre os maiores doadores da campanha de Sebastião Melo em 2020 estão sócios de empresas como Goldztein, Cyrela, Melnick, CFL, Multiplan e Arado Empreendimentos.

 

___É para estes que se governa em Porto Alegre, seja na política de transportes, de saneamento ou nas mudanças no plano diretor.

 

 Carris – Lisboa (Portugal)

___A Carris de Lisboa, bem como a Cia. Carris Porto-Alegrense fazem parte de nosso passado e presente, são narrativas construídas no do dia a dia do cidadão em suas cidades.

 

- Embora em Porto Alegre os Bondes tenham deixado de circular em março de 1970, em Lisboa eles continuam em pleno funcionamento.

- Tanto os antigos, pequenos e construídos em madeira, como os modelos novos, modernos e sofisticados. Seja sobre os trilhos ou sobre o asfalto a história dessas companhias continua sendo escrita nos dois lados do oceano, através da participação de seus usuários e colaboradores.

Carris Desestatização

Controvérsia e Mentiras

O que pode acontecer se o projeto da Prefeitura for aprovado.

Futuro da Cia. Carris passa pela Câmara de Porto Alegre.

 

PL 013/2021, que autoriza a privatização ou extinção da maior empresa de transporte público de Porto Alegre, gerou protestos, greve e reunião com prefeito

 

Setor essencial para o projeto de reformas da Prefeitura de Porto Alegre, o transporte público deve ter dias decisivos pela frente. Isso porque o plano de desestatização da Carris já passou por todas as etapas necessárias e pode ser votado na próxima semana. A proposta quase chegou ao plenário do Legislativo na última segunda, quando servidores da companhia se mobilizaram e chegaram a realizar uma paralisação. O ato gerou uma reunião com o prefeito Sebastião Melo (MDB), que deu dez dias de prazo para o texto voltar a ser analisado, abrindo espaço para negociações entre as partes.

 

Uma reunião nesta quinta-feira entre o secretário municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Luiz Fernando Záchia, a EPTC, a Carris e os rodoviários foi o capítulo mais recente deste debate. No encontro, o Stetpoa (Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre), voltou a sugerir um prazo de seis meses para que as questões financeiras da empresa sejam discutidas. A reivindicação será levada a Melo, que deve responder nesta sexta.

 

Ao fim de uma semana de negociações, os funcionários seguem em estado de greve, espécie de advertência em relação a uma nova paralisação, que pode ser retomada na próxima segunda.

 

Nesta matéria, o Matinal aborda pontos de vista sobre a situação atual e o possível destino desta icônica empresa pública de Porto Alegre, que pode estar passando por seu crepúsculo após quase um século e meio circulando pelas ruas da cidade, seja com “carros puxados por mulas, bondes elétricos ou, finalmente, ônibus”.

 

Plano de desestatização da Carris faz parte de bloco de mudanças no transporte público desejado pela Prefeitura

 

Enquanto espera para dar prosseguimento a dois outros projetos, o de extinção dos cobradores e o de redução das isenções tarifárias, o governo municipal foca no plano de desestatização da Carris, maior e mais antiga empresa de transporte público da capital gaúcha, fundada em 1872 por D. Pedro II e responsável pelo transporte de 25,3% dos passageiros de Porto Alegre. O projeto de lei pede autorização da Câmara de Vereadores para que o Executivo possa se desfazer da empresa, seja por privatização, associação a outra empresa ou extinção. A tendência é de que a última opção prospere.

 

Apresentado pelo Executivo em junho, o texto já foi debatido em audiência pública e aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), concluindo todas as etapas necessárias para que seja votado em plenário. Mesmo prestes a ser deliberado, o projeto ainda gera dúvidas, expressas por vereadores de oposição, sindicalistas e usuários de Ônibus, no que diz respeito ao valor da tarifa e à abrangência do serviço das linhas operadas pela Carris.

 

Na segunda-feira, após serem informados de que Ônibus das linhas 343, T5 e T2A circulariam sem cobradores e com preço da passagem reduzido a R$ 4, como um teste para o possível futuro modelo, o Stetpoa declarou greve, que durou pela manhã e tarde daquele dia e fez com que as Linhas T1, T4, T6, T11, T12 e 343 tivessem que ser atendidas por outros consórcios.

 

Ainda que mantenham o estado de greve, os trabalhadores da Carris voltaram às atividades na tarde de segunda após a promessa de reunião com o prefeito, que foi realizada nesta quinta-feira.

 

“Independente do modelo de desestatização, a população seguirá sendo atendida sem nenhum prejuízo. Em qualquer dos casos de desestatização, as linhas que atualmente são atendidas pela Carris serão licitadas e atendidas pelo futuro concessionário”, garantiu a secretária de Parcerias Estratégicas da Prefeitura de Porto Alegre, Ana Pellini, em entrevista ao Matinal.

 

Presente na maioria dos bairros, empresa transporta um a cada quatro passageiros

O projeto pode ser votado na próxima semana, após um acordo de adiamento feito entre o prefeito e o Sindicato dos Rodoviários nesta segunda-feira, e vai definir o futuro de uma empresa que está prestes a completar 150 anos. Mais do que um elemento central na história de Porto Alegre, a Carris é figura essencial na rotina de grande parte da população da cidade.

 

Atualmente, os 184 veículos da empresa transportam diariamente cerca de 107 mil passageiros, que representam 25,3% dos 423 mil usuários de Ônibus de Porto Alegre, de acordo com a média de agosto de 2021.

 

A Carris opera 22 linhas das 224 linhas ativas em Porto Alegre durante dias úteis, o que corresponde a menos de 10% do total. Elas trafegam, no entanto, por pelo menos 50 dos 81 bairros da capital gaúcha, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Os números são semelhantes aos dados pré-pandemia, quando a Carris transportava cerca de 193 mil passageiros, de uma média de 836 mil pessoas transportadas diariamente em 2019. A pandemia não prejudicou apenas o número de passageiros da Carris, mas de todo o sistema rodoviário da Capital, que perdeu quase 50% de seus usuários em relação a 2019.

 

Desde o começo da pandemia, a empresa também tem preenchido lacunas deixadas por outras concessionárias, como no caso das linhas M10 (Restinga Nova Via Velha Noturna), M68 (Noturna Belém Novo) e M70, que passam pela Vila Cruzeiro, pelo Hospital Divina Providência e pelo Lami.

 

O que mudou drasticamente nos últimos 10 anos foi o faturamento da Carris: ___se até 2010 a empresa dava lucro, a partir de 2011 os balanços da empresa passaram a apresentar resultados negativos. Naquele ano, o primeiro da gestão José Fortunati (PDT, à época) após a renúncia de José Fogaça (MDB, à época) para concorrer a governador, a empresa anunciou déficit de R$ 5,92 milhões, de acordo com reportagem do Jornal do Comércio.

 

A partir daí, o grau de prejuízo aumentou ano a ano até 2016, quando a empresa registrou resultado negativo de R$ 74,2 milhões. Em 2020, o déficit da Carris foi de R$ 40,2 milhões.

 

No projeto de lei enviado à Câmara, a Prefeitura apresenta alguns fatores que teriam contribuído para este cenário: “A lógica de financiamento do sistema municipal é baseada na repartição dos custos entre usuários. Entretanto, observa-se nos anos recentes uma queda acentuada no número de passageiros”. Diz que o aumento da idade média da população porto-alegrense e a ascensão dos aplicativos de transporte agravaram a crise.

 

“Essa empresa não tem condições de continuar”, disse o prefeito Sebastião Melo (MDB) em entrevista à Rádio Gaúcha na última segunda-feira, ao abordar o tema. “Estou convencido de que a desestatização vai melhorar o serviço e baixar o preço da passagem”, afirmou na mesma entrevista.

 

Os diferentes futuros que a Carris pode ter

Um estudo encomendado pela Prefeitura à Consultoria Valor & Foco e disponibilizado no site da Secretaria de Parcerias Estratégicas, que faz uma análise abrangente dos gastos e das operações da Carris, aponta basicamente três possíveis caminhos para a desestatização da empresa: privatização, extinção ou redução das operações.

 

Caso fosse privatizada, a empresa seria vendida e administrada pela iniciativa privada, através de licitação, e o município seria responsável apenas pela regulação do transporte coletivo. De acordo com o relatório, neste cenário o Executivoassumiria alguns passivos existentes, como pensões judiciais por acidentes e processos trabalhistas” e arcaria com possíveis “riscos jurídicos dos funcionários públicos não serem absorvidos pelo novo proprietário”.

 

Já no caso da redução das atividades, a Carris diminuiria de tamanho e operaria menos linhas. “As linhas selecionadas para serem relicitadas seriam aquelas que apresentarem índices operacionais abaixo da média da empresa e, por consequência, é analisada a hipótese da redução dos aportes necessários por parte da prefeitura”, diz o relatório. Neste caso, seriam incentivadas ações como um plano de demissão voluntária e parcerias público-privadas em setores específicos da companhia.

 

Se a decisão for pela extinção, as linhas operadas pela Carris “seriam relicitadas em um bloco único e a empresa passaria por um processo de dissolução, liquidação e, por fim, seria extinta”. “Ainda nesta proposta, o Executivo poderia vender, transferir ou absorver os bens patrimoniais, documentos e acervo da empresa”, completa o relatório, que também aborda a possibilidade de absorção dos funcionários por parte da prefeitura.

 

Relator do projeto na CCJ admite risco de diminuição das linhas

A extinção parece ser a alternativa mais viável, opina o vereador Felipe Camozzato (NOVO), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e relator do projeto de lei de desestatização da Carris. “Hoje, o mais factível é fazer liquidação da empresa, repassar os ativos e fazer a transferência de linhas”, projetou o vereador.

 

“Os caminhos estão abertos. Eu gosto do projeto, sou favorável. Não me parece haver risco de aumentar preço, mas a questão das linhas pode ser problemática. Nosso edital de 2015 é muito ruim, estamos escravos de um contrato péssimo que precisaria ser revisto. A prefeitura recorreu ao poder judiciário para mediar essa situação. É um problema, porque as próprias empresas dos consórcios não têm interesse em revisar o contrato”, completou o parlamentar.

 

A Secretária de Parcerias Estratégicas da Prefeitura, Ana Pellini, garante que o risco foi mensurado: “Qualquer empresa que absorver as linhas deverá chegar aos mesmos pontos do município que a Carris opera. Em relação ao custo da passagem, os custos mais baixos de operação de uma operadora privada são incorporados nas revisões tarifárias anuais, logo, os efeitos de transferência das linhas para a operação privada afetam a tarifa do ano seguinte. Importante destacar que não há sobra ou excesso de receita no sistema, sempre ocorrendo a devida compensação no reajuste tarifário do ano seguinte”, apontou a secretária.

 

Pellini salientou as possíveis economias da prefeitura caso o projeto seja aprovado: “Ao longo dos últimos dez anos, foram injetados na Carris cerca de meio bilhão de reais. Neste ano, a estimativa da prefeitura é de um repasse mensal de R$ 6 milhões ao longo de 2021”.

 

Vereadora cobra estudos mais aprofundados

Ainda que o estudo feito pela prefeitura esteja disponível, a vereadora Karen Santos (PSOL) vem solicitando ao Paço mais dados que respaldem o benefício social e os possíveis ganhos financeiros da desestatização da Carris. Em junho, ela fez um pedido formal ao gabinete do prefeito acerca de um “estudo técnico sobre a privatização da Carris”. Segundo a parlamentar, é importante averiguar a situação financeira da empresa e os indícios de irregularidades antes de avançar no debate.

 

É insuficiente para a gente conseguir entender qual é o benefício para a população. Em março, nossa primeira Comissão de Transporte e Habitação (Cuthab) do ano foi sobre este tema, convocamos o governo para compor o debate e, desde então, estamos solicitando esse estudo de impacto financeiro. Na audiência pública, isso novamente não foi encaminhado. Tivemos acesso a isso pelo Jornal Já, mas não foi anexado ao projeto e não está disponível para os vereadores, disse Karen, referindo-se a uma reportagem de junho. A matéria aborda uma auditoria fiscal contratada pelo então prefeito Nelson Marchezan (PSDB), que constatou que R$ 41 milhões referentes ao serviço de bilhetagem não chegaram ao caixa da companhia.

 

Nelson Marchezan aprova modelo de novos ônibus da maior renovação de frota da história da Carris

Por Mobilidade Porto Alegre -24 de junho de 2020612

Carris Interior

 

O prefeito Nelson Marchezan Júnior acompanhou nesta quarta-feira, dia 24 de junho de 2020, na sede da Carris, em Porto Alegre, a última etapa da vistoria técnica de renovação dos ônibus da maior aquisição de frota de transporte coletivo já realizada pela Companhia.

 

https://twitter.com/marchezan_/status/1275882730828509185

O valor total da negociação é de R$ 45,1 milhões. Do montante, 90% provêm de uma operação de crédito realizada entre a Carris e a Caixa Econômica Federal, de acordo com a Lei Municipal 12.637, de 28 de novembro de 2019.

 

O valor equivalente aos 10% complementares foi investido pela Carris. A aprovação do modelo confeccionado pelas fabricantes Mercedes-Benz e Mascarello foi anunciada pelo prefeito durante a vistoria ao ônibus número 0001.

 

“Os novos 98 Ônibus vão qualificar a prestação de serviço do transporte coletivo na cidade de Porto Alegre e eles chegam num momento importante pois vão diminuir a manutenção dos mais antigos, beneficiando os usuários. Nesse momento onde a pandemia afeta todos, seja no serviço públicos ou privados, estamos nos preparando para o pós pandemia, garantindo um legado de melhores serviços aos porto-alegrenses” , disse o prefeito.

 

O protótipo é o primeiro Ônibus que integra uma série de 98 novos coletivos adquiridos pela Carris. Todos serão modelo 2020, equipados com acessibilidade, ar-condicionado, sistema TRI com GPS e reconhecimento facial. A partir da aprovação da vistoria do Ônibus, os novos veículos começam a ser produzidos pela montadora. As entregas serão em lotes diários, com previsão de conclusão de todos os coletivos até o final do mês de julho.

 

https://twitter.com/Prefeitura_POA/status/1275920240057225219

“O número 1 marca os novos rumos da Carris, assumidos como um compromisso pela nova gestão. Queremos que essa série da nova frota seja reconhecida como símbolo de conforto e qualidade no dia a dia dos nossos clientes”, diz o diretor-presidente em exercício da Carris, Gustavo Cochlar.

 

Com a renovação da frota, a redução estimada de custo de manutenção é de R$ 3,5 milhões, já no primeiro ano. Os 98 Ônibus novos Ônibus substituirão coletivos adquiridos entre 2006 e 2007, que estão em operação, mas serão impedidos de circular este ano por atingirem a vida útil máxima permitida pelo sistema de transporte público de Porto Alegre.

 

Carris Elevador

Foto: Jefferson Bernardes/Prefeitura de Porto Alegre

O investimento acontece após o choque de gestão que vem recuperando o equilíbrio financeiro da Carris desde o início da atual administração. A empresa, que chegou a apresentar um déficit de R$ 74,2 milhões em 2016, teve esse prejuízo reduzido em 74%, em 2018. Em setembro de 2019, a Carris apresentou lucro líquido de R$ 124 mil, melhor resultado monetário em sete anos.

 

A aquisição da nova frota está de acordo com o pregão eletrônico realizado no dia 2 de fevereiro e homologado em 11 de março. A assinatura dos contratos com as empresas Mercedes-Benz e Mascarello, fornecedoras, respectivamente, de chassis e carrocerias, foi concluída em 25 de março.

 

Centenária

A Companhia Carris Porto-Alegrense completou 148 anos no dia 19 de junho. Atualmente, a frota tem 347 veículos. A mais recente aquisição de ônibus novos pela empresa havia ocorrido em 2014, quando foram comprados 50 veículos.

 

Carris: do lucro a um déficit anual de 50 milhões, em sete anos

Desde o começo da década, a empresa pública de Ônibus de Porto Alegre vem apresentando uma queda vertiginosa. Prejuízos enormes e crescentes, diminuição na qualidade do serviço e graves problemas de gestão, chegando a ter mais de cem ônibus parados por falta de peça.

 

Até 2010, a Carris dava lucro. Os balanços eram positivos e a empresa recebia prêmios pela qualidade do serviço. Nos anos anteriores, chegou a ser escolhida duas vezes a melhor empresa de transporte público do Brasil, em 1999 e 2001.

 

Foi no início da gestão de José Fortunati na prefeitura que a empresa começou a apresentar prejuízos. Em 2011, o prejuízo foi de quase R$ 6 milhões. Em 2012, um salto negativo: mais de R$ 21 milhões negativos. O déficit nas contas da empresa chegaram a mais de R$ 50 milhões em 2015 e 2016. Para este ano, a previsão é de resultados ainda piores.

 

Funcionários já falaram publicamente que há um processo de sucateamento provocado. Reclamam também de assédio e falta de diálogo, por parte da nova direção. Desde o início de ano, um diretor-presidente recém nomeado, Luís Fernando Ferreira, em fevereiro, e uma procuradora, Jaqueline Simões, em julho, pediram demissão da Carris.

 

Ao longo de quase onze meses de governo, a atual gestão não apresentou um plano de recuperação para a empresa. Periodicamente, o prefeito Nelson Marchezan Júnior cita a Carris como um problema em suas entrevistas. Agora, Marchezan subiu o tom. Afirmou que a empresa não é mais viável e está com seus dias contados.

 

Mais de cem ônibus parados

Carris deixa de realizar até 300 viagens por dia devido a problemas em veículos. O prejuízo mensal com a falta dessa arrecadação chega a R$ 2 milhões por mês / Ricardo Stricher / JÁ

Com cento e quarenta e cinco anos de serviços prestados, levando e trazendo a população de Porto Alegre, de “Bonde ou de Ônibus”, a Carris vê no horizonte o fim da linha. Pelo menos é o que se desenha, na gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior, para o modelo de empresa pública de transporte de passageiros.

 

Se ao longo da campanha eleitoral, a possibilidade de venda da empresa era negada pelo então candidato Marchezan, desde que assumiu o Paço, o prefeito volta e meia dá o recado. Recentemente, Marchezan foi taxativo: “a Carris está com os dias contados.” O prefeito já apresentou as três possibilidades: ___privatização, venda ou extinção.

 

Um mar de ônibus parados, na garagem da empresa, é o retrato da grave crise de gestão. Um terço da frota da Carris não vai para a rua, garante funcionários da empresa. Ao longo deste semestre, o número varia entre 100 e 120 automóveis parados, a maioria por falta de peças. No dia 14, dos 347 carros da frota, 112 não tiveram condições de sair.

 

“Considerando que já passamos muito do número da frota reserva (32), todos os dias são cerca de 80 ônibus que não andam pela cidade, cerca de 300 viagens que deixam de serem realizadas. É a realidade atual”, lamenta o delegado sindical da Carris, Felipe Suteles. Segundo o sindicalista, a situação, que vem piorando gradualmente na última década, piorou de vez nos últimos meses.

 

Quase metade dos automóveis são da Volvo e a reposição de peças depende de um contrato com a montadora. Assim, veículos novos, com falta de peças simples, dividem o espaço com carcaças que já foram descartadas. “Há Ônibus parados por falta de parafusos de poucos reais”, lamenta.

 

A falta de entendimento entre os funcionários, direção e o prefeito também tem se tornado uma rotina. Na mais recente controvérsia, Marchezan declarou em entrevista que o alto índice de roubo de peças é uma das causas da situação precária da empresa. Os funcionários responderam com indicativo de greve, mensagens pela internet e panfletos distribuídos para a população. “Já houve alguns furtos de peças, sim, mas justificar a precariedade atual com isso é criminoso”, classifica Suteles.

 

Em entrevista recente, Marchezan afirmou que o índice de furto de peças na empresa é muito alto. Funcionários reagiram, afirmando que a intenção do prefeito é desmoralizar os servidores. Um procedimento interno está apurando a denúncia. Funcionários da empresa ainda se queixam de uma rotina de assédio por parte da direção. “Foram revistar o meu carro na saída, eu disse ‘pode revistar, se tiver roubo não é aqui, é lá dentro”, afirmou um servidor da companhia que não quis ser identificado.

 

Tribunal de Contas: auditoria especial não é necessária

O caso da Carris chegou ao judiciário. Vereadores do PT pediram providências ao procurador geral do Ministério Público de Contas (MPC), Geraldo Da Camino. Em junho, o MPC solicitou à presidência da companhia um relação da frota constando quantos veículos estavam em circulação e quantos estavam parados.

 

Também foram questionados se a frota atual era suficiente para atender a demanda exigida e se a empresa cumpria os horários e itinerários. A Carris respondeu que haviam 47 veículos retirados por problemas mecânicos aguardando manutenção, um número bem abaixo do denunciado por funcionários da empresa.

 

Em agosto, Da Camino pediu ao Tribunal de Contas (TCE) uma auditoria na Carris em razão de um possível sucateamento da frota, além dos prejuízos acumulados nos últimos exercícios. Em outubro, uma nova manifestação do MPC foi entregue ao Tribunal de Contas. Nela, o procurador pediu “que seja elaborado diagnóstico atualizado da gestão operacional da Carris. Da Camino também pediu que a apuração tivesse caráter obrigatório.

 

O TCE não realizará uma auditoria especial como quer o procurador. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, a área técnica do órgão analisou o pedido do MPC e avaliou não ser necessária a auditoria especial, visto que o TCE avaliará os mesmos itens e pontos questionados por Da Camino no relatório 2017-2018 da empresa.

 

Do sucateamento ao déficit

Desde o ano passado, as empresas privadas de Ônibus da Capital gaúcha vem reclamando de prejuízos na prestação do serviço. Atualmente, nenhum dos consórcios consegue cumprir a tabela, gerando centenas de multas emitidas pela EPTC. As gratuidades e a redução na quantidade de passageiros do sistema então entre as causas apontadas. Entretanto, o problema da Carris é anterior.

 

Em duas ocasiões foi eleita a melhor empresa de transporte público do Brasil pela ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), em 1999 e em 2001. É também a empresa de transporte público mais lembrada pelos porto-alegrenses, com 17 prêmios Top of Mind, promovido pela revista Amanhã.

 

Em seis anos, a companhia passou de referência no transporte público do país a empresa deficitária a caminho da privatização. Até 2010, os balanços eram positivos. Em 2011, começaram os crescentes prejuízos. Para este ano, a projeção é de que os cofres do Município precisem colocar aproximadamente R$ 60 milhões para zerar as contas.

 

Ao longo deste período, foram abertos procedimentos para apurar irregularidades. Em 2016, o ex-diretor-presidente, Sérgio Zimmermann, foi condenado a devolver R$ 317 mil.

 

O diretor nomeado por Marchezan para criar um plano de salvação da empresa, Luis Fernando Ferreira, durou apenas 20 dias no cargo e pediu demissão. A vaga foi ocupada quase dois meses depois por Helen Machado, que assumiu afirmando não se tratar de um problema para ser resolvido “em dois ou seis meses”. Até o momento, não foi anunciado nenhum plano de recuperação para a Carris.

 

O que diz a direção

Ao longo de uma semana, o JÁ tentou entrevistar a direção da Carris. Na tarde de sexta-feira, 17, a empresa enviou uma resposta por email ao jornal. A Carris afirma que o contrato com a Volvo foi retomado e 50 Ônibus voltaram a circular na primeira quinzena de novembro.

 

A frota total é de 347 ônibus, sendo 32 destinados à reserva. No dia 17, eram apenas 33 carros retidos, segundo a direção. A empresa ainda coloca que está implementando projetos de manutenção preventiva dos veículos. o que não era feito anteriormente.

 

 Parte do depósito é um ferro velho a céu aberto. Uso de peças de carros velhos, prática adotada para tentar minimizar falta de peças, foi proibida pela nova direção / Ricardo Stricher / JÁ

 

O sistema de transporte por trólebus foi inaugurado na cidade de Porto Alegre - RS em 1963, sendo adquiridos 4 Trólebus do tipo Caio/Massari/FNM/Villares e 5 veículos do tipo Massari/Villares.

 

A extensão do percurso atingiu apenas 10 km de rede elétrica. Em cinco anos de funcionamento, houve apenas duas linhas de Trólebus: ___Gasômetro e Menino Deus, transportando em média, respectivamente, 900 e 400 passageiros por dia, segundo dados da companhia.

 

Sua desativação ocorreu em 1969. Grande parte dos equipamentos, assim como os Trólebus Massari/Villares foram adquiridos e recuperados pelo sistema de Araraquara.

 

 

 

Memória Carris

Companhia Carris Portoalegrense

Imagens – Picasa

___A Carris, mantem uma página no site PicasaWeb, onde disponibiliza, fotos, documentos. Você pode acessá-lo aqui: - Acesse Memória Virtual Carris

 

Carris na Covid-19

___Antes da pandemia de Covid-19, que reduziu passageiros em todo o Mundo, atendia cerca de 193 mil passageiros. É de ressaltar que alguns problemas derivam em parte de contextos mais amplos, como a “pandemia e a crise econômica global”, mas também foi apontada má administração.

 

Os críticos alegam que os governos recentes têm adotado uma prática de sucateamento deliberado dos serviços públicos para justificar sua concessão à iniciativa privada, organizando um grande programa de desestatizações.

 

O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul publicou nota alegando que as justificativas oficiais são mentirosas e parte de um processo "que faz ressonância ao desmonte promovido no âmbito federal” pelo governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).

 

A Carris é "um patrimônio da cidade e fundamental para a busca pela democratização do transporte". Fabrício Loguércio, diretor do sindicato, disse que "a luta em defesa da Carris pública é, na verdade, uma luta em defesa do transporte público. A Carris, fundada em 1872, já foi exemplo de transporte público.

 

Ganhou prêmios de melhor empresa de transporte coletivo do Brasil. Sempre serviu pra regular o sistema em Porto Alegre. Porém, após uma sequência de gestões desastrosas, com vários escândalos de corrupção (segundo a mídia), foi sendo sucateada. Apesar de tudo isso, ainda é a melhor de Porto Alegre". Para André Augustin, do Observatório das Metrópoles,

 

Infelizmente, nos últimos anos as sucessivas gestões neoliberais na Prefeitura de Porto Alegre promoveram o seu sucateamento. A qualidade caiu, mas mesmo assim continuou acima das concorrentes.

 

Em 2021, em Porto Alegre/ Brasil, a idade média da frota da Carris era de 5,2 anos, contra 7,7 anos das empresas privadas (acima do permitido pela legislação). Além disso, 94% dos Ônibus da Carris possuíam ar condicionado, contra 41% nas privadas.

 

Também foi a Carris que salvou o sistema de Ônibus durante a pandemia, quando as empresas privadas descumpriram os contratos e começaram a abandonar as linhas mais deficitárias.

 

Para garantir o direito ao transporte, previsto na Constituição, a Carris assumiu essas linhas – num subsídio indireto às suas concorrentes, que puderam operar apenas as linhas lucrativas. Isso fez o prejuízo da Carris aumentar, o que foi usado de argumento pelo prefeito Sebastião Melo para acabar com a Carris.

 

Os prejuízos surgiram depois de Fortunati entregar a gestão da Carris para o PMDB, partido do seu vice, Sebastião Melo. Entre outros escândalos, houve desvios de mais de um milhão e meio de reais pelo coordenador financeiro da companhia, que depois fez diversas doações para campanhas do seu partido, incluindo do próprio Sebastião Melo.

 

Quando virou prefeito, Sebastião Melo usou o prejuízo iniciado na sua gestão como vice-prefeito para defender que a Carris não podia mais ser pública.

 

Enviou então um “projeto de lei” à Câmara Municipal pedindo não a privatização, mas uma Carta Branca para fazer o que quisesse para destruir a Carris.

[...]"Assim como acontecia um século atrás, transporte e saneamento devem servir não para atender às necessidades da população, mas para garantir os lucros dos prestadores desses serviços e ainda ajudar na valorização da terra urbana. Não é, portanto, uma ausência do Estado, mas uma forte atuação estatal para construir uma cidade que gere lucro para determinados setores".

Carris – Presidentes

___Os presidentes da Carris responsáveis pela crise da companhia, são nomeados pelo prefeito de Porto Alegre.

 

Ano       Presidente         Prefeito

1999 - 2002         Maria Cristina Utzig Piovesan    Tarso Genro e João Verle (PT)

2005 - 2010         Antônio Lorenzi                                             José Fogaça (PPS e PMDB)

2010 - 2011         João Pancinha                                 José Fortunati (PDT)

2011 - 2016         Sérgio Zimmermann

2017                    Luis Fernando Ferreira                   Nelson Marchezan Júnior (PSDB)

2017 - 2019         Helen Machado

2019 -   César Griguc

Carris – Tem uma Co-irmã

___A nossa Companhia Carris tem uma co-irmã, no outro lado do Atlântico, a Carris de Lisboa, em Portugal. Ambas foram criadas em 1872, a Carris de Lisboa foi fundada em 18 de setembro, e a de Porto Alegre, em 19 de junho.

 

Os primeiros “carros elétricos” começaram a circular na capital portuguesa em 1901, enquanto, por aqui, os bondes puxados por mulas começaram a ser substituídos em 1908.

 

Na década de 1940, foi inaugurado o serviço de Ônibus nas terras de “além mar”, na capital gaúcha esses veículos já funcionavam desde 1929.

 

Embora existam pequenas diferenças na cronologia das duas empresas, as duas tiveram papel fundamental no desenvolvimento urbano, bem como grande importância para a mobilidade dos cidadãos porto-alegrenses e lisboetas, até os dias atuais.

 

Carris – Títulos e Conquistas

2019

Top of Mind 2019

Carris conquista pela 20º vez a distinção pela Revista Amanhã, por ser a empresa de transporte mais lembrada.

 

2018

Top of Mind 2018

Carris conquista pela 19º vez a distinção pela Revista Amanhã, por ser a empresa de transporte mais lembrada.

 

Marcas de Quem Decide

Carris consagra-se entre as cinco marcas mais lembradas e preferidas no prêmio anual Marcas de Quem Decide, do Jornal do Comércio, em duas categorias: Empresa Pública Gaúcha e Empresa de Ônibus.

 

2017

Top of Mind 2017

Carris conquista distinção pela Revista Amanhã pela 18ª vez.

 

2016

Top of Mind 2016

Carris conquista distinção pela Revista Amanhã pela 17ª vez.

Homenagem pelos mais de 100 anos de contribuição ao desenvolvimento gaúcho

Placa de homenagem entregue pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul no evento em parceria com Farsul, Fiergs e Federasul.

 

2015

Top of Mind 2015

Pela 16ª vez, Companhia conquista distinção pela Revista Amanhã.

 

2014

Top of Mind 2014

Mais uma vez, Carris é a empresa de ônibus mais lembrada da capital na premiação Top of Mind da Revista Amanhã.

 

2013

Top of Mind 2013

Carris é, pela 14ª vez seguida, a empresa de ônibus mais lembrada da capital na premiação Top of Mind da Revista Amanhã.

 

2012

Top of Mind 2012

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Medalha Responsabilidade Social 2012

Concedida pela Assembléia Legislativa. Conquista também do Diploma Mérito Social e do Certificado de Responsabilidade Social.

Revista Maiores do Transporte & Melhores do Transporte 2012

Homenagem no evento de 25 anos de premiação da revista Maiores do Transporte & Melhores do Transporte.

 

2011

Top of Mind 2011

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Prêmio Responsabilidade Social 2011

Concedido pela Assembléia Legislativa.

Marcas de quem decide

Empresa de ônibus mais lembrada. Com o reconhecimento, a empresa continua ocupando um lugar entre as cinco melhores na lembrança e preferência do público.

Marcas de Quem Decide

Prêmio concedido pelo Jornal do Comércio. Carris foi a empresa de ônibus mais lembrada e uma das cinco primeiras na lembrança e preferência do público.

Prêmio Pesquisa de Gestão Sustentável e Gestão de Excelência

Destaque entre as 112 maiores empresas da região Sul do país no Fórum de Gestão Sustentável, pelo pioneirismo do uso de Biodiesel em sua frota.

 

2010

Top of Mind 2010

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

 

2009

Top of Mind 2009

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Prêmio Responsabilidade Social 2006

Concedido pela Assembléia Legislativa.

Empresa Parceira do Pão dos Pobres

Concedido pela Fundação Pão dos Pobres.

Prêmio Qualidade RS

Troféu Prata em prêmio promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, certificação que reconhece a excelência de empresas públicas e privadas de todos os segmentos.

Recertificação ISO 9001/versão 2008

Conquistada pela Carris em julho de 2009.

 

2008

Top of Mind 2008

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Destaque em Responsabilidade Social

Cerificação no tema “Comunidade” da Revista Expressão divulgada no Anuário Gestão Social.

Prêmio Qualidade RS

Troféu Prata em prêmio promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, certificação que reconhece a excelência de empresas públicas e privadas de todos os segmentos.

Prêmio Excelência em Gestão

Realizado pela Editora Expressão e a Civitas Responsabilidade Social, a pesquisa mostra um panorama do nível de consciência socioambiental das empresas sulinas.

 

2007

Top of Mind 2007

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Excelência em Gestão Social

Nível máximo de excelência em gestão de responsabilidade social na pesquisa da Revista Expressão divulgada no Anuário Gestão Social.

Grandes Líderes

Maior empresa de transporte urbano do Sul do país, de acordo com lista publicada pela Revista Amanhã.

Troféu Ouro do Sesi

Prêmio pela obtenção da recertificação do programa de prevenção ao uso de álcool e drogas.

Programa Motivação e Incentivo (PMI)

Prêmio Marcas Líderes

Em pesquisa realizada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Carris foi uma das empresas mais lembradas pela população de Canoas (RS).

Prêmio Qualidade RS

Troféu Bronze na premiação promovida pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).

Top Consumidor

Certificação da Revista Consumidor Teste para as empresas gaúchas com nível de excelência no atendimento e respeito ao consumidor.

 

2006

Top of Mind 2006

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Top Plus 2006

Considerada pelos porto-alegrenses na pesquisa da Revista Amanhã a marca à qual mais demonstram lealdade, entre todas as marcas de todos os segmentos.

Grandes Líderes

Maior empresa de transporte urbano do Sul do país, de acordo com lista publicada pela Revista Amanhã.

Destaque em Responsabilidade Social

Certificação no tema “Comunidade” da Revista Expressão divulgada no Anuário Gestão Social. Entre os 47 destaques dos sete principais temas de responsabilidade social, a Carris foi a única empresa de transporte coletivo do país a figurar na lista.

Diploma Mérito Social

Concedido pela Assembléia Legislativa para funcionários da Carris.

 

2005

Top of Mind 2005

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Empresa Amiga da Criança

Selo concedido pela Fundação Abrinq ao conjunto de ações das quais se destacam os cursos profissionalizantes gratuitos para crianças e adolescentes.

Prêmio "Marcas de Quem Decide"

Prêmio concedido pelo Jornal do Comércio.

Grandes Líderes

Maior empresa de transporte urbano do Sul do país, de acordo com lista publicada pela Revista Amanhã.

 

2004

Top of Mind 2004

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Maiores e Melhores do Transporte e Logística

Apontada como a maior e melhor empresa de transporte urbano do país pela Revista Transporte Moderno.

Prêmio Responsabilidade Social

Concedido pela Assembléia Legislativa.

Bienal de Marketing ANTP

Vencedora do evento promovido pela Associação Nacional de Transportes Públicos com os projetos da Universidade Carris e Sistema Interno de Melhorias Carris.

 

2003

Top of Mind 2003

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Selo Sesi "Aqui se Pratica Prevenção"

Pelo programa de prevenção ao uso de álcool e drogas.

Prêmio Nacional de Gestão Pública

Primeira instituição municipal a conquistar o prêmio oferecido pelo governo federal aos órgãos públicos que se destacam pela administração de qualidade. Distinção na Faixa Ouro.

 

2002

Top of Mind 2002

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Top Cidadania

Concedido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos para o projeto Carris Amigos da Vida.

Empresa Amiga da Criança

Selo concedido pela Fundação Abrinq ao conjunto de ações das quais se destacam os cursos profissionalizantes gratuitos para crianças e adolescentes.

 

2001

Top of Mind 2001

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Melhor empresa de transporte coletivo do Brasil

Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP).

Top Ser Humano

Concedido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS) para o conjunto de ações visando à valorização e treinamento do grupo funcional.

 

2000

Top of Mind 2000

Pesquisa da Revista Amanhã aponta a Carris como a empresa de Ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.

Top de Marketing ADVB

Concedido pela Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil, pelo projeto de lançamento da Linha T9.

 

1999

Melhor empresa de transporte coletivo do Brasil

Prêmio concedido pela Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP).

 

Sindicato dos Trabalhadores da Cia. Carris

 

Bonde Brill

123 ___História de um Bonde

Em 31 de dezembro de 1928, a Companhia Carris Porto Alegrense comprou 20 veículos com eixo duplo da J. G. Brill, fabricante que se localizava na Filadélphia, Estados Unidos.

 

___Os novos veículos adquiridos foram numerados de 106 a 125 em Porto Alegre.

 

___Começava a história da circulação do modelo Brill entre os Bondes porto-alegrenses.

 

Entre estes estava o Bonde 123, personagem principal da nossa história de hoje. Sabemos que no interior das oficinas da Cia. Carris os bondes eram praticamente reconstruídos ao longo do tempo. Geralmente quando estes veículos chegavam em Porto Alegre, eles já tinham circulado por um período em outras cidades. Assim sendo, muitos já chegavam na cidade com um certo desgaste.

 

Juntando o período em que serviam ao transporte público de nossa capital, é de se imaginar que a realização de reparos tornava-se fundamental. Temos informações que muitos destes veículos acabavam perdendo algumas de suas características originais em função da quantidade grande de reformas por que passavam nas garagens da Carris.

 

O Bonde 123 circulou nas ruas de Porto Alegre até o ano de 1970, quando os bondes "saíram de cena" em nossa cidade. Portanto, este bonde teve quarenta anos "de serviços prestados" ao transporte público da capital.

 

A partir de 1970, após o fim da circulação dos Bondes, iniciou-se o processo de distribuição e leilão destes veículos, muitos foram entregues para escolas públicas, outros foram leiloados e distribuídos pelos mais diferentes lugares.

 

O 123 continuou no pátio da Carris, acompanhado por outros dois veículos. Infelizmente temos poucas informações sobre estes outros dois bondes. De acordo com o depoimento de uma antiga funcionária do administrativo da Carris, um dos bondes ficava na parte do atual pátio da empresa que na época pertencia ao DETRAN, e o outro, próximo ao pátio do Carrefour.

 

Sabemos, entretanto, que o Brill 123 serviu como escritório da Gerência de Manutenção até a década de 1990, quando foi reformado para ser instalado no Centro da cidade como parte das comemorações dos 120 anos da Cia Carris.

 

Temos os depoimentos e algumas informações dadas pelos colegas que participaram desta grande reforma. Alguns deles continuam trabalhando ainda hoje na Cia. Carris, como o Sr. Osvaldo, que trabalha no setor de Manutenção Predial como marceneiro.

 

O Bonde 123 foi levado para o Largo Glênio Peres onde permaneceu por um período. Sabemos que ele foi retirado de lá e trazido novamente para a Cia. Carris em função das depredações que estava sofrendo.

 

Ainda na década de 1990, o 123 foi novamente reformado (desta vez foi contratado um escritório de arquitetura) e passou a funcionar como escritório do Serviço de Atendimento Cliente Carris (SACC), função que exerce até 2022. 

 A História se Repete

Carris Porto Alegrense (RS) – CMTC (SP)

Em 1993, a CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo, cooperava uma frota de cerca de 2.250 Ônibus e 480 Trólebus e, como monopolista do transporte coletivo em São Paulo, contratava 47 empresas privadas para operar outros 7.250 Ônibus.

 

Por Francisco Christovam – Assessor especial do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo – SPUrbanuss

 

Em 19 de junho de 1872, graças a uma autorização do imperador Dom Pedro II, a companhia Carris de Ferro Porto-Alegrense foi autorizada a funcionar. Inicialmente, a empresa operava bondes puxados a burro.

 

Em 1908, inaugurou o serviço de bondes elétricos, que seria desativado em 1970.

 

Em 1930, a empresa passou a oferecer também o transporte por ônibus, principalmente, para as localidades onde as linhas de bonde não chegavam.

 

Em 1954, a Carris foi encampada pela prefeitura. A Companhia Carris Porto-Alegrense é a mais antiga empresa de transporte coletivo em atividade, no país.

 

Em meados do último mês de junho, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, enviou o PL013/2021 para a Câmara de Vereadores. O projeto de lei autoriza a prefeitura a “alienar ou transferir, total ou parcialmente, a sociedade, os seus ativos, a participação societária, direta ou indireta, inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar, dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente, a Companhia Carris Porto-Alegrense (Carris), por quaisquer das formas de desestatização estabelecidas na legislação pátria …”.

 

A iniciativa do prefeito de Porto Alegre nos remete a uma decisão emanada da Prefeitura de São Paulo, em 1993, que culminou com a “privatização” da Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC, sociedade de economia mista, criada em 1947, com o propósito de assumir os serviços de transporte realizados por 730 bondes, operados pela “The São Paulo Tramway, Light and Power Company”, bem como operar uma frota de 770 ônibus, a maioria proveniente de empresas privadas que foram encampadas.

Quando a CMTC passou a operar, em julho de 1947, o seu quadro de pessoal era de 7.362 empregados e, em 31 de dezembro daquele mesmo ano, esse número já tinha subido para 7.987 empregados.

 

Ao longo de mais de 45 anos, à semelhança do que aconteceu com a Carris, a empresa passou por bons e maus momentos, muito em função da orientação política dos prefeitos, da disposição de reajustar tarifas para cobrir os custos de produção dos serviços e da disponibilidade de recursos financeiros para a aquisição de novos veículos, manutenção da frota existente e para a conservação das instalações fixas (garagens, oficinas, abrigos, pontos de parada e redes elétricas).

 

Em 1993, a CMTC operava uma frota de cerca de 2.250 ônibus e 480 trólebus e, como monopolista do transporte coletivo em São Paulo, contratava 47 empresas privadas para operar outros 7.250 ônibus. A sua frota própria era distribuída em 11 garagens localizadas, na sua maioria, bem próximas da região central da cidade. A empresa possuía um quadro de pessoal da ordem de 27.300 empregados, que haviam acumulado, ao longo dos anos, vários benefícios e vantagens trabalhistas.

 

Para cobrir a diferença entre o volume de recursos necessários para manter a companhia funcionando e a receita auferida com a operação da sua frota de ônibus e trólebus, a Prefeitura precisava transferir para a empresa, mensalmente, cerca de U$ 41 milhões, a título de subvenção. Vale registrar que nenhum centavo desse montante se destinava a subsidiar os passageiros do sistema de ônibus que operava à época.

 

Assim, com uma frota envelhecida e composta por 28 modelos de ônibus e trólebus, estoque de reposição com cerca de 28 mil itens cadastrados, garagens mal localizadas, do ponto de vista operacional, e um quadro de pessoal inchado, gerando um déficit orçamentário diário de cerca de U$ 1,4 milhão, tornou-se mais do que necessário adotar alguma providência, a curtíssimo prazo, para reorientar o modelo de negócio e reduzir a enorme dependência financeira que a empresa tinha de recursos públicos.

 

Na tentativa de salvar a CMTC, foi realizado um estudo detalhado de reengenharia, cujo objetivo era analisar as possibilidades de manutenção das suas atividades, fossem elas do ponto de vista institucional, empresarial ou operacional. Dentre as várias opções apresentadas para melhorar o desempenho da empresa, analisou-se a possibilidade da operação de linhas troncais em corredores segregados, a operação exclusiva de linhas alimentadoras de terminais de integração e até uma operação seletiva, utilizando somente veículos elétricos ou de grande porte.

 

Como nenhuma hipótese mostrou ser viável, passível de ser implantada num prazo razoável e capaz de reduzir, drasticamente, o prejuízo gerado aos cofres públicos, na condição de acionista majoritária, a Prefeitura determinou o encerramento das atividades da companhia.

Considerando as questões jurídico-administrativas, a situação econômico-financeira e o passivo trabalhista da empresa, optou-se por um processo diferenciado de privatização. Assim, para atingir o resultado esperado, decidiu-se transferir para a iniciativa privada, via processo licitatório, a operação das garagens, das linhas e da frota e não o controle acionário da empresa.

 

Para realizar a transferência da operação das linhas, nos moldes da legislação vigente à época – Lei Municipal11.037/91 –, o processo licitatório foi dividido em três etapas. Na primeira, foram abertas vinte concorrências públicas, para a contratação de empresas privadas para a operação das linhas de ônibus, com novos veículos, pertencentes às empresas vencedoras do certame licitatório. Após a assinatura dos contratos com as 17 empresas vencedoras da licitação, cerca de mil novos ônibus foram introduzidos no sistema, substituindo veículos velhos da CMTC, que foram desativados e leiloados como sucata.

 

Numa segunda etapa, foram realizadas outras quatro concorrências públicas, cujo objeto foi a operação das linhas de ônibus; porém, utilizando cerca de 1.500 ônibus ainda de propriedade da CMTC. Quando algum veículo dessa frota atingia o limite da sua vida útil ou perdia as condições de operacionalidade era, então, substituído por ônibus novos, de propriedade da empresa privada.

 

Numa terceira etapa, foram realizadas mais três concorrências públicas, para a transferência da operação das linhas das três garagens que operavam veículos elétricos, do tipo trólebus. Nesse caso, adotou-se o conceito de operação de frota pública, ou seja, a empresa privada deveria operar as linhas com veículos pertencentes à empresa pública, pagando aluguel pela utilização da frota e das instalações fixas – garagem, pátio e oficinas – que continuaram de propriedade da CMTC.

 

A operação da frota própria das empresas privadas, dos ônibus de propriedade da empresa pública, com posterior substituição por veículos novos, e dos veículos da frota pública só foi possível porque a remuneração dos serviços contratados se dava com base no custo efetivo de produção dos serviços, acrescido de uma taxa de administração, nos termos da citada Lei Municipal11.037/91.

 

No processo de terceirização das atividades operacionais, especial atenção foi dada aos empregados da CMTC, que foram sendo desligados, à medida em que as empresas privadas assumiam os serviços, antes realizados pela empresa pública. Todos os empregados demitidos tiveram seus direitos trabalhistas respeitados, suas verbas rescisórias devidamente pagas e boa parte deles foi admitida pelas empresas vencedoras dos certames licitatórios. Houve, ainda, uma parte significativa do pessoal demitido que frequentou cursos ministrados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, para aprender a gerir os seus próprios negócios, quando deixassem a empresa pública.

 

Assim que encerradas as atividades da Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC, em 8 de março de 1995, nascia a São Paulo Transporte S/A – SPTrans que, com um pouco mais de mil empregados, todos oriundos da extinta CMTC, se propunha a ser uma empresa de inteligência na sua área de atuação.

 

Para que a SPTrans pudesse cumprir a sua missão e realizar os seus objetivos estratégicos era preciso que a nova empresa abdicasse da sua longa experiência adquirida na operação e na manutenção de ônibus. Os novos desafios, agora, deveriam estar concentrados no planejamento dos sistemas de transporte, no aperfeiçoamento dos sistemas de gestão, no desenvolvimento de novas tecnologias e no aprimoramento da qualidade dos serviços prestados à população.

 

Como era de se esperar, essa transformação envolvia não apenas a alteração do seu escopo de trabalho; mas, principalmente, uma nova compreensão do seu papel institucional e uma drástica mudança no comportamento dos técnicos, dos especialistas e até do pessoal de direção da empresa.

 

O prazo para a execução de todo o processo de privatização, com a transferência da operação de todas as linhas da CMTC e dos veículos ainda em condições de uso às empresas privadas, bem como o completo encerramento das atividades operacionais da companhia não durou mais do que 20 meses.

 

Wolfgang Franz Josef Sauer, CEO da Volkswagen do Brasil e da Autolatina (“joint venture”, criada com a fusão da Volkswagen do Brasil e da Ford do Brasil, que perdurou de 1987 a 1996) e último presidente do Conselho de Administração da CMTC disse:

“Com orgulho acompanhamos o processo de privatização das atividades operacionais da CMTC, desenvolvido dentro das mais modernas regras da administração pública. A privatização permitiu uma substancial economia de recursos municipais, antes gastos na subvenção da empresa pública, que, agora, deverão ser aplicados em obras sociais.”

Carris – Modelos – Carroceria

             BYD ebus (Teste)

             Busscar Urbanus 1994

             Busscar Urbanuss

             Busscar Urbanuss Pluss Articulado

             Busscar Ubranuss Pluss Tour

             Caio Apache S21

             Caio Apache Vip II (Teste)

             Caio Alpha Articulado

             Caio Millennium I

             Caio Millennium II

             Caio Millennium III (Teste)

             Caio Millennium BRT Articulado

             Caio Mondego LA (Teste)

             Comil Svelto 1995

             Comil Svelto 1996

             Comil Svelto 2000 (Teste)

             Ciferal Padron Alvorada

             Mascarello GranMentro Articulado 2012

             Mascarello GranVia BRS 2012

             Mascarello GranVia Midi 2014

             Maxibus Urbano

             Marcopolo Gran Viale

             Marcopolo Gran Viale Articulado

             Marcopolo Torino 1983

             Marcopolo Torino 1989

             Marcopolo Torino GV

             Marcopolo Torino GV Articulado

             Marcopolo Torino 1999 Articulado

             Marcopolo Torino 2014 (Teste)

             Marcopolo Viale

             Marcopolo Viale BRT

             Marcopolo Viale BRS (Teste)

             Marcopolo Viale HI (Teste)

             Marcopolo Viale DD Sunny 2003

             Mercedes-Benz Monobloco O-352

             Mercedes-Benz Monobloco O-362

             Mercedes-Benz Monobloco O-364

             Neobus Mega 2000

             Neobus Mega 2006

             Neobus Mega 2006 Articulado

             Incasel Minuano

             Irisbus Citelis Line (Teste)

             Volvo 7700 (Teste)

Chassi:

             Agrale MT 12.0 LE CA

             Cummins ISBe Hybrid (Teste)

             Eletra Híbrido (Teste)

             Mercedes-Benz OF-1618

             Mercedes-Benz OF-1620

             Mercedes-Benz OF-1722M

             Mercedes-Benz OF-1722M 6x2

             Mercedes-Benz OF-1721L BlueTec 5

             Mercedes-Benz OH-1315

             Mercedes-Benz OH-1517

             Mercedes-Benz OH-1520

             Mercedes-Benz OH-1621L

             Mercedes-Benz O-352

             Mercedes-Benz O-362

             Mercedes-Benz O-364

             Mercedes-Benz O-500M

             Mercedes-Benz O-500M BlueTec 5

             Mercedes-Benz O-500MA

             Mercedes-Benz O-500U

             Mercedes-Benz O-500UDA BlueTec 5

             Scania BR116

             Scania L94UB

             Scania K310IA 6x2 (Teste)

             Spartan K2 (Teste)

             HVR Diesel

             Iveco Citelis Line (Teste)

             Volkswagen 16.180 CO

             Volkswagen 17.230 EOD

             Volkswagen 17.230 OD Euro V (Teste)

             Volkswagen 17.240 EOT

             Volkswagen 17.260 EOT

             Volkswagen 17.280 OT Euro V (Teste)

             Volvo B5L Híbrido (Teste)

             Volvo B7RLE

             Volvo B7R

             Volvo B270F (Teste)

             Volvo B215RH (Teste)

             Volvo B215LH (Teste)

             Volvo B9SALF (Teste)

             Volvo B290R

             Volvo B10M

             Volvo B12M

             Volvo B340M

 

Íntegra da EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS do PLL na Câmara dos Vereadores de Porto Alegre

Processo 3441/17

PLL 363/17

 

Um dos grandes debates da sociedade é a preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental das cidades. Seja ele material ou imaterial, a história de um povo não pode e não deve ser suprimida pelo tempo. Caso contrário, estaríamos passando por cima da própria construção identitária de uma cidade ou de uma população.

 

Nesse sentido, é preciso afirmar: a Carris é um dos mais importantes patrimônios da história de Porto Alegre. É, também, a mais antiga empresa pública de transporte coletivo em funcionamento no Brasil.

 

Fundada em 19 de junho de 1872, poucos dias após nossa cidade completar 100 anos, a Carris de Ferro Porto-Alegrense representou uma grande inovação para uma Porto Alegre de 44 mil habitantes que tinha como principal meio de transporte coletivo da população as “maxabombas”, espécie de gôndola pela qual a população poderia demorar um dia inteiro para chegar ao centro. A autorização de funcionamento da Carris pelo então imperador possibilitou a operação de um novo meio de transporte: os bondes tracionados por mulas.

 

A primeira linha regular da Carris entrou em operação em 5 de janeiro de 1873, praticamente sete meses após sua criação. A inauguração da primeira linha, a Menino Deus, foi motivo de festa para a cidade. Aos poucos, uma segunda empresa, a Carris Urbanus, fundada em 1893, acresceu ao sistema de transporte as linhas Moinhos, Floresta e Partenon. A cidade se desenvolvia num contexto em que o transporte coletivo era um dos fatores de sua organização e expansão.

 

Com o advento da eletricidade, cujas experiências na cidade iniciaram em 1895 a partir da usina termoelétrica, uma nova evolução estaria por vir. Em 1906, com a junção da Carris de Ferro e da Carris Urbanus, surgia a Companhia Força e Luz Porto-Alegrense. Tal empresa passou a ser a responsável tanto pelo fornecimento de energia quanto pela administração do transporte, agora elétrico, na cidade. Dois anos após, em 10 de março de 1908, começaram a operar as primeiras linhas de bonde elétrico de Porto Alegre. 1914 ficou marcado por ser o ano no qual o último bonde puxado por mulas circulou na cidade.

 

Em 1926, a Cia. Força e Luz vendeu suas usinas para um dos grandes grupos exploradores de energia norte-americanos: o Electric Bond & Share, operado pela General Eletric. Em 13 de agosto de 1928, a operação de transporte elétrico da antiga empresa também passou para a administração do grupo estrangeiro. Nesse período, a empresa ganhou a denominação atual: Companhia Carris Porto-Alegrense. Foi em 1929 que o primeiro auto-ônibus da Carris entrou em circulação.

 

Durante a segunda grande guerra, entre 1939 e 1944, o racionamento de combustíveis no Brasil fez com que o uso do automóvel fosse cada vez menor e provocou o colapso dos sistemas de transporte coletivo em todo o país. Aqui em Porto Alegre, se não houvesse a Carris, é possível que as dificuldades enfrentadas pela população fossem ainda maiores. Com a sobrecarga no transporte de passageiros, a empresa aumentou de 85 para 101 o número de veículos que atendiam a cidade.

 

A administração por uma empresa privada estrangeira não rendeu bons frutos para a Carris. O descaso do grupo norte-americano e o sucessivo desrespeito aos direitos dos trabalhadores levou a uma série de greves no período posterior, fato que levou a Prefeitura de Porto Alegre a intervir na empresa em 1952 e, em 1953, a encampar o seu controle acionário a partir da decisão do então prefeito Ildo Meneghetti e da aprovação, por 17 votos a 2, da Lei nº 1.069 pela Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

Cumpre lembrar que, em 1953, as constantes greves levaram um ex-funcionário da Cia. a eternizar esses momentos numa das músicas imortais sobre Porto Alegre. As frases iniciais do Hino Oficial do Grêmio FootBall Porto-Alegrense, um dos dois principais clubes da cidade, inspiraram Lupicínio Rodrigues na criação de sua composição.

 

Na segunda metade da década de 1950 e durante toda a décadas de 1960, uma série de transformações ocorreram no transporte coletivo em Porto Alegre. A Carris transferiu a responsabilidade de transporte por ônibus por um período para um departamento estatal, voltando a operar tal sistema alguns anos depois, vieram os ônibus elétricos e, após, os ônibus movidos a diesel. Em 8 de março de 1970, circularam as últimas linhas regulares de bondes na cidade. Às 20h30min, toda a população pôde andar gratuitamente nos bondes Partenon, Glória e Teresópolis para se despedir.

 

O período era de dificuldades financeiras enormes para a empresa pública. Fato que foi superado não por meio de sua venda para o capital privado e tampouco a partir de sua desativação. Tais dificuldades foram superadas ao longo da década de 1970 a partir da maior oferta de serviços à população e da instituição da Carris como modeladora e reguladora da qualidade do transporte coletivo na cidade. Localizada em uma nova sede, a partir de 1973, na Rua Albion, e a partir da criação da Escola de Motoristas, em 1974, a empresa passou a qualificar esse modal de transporte na cidade.

 

Em 1976, na gestão do prefeito Guilherme Socias Villela, começou a operar as Linhas Transversais, atuando onde talvez nenhuma empresa privada, na época, gostaria de operar. Ligou as zonas sul, norte e leste por meio desse conceito e demonstrou que a inovação que sempre lhe caracterizou, era fundamental para a superação de quaisquer crises. Nesse ano, surgiram as linhas T1, T2, T3 e T4. Um ano após, a gestão acertada da empresa implementou a linha Campus-Ipiranga que até hoje está na ativa num percurso do Centro Histórico até o Campus Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, passando pelo Campus Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

 

Em 1980, houve a instituição da tarifa única e a redistribuição das linhas de ônibus. Na medida em que a cidade crescia, o sistema estabeleceu a justiça tarifária ao prever que um trabalhador de bairros populares mais distantes com poder aquisitivo menor pagaria o mesmo que um trabalhador de bairros mais próximos, estes geralmente com poder aquisitivo maior. Dois anos após, a Carris passou a operar também as linhas Circulares do Centro Histórico.

 

Se, por um lado, a empresa pública evoluía, por outro, a qualidade do transporte estava em xeque no final da década de 1980. Os concessionários privados do transporte coletivo desrespeitavam horários estabelecidos para a circulação de linhas, os ônibus eram antigos e com frequência estragavam por falta de manutenção, o valor da tarifa era alto e o sistema de transporte desorganizado.

 

Numa medida necessária, em 1989, o prefeito Olívio Dutra interviu no transporte coletivo da cidade buscando estabelecer maior qualidade e tarifas reduzidas para a população. Durante um boicote empresarial, a Carris foi fundamental para a manutenção dos ônibus circulando e a consequente transformação do sistema. O fato permitiu a reorganização do transporte por ônibus na cidade. Talvez, se a ação definida na época não fosse realizada, nos dias de hoje os problemas ainda persistiriam.

 

Em 1989, a Carris passou a operar a linha T5, ligando a zona sul da cidade ao aeroporto. Após 117 anos de existência da empresa, foi, também em 1989, criado o projeto Memória Carris, pelo qual a população pode conhecer a história da empresa e do transporte coletivo em Porto Alegre.

 

O fortalecimento da Carris foi além da simples operação de linhas. Ela passou a ser uma empresa pública reguladora da qualidade do transporte por ônibus.

 

De lá para cá, outras linhas também foram implementadas: em 1990, a linha T6; em 1995, a linha T1 Direta; em 1997, a linha T2A; em 1998, a linha T7; em 1999, a linha T8; em 2000, as linhas T9, T9 IPA e T10; em 2006, a linha T11 3ª Perimetral, e a C4 Balada Segura; e em 2012, a linha T11A. Em 2016, foram implementadas as linhas T12, T12.1, T12A e T13. Além das linhas regulares, a empresa é responsável pelas Linhas Turismo, por duas linhas sociais que atendem grupos escolares e entidades sociais, pela linha social Territórios Negros e pela linha social Bicho Amigo.

 

A Carris foi, também, a primeira empresa de transporte de Porto Alegre a implementar o biodiesel, demonstrando o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a aderir ao sistema de Bilhetagem Eletrônica, a implementar ar-condicionado, televisões e garantir acessibilidade universal e a possuir câmeras de segurança em praticamente toda a sua frota.

 

Atualmente, são 24 linhas regulares operadas pela empresa pública em nossa cidade.

 

O reconhecimento dessa história que, em 2017, completou 145 anos, é nacional. Além de ser considerada pela Revista Amanhã por 17 anos consecutivos desde 2000 como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses, a Carris conquistou os seguintes prêmios: Melhor empresa de Transporte Coletivo do Brasil (1999-2001); Top de Marketing da ADVB (2000); Top Ser Humano (2001); Top Cidadania (2002); Empresa Amiga da Criança (2002-2005); Selo SESI “Aqui se Pratica Prevenção” (2003); Prêmio Nacional de Gestão Pública (2003); Maiores e Melhores Empresas de Logística (2004); Prêmio Responsabilidade Social (2004-2006-2009-2011); Bienal de Marketing ANTP (2004); Grandes Líderes (2005-2006-2007); Prêmio “Marcas de Quem Decide” (2005-2010); Diploma Mérito Social (2006); Destaque em Responsabilidade Social (2006-2008); Top Plus (2006); Top Consumidor (2007); Prêmio Qualidade RS (2007-2008-2009); Prêmio Marcas Líderes (2007); Programa Motivação e Incentivo (2007); Excelência em Gestão Social (2007); Prêmio Excelência em Gestão (2008); Empresa Parceira do Pão dos Pobres (2009); Recertificação ISO 9001 (2009); Prêmio Pesquisa de Gestão Sustentável e Gestão de Excelência (2010); Revista Maiores e Melhores do Transporte (2012); Medalha de Responsabilidade Social (2012); e Homenagem pelos mais de 100 anos de contribuição ao desenvolvimento gaúcho (2016).

 

Portanto, considerando o histórico acima, é possível concluir: a Carris é um dos mais importantes patrimônios históricos da nossa cidade. E o mais importante: segue viva como uma empresa pública de qualidade, superando crises, superando governos, inovando na tecnologia e na qualidade do transporte coletivo de passageiros e, sobretudo, desafiando o tempo.

 

Não há como imaginar Porto Alegre sem a Companhia Carris Porto-Alegrense. A Carris faz parte da nossa história e é de toda a população da nossa cidade. Rogamos pela aprovação desta Proposição.

 

Sala das Sessões, 12 de dezembro de 2017.

VEREADOR ALDACIR OLIBONI

PROJETO DE LEI

 

Tomba como patrimônio histórico imaterial e material do Município de Porto Alegre a Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua Albion, 385, sua sede.

 

Art. 1º  Ficam tombadas como patrimônio histórico imaterial e material do Município de Porto Alegre a Companhia Carris Porto-Alegrense e a área localizada na Rua Albion, 385, sua sede.

 

Art. 2º  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Companhia Carris Porto-Alegrense

151 Anos

1872/2023

Resistindo

Sempre

Mesmo contra os Interesses

Carris – Contato:

Rua Albion, 385

Bairro São José (clique aqui para ver localização no Google Maps)

CEP: 91530-010

CGC: 92.675.255/0001-72

Inscrição Estadual: 096/0650962

Fone: (51) 3289-2100

Atendimento ao Cliente: 0800-9799855

Email: sacc.carris@carris.com.br

 

Referências

ANDRÉ, Alberto. "Breve História dos Bondes a Burro e Elétricos da Cidade" em Correio do Povo (Porto Alegre), 1980/ 9/21, 33. O último (e melhor) artigo de uma série. O autor publicou outros artigos ilustrados no Correio do Povo em 25/9/1966 e 18/6/1972.

AUGUSTIN, André Coutinho. "Os 150 anos de transporte público que não serão comemorados nos 250 anos de Porto Alegre". Observatório das Metrópoles, 24/03/2022

CRUZ, Mauri (org.). Estratégias para o Transporte Público de Porto Alegre 2022-2030. Frente Ampla em Defesa da Carris e do Transporte de Qualidade, 2022

DEGROOTE, Ray. Companhia Carris Porto Alegrense, Porto Alegre, Brazil. Mapa de entusiasta das linhas de bonde em maio de 1963. Detalhes dos itinerários.

ILHA, Flávio. "Transporte público de Porto Alegre à beira do caos". Jornal Extra-Classe, 10/06/2022

FORTINI, Archymedes. Porto Alegre Através dos Tempos. Porto Alegre, 1962. O capítulo "Da Maxambomba ao Elétrico," pp. 111-12, relata a história dos bondes da cidade.

FOSTER, Gustavo. "Desestatização da Carris: o que pode acontecer se o projeto da Prefeitura for aprovado". Matinal Jornalismo, 27/08/2021

JAQUES, André Porto; BUENO, Celso Jovane de Vargas. Pesquisa de Determinação do Valor de Tarifa Adequado para as Linhas Alimentadoras do Bairro Lomba do Pinheiro em Porto Alegre-RS. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS, 2008.

MEDIA, Alright (6 de dezembro de 2019). «Carris troca de presidente ainda em dezembro».

MIOTTO, MARIO HELVIO | Ex-morador do Bom Fim, secretário municipal de Trânsito e Transportes de Piracicaba (SP)

MORRISON, Allen. The Tramways of Brazil: a 130-Year Survey. Nova York, 1989. Meu capítulo Rio Grande do Sul (texto em inglês) apresenta mais dados sobre os bondes de Porto Alegre.

OTTEN, Odilo. Planta da Cidade de Porto Alegre. Porto Alegre, 1942. Mapa na escala de 1:20,500 mostra as linhas de bonde.

OVADIA, Mauricio. Cento e Onze Anos de Transporte: Do Bonde de Mulas ao Transporte Seletivo. Porto Alegre, 1980. Este texto de 167 páginas, escrito pelo diretor da companhia de ônibus, fala sobretudo das finanças. Há mapas nas páginas 94 e 95 que mostram a circulação dos bondes à esquerda – estilo inglês.

PEREIRA, A. F. S. "Os Bondes" em Correio do Povo (Porto Alegre), 17/5/1970, p. 1. O último bonde da cidade.

PIOVESAN, Maria Cristina Utzig. Escavador.

SANDER, Isabella (27 de novembro de 2013). «Prejuízo com a fraude na Carris é de quase R$ 1 milhão». Jornal do Comércio.

SPALDING, Walter. Pequena História de Porto Alegre. Porto Alegre, 1967. "Transportes," pp. 135-8.

STIEL, Waldemar Corrêa. História do Transporte Urbano no Brasil. Brasília, DF: EBTU/PINI, 1984.

 

Arquivos

Acervo Jaime Muller

 

Por Allen Morrison – Capítulos sem nome em Brazil-Ferro-Carril (Rio de Janeiro), 1/4/1918, p. 177; e 20/11/1930, p. 540. Descrição dos bondes de Porto Alegre.

"J. G. Brill Company Ships Cars to South America" em Electric Railway Journal (Nova York), 5/1929, p. 625. Descrição detalhada dos novos bondes Brill. Três fotografias.

"A Construção de Bondes em Porto Alegre" em Revista das Estradas de Ferro (Rio de Janeiro), 15/51933, p. 133. Os carros "Miller".

Asociación Uruguaya Amigos del Riel. Red Tranviaria de Porto Alegre: Cia Carris Porto Alegrense, 1946. Montevideu, 1977. Grande mapa das linhas (68 x 114 cm) producido pelo grupo de entusiastas. Escala 1:10,000.

"Gaúchos voltam a usar bondes no trânsito" em Tribuna da Imprensa (Porto Alegre), 15/7/1988, p. 3. Projeto de linha turística com o carro Brill 113.

Companhia Carris Porto-Alegrense. Blog do Museu Memória Carris. História, informações, fotografias do transporte público em Porto Alegre.

"Trecho com bonde histórico será implantado no centro de Porto Alegre" em Portoimagem, janeiro de 2007. Novo projeto de linha turística.

J. A. Moraes de Oliveira no site Coletiva.net

Títulos e Conquistas da Cia. Carris, Revista Amanhã

"Sintrajufe/RS participa de ações contra privatização da Carris; entidades divulgam nota em defesa da Carris pública". Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul, 08/09/2021

"Melo sanciona lei que privatiza a Carris de Porto Alegre". Diário do Transporte, 03/12/2021

http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/02/geral/483137-passagem-de-onibus-sobe-hoje-para-r-3-75.html

Relatório de Gestão mostra avanço da Carris do déficit para o alcance de lucro | Prefeitura de Porto Alegre. prefeitura.poa.br.

Ex-funcionário é suspeito de usar nome de criança morta para desviar dinheiro da Carris | Gaúcha ZH. GZH. 9 de maio de 2018.

Repasses de dinheiro feitos por ex-funcionário da Carris podem levar a outros envolvidos na fraude | Gaúcha ZH. GZH. 11 de maio de 2018.

https://docs.google.com/spreadsheet/pub?key=0Ar-rBrQm0ei-dGs2b3k4ODdnVWRRckFmYVNJSUJBeFE&output=html

Mais de 80 ônibus da Carris são mais velhos do que o permitido pela lei municipal - Notícias». Diário Gaúcho.

Prometidos para outubro, ônibus novos da Carris ficam para fevereiro - Notícia. Diário Gaúcho.

Decreto aumenta vida útil de ônibus de Porto Alegre para 14 anos e autoriza desligamento de ar-condicionado em estrada de terra. Diário do Transporte. 1 de maio de 2019.

Alegre, Prefeitura Municipal de Porto. «Carris». www.carris.com.br.

Prometidos para fevereiro, ônibus novos da Carris ficam para junho, mas número cresce - Notícias. Diário Gaúcho.

Depois de um ano e meio do anúncio, Carris apresenta seus novos ônibus - Notícias. Diário Gaúcho.

Em campanha, Marchezan disse que não iria acabar com 2ª passagem | Gaúcha ZH. GZH. 28 de julho de 2017.

Marchezan diz que, sem um "plano viável nos próximos meses", Carris pode ser privatizada | Gaúcha ZH. GZH. 20 de junho de 2017.

Guaíba, Ananda Muller / Rádio. «Marchezan reforça que "Carris não é viável" e que precisa privatizar ou licitar linhas». Correio do Povo.

Comércio, Jornal do. «Privatização da Carris pode sair após análise de consultoria». Jornal do Comércio.

"Aprovada a privatização da Carris". Assessoria CMPA, 08/09/2021

Carris gastou R$ 1 milhão em sede social restrita a pagantes e locada a terceiros | Gaúcha ZH. GZH. 3 de junho de 2019.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Carris». carris.com.br.

Gestão da Carris investigada pelo MP foi a que mais pagou indenizações por acidentes | Gaúcha ZH. GZH. 15 de maio de 2018.

Presidente da Carris renúncia 20 dias após assumir cargo | Gaúcha ZH. GZH. 20 de fevereiro de 2017.

www.portoalegre.rs.gov.br e livro Memória Carris - Crônica de uma História Partilhada com Porto Alegre, organizado por CINARA SANTOS DA SILVA e JOÃO TIMOTHEO ESMERIO MACHADO (1999)